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terça-feira, 14 de abril de 2015

Tragédia do Titanic foi há 103 anos – “matou 4 portugueses”


 
  
Foi na noite de 14 de abril de 1912, durante sua viagem inaugural, entre Southampton, na Inglaterra, e Nova York, nos Estados Unidos, chocou-se com um iceberg no Oceano Atlântico e afundou duas horas e quarenta minutos depois, já na madrugada do dia 15 de abril, provocando a morte de 1517 pessoas.

Segundo é referido por João Godim, “entre os passageiros estavam quatro portugueses, três deles oriundos da Madeira, que iam para a emigração:  Manuel Domingos Fernandes Coelho, solteiro, de 21 anos, natural da Ponta do Sol; José Neto Jardim, casado, de 21 anos, natural do Lombo das Laranjeiras, Calheta; e  Manuel Gonçalves Estanislau, de 38 aos, natural da Ladeira e Lamaceiros, Calheta; viajavam na terceira classe e embarcaram em Southampton com destino a Nova Iorque. Na segunda classe, viajava José Joaquim de Brito, 32 anos, natural do Continente, que tinha como destino destino final São Paulo, no Brasil. Uma tragédia que "matou" quatro portugueses. - excerto deTragédia do Titanic… "matou" quatro portugueses - r



A MINHA EVOCAÇÃO  - Postado neste site há três anos -Na noite do centenário.  Por Jorge Trabulo Marques  ..Recordando a dramática tragédia do Titanic - Depois, se puder, não deixe de ler algumas notas do meu diário de bordo dos meus 38 longos dias perdido no mar a bordo de uma piroga Dia 34º - Deitado no fundo da canoa...Não tenho comida... Sinto uma grande dureza no estômago




Perdida  nas brumas do  tempo e das trevas... 
Longe vai a noite centenária e impiedosa, sombria e mortal da tragédia!
Que atormentou e sepultou o mais luxuoso navio do mundo  - o lendário Titanic.
No seu percurso inaugural de Inglaterra à América.
A quatro dias de viagem, em águas calmas do Atlântico, muito  afastadas do  Ártico,  
mas subitamente transformadas em aragens de afrontosas ameaças e de arrepio!
Semeadas por  flutuantes e perigosos icebergues,
cujo brilho azulado a  noite ofusca sob límpido mas negro céu.
 Em latitudes onde a Primavera tarda, é fria 
e tem,  da cor da fuligem, o sinistro véu!
- Porém, eu, náufrago, sobrevivente
em atribulados mares de outras paragens,
por natural associação às longas horas
que por mim foram vividas,
ainda diviso, debaixo da treva e do assombro  da ímpia noite sideral
o perfil do luxuoso e imponente navio
que, sulcando o mar em imprudente marcha veloz, vai embater e raspar
nas gélidas arestas de  enorme bloco de gelo,
sofre duro rombo a estibordo, e, desamparado,
 perde-se para sempre e naufraga!
- Consequência de monstruoso temporal, casuais fatalidades ou flagelos inevitáveis?!..
 Oh, não,  nada o salvará!... Os caprichos do destino são incontornáveis,  
porém, mais graves e propensas serão ainda as ameaças,
quando, às adversidades,  ao incerto e obscuro,
se junta a  negligência, a vaidade e a insensatez!...



Pelo telégrafo surgem avisos e alarmes vários
 a que  não se dá crédito. Aumenta-se até a velocidade
 para se apressar e festejar a chegada -.
Às 23h40, do dia 14 de Abril de 1912, com o navio a navegar  
a 640 km dos Grandes Bancos da Terra Nova,  "os vigias do mastro, 
Frederick Fleet e Reginald Lee, 
avistaram um iceberg bem em frente do navio". 
Quando o sino de alerta do alto toca três vezes a rebate, já é tarde!.
- Por isso, haverá maior culpado que a mente humana
quando  despreza e descura
as  hostis e adversas   forças da Natura?!..


 











Todavia, evoco o vosso sofrimento, ó lúgubre navio e lágrimas choradas!
Vivendo a incerteza  e angústia, ainda não sarada, daqueles meus longos e penosos dias,
 cujo lastro  tenho bem presente  na alma  ferida por longas e tormentosas noites de vigílias,
vejo-vos e  ouço-vos, corações atormentados! Escuto  os ais e os gritos aflitos,
as desolações que se afundam! -  Nitidamente descortino,
no tropel confuso da tragédia humana que vos enlutou,  
 e, sob a  capa da mais gélida e sideral atmosfera, 
o imenso poço que vos submergiu e afundou!
Ouço os vossos soluços e claramente  vos revejo e situo ó  almas  perdidas!  
Através da luz sombria que ficou  memorizada nos meus olhos, 
das muitas imagens que a minha retina em desvairadas tempestades fixou,
ainda consigo descobrir,  já engalfinhada  por mãos de terríveis  sacrilégios,
 a majestosa e  iluminada esfinge que vos transportava,  
agora enxague e ferida por  um dos enormes escolhos vítreos 
que boiavam soltos, que tragicamente a romperam e traíram
e que não tardará a desvanecer-se...
 - Qual sopro de vela que flutua acesa e depois se afunda e apaga

   



É noite de Lua Nova! Noite mais propensa 

ao surgimento dos indiscifráveis mistérios
 que, a  rompê-los ou a desvendá-los - Em redor 
não há claridade alguma. Não se enxerga nada.
- O mar é a imensa planície escura mas tranquila.
A noite é gélida mas aparentemente pacífica e calma.
Os habituais ventos que sopram em noites frias e aziagas, 
parece terem-se apaziguado  ou feito algumas tréguas - Não uivam!
Não há nevoeiros compactos, coalhados de densa maresia, que se enfiam
 pelas narinas, têm o sabor do sal, toldam ainda mais a vista e quase sufocam.
Quem espreitar pelas vigias, não descobrirá os brumosos  novelos que lembram fantasmas, 
as leitosas névoas ensanguentadas que ofuscam o sol poente ou antecedem as noites de agoiro, 
o tumulto das tempestuosas marés que tudo envolvem e arrastam.
O céu está descoberto e estrelado! Não há sinais 
de  cerrados tectos ou sinistras  e fúnebres abóbadas!
 Haverá, no entanto,  sortilégios, esconjuros  e temíveis perigos
de que  há noticia mas que se negligenciam e ignoram.




As eternas constelações aparentemente fixas,

fazem o seu giro no firmamento. O sol ilumina outros cantos da Terra 
e, quem vai no interior  do faustoso paquete, espera que, no dia seguinte,
volte acordar  sob a grande luz cósmica  - Esta volte a raiar do fundo das águas!
- O céu é escuro mas não  espesso.  Prevalece, contudo,  o brilho rutilante das estrelas, 
que, por tão longínquas, vão manter-se indiferentes e alheias ao drama e ao infortúnio  
do mais tenebroso caleidoscópio, que, a horas nocturnas e malditas, caladas e surdas,
vai desenrolar-se sob a frieza do mais inesperado  e horrível presságio - Em cenário
desolador  e árido, que ondula rumorejante, quase silencioso, mas escuro e gelado!  



Eu, que sozinho voguei sob noites equatoriais povoadas de assombro e trevas

e habituei  meus olhos e  meu  instinto 
a ver o  que as sombras e nevoeiros nocturnos ocultam ou encobrem,
mesmo à distância do espaço e do tempo,
claramente ainda diviso  o pronúncio sinistro das mais trágicas horas de luto!... 
 Distingo o perfil  inconfundível de esbelto  e moderno navio - O seu  vulto!
Através dele  o casco e as  linhas aprimoradas que lentamente se afundam e suspiram, 
que lentamente soçobram e  asfixiam,  que lentamente mergulham, vergam e se  revolvem
na líquida massa negra azulada, movediça, ondulada e informe,

coalhada de pedaços de gelo do mesmo icebergue, que depois de lhe deferir 
duro golpe fatal, ali mesmo o vai sepultar!... Com idêntica crueldade e gélido  brilho 
ao que espelham as mortuárias águas!... O mesmo que é reflectido
do sideral firmamento, no qual as estrelas continuam silenciosas mas rutilam.




Vejo-o e distingo-o, como se aquela noite de tragédia 
se  fixasse no éter para sempre,
perpetuada  na atmosfera vítrea  da amortalhada imensidade! 
Espelhada no rosto dos astros - No calendário programado 
dos grandes naufrágios do mar ! - Afrontosa crueldade
marítima, cuja hora idêntica ainda hoje perpassa
clarissima pela minha mente, 
tantas vezes a vivi e a revivo
desde a infância na memória!
Poema completo na minha postagem em 14/04/2012   náufragos do titanic - in memory of the titanic wreck


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