Deus
não tem rosto nem tem nome
– Mas é presença omnipotente
em toda a parte – É a face visível
ou invisível da fecunda Mãe-Natureza.
O murmúrio ou o sibilar do sopro do vento,
à superfície dos mares ou na nudez da areia desértica
O diálogo intraduzível e secreto da terra com a terra
Que decorre sob a cúpula infinda do Universo
e se expande sem eco e sem resposta
através da infinidade dos céus
e do brilho mais tenue dos astros
Sim, vale a pena que lhe escutemos
o silêncio que ilumina o caminho,
os passos do solitário peregrino
as mínimas e subtis vibrações
que ecoam do simples búzio
sobre o brilho de uma praia deserta.
– Mas é presença omnipotente
em toda a parte – É a face visível
ou invisível da fecunda Mãe-Natureza.
O murmúrio ou o sibilar do sopro do vento,
à superfície dos mares ou na nudez da areia desértica
O diálogo intraduzível e secreto da terra com a terra
Que decorre sob a cúpula infinda do Universo
e se expande sem eco e sem resposta
através da infinidade dos céus
e do brilho mais tenue dos astros
Sim, vale a pena que lhe escutemos
o silêncio que ilumina o caminho,
os passos do solitário peregrino
as mínimas e subtis vibrações
que ecoam do simples búzio
sobre o brilho de uma praia deserta.
Ó cortês natureza que, em manhãs frias e
pálidas
aqui me trazes, junto de um outro acompanhado,
que já fui e agora já não sou – Oh, ensombrada
harmonia! Doces sonhos que à juventude inspiram
mas o correr dos anos, desiludem e desenganam…
Como consolar-me das partidas traçadas pelo destino
senão através do bálsamo da fresca erva que piso e aspiro
aqui me trazes, junto de um outro acompanhado,
que já fui e agora já não sou – Oh, ensombrada
harmonia! Doces sonhos que à juventude inspiram
mas o correr dos anos, desiludem e desenganam…
Como consolar-me das partidas traçadas pelo destino
senão através do bálsamo da fresca erva que piso e aspiro
Em cada batida sinto o rufar da grande imensidade,
Ó selvagem e claro clamor original do espaço infindo!
Mesmo sem as asas dos pássaros, elevo-me, sinto-me voar
Ó deuses eternos! Meu bálsamo! - Excelsos penhascos meus!
Com o poeta Antonio Ramos Rosa |
"Aqui é
um lugar neutro o lugar nu. O lugar livre
O lugar incandescente pobre e nulo
Porque não se pode começar no princípio
Aqui nada se disse e por isso está tudo por dizer
E por isso nada se dirá e por isso tudo se dirá"
O lugar incandescente pobre e nulo
Porque não se pode começar no princípio
Aqui nada se disse e por isso está tudo por dizer
E por isso nada se dirá e por isso tudo se dirá"
-
António Ramos Rosa
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