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quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

A Sós À Flor do Mar - Sede insaciável de se ser bafejado pela luz mais clara e pura dos astros! Voar como ave perdida pelos vastidão infinita dos espaços!


Jorge Trabulo Marques – Jornalista e investigador

 

"Ninguém sabe onde estou! Talvez me julguem a caminho do Brasil mas eu estou perdido neste vasto Golfo!...Perdido!...Entregue ao meu próprio destino.... Se a canoa se virar, ninguém me pode valer...Ninguém!....Os tubarões de vez em quando volteiam ao meu redor....(...)Espero que esta gravação um dia venha a ser ouvida...Espero que sim...Espero!... Excerto do 2º Dia do meu Diário de Bordo, após um violento tornado me ter feito perder a maior parte dos apetrechos e mantimentos


Novembro 1975 – Algures na grande solidão do Golfo da Guiné – Esta bandeira da pátria santomense, ainda com cerca de meio ano após a independência, desfraldada num dia de calmaria, foi-me confiscada e rasgada na cadeia da morte, em Malabo, sob o tenebroso regime de Macias Nguema, na qual fui preso para ser executado por suspeita de espionagem - Quis o destino que o então jovem Obiang Nguema, atual Presidente da Guiné Equatorial, contrariando as ordens do seu tio, me libertasse no dia em que ia ser enforcado - É conhecida por Black Beach, o "buraco do inferno" onde foi encarcerado. quatro décadas mais tarde, o mercenário golpista, com os seus amigos,  Sir Mark Thatcher que  financiou uma aeronave de helicóptero para a fracassada trama – Mas, creio,   longe de ser agora o que era naqueles tempos era a dureza daquela prisão  http://www.dailymail.co.uk/news/article-459473/Inside-Black-Beach-prison-hell-hole-awaiting-Dog-War-Simon-Mann.html  



A SÓS À FLOR DO MAR

Estar-se sozinho perante tão extrema  grandeza marítima,
tão imensa e misteriosa amplidão
e ser-se ao mesmo tempo
extrema fragilidade e ínfima pequenez,
é, sem dúvida,  triunfo, arrojo e glória do homem
às adversidades da  inóspita natureza!...
Desejo porfiado de aliança a devassar o enigma
à contemplação primeva das remotas forças da sua origem ancestral.

Sede insaciável de se ser bafejado pela luz mais clara e pura dos astros!
Voar como ave perdida pelos vastidão infinita dos espaços!
Errar como um vagabundo pelos mares de todo o mundo!
Instantânea e antiquíssima harmonia! Voluptuoso jorro de energia!
Lufada fresca, vivo e perene rasto a divindade!
O aspirar da palavra solar,  a melodia, o ritmo e a graça
ao deslumbramento único e dinâmico do anelado azul e da vibrátil claridade.
A conjugação de  todas as ânsias reprimidas,
na esteira de se  alcançar, num só desejo ou numa única vontade,
os limites do inatingível, a margem
do insuperável e do sobrenatural!





Levado a sós por genuínos impulsos de aventura,
pensamentos insondáveis, chamamentos
de bravura ocultos, inimagináveis!
Percorrendo vastas planícies salgadas em turbulentas águas,
deixando para trás preocupações triviais e ódios mesquinhos.
Mesmo que a ousadia o condene a viver um só instante de eternidade,
oh, sim! sabe que vale a pena viver o sublime,
correr o risco e a temeridade.
Decifrar  os enigmas do incognoscível
estar ao mesmo tempo dentro e fora da verdade,
dos misteriosos limites que comandam os desígnios da morte e da vida.

Ave solta, destemida. inocente e libertária
que escolhe, para seu seu voo inaugural, os ares
das águas do oceano calmo e pacífico
ou mesmo varrido por vendavais tempestuosos,
paisagens de um mar ermo convulsivo, agitado e bravo!

Navegar sozinho, sem outros meios náuticos de navegação,
com o destino completamente à mercê de um  errático acaso,
ao sabor do imprevisto e do filtro do instinto,
como que perdido entre o vento, o olvido e as espáduas do esquecimento,
oh! não é temeridade alguma, não é vã e inútil solidão
mas o desejo ardente em decifrar
os calmos  e febris prodígios do desconhecido, a busca incessante
de oiro incandescente dos silêncios visíveis e dos sons inocentes,
as vozes que soem e repercutam ecos de invulgar pureza e  libertação!

Munido apenas de uma vulgar bússola,
- sim, tal foi o meu caso - orientado como que pelo instinto das aves.
Não beneficiei da mesma facilidade
daqueles que usam o compasso,
as tábuas astronómicas, o satélite e a cartografia náutica,
que a qualquer hora  o informam do rumo que tomam,
o ponto onde estão  e a exacta direcção da sua rota.

Contudo, quem assim não procede,
nem por isso tem  motivos para o desfalecimento,
para que deixe de trilhar o seu caminho,
soçobre e caia num num apagado e funesto silêncio,
provocando a ruptura à  vagabunda dança
impossibilitado de poder desfrutar de   um horizonte
aberto ao tangível, à transcendente e etérea imobilidade.


Ir sozinho para o mar, é partir
em demanda dos mais ténues rumores e labirintos sagrados!
Saciar a  fome da floração silenciosa de um sopro íntegro
de fulgor furtivo de sabedoria e pureza.
É fazer-se ao mar e navegar  sem contrapartidas seguras à partida
e não ter qualquer  certeza de paisagens imaginárias ou reais à chegada!..
É a transparente e claríssima sede de nostalgia dos mais puros céus!
É viajar na senda dos séculos passados, eras volvidas
ou dos que ainda  hão-vir por  vontade de Deus.

Vidência!  Deslumbramento! Itinerário transfigurado.
Trocar o certo pelo incerto
- Sem todavia saber que futuro o aguarda,
a que portos  poderá  arribar,
que enseadas de ilhas frondosas o esperam,
que  recortes de orlas vai contemplar,
que escolhos vai ter pelo caminho,
que perigos e ameaças
lhe poderão interromper a viagem.

O navegador solitário sente a paixão incontida
que lhe pulsa  e circula nas veias, a evidência
confiante de que um frágil esquife  o poderá conduzir
- como que através de uma imensa estrada branca e azul
(que apenas a tempestade e noite será capaz de toldar ou enegrecer)
longe e liberto de qualquer silêncio ou grito
do mundo do qual se  despede e, decidido, se aparta!..

Sente a alegria que o anima de navegar a remo
ou à vela,  impulsionado pelas mandíbulas encrespadas do mar,
dos sopros impetuosos  ou irracíveis do vento,
sim, está ciente da ansiedade  que o aplaca
de vogar ou singrar sobre a crista e na cava de cada vaga sobre vaga
que se levante aos seus pés ou que avance desalmadamente
ao encontro da quilha ou dos bordos do seu frágil barco
e lhe embarace  o rumo planeado,  o prévio destino traçado.

Sim, mesmo antes da largada, sentirá a ansiedade própria
de quem parte e não tem a menor certeza do que o espera.
Sabe, apenas,  que, afoitando-se de cara levantada,
o destino jamais lhe pertencerá - dificilmente poderá
opor-se  aos ínvios ou aos gloriosos
ditames do mar bravio e desconhecido...
Sentirá por cima da sua cabeça, na face
do seu rosto e à sua volta
e também por baixo do madeiro que o transporta, o fluxo
e o refluxo das marés, o latejar do próprio Universo,
umas vezes para o transcender no centro
do indivisível círculo ondulante que o cerca,
outras, para o assolar ou então para o esmagar
sob o aroma da ruína, da febril e grossa massa líquida,
envolvendo-o ou submergindo-o pela espuma do hálito marítimo,
do cavalgar de cada montanha que liquidamente ora se levanta ora se desfaz...


Sim, sulcar o ventre do mar é ir em demanda
da sumptuosa  beleza ou do  terrível sufoco e destruição!
É navegar por extensões de horizontes que tanto o inquietam
e atormentam, como  poderão tranquilizá-lo e sossegar-lhe o coração!
Que tão depressa  lhe aterrorizam ou embriagam os sentidos
como, com igual surpresa, o afrontam com imprevisível provocação.


Largar tudo - os horários, a família, os amigos, a tranquilidade de um lar - e partir
em frágil piroga pelo mar fora ou até em barcos maiores e mais equipados,
singrando o vasto manto líquido,
trocando o certo pelo incerto e o desconhecido,
não receando os revés da ousadia e  da sorte,
não temendo perfídias da omnipresente imagem da morte,
alheio às inesperadas variações dos ventos,
não podendo escapar à dança e contra-dança de poderosas correntes
súbitos vendavais, fortíssimas tempestades!

Oh!, como  é fantasmagórica  a imagem,
ímpia e devastadora a visão do mar e do céu!
Quando, após vários pontapés dados a esmo à solidão e à sorte,
após se deixarem para trás noites  cerradas da cor da fuligem e do bréu,
vigílias infindáveis de medos e de angustiosa incerteza e assombração,
vogando ao deus dará à flor de turbulentas e enegrecidas  águas,
ou tendo fruído de claros e brilhantes dias
à superfície do mesmo ondulante carrossel sucessivo,
fitando continuamente os perfis
e os contornos da mesma infinda abstracção circular,
em vez do acolhedor e esperançoso porto de abrigo,
em vez  da tão desejada tranquila praia fundo transparente e de areia fina,
espelhada de sol e de coral,  rodeada de verdejante e formoso arvoredo,
se lhe depara  - Oh triste ventura! -
a escarpada encosta, o promontório íngreme do rochedo!

Oh, sim! - Mas tudo isso  não supera a fome de  poder sentir a alma rubra
e ser alheio aos segredos dos insondáveis abismos,
aos perigos que por por toda a parte
rondam e cobrem a vasta superfície,
a sombra aziaga de ter sempre por companhia
a menos de um palmo ou da grossura de uma tábua,
a cova funda e horrível da mais funesta e imensa sepultura!...

Navegar sobre as ondas encapeladas, ir de velas desfraldadas e enfunadas!
Navegar a toda a brida!... Deixar que o mar e o vento cumpram a sua palavra!
Não pensar em horários nem perder tempo em coisas  enfadonhas e triviais.
Ser sonho ousado que se cumpra e nada mais!



A procura do divino, a maneira de sentir ainda mais de perto a presença de Deus, contam-se, entre as várias razões, que me levaram a enfrentar a solidão dos mares.
A primeira aventura  foi a  travessia de São Tomé ao Príncipe. Estávamos em 1970. Larguei à meia-noite, clandestinamente, pois sabia que, se pedisse autorização, me seria recusada, dada a perigosidade da viagem,   levando comigo apenas uma rudimentar bússola para me orientar. Fui preso pela PIDE,  por suspeita de me querer ir juntar ao movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe, no Gabão, o que não era o caso. Levei três dias e enfrentei dois tornados. À segunda noite adormeci e voltei-me com a canoa em pleno alto mar.Esta era minúscula e vivi um verdadeiro drama para me salvar, debatendo-me como extrema dificuldade no meio do sorvedouro denegrido  das águas.


Cinco anos depois, numa piroga um pouco maior, fiz  a ligação de São Tomé à Nigéria. Uma vez mais parti sem dar a conhecer os meus propósitos, ao começo da noite, servindo-me apenas de uma simples bússola. Ao cabo de 13 dias chegava a uma praia ao sul deste país africano, tendo sido detido durante 17 dias  por suspeita de espionagem, após o que fui repatriado para Portugal. Os jornais nigerianos destacaram em primeira página o feito. Os objectivos destas travessias visavam demonstrar a possibilidade de antigos povos africanos terem povoado as ilhas, situadas naquele Golfo, muito antes dos nossos navegadores, ali terem chegado, contrariamente ao que defendem as teses coloniais,  que dizem que as ilhas estavam completamente desabitadas  - E a verdade é que, entretanto, já foram encontradas antigas cartas em arquivos, do tempo dos árabes, que provam, justamente, esses contactos com povos que, de há muito, ali viviam. Factos históricos que, de modo algum, poderão pôr em causa o mérito dos nossos arrojados marinheiros


Regressado a São Tomé, ainda no mesmo ano, e já com São Tomé e Príncipe independente, tentei empreender a  travessia ao Brasil, com o propósito reforçar a minha tese, evocar a rota da escravatura através da grande corrente equatorial e  contribuir para a moralização de futuros náufragos, à semelhança de Alan Bombard.  Segundo este investigador e navegador solitário, a maioria das vítimas morre por inação, por perda de confiança e desespero, do que propriamente por falta de recursos, que o próprio mar pode oferecer. Era justamente o que eu também pretendia demonstrar - Navegando num meio tão primitivo e precário,  levando apenas alimentos para uma parte do percurso e servindo-me, unicamente, de uma simples bússola, sem qualquer meio de comunicar com o exterior, tinha, pois, como intenção, colocar-me nas mesmas condições que muitos milhares de seres humanos que, todos os anos, ficam completamente desprotegidos e entregues a si próprios  - Porém,  quis o destino que fosse mesmo esta a situação que acabasse  por viver.



A canoa foi carregada num pesqueiro americano para ser largada, na corrente equatorial, um pouco a sul de Ano Bom. Porém, à chegada a esta ilha, o comandante propôs-me abandonar a canoa e ficar a trabalhar a bordo, alegando que a mesma estorvava e que a aventura era muito arriscada. Na impossibilidade de ser levado para a dita  corrente, decidi-me pelo regresso a São Tomé para tentar a viagem noutra oportunidade. Foi então que uma violenta tempestade, me surpreendeu em plena noite, tendo perdido a maior parte dos viveres, os remos e outros apetrechos. Foram momentos indescritíveis.  Ao sabor das vagas,  num simples madeiro escavado, é difícil imaginar pior situação. Mesmo assim, com a canoa completamente desgovernada, não cruzei os braços e nunca me dei por vencido. Peguei num dos mastros e coloquei-o de través para garantir algum equilíbrio. Um dos bidões foi amarrado a uma corda e largado para servir de âncora flutuante. No dia seguinte improvisei um remo com um dos barrotes  do estrado da canoa e pedaços da cobertura, a fim de conseguir dar alguma orientação. Mas de pouco me haveria de valer, face à fúria dos constantes tornados. Como bóia de salvação, utilizei o resto do estrado e adaptei-lhe um pequeno colchão de ar -  Frágil recurso para forças tão descomunais!


 
Foram momentos de extrema aflição, que me pareceram verdadeiras eternidades, durante 38 longos e difíceis dias, 24 dos quais a beber água do mar e das chuvas, e duas semanas sem alimentos que não fosse algum peixe que ia apanhando( e quando acontecia) ou ave que, entretanto, pousando, sacrificava. Enfrentando tempestades, sucessivas,  incluindo ataques de tubarões. Ainda cheguei a apanhar alguns de pequeno porte, enquanto tive anzóis. Mas, até estes, mais tarde,  me haveriam de faltar.

 Acabei por ser arrastado pelas correntes até à  Ilha de Fernando Pó, já no limiar da minha resistência física, onde fui tomado por espião, algemado  e preso numa cela de alta segurança, a  mando do então Presidente Francisco Macias Nguema  Noguema,

https://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Mac%C3%ADas_Nguema após o que fui repatriado para Portugal, tal como me acontecera na Nigéria. Mas, agora, «graças ao humanismo do então Comandante Obiang Nguma. que, ao chamar-me ao seu gabinete no dia em que recebera instruções de seu tio para ser executado, compreendera os meus argumentos, justificados  com uma pequena mensagem que levava do então jovem Governo de  São Tomé e Príncipe, que recentemente tinha ascendido à sua independência, para saudar o povo irmão brasileiro, quando aportasse na sua costa
  
COMO EU CONHECI A TENEBROSA PRISÃO
  

Ao cabo de 38 penosos dias, ao sabor das vagas, num simples madeiro escavado, acabo por acostar à Ilha de Bioko (ex-Fernando Pó), onde sou tomado por espião e encarcerado numa cela da Cadeia Central – para ser executado, já que este era o destino de quem ali era condenado: entrar vivo e sair cadáver. Considerada, naquela época, a prisão mais tenebrosa que os famigerados campos de concentração nazis

Nov - 1975 - OUVIA DA MINHA CELA NAUSEABUNDA, OS GRITOS LANCINANTES DE EXECUÇÕES E ESPANCAMENTOS  – ONDE APENAS TINHA UMA LATA PARA FAZER AS NECESSIDADES E UM BANCO COMPRIDO PARA ME DEITAR

"Dizer Black Beach é dizer a morte.Quando um prisioneiro chega a essa prisão, sua família começa a preparar o caixão".

"A realidade de Black Beach é conhecida fora de suas paredes. A Anistia Internacional elaborou vários relatórios alertando sobre as condições terríveis da prisão e da existência de tortura e assassinatos dentro, enquanto o Ministério das Relações Exteriores tenha incluído na sua lista das piores prisões do mundo e, claro, aquele com o pior reputação na África.





Felizmente, havia de ser uma mensagem,  autenticada pelo MLSTP, escrita expressamente  para saudar o Povo Brasileiro - admitindo que pudesse fazer a travessia de : Tomé ao Brasil -  que   haveria de  contribuir para me salvar a  vida. 



Mesmo assim, dada a  persistente desconfiança do então Presidente Macias, que nem depois de  enviar o seu barbeiro pessoal (o santomense, Sr. Bandeira) se convencera, nem da veracidade da referida mensagem, nem dos meus argumentos,   quem  acaba por ordenar a minha soltura é o seu sobrinho, o então comandante das Policias e das Forças Armadas, o atual Presidente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, a quem fico a dever a vida. 


DEPOIS DE TANTAS INCERTEZAS, PELAS NOITES NEGRAS E ASSOMBRADAS DAS TEMPESTADES, AINDA TER QUE SUPORTAR TAMANHA INSTABILIDADE EMOCIONAL - Mas vá lá que prevaleceu o bom senso e a humanidade de quem era suposto dar a última ordem de Macias.


Mal me arrastava de fraqueza mas sentia-me como se estivesse a viver as aventuras de um inesperado Robinson Crusoe - E, mesmo ainda hoje, não sei se sentiria vontade de sair dali tão cedo. Porém, quando me apercebi de que havia um carreiro, muito batido, que ali desembocava e que poderia ser sinal de que a praia não era totalmente selvagem (de resto, pouco depois do nascer do sol e antes de a abordar, já ali tinha visto, na pequena língua do negro areal, um homem à cata de ovos de tartaruga) pelo que não tive outro remédio senão seguir aquele mesmo careiro, que me levaria a uma finca  - à sede de uma plantação de cacau.  Tal facto, ia-me custando a vida. Tomado por espião e depois de ter passado a primeira noite nos calabouços de uma esquadra, fui transferido algemado para Punta Fernando, onde ainda hoje se "encontra a famosa prisão de Black Beach também conhecida como prisão de Blay Beach onde foram encarcerados e torturados em numerosas ocasiões líderes políticos proeminentes

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