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quinta-feira, 29 de julho de 2021

Igreja Católica, em S. Tomé e Príncipe, na Penúria – Fundos Quase Esgotados - Pandemia veio agravar a situação financeira - Bispo da Diocese. Dom Manuel António, lança apelo aos paroquianos

JORGE TRABULO MARQUES   - jornalista  




Ouça no vídeo o apelo do Bispo  Dom Manuel dos Santos 

Como é do conhecimento público, embora a igreja católica, seja o culto predominante nas Ilhas Verdes do Equador, naquele que é considerado um dos países africanos mais estáveis e democráticos, tanto os cristãos, quanto muçulmanos, convivem pacificamente; incorporando características de crenças nativas africanas.


A pandemia veio agravar as dificuldades das populações mais carenciadas, em todo o mundo - E o papel da igreja católica, tem sido relevante, por via de doações à disponibilização de estruturas, distribuição de vale-refeição e confeção de máscaras doadas gratuitamente

 

OPORTUNISMO DO SALVE-SE QUEM PUDER  - Campeando nos tempos que correm - Infelizmente, em muitas paragens, sem distinção de credo e de cor 

 

Empreiteiro meteu 18 mil euros ao bolso e não fez a obra ajustada - Ficou de fazer obras na igreja de S. Pedro da Praia do Pantufo, meteu falência - Lamentou-se, o Bispo  Dom Manuel dos Santos, em nota pastoral

Tendo declarado que a igreja apenas dispõe de 80 mil euros, em Lisboa e graças a uma herança que recebemos da Madeira e cerca de vinte mil euros em S. Tomé, frisando que, mesmo este dinheiro que tem recebido está todo hipotecado em projetos


Diz a referida nota, que “o Bispo da Diocese de São Tomé e Príncipe, Dom Manuel António Mendes do Santos, apresentou publicamente a todos os Cristãos e ao público em geral a situação económica da Diocese lida numa nota pastoral, no final da Missa televisa, a partir da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, Zona Pastoral três, apelando à colaboração de todos – Refere a nota veiculada pela Rádio Jubilar e divulgada pela Voz do Vaticano.

TEXTO. VIDEO E IMAGENS POSTADO EM AGOSTO DE 2015 - Na altura havia outro optimismo - Acreditamos que voltem  melhores dias de eperança.


Tal como então, referi, "noutros tempos, a diocese de São Tomé, teve fama e grandeza – Agora, as preocupações, a par da ação religiosa, vão para as ações  sociais da Igreja, “no combate à pobreza e às necessidades e carências crónicas de boa parte da população». - São Tomé e Príncipe (STP), já foi diocese,  abrangendo Angola, Moçambique e toda a bacia do Golfo da Guiné, até 1842, constituída sui iure a 31 de Janeiro de 1533 pelo Papa Clemente VII por desmembramento da Arquidiocese do Funchal - In À conversa com D. Manuel António Mendes dos Santos ...).

Disse-nos, Dom Manuel dos Santos,  que o  papel da Igreja Católica, na educação, em São Tomé,  sempre foi muito importante, recordando  que “os nossos missionários, já antes da independência criaram várias escolas primárias, tanto em S. Tomé como no Príncipe. Criaram a Escola de Artes e Ofícios, que teve um papel importante neste pais, e estiveram também na fundação do Liceu Nacional .

Já comDom Abílio Ribas,  criaram o instituo Diocesano de Formação, com currículo Português, desde o principio apoiado pela cooperação portuguesa- Mas é uma escola, que neste momento tem algumas dificuldades de sustentabilidade e, por isso mesmo, fizemos um protocolo com o Ministério de Educação de Portugal, para que a Escola fosse assumida como escola portuguesa,

Estamos nessa fase de transição, de passar o testemunho para o Ministério da Educação de Portugal. Para além disso, temos outras escolas e vários jardins de infância . Portanto, continuamos a ter um papel importante na educação.

Se me pergunta: então que grande sonho é que teria com a Educação em São Tomé?

Bem. Se eu tivesse dinheiro – mas é preciso, de facto, muito dinheiro -  gostaria de ver neste pais um grande parque escolar, com escola, desde o pré-escolar, escola primária, escola secundária, um ensino técnico profissional  - Eventualmente, até, algum Instituto superior ou assim. E também, sobretudo, uma escola de formação de professores, que era  muito importante que aqui se fizesse. Estão a dar-se  passos nesse sentido – Para mim, de facto,  é algo fundamental. Já  que, se um país quer acreditar no futuro, quer construir o futuro, tem de começar pela educação





DOM MANUEL DOS SANTOS  – ORIUNDO DE UMA  HUMILDE FAMÍLIA BEIRÂ, O  5º  DE 9 FILHOS – “TODOS VIVOS!  - GRAÇAS A DEUS”

D. Manuel António Mendes dos Santos, bispo diocesano de São Tomé e Príncipe, desde 1 de Dezembro de 2006, que faz parte da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé e Príncipe. 

Sacerdote claretiano desde 1985, um olhar atento e uma voz amiga do povo são-tomense, um  “veterano” de África e destas ilhas, que já conhece desde Dezembro de 1993 .  

Natural da Beira Alta, da pequena aldeia de São Joaninho, concelho  de Castro Daire, distrito de Viseu. De origem humilde, o 5º de uma família de nove irmãos, ainda  vivos.

                   “QUEM SOU” – VEJA O VÍDEO OU LEIA – NA PRIMEIRA PESSOA

“Sou da Beira, de facto: de São Joaninho de Castro Daire, distrito de Viseu. Sou o 5º de nove filhos, vivos ainda, graças a Deus.

Aos 11 anos fui para o seminário de Resende, do seminário de Lamego. Saí de lá aos 18 anos para entrar na Congregação dos Missionários Claretianos; ordenado padre, em 1985, na minha terra, por Dom António Xavier Monteiro, que era então o Bispo de Lamego,

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Após a minha ordenação, fiquei a trabalhar nos Carvalhos, durante 9 anos. Em Novembro de 1993, vim para África; estive um mês em Luanda e “aterrei” em 6 de Janeiro de 94 nas terras de São Tomé. Foi então que pela primeira vez pisei o território são-tomense. Impressionou-me, na altura, logo o verde desta Ilha: de facto, era um verde tão intenso, que, um ano e meio depois, quando regressei a Portugal,   vi que não havia comparação possível, com os verdes desta terra..
- Jorge Marques – E os perfumes!...
– Dom Manuel dos Santos - Bem, os perfumes... Eu, como nasci no meio da montanha, no meio do tojo, das urzes, não me impressionaram, porque, lá também há perfumes muito intensos! Eu fui criado, no meio do campo! Sempre trabalhei no meio do campo, mas, sobretudo, o verde desta terra, de facto, impressionou-me muito.
 
Cinco dias depois, acabei por ir para Roma, onde regressei a Portugal, tendo sido escolhido  Vigário Provincial, às comunidades claretianas:

 Nessa qualidade, continuei a visitar constantemente São Tomé, e, em 2007, vim então para aqui, como Bispo de São Tomé e Príncipe.

 IGREJA CATÓLICA CONTINUA A SER A INSTITUIÇÃO DE SOLIDARIEDADE SOCIAL MAIS REPRESENTATIVA 

- Jorge Marques – No meu tempo, não havia aqui tantas igrejas: como é que Igreja Católica, neste momento, consegue superar esta concorrência?

- Dom António dos Santos: “Nós temos que perceber  que a vivência de uma  fé, também se vive dentro de uma  cultura, que os povos vivem. E, a cultura de hoje,  é uma cultura fragmentária, de auto-realização, se pode dizer assim, centrada muito na pessoa. 

Então, muitas vezes, a religião, é a procura de algo que me satisfaça pessoalmente, em que eu muitas vezes me assuma como sacerdote dessa religião. Claro que  depois cada um acaba por escolher a religião que mais lhe parecer adequada à sua verdade. Daí, o surgimento, dessa cultura fragmentária, dessas religiões e de todas essas ceitas.

A  Igreja Católica, no entanto, continua a afirmar as suas convicções: é  uma igreja nascida de Cristo, feita por santos e pecadores! Continua ao serviço deste Povo! Continua a ser a Instituição de Solidariedade Social, ainda maior deste país! Continuamos, portanto, a acreditar no futuro! A trabalhar com esperança! Para que este Povo continue a ter metas de vida, a ter futuro, num amanha de esperança!

Jorge Marques: “ E acha que há motivos para isso?

Eu costumo dizer que sou um otimista realista. Ou seja: é óbvio que vivo um otimismo próprio de quem acredita em Cristo, e quem acredita em Cristo, sempre acredita que Deus é mais forte que o demónio! Que Deus é mais forte de que todas as coisas. 
Agora, também vivo esta minha esperança, na realidade de todos os dias! No confronto das situações em que este país vive, com a cultura, hoje, muito paganizada, em que estamos inseridos. Portanto, sabendo que não é fácil num ambiente destes, nós conseguirmos fazer passar  a nossa mensagem cristã de vida, de serviço, de atenção ao outro e não aos interesses pessoais: não é uma tarefa fácil

Mais: a maior dificuldade, ainda é, nós mesmos, os cristãos, encontrarmos as pessoas, que são capazes de  acreditar, de lutar, de liderar, elas mesmas: - não apenas os sacerdotes mas também os leigos; em se  empenharem na vivência séria de uma fé! De acreditarem que é possível fazer alguma coisa diferente.



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