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sexta-feira, 17 de setembro de 2021

São Tomé - Conceição Lima - UMA VOZ "ALÉM DO FIM DO MUNDO" - A Jornalista e Poetiza das Ilhas Verdes do Equador, foi nomeada Coordenadora do Movimento Poético Mundial para São Tomé e Príncipe. É a primeira vez que STP tem representação no MPM.

Jorge Trabulo Marques - Jornalista 

"Sinto-me muito honrada, felicito efusivamente as novas coordenadoras e coordenadores de outros países e comprometo-me a trabalhar em estreita sintonia com os poetas e as poetisas são-tomenses, condição imprescindível para o êxito das ações do Movimento. Agradeço, desde já, a disponibilidade e a colaboração de todas e de todos. Abraços poéticos e fraternos." - Palavras expressas na sua página do facebook

 

Com o Presidente de Cabo Verde, Jorge Fonseca

"ALÉM DO FIM DO MUNDO" -Diz Guilherme de Souza Bezerra Gonçalves, que "a poesia de Conceição Lima é fortemente marcada pela distopia pós-independência. Em uma realidade social e politicamente fraturada, seu fazer poético não passa sem perceber as situações que a rodeiam. Se, por um lado, seu olhar analisa criticamente essa situação, por outro ele também demonstra um cuidado maior com a poesia e sua construção estrutural: aliando os dois pontos de vista, Conceição cria um novo mundo a partir de velhas e dominantes estruturas de poder"




São Tomé e Príncipe é uma terra onde a poesia está na sua paisagem, no azul do mar que a envolve e no rosto das suas gentes: os verdes multicolores são próprios das ilhas tropicais mas nestas ilhas as suas tonalidades assumem uma magia especial  - O nosso planeta é vasto mas , além de não haver duas terras com as mesmas singularidades, estas ilhas têm  o condão de se situarem no meio do Mundo – Nomeadamente, S. Tomé. A Ilha do Príncipe, fica a 150 Km mais a Norte e é tida como a princesa do Golfo da Guiné. No entanto, quer uma quer outra, para quem as demande, é amor à primeira vista - Não é por acaso que a poesia ali floresce, até das raízes das árvores que mais tempo se agarram ao solo, mesmo quando o mar as deixa nuas e quase  agarradas às rochas.

Raízes (do secular)  Micondó de Conceição Lima espalham-se pelo Brasil

Conceição Lima, que,  nas maravilhosas ilhas do equador é mais conhecida por São de Deus Lima,  creio que em resultado da  admiração, do carinho e da popularidade, que goza no seu país, é o nome mais traduzido da literatura são-tomense, nomeadamente nas línguas alemã, árabe, francesa, italiana,  galega, espanhola, inglesa, servo-croata, turca e shona. 

Autora de três livros de poesia, publicados pela Editorial Caminho, um dos quais, “A Dolorosa Raiz do Micondó’ acaba de ser lançado pelo Ministério da Educação do Brasil com uma tiragem de 32 mil exemplares.

A referida obra poética,  publicada em 2011 no Brasil pela editora Geração Editorial, de São Paulo  e, que, por ocasião da 2ª Bienal da  Feira do Livro de Brasília, que decorreu de 12 a 16 de Abril,   já havia sido selecionada pelo Programa Nacional de Bibliotecas Escolares do Brasil, num conjunto de mais de 400 títulos»,  vê  agora confirmado seu lançamento, e, consequentemente, o reforço da visibilidade dos seus livros no maior país de expressão de língua portuguesa.

Em recentes declarações ao Téla Nón, Conceição Lima disse estar muito feliz pelo reconhecimento da sua obra e pela projeção que isso representa da literatura são-tomense. «Saber que contribuo para elevar o nome e a cultura de São Tomé e Príncipe é muito gratificante e deixa-me realmente muito feliz», 11 Dez 2014 Livro de poesia de Conceição Lima com tiragem de 32 mil exemplares no Brasil

Trata-se, com efeito, de “uma obra poética que tem sido  objeto de vários estudos de Mestrado e de doutoramento em universidades portuguesas e sobretudo brasileiras.” Referência do Téla Nón quando  “A Dolorosa Raiz do Mincondó, começava a dar nas vistas - Já se dizia: "Nesta coletânea de 27 poemas da poetisa são-tomense Conceição Lima, o micondó, árvore considerada sagrada em diversas regiões da África, simboliza origem, casa, morada ancestral. A evocação de tais raízes é dolorosa devido a acontecimentos históricos, como a escravidão e a colonização, que imprimiram profundas feridas e rupturas na identidade nacional, e na própria poetisa, cujos antepassados foram trazidos à força para o arquipélago africano e mais tarde enviados para outras terras como escravos. Íntima, pessoal e sofrida, a poesia de Conceição Lima é também dotada de um lirismo e esteticismo sublimes, presenteados aqui pela primeira vez ao público brasileiro. Embora a dor seja uma constante em seus versos, o sentimento que os perpassa é o da sutil esperança de que a mesma memória que resgata os fatos traumáticos ajude a fazer germinar algo novo dos escombros, como o micondó que, com suas profundas raízes e frondosa copa, fez florescer o alfabeto poético de Conceição Lima. 03/04/2014. Raízes de Micondó de Conceição Lima espalham-se pelo Brasil...3 livros para celebrar o Dia da Consciência Negra

SÃO ASSIM OS POETAS ...

Com Sofia de Melo Breyner
Desde os anos 80  que Maria da Conceição Costa de Deus Lima, descobriu os caminhos da poesia, contudo, e, como geralmente acontece aos maiores poetas, a poesia é como voo de ave: voa ou  voga, simplesmente,  através dos grandes espaços ou  mares da sensibilidade e da imaginação, sem, todavia, ter pouso seguro. Vão-se fixando instantes, na sebenta do dia a dia, sem contudo haver a preocupação de os transformar em livro ou de lograr um porto de arribação – Em suma, vai-se viajando: 
“Os barcos regressam
carregados de cidades e distância

Adormecem os grilos
Uma criança escuta a concavidade de um búzio.
 
Talvez seja o momento de outra viagem
Na proa, decerto, a decisão da viragem”

Conceição Lima nasceu em Santana, na ilha de São Tomé, em 1961. Estudou jornalismo em Portugal. Em São Tomé e Príncipe trabalhou e exerceu cargos de direcção na rádio, televisão e na imprensa escrita. É licenciada em Estudos Afro- Portugueses e Brasileiros pelo King’s College de Londres e mestre em Estudos Africanos, com especialização em Governos e Políticas em África, pela School of Oriental and African Studies (SOAS), de Londres. Foi durante vários anos jornalista e produtora dos Serviços de Língua Portuguesa da BBC. Presentemente é jornalista da TVS, Televisão São-Tomense. Tem poemas dispersos em jornais, revistas e antologias de vários países. Publicou nesta editora O Útero da Casa e A Dolorosa Raiz do Micondó

 


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