Enquadrada nos descobrimentos das ilhas Verdes do Equador, a Casa Internacional de São Tomé e Príncipe (Rua da Assunção, n.º 40), em Lisboa, Portugal, inaugurou, pelas 19 horas de hoje, a exposição fotográfica "Viagem ao Centro da Terra", com a leitura de poemas e a apresentação de um documentário sobre estas maravilhosas ilhas. A mostra foi organizada pela ONG espanhola Bierzosur, e vai estar patente até 17 de Janeiro - Data que é admitida como tendo sido "descoberta" a Ilha do Príncipe, pelos navegadores portugueses, João de Santarém e Pero Escobar, justamente há 543 anos. Depois, de um ano antes, em 21 de Dezembro de 1470, terem desembarcado na Praia de Anambó, em São Tomé
Duas das imagens editadas hoje pelo
Facebook da Casa Internacional de S.Tomé e
Príncipe - Lisbon, Portugal .
Danilo Salvaterra, Presidente da CISTP, teve a amabilidade de me enviar um convite, porém, com muita pena minha, não me foi possível estar presente, dado me encontrar na minha aldeia, em Chãs, concelho de Vila Nova de Foz Côa, onde habitualmente têm sido levado a cabo várias celebrações, junto aos Templos do Sol, relacionados com os Solstícios e Equinócios, eventos esses de que tenho sido o principal dinamizador. https://templosdosol-chas-fozcoa.blogspot.com/2016/06/solsticio-do-verao-celebrado-nos.html
Todavia, não quero deixar de
destacar, neste meu site, a interessante iniciativa de ONG
Cooperación Bierzon Sur, que louvavelmente foi acolhida pela Casa
Internacional de São Tomé e Príncipe, que espero visitar, logo que me for
possível
EXPOSIÇÃO QUE SURGE DEPOIS DE UM
COLÓQUIO DESTINADO A MOSTRAR A ACTIVIDADE MÉDICA DA ONG BIEZO SUR
O arquipélago de São Tomé e Príncipe, tem contado
com o apoio da Ong Cooperación Bierzo Sur, atividade essa que se tem cifrado
por importantes contributos a nível de assistência medica, tal como foi
referido, há um ano, num colóquio apresentado por Carlos Telles de Freitas, Administrador do IMVF, Carmén
Alvarez Villas, Presidente da ONG Bierzo Sur e a participação de diversos voluntários da área
da saúde, educação e da Cruz Vermelha espanhola, que deram o seu testemunho
sobre o trabalho realizado, bem como as condições encontradas no terreno. Tendo
então sido sublinhado, que a referida missão médica executou 884 consultas
médicas e 63 intervenções cirúrgicas de ortopedia e de cirurgia plástica
(queimados) integrando o Saúde para Todos - Programa Integrado, para além de sessões
de formação para os técnicos de saúde locais Cooperacion Bierzo Sur faz balanço da
sua missão em São Tomé
EM DEMANDA DAS ROTAS DOS ANTIGOS NAVEGADORES DAS PIROGAS NAS SUAS MIGRAÇÕES DA MÃE-ÁFRICA PARA AS ILHAS DO PARAÍSO -
NÃO ME CRUZEI COM AS SUAS VELAS MAS IMAGINEI-AS, MUITAS VEZES, NAQUELES MESMOS MARES, TAL COMO TAMBÉM, OS NAVEGADORES QUE ALI PASSARAM, MAIS TARDE, NAS SUAS CARAVELAS
Há que realçar a coragem dos marinheiros lusitanos, que se fizeram ao mar apenas munidos de um mero astrolábio - Não dispunham de sextante, nem de cronómetro ou sequer de almanaque náutico que lhes possibilitasse algum rigor da navegação - Não iam completamente às cegas, porém, embora dispondo de alguma informação, iam à aventura! - Indubitavelmente, foram grandes navegadores aventureiros
Sou
português e não descuro os feitos marítimos dos
meus antepassados. Mas também não quero fazer como a avestruz e meter a
cabeça debaixo da areia. Nem fazer dos compêndios coloniais a bíblia
sagrada.
21 de Dezembro 1970 - autor deste site -Imagem seguinte em abril de 2013.por Jorge Costa Reis No Padrão do Descobrimento - As minhas viagens - São Tomé
Sem deixar de admirar a coragem dos antigos navegadores, busco outras interpretações. Eu próprio me desloquei de canoa, em Dezembro de 1970, desde a Baía Ana de Chaves ao recanto de Anambó Local onde é suposto terem aportado pela primeira vez, João de Santarém e Pero Escobar
Curiosamente, (confrontando as imagens Padrão dos
Descobrimentos - Anambó,***e :Anambó ) vejo que o sítio está
agora mais bem conservado do que estava naquela altura (mas também bem mais diferente de quando ali aportaram aqueles arrojados navegadores) onde
passei uma noite horrível, com as costas sobre lascas e gogos de todos os
tamanhos e feitios (pois ali não existe praia de areia), mesmo quase sobre a
margem onde as ondas vinham bater, embrulhado pelas palmas dos coqueiros mas
constantemente a ser espicaçado e mordido por enormes caranguejos do mar e da
terra, que não me deram um minuto de descanso
Não me deitei no mato, receando as cobras negras. E,
ao alvorecer, perante aquele vetusto e simbólico padrão, rodeado de
palmas, tão belas, sonoras e verdejantes, não me importei de homenagear
os marinheiros de quinhentos, com a bandeira portuguesa. .
HÁ QUE DISTINGUIR A EPOPEIA MARÍTIMA DA COLONIZAÇÃO , QUE SUBJUGOU E TIRANIZOU OS POVOS.
Uma coisa é a verdade histórica (e foi essa que eu
procurei através de várias travessias em pirogas e que ainda hoje
questiono), outra, as
omissões ou a que convinha ao Reino..
.
Todavia, quer os portugueses, nas frágeis caravelas,
quer os primeiros povoadores, nas suas toscas pirogas, foram lobos do mar e
heróis desbravadores à sua maneira.
Também as canoas africanas, à semelhança das grandes
migrações no Pacífico, se fizeram ao mar alto: Fizeram extensas travessias no
Golfo da Guiné, tal como os primitivos navegadores da Polinésia, considerados
os "navegadores supremos da história": que, velejando em
linha, cada uma à distancia da visão da canoa que lhe seguia atrás, até
qualquer delas divisar uma ilha habitável, atravessaram vastas extensões
daquele imenso oceano, colonizaram as mais remotas ilhas, algumas a milhares de
milhas, umas das outras, não dispondo sequer de uma bússola ou de qualquer
outro instrumento náutico
Quase assim procedi: munido de uma simples bússola,
sem bóias, meios de comunicação com exterior, encaixado num frágil esquife, quase desprovido de
tudo.Recuando, tanto
quanto possível, às condições precárias em que foram sulcados os mares pelos
antigos povos que ligaram a costa africana às ilhas do Golfo da Guiné
.
Vangelis - Em Homenagem à grande aventura da
Diáspora da Mãe África e ao seu Povo - e, em particular, àquelas
maravilhosas ilhas equatoriais do Golfo da Guiné, que tão
sacrificadas foram pelo longo domínio colonial - espanhol e português
.
Quantas vezes, oh Deus!... De vigília à longa e
eterna noite, às sombras da mais profunda e sinistra escuridão, enquanto, lá no
alto, algumas estrelas que ora despontavam ora se sumiam por entre as clareiras
que rasgavam o negro céu, pareciam mover-se de oriente para ocidente mais
depressa que as invisíveis correntes que arrastavam a minha canoa, não
sabia para que desconhecido ponto do misterioso horizonte...
Do alto das
velhas muralhas do Fortim de São Jerónimo, onde tantas vezes olhava a espuma que ali ia rebentar nas rochas negras e
contemplava o mar ao largo, sim, muitas vezes ali me envolvi em prolongadas
cogitações. E só via o mar... Só pensava, obsessivamente, nas distâncias e nas
entranhas do mar.!.. Olhava-o com pasmo e respeito, mas queria sentir-me também
parte dele! Ser mais um elemento do mítico e misterioso oceano! Ir por ali a
fora numa das ágeis pirogas.! Desvendar segredos esquecidos no tempo!..
Oh, e quantas vezes ali mesmo, não experimentei as estreitíssimas cascas
de noz, navegando em frente ou embicando na areia da pequena praia ao
lado, naqueles meus habituais treinos, ao Domingo, vindo da Praia Lagarto (ao
fundo da descida a caminho do aeroporto), passando em frente da Baía Ana
Chaves, Fortaleza de São Sebastião, costa da marginal, Praia Pequena e ponta do
Forte de São Jerónimo -e, por vezes, ainda um pouco mais a sul, à Praia do
Pantufo.
São
Jerónimo era geralmente a baliza de chegada e de retorno ... E, também, muitas vezes ao fim da tarde e pela
noite adentro, era o meu local preferido (até por ficar um pouco isolado e
retirado da cidade) para me familiarizar profundamente com o mar.
Lembrava-me
das façanhas dos pescadores são-tomenses,
dos seus
antepassados que demandaram as ilhas, dos barcos negreiros que ali aportaram e
também dos nossos marinheiros (antes desse vil mercado) que por aquelas águas
navegaram; imaginava quantos naufrágios e sofrimentos aqueles mares, já não
teriam causado.
Sabia
dos muitos perigos que me podiam esperar - não os desdenhava! - mas
entregava-me ao oceano de coração aberto, possuído de uma enorme paixão, em
demanda dos grandes espaços e de uma infinita liberdade, tal qual as aves
migradoras! Olhava-o como se fosse já meu familiar e meu amigo. Embora sabendo
que a sua face, quando acometida de irascível crueldade, havia sido palco de
muitas tragédias, havia engolido muitos barcos e tragado muitas vidas. Contudo,
eu não ia ali apenas movido pelo prazer da aventura: só por isso, não sei se
compensaria... Mas orientado por razões mais fortes
Havia algo, no fundo de mim, impelido omo que por um pendor sobrenatural inexplicável que me fazia acreditar que, mesmo que apanhasse alguns sustos, tal como já havia acontecido em anteriores viagens, lá haveria de sobreviver e de me safar!...
Havia algo, no fundo de mim, impelido omo que por um pendor sobrenatural inexplicável que me fazia acreditar que, mesmo que apanhasse alguns sustos, tal como já havia acontecido em anteriores viagens, lá haveria de sobreviver e de me safar!...
O mar também é generoso quando quer ... A sorte protege os audases e acreditava que o mar haveria de compreender os objectivos pelos quais que norteava o meu espírito e a minha temeridade..
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Imagem ao lado - Diálogos com os pescadores são-tomenses
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Imagem ao lado - Diálogos com os pescadores são-tomenses
Quando Luís de Camões escreveu na estância XII do V Canto de "Os Lusíadas"
"Sempre, enfim, para o Austro a aguda proa,
No grandíssimo golfão nos metemos,
Deixando a Serra aspérrima Leoa,
Co Cabo a quem das Palmas nome demos.
O grande rio, onde batendo soa
O mar nas praias notas, que ali temos,
Ficou, coa Ilha ilustre, que tomou
O nome dum que o lado a Deus tocou."
"O contributo dos Portugueses para uma nova visão do Mundo e da Natureza é essencialmente informativo e empírico (baseado nos sentidos). Como escreveu Pedro Nunes: “os descobrimentos de costas, ilhas e terras firmes não se fizeram indo a acertar…” Pois os nossos marinheiros: “…levavam cartas muito particularmente rumadas e não já as que os antigos levavam"
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