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sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

“Não é morte, é só invisibilidade” Nadir Afonso, 93 – pintor; Alberto Alves Pinto Baptista, 89 – coronel - Um fazia as suas geometrias abstratas e o outro deparou-se, por seis vezes, nos labirintos das florestas africanas e do índico



Hoje vou  evocar duas figuras que muito admirava - Com ambos me cruzei na minha vida na qualidade de jornalista. E, depois, até nalguns momentos de agradável convívio. Ambos grandes Homens. Cada um na sua arte e na sua profissão Dignos exemplos de uma grande entrega e amor à vida que abraçaram. Fazendo dela um desafio e uma descoberta - Porém, antes de aqui falar do pintor  Nadir Afonso e do coronel Pinto Batista,  que esta semana nos deixaram, vou começar por lembrar o excerto de um poema de Natália Correia, a grande poeta com quem tive o prazer de conviver no Botequim.


Quando me derem por morta
de lágrimas nem uma pinga:
um trevo de quatro folhas
tenho debaixo da língua.

Está em regra o passaporte.
Venha o Limite da idade.
Não me chorem, não é morte
é só invisibilidade.
O que resta pós morte é memória e  saudade. Mas também isso com o tempo se desvanecerá. 


Claro,  no momento da partida, as lágrimas não são dos mortos. Não se pode pedir aos vivos que não chorem os que lhe são queridos. Sim, a morte, qual ausência  de quem vê partir alguém com a certeza de  que nunca mais retornará, tal como o marinheiro que vai de viagem, levado pelo seu barco e se perde para sempre no fundo das águas – E depois fica essa estranha imagem a pairar na retina de quem assistiu à partida e nunca mais teve notícias. Na verdade, essa é a fatalidade da vida, que faz com que, em a cada ser humano,  seja o destino a calendarizar o seu dia,  que o deverá levar para  eternidade


Mas "a morte não é assim um flagê-lo mas a retificação do que foi já decidido" como diria Vergílio Ferreira "Ela é apenas, com o nascer, o enquadramento de uma vida, que é o intervalo solar de duas noites que a limitam. Mas se só houvesse luz, a luz não existia"(..) Que há de mais importante na vida do que saber que há morte? Filosofar é prepararmo-nos para ela. Disse-o Sócrates. Disse-o Cícero. Disse-o Montaigne. Di-lo tu também que também és gente."


 MORTE EM DEZEMBRO É MAIS CINZENTA E FRIA


Não se sabe se, nos últimos momentos, esse é também o sentimento de quem soçobra à vida. Sobretudo quando o Inverno se antecipa. Mas é, com certeza, de quem cá fica.  Mas não menos pesada será, certamente, ou com duplo contraste,  quando é coberta de neve – Não foi o caso. Nos últimos dias, até houve uns dias frios mas bonitos de Sol – Hoje, dia do funeral de Nadir Afonso
 por acaso, o céu até esteve muito nublado e, pelo fim da tarde, até  molinhou  por Lisboa, vindo a provocar alguns acidentes. No entanto, que luminosas não foram as manhãs, com que o Novembro quis honrar o Verão de São Martinho!  Que viriam a prolongar-se até à primeira semana de Dezembro. Presenteando-nos com uma luz radiosa, sob a arcada de um céu azul claríssimo e transparente!  Pena a frieza noturna, de quase dureza polar

Mas eu não venho aqui, propriamente, para dissertar sobre a morte mas  evocar duas figuras que muito admirava, que faleceram quase na mesma data, nestes últimos dias. O Coronel Alberto Alves Pinto Baptista, 89 anos de idade, 15-01-1924, 09-12-2013,   natural de Lisboa. E Nadir Afonso Rodrigues,  natural de Chaves,11-12-1920, 11.12.2013 aos 93 anos, que completaria no mesmo dia em que o destino o chamou. 

É justamente, ainda em parte, com o olhar preso à  luz transparente desses dias de brilho, de um Outono que se despede, que aqui   recordo duas personalidade de relevo, que  tive o prazer de conhecer pessoalmente.

QUANDO E COMO CONHECI NADIR AFONSO E BAPTISTA PINTO

Nadir Afonso, arquiteto, pintor e pensador, transmontano de gema, foi notícia em toda a imprensa, rádio e televisão – Aliás, justíssima, pois, em boa verdade, a obra do nativo de Chaves, é de dimensão internacional
 (imagem da Net)
O primeiro contacto que tive com o pintor Nadir Afonso,  foi nas tertúlias do Botequim de Natália Correia, no início dos anos 80  - E, posteriormente, também nas suas exposições, e mesmo na rua. Era o homem que assumia por inteiro as suas raízes, até no seu falar, em busca da invenção, da sua invenção artística. Não fazia cerimónias, parava e correspondia a quem o cumprimentasse. Mas notava-se que vivia absorvido na sua obra. Era, sem dúvida, o tema que mais gostava de discorrer - Agora chegou a sua vez de responder à chamada do destino..

A GALERIA DE ARTE DO CASINO ESTORIL - ATRAVÉS DE NUNO LIMA DE CARVALHO, FOI A QUE MAIS DESTACOU OS TRABALHOS DE NADIR AFONSO - DESDE HOMENAGENS A EXPOSIÇÕES  

03/12/2010 HOMENAGEADO PELA GALERIA DE ARTE DO CASINO ESTORIL  A Galeria de Arte do Casino Estoril, a exemplo do que já fez em relação a outros autores, homenageando-os com exposições colectivas, em que participaram muitos outros artistas, propõe-se distinguir, também, Nadir Afonso, por ocasião do seu 90º aniversário, com uma grande e qualificada exposição colectiva HOMENAGEM A NADIR AFONSO - Espacillimité

04 dezembro 2010 O pintor, que hoje completa 90 anos, é o convidado de honra do XXIV Salão de Outono do Casino Estoril. Uma semana depois de, pela terceira vez, ter sido operado à coluna, Nadir Afonso já estava debruçado sobre uma das várias telas que tem começadas. Desenrolada no chão da sala de trabalho, no segundo andar da sua casa, em Cascais, o pintor descobrira algo que precisava de ser retocado. "Eu demoro muito tempo para criar uma obra", diz. "Isto é um namoro para encontrar a forma pura, porque há leis matemáticas", Nadir homenageado aos 90 anos  por MARINA MARQU

EM OUTUBRO E NOVEMBRO PASSADO, A GALERIA DE ARTE DO CASINO ESTORIL VOLTOU A EXPOR ALGUNS DOS SEUS TRABALHOS - NUMA ALTURA EM QUE O ARTISTA JÁ ESTAVA BASTANTE ENFERMO

 Exposição de Artistas dos Países Lusófonos – 26-10-2013 – 26-11-2013 – Mostra de artistas plásticos de pintura, escultura, desenho e fotografia - Entre os quais Nadir Afonso

Outubro 2013 . Nadir Afonso na Galaria de Arte do Casino Estoril - As leis da Estética. A essência da Arte, numa época em que tais conceitos são ignorados e rejeitados

Nadir Afonso – É nome de arquiteto, que foi. E é nome de pintor que é. Sem dúvida, uma referência na Pintura Portuguesa  Contemporânea. Transmontano, natural de Chaves, onde nasceu em 1920. Diplomado em Arquitetura, pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, estudou pintura na École des beaux-Arts de Paris, como bolseiro do Governo francês e colaborou com o aquitecto Le Corbusier (1946-48 e 1951). Durante os três anos seguintes trabalhou no Brasil com o arquitecto Óscar Niemeyer, colaborando na elaboração dos projectos de Brasília e do IV Centenário da cidade de São Paulo. Regresso em 1954 a Paris. Abandona em 1965 a arquitectura para se dedicar totalmente à Pintura, em cujos trabalhos é visível a sua formação de arquitecto. Expõe regularmente na Galeria de Arte do Casino Estoril. É fascinante ouvir um homem destes. Saber o porquê do seu percurso. Conhecer as suas escolhas. Os seus projectos. As leis da Estética. A essência da Arte, numa época em que tais conceitos são ignorados e rejeitados - Nuno Lima de Carvalho – Outubro de 2013 – Artistas dos Países Lusófonos

2013 - O vídeo seguinte é uma entrevista,  a Lili Caneças, muito amiga e admiradora do pintor, que lhe fiz, em Outubro passado,  durante a inauguração da exposição dos Artistas Lusófonos,   Entre os vários trabalhos e autores, também ali foram expostos quadros de Nadir Afonso - Em mais uma  iniciativa de Nuno Lima de Carvalho, diretor da referida galeria que, em Dezembro 2010, o homenageara com uma exposição dos seus trabalhos.


 14 Dez.2013 A obra de arte não está na representação dos objectos._Por volta dos 17 ou 18 anos, pus-me a pensar que tinha de haver mais alguma coisa. E pensei, na minha ingénua idade, que a a alma, o espírito do artista, também era expresso. Mas como fui sempre coca-bichinhos, comecei a magicar que não era a alma, que tinha de haver leis. Depois de muito trabalhar e ‘cocar’, percebi que as leis eram as da geometria: as do quadrado, do círculo, do triângulo” Nadir Afonso, nome cimeiro na arte portuguesa 

NADIR AFONSO -Foi distinguido em 1967 com o Prémio Nacional de Pintura e em 1969 com o Prémio Amadeo de Sousa-Cardoso, e condecorado com o grau de Oficial (1984) e de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada (2010).  Nadir Afonso, mestre da abstracção

ALBERTO ALVES PINTO BAPTISTA - Seis comissões no Ultramar, que o haveriam de distinguir com as mais altas distinções e condecorações. Respeitado e respeitador, ao mesmo tempo afável, frontal. - Pese o facto da condição militar tender a impor a rigidez e sobranceria, não nutria complexos de superioridade, não era o caso.  – Esteve em Goa. Foi Chefe do Estado-maior do C.T.I. de São Tomé Príncipe. Em Angola, comandante operacional de Luanda  e comandante do Leste. Acompanhou o General Spínola, na Guiné.  Além disso, foi  também Diretor da Seleção Militar (pois o gosto da prática desportiva era também outra das facetas da sua personalidade); em Lisboa, foi Comandante do Batalhão da Guarda Fiscal e da PSP. E, por último, Juiz Presidente do Tribunal Militar, até  1992,altura em que passou à reforma.

NÃO FOI ESQUECIDO - MAS OS HERÓIS NEM SEMPRE SÃO RECORDADOS À ALTURA DA SUA DIMENSÃO

Passados os conflitos, quando os exércitos já não precisam do seu sacrifício e sua generosa abnegação, serão, quanto muito, apenas lembrados por aqueles que viveram as mesmas vicissitudes e correram os mesmos riscos. - A menos que possam servir de proza para alguma história de circunstância. 


Todavia,  conquanto apenas tenha tido uma simples notícia na secção de necrologia do Correio da  Manhã, e algumas referências de antigos camaradas e no portal dos veteranos do Ultramar, pelo menos a instituição militar prestou-lhe as honras devidas, com uma salva de armas - Independentemente dos critérios com que a história possa julgar  o período dramático da Guerra do Ultramar - guerra inútil e estúpida, mercê de teimosias míopes, que tantas vidas haveria de ceifar - , não é lícito que se esqueça esse tão pesado como arriscado sacrifício - De um tempo, extremamente penoso aos  povos africanos e a Portugal

Entrevistei-o para a Rádio Comercial, acerca das recordações que guardava da sua permanência nas lindas ilhas do equador que, naturalmente, me descreveu como maravilhosas e de ali ter passado, com a sua esposa e os dois filhos, momentos inesquecíveis. Quer no desempenho das suas funções militares, quer  da impressão que trouxera das populações,  a que se referia como gente muito pacífica e alegre, e,  recordando-me também as  belezas paradísicas da sua paisagem e das suas praias. E aquele mar! O azul daquele mar equatorial! Dizendo-se um apaixonado  pela vastidão imensa oceânica, que ele percorrera por várias vezes, desde o Atlântico ao ìndico,  nos paquetes com os soldados para o Ultramar. E que  ali ali rodeava aquelas paradisíacas  ilhas, até se perder pelos confins do horizonte. Razão pela qual muito o surpreendera a descrição que  lhe fizera  das minhas aventuras marítimas. E que acabaria por ser pretexto para agradáveis momentos de convívio. Até, porque, também ele era um estudioso das navegações marítimas portuguesas - E, nessas minhas viagens, havia também o propósito de ir ao fundo da história. Pelo seu interesse manifestado, num desses encontros, fiz questão de lhe oferecer um livro do Prof. Luís de Albuquerque, autografado pelo autor, gesto que muito apreciou, dada a admiração que nutria  pela obra de tão reputado historiador.

NA VIDA HÁ COINCIDÊNCIAS QUE PARECEM NÃO SURGIR POR ACASO. 



NA VIDA HÁ COINCIDÊNCIAS QUE PARECEM NÃO SURGIR POR ACASO. 

Como tomei conhecimento da sua morte?..Justamente ao fim da tarde do seu funeral para o cemitério dos Olivais. De facto, há coincidências que dão que pensar – Pois não é que, vindo eu a pé da Biblioteca Nacional, ao passar frente à Pastelaria  Vá-Vá, no bairro de Alvalade, ali próxima da sua residência, que ele frequentava regularmente (onde, aliás, me encontrei várias vezes em cordial convívio),  pois do que me havia de lembrar? Surpreendentemente, sou tentado a ir  lá dentro a ver se o via ou a  ter notícias da sua saúde. Perguntando ao empregado por ele, sou então informado que havia falecido, tendo o seu funeral se realizado neste dia. Entretanto, pouco depois, entra no café o Dr. António Alves Baptista, advogado – Ato contínuo, diz-me o mesmo empregado: “Olhe, vem aí o filho!”. Escusado será dizer que aproveitei a circunstância para  o cumprimentar  e me associar ao sentimento de dor da família enlutada. E foi através da sua amabilidade e cortesia que pude aqui publicar algumas das fotografias, recordando uma extraordinária personalidade, amável e um excelente conversador, bom pai de família e um distinto oficial



 A primeira vez que falei com o coronel Pinto Bptista,, foi no Tribunal  Militar de Santa Clara, onde era Juiz Presidente. Tinha ali ido assistir ao julgamento do Manuel Alentejano, figura então mítica do mundo crime, que entretanto havia entrevistado para a Rádio Comercial e Tal e Qual,  no Estabelecimento Prisional de Lisboa – Curiosamente, antes da sessão do Julgamento, dirigi-me à secretaria do Tribunal, apresentando-me como jornalista, solicitando a  necessária autorização, tendo sido recebido   por Pinto Baptista. O qual não só me concedeu essa premissa, como, depois,  me iria chamar a depor  na qualidade de testemunha abonatória.  



Não tendo ali quem pudesse defender o recluso, e sabendo da publicação de um livro de minha autoria (baseado numa entrevista e excertos do seu diário de prisão), surpreendentemente, após iniciada a sessão, perguntou-se se me não importava de declarar o que pensava do seu comportamento, uma vez que também o conhecia e vesitara, por  várias vezes na prisão. Dei-lhe o meu apoio e não estou arrreependio dessa  ajuda. Há muitos engravatados, que se passeiam cá fora e bem piores. Estava ali para ser julgado, devido  a uma sublevação de soldados e de presos de delito comum, creio que no Hospital Prisão de Caxias,  que ocorreu no período atribulado pós 25 de Abril. Houve por lá uma certa confusão, ao ponto de incendiarem as camaratas e levarem o sargento-dia para um telhado - O Manuel, juntando-se aos amotinados, acabaria por liderar esse rocambolesco episódio. Era essa sua participação que o  haveria de conduzir   ali à barra daquele Tribunal  - A pena aplicada (cujos pormenores me não ocorrem) seria revertida em cúmulo jurídico, uma vez estar a cumprir 25 anos.

Aquele gesto e  preocupação, da parte do um Juiz em querer ouvir o meu testemunho e não  limitar-se a uma mera formalidade judiciária. pareceu-me, pois,  muito compreensível e profundamente humano. Mais tarde, tendo-me cruzado, com o Sr. Coronel Pinto Baptista, numa das carruagens do Metro (que ele utilizava, como qualquer cidadão, pois não era de vaidosas ostentações), ao cumprimenta-lo, perguntou-me  se sabia qual era a situação do Manuel Dias, e foi então, nesse breve diálogo,  que soube da comissão militar que tinha cumprido em S. Tomé, nos princípios do anos 60, como Chefe do Estado-Maior do CTISTP.

Quase idêntica surpresa, em Tribunal, tive-a, mais tarde, num julgamento na Boa Hora - Quem ali ia ser julgado era o Manuel e o grupo dos seus amigos. Estava uma equipa da RTP para registar a sentença. Porém, quando o operador da câmara se aproxima do Manuel,  a mesma é atirada ao chão, num autêntico pontapé de artes marciais. Lá tiveram que ir embora, com a câmara partida, até porque a equipa fora avisada de que não seria permitida a recolha de imagens durante a audiência. Porém, outra supressa ainda estava por acontecer. Afinal, a sentença era adiada para mais tarde e, um dos elementos do grupo, natural do Porto, poderia ser libertado nesse dia, se garantisse que ia comparecer à última audiência, dado já ter faltado numa das anteriores. Respondeu que não tinha dinheiro - "Então prefere ficar preso? -pergunta o juiz-presidente" Nisto, encontrando-me um pouco atrás, e perante a estupefação dos guardas prisionais, que esperavam que o gesto fosse proibido pelo juiz, passo mil escudos ao Manuel, o qual, por sua vez, os entrega ao seu companheiro - Após alguns instantes de silêncio, responde: "Sim! Senhor Dr. Juiz! Garanto que posso vir  do Porto a Lisboa" - No final, é o próprio juiz que me vem agradecer, dizendo-me que o Tribunal devia ter uma espécie de saco azul para resolver questões desta natureza, que por vezes acontecem.  De facto, se importante é saber aplicar a justiça, as suas leis, não menos é o conhecimento de quem se julga.


HÁ EPISÓDIOS QUE MARCAM PERCURSOS E VIDAS


Desde então, desde aquele curioso episódio no Tribunal Militar de Santa Clara, pude encontrar-me, por várias vezes, com o Coronel Pinto Baptista  no Café Vá-Vá, ali junto de sua casa, que ele frequentava regularmente, tanto mais que a minha residência não fica muito longe. Situado na Av. EUA, já famoso  nos anos 60, por ser conhecido por o "ninho dos lacraus", onde se reuniam vários realizadores de cinema e também alguns artistas da canção.


Jorge Trabulo Marques - jornalista profissional




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