S. Tomé – Praia Jálé - Largada de tartarugas recém-nascidas – Poucas sobrevivem à longa jornada
Filhotes de tartarugas lançados dos ninhos ao mar numa das praias mais belas e paradisíacas da Terra – Segundo os especialistas, apenas, uma em mil, poderá sobrevier e voltar à praia onde foram largadas, tais são as ameaças que pendem desde o momento em que são retiradas dos ninhos donde saíram da casca dos ovos, num dos espaços reservados à nidificação e avançam pela areia a fora até se deixarem envolver pela brancura das ondas e pelo azul imenso do oceano, seu meio natural
A operação, a que podemos assistir, em Fevereiro de 2016, é organizada pelo Programa Tatô de Proteção das Tartarugas Marinhas de São Tomé e Príncipe, uma iniciativa da ONG MARAPA (Mar Ambiente e Pesca Artesanal). Consiste na monitorização da desova das fêmeas nas praias da ilha de São Tomé entre Setembro e Abril, no seguimento da incubação dos ninhos e sensibilização do público à conservação destas espécies ameaçadas. Em 2012, a MARAPA e Praia Inhame Ecolodge associaram os seus esforços para permitir a implementação do Programa Tatô nas praias de Cabana e Inhame em Porto Alegre, no distrito de Caué.
As tartarugas marinhas nasceram para ficar. Com uma armadura única, nadam nos oceanos desde o tempo dos dinossauros. Durante séculos foram procuradas pelos seus ovos, carne, gordura, pele e carapaça, o que levou ao declínio de várias populações. Atualmente, com o rápido crescimento da população humana, surgiram novas ameaças que põem em perigo a sua sobrevivência. A poluição, a pesca acessória, o desenvolvimento costeiro, as alterações climáticas e o comércio ilegal colocam as tartarugas marinhas entre as espécies mais ameaçadas do planeta sendo urgente sensibilizar para a sua conservação. Segundo o Programa Tatô, são 4 as espécies de tartarugas que nidificam na ilha de São Tomé, nomeadamente a tartaruga verde (Chelonia Mydas), vulgarmente conhecida em São Tomé e Príncipe por Mão Branca. Segue-se a tartaruga Oliva (Lepidochelys Olivacea), com nome vulgar em São Tomé de Tatô. A tartaruga de Pente (Eretmochelys Imbricata), vulgarmente conhecida por Sada, e por fim a tartaruga de Couro (Demochelys Coriacea), em São Tomé chamada de Ambulância. Os colabores do Programa Tatô operam dia e noite em 31 praias da ilha de São Tomé monitorizando o processo de nidificação e desova das tartarugas. Boa parte das fêmeas que desovam nas praias é marcada para permitir o acompanhamento das mesmas.
A tartaruga (capaz de atravessar oceanos na busca de alimentos e para nidificar) pode chegar a desovar mais de uma centena de ovos mas apenas pouco mais de 1% chega à fase de adulta, que pode atingir os 180 anos, se não for capturada – Mas, de um modo geral isso não acontece porque a sua existência, corre sérios risco de extinção.
Os seus principais inimigos (além dos agentes poluidores e das redes de pesca, em que ficam presas ou das aves e dos peixes que matam e engolem os pequenos filhotes quando abandonam os ninhos), tem sido a captura indiscriminada em todas as regiões do globo, desde os ovos à carne, ementa preferida nos pratos asiáticos, mas não só nesses países:
Foi esta a imagem com que me deparei, em Outubro passado, para minha surpresa e desencanto, ao ser abordado por uma vendedeira, numa das ruas da cidade, mesmo já depois de lei, que prevê a sua proteção, ter sido discutida e aprovada. No entanto, só agora, em Janeiro, é que entrou em vigor.
É, digamos, um ponto obrigatório para os amantes da natureza, e sobretudo da vida das tartarugas. O seu entusiamo, data de há mais de vinte anos. Diz-nos que “tudo começou em 1996, com biólogos americanos – E, desde então, fez da sua vida, uma verdadeira cruzada, totalmente entregue à salvaguarda de “um dos répteis mais antigos que ainda habitam a Terra – estima-se que elas começaram a existir cerca de 220 milhões de anos atrás. Habitantes da terra ou do mar, as tartarugas possuem um escudo ósseo, que evoluiu para protegê-las contra predadores.
Hipólito Lima é uma figura muito estimada e respeitada, junto das gentes do mar, e também das mais conhecedoras da realidade das tartarugas, em S. Tomé, só que, pelos vistos, não tem sido fácil, na a sua missão, demover hábitos arreigados. Pois, além de liderar a equipa de guardas de proteção e monitorização das praias, também gere o centro de atendimento aos visitantes, que dispõe de um pequeno eco-museu e de um cercado de incubação.
Massive female Leatherback; unknown photographer, East coast of Sao Tome, 1998, courtesy of Liv Larsson Gulf of Guinea Expeditions | California Academy of Sciences
No mês de Outubro último 44 tartarugas foram abatidas nas praias da ilha de São Tomé. A ONG MARAPA, está a contabilizar a morte das tartarugas dia a dia, na ilha de São Tomé, onde as autoridades governativas não conseguem evitar a previsível tragédia. Desde Agosto último quando a ONG decidiu publicar mensalmente dados sobre a matança abusiva das tartarugas, já foram contabilizados 74 abates. No cartaz mensal em que suplica por socorro às tartarugas marinhas, a MARAPA diz que as tartarugas estão ameaçadas na ilha de Sã Tomé. Suplica por ajuda, para evitar uma tragédia a curto prazo.Téla Nón >> Matança de tartarugas não pára de aumenta
Nenhum comentário :
Postar um comentário