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sábado, 18 de abril de 2020

Governo de S. Tome e Principe quer “plantar para termos que comer” e antecipar-se â 2ª crise do Covid19 , que deverá ser a dos alimentos importados do exterior – Mas se fosse cuidado o que já floresce nas ilhas ou foi herdado do período colonial, era o bastante para abastecer o consumo interno e para exportar – Veja-se o estado de abandono das roças e as condições em que as pessoas ali vivem

Jorge Trabulo Marques - jornalista


Bom Jesus pretende “que haja fome zero no nosso país. Temos que mobilizar, todos os são-tomenses, todos os autores sem excepção regressem a terra. "O combate contra os efeitos da Covid-.19, implica o aumento da produção alimentar. É a ideia que o Primeiro ministro Jorge Bom Jesus, quer disseminar no seio de toda a sociedade são-tomense. " Diz o Téla Nón - A ideia é boa mas, tal como outras ideias, deseja-se que não fiquei apenas no projecto inicial das ideias


Os recursos económicos destas ilhas são muitos. Desde a fertilidade do seu solo às riquezas marítimas envolventes   O turismo tem sido o sector onde tem havido melhores resultados, mas o horizonte antevê-se sombrio nos dias  que correm, pese o facto  das ilhas terem sido, até ao momento, poupadas dos dramas  que o coronavirus-19, está a provocar no resto do mundo.

Não é possível haver desenvolvimento em explorações de roças onde o trabalhador aufere  miseráveis salários. Por isso, mais que as palavras ou das boas intenções, há necessidade de se passar  aos atos. E estes passam por uma mais justa e equilibrada forma de distribuir a riqueza – ou de, pelo menos – não a tornar tão gritantemente desigual.   





EUGÉNIO, FILHO DE UM ANTIGO COLONO E DE UMA TONGA  - Aufere um salário mensal de fome, 30 euros mensais  e com uma família de vários filhos a sustentar - NAS  ROÇAS DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE, PRODUZ-SE  TUDO O QUE EUROPA PRODUZ  E NÃO PRODUZ –  Mas a vida é de sobrevivência , onde não faltam frutos mas o escoamento  do pouco que se produz  é quase vendido ao preço da chuva e  mal assegurado – Depois da independência nacionalizaram-se as roças, mais tarde, umas foram privatizadas, outras divididas por glebas  e oferecidas aos antigos contratados  que resistiram ficar  -

E, de facto,  têm sido eles que, ainda  vão conseguindo dar alguma vida às antigas  propriedades  agrícolas - muitas das quais com as suas instalações em ruínas, desfiguradas e  que foram o principal esteio da economia colonial  - Auferindo salários miseráveis naquelas (poucas)   que são geridas por algumas empresas  ou, tão somente,  vivendo das suas hortas, que cultivam   e da banana, jaca, fruta-pão, izaquente e de outros frutos que a generosidade da terra oferece.
Este testemunho - entre outros que tenho no meu arquivo - foi por mim registado  em finais de 2014, 39 anos depois de ter deixado S. Tomé numa canoa, ilha onde vivi 12 anos  - Porém, pelo que constatei em viagens posteriores, a situação pareceu-me não ter conhecido avanços significativos
























"Bamu Ximiá” é uma das armas de luta contra os efeitos da Covid-19 - Título de um artigo  publicado hoje no Téla Nón  -Vamos Plantar”.- 



 "O combate contra os efeitos da Covid-.19, implica o aumento da produção alimentar. É a ideia que o Primeiro ministro Jorge Bom Jesus, quer disseminar no seio de toda a sociedade são-tomense.

Esta quarta – feira, Jorge Bom jesus, arregaçou as mangas, e deu o ponta pé de saída no lançamento do programa “Bamu Ximiá”. Um termo no crioulo fôrro que significa, ” Vamos Plantar”.- 
Com mascaras de protecção contra Covid-19, e enxada nas mãos, o Primeiro Ministro, plantou estacas de mandioca, num processo que envolve milhares de estacas de batata doce e de outros tubérculos. Centenas de quilos de milho para sementeira, também reforçam o stock do ministério da agricultura no âmbito da campanha Bamu Ximiá.
Um cenário de protecção da vida e de luta pela sobrevivência que o primeiro-ministro decidiu personalizar, como exemplo a seguir por cada cidadão santomense.
«Esta doença alterou as nossas vidas, subverteu as nossas prioridades, colocando-se no primeiro lugar….», afirmou o Primeiro Ministro.

Bamu Ximiá pá non bê kua Kumé”. “Vamos plantar para termos o que comer”. É o lema da campanha que pretende contrariar a ameaça que a Covid-19, representa para a segurança alimentar no mundo.
«Queremos garantir a soberania alimentar, queremos que haja fome zero no nosso país. Temos que mobilizar, todos os são-tomenses, todos os autores sem excepção regressem a terra…… Que coloquem as mãos na terra. Esta terra abençoada tem potencialidade para alimentar todos os seus filhos», pontuou Jorge Bom Jesus.

O Chefe do Governo recordou também que São Tomé e Príncipe depende muito da importação para satisfazer as suas necessidades internas. A Covid-19 já começou a provocar redução no fluxo da importação de bens alimentares e de serviços para São Tomé e Príncipe.
«Nos próximos tempos não sabemos o que nos espera. Durante longos anos fomos sendo alimentados na expectativa de barcos que chegam…., hoje tudo isso é uma incógnita...» concluiu.
Bamu Ximiá – Vamos Plantar, é uma campanha que vai ser desenvolvida em todo o país, para sensibilizar e orientar cada cidadão são-tomense, a tirar o melhor proveito da terra fértil que tem a sua disposição.Abel Veiga

INTERESSANTE ESTA ANÁLISE

(...) "Se o petróleo representa uma esperança legitima de desenvolvimento para os microestados insulares, as estratégias clássicas de desenvolvimento utilizadas em outros países comparáveis não foram colocadas em ação em São Tomé e Príncipe afim de libertar esse país de sua depressão económica cronica. Estas estratégias são nomeadamente união económica e monetária, união aduaneira, união diplomática. A união económica, monetária e aduaneira, é a formula que foi adotada pelos países CEMAC (Comunidade Económica e Monetária da África Central) da qual São Tomé e Príncipe não é membro. A Guiné Equatorial aproveitou melhor esta oportunidade quando ela adotou o Franco CFA (A moeda dos países da CEMAC) embora jamais tenha sido parte do antigo império colonial francês que havia implantado essa moeda, de paridade fixa com o euro desde 1999. Pode São Tomé e Príncipe, com aproximadamente 190 000 habitantes, se permitir dispor de uma moeda nacional, a dobra, corroída por uma inflação recorrente e sem taxa de câmbio sólida (1 € = 25.000 Db) ? A união diplomática consiste em confiar as funções de representação diplomática e consulares nos países estrangeiros a um Estado vizinho maior e melhor equipado no quesito. Foi a escolha feita por Liechtenstein com a Suíça desde 1922. Pode um país tão pequeno e tão pobre quanto São Tomé e Príncipe administrar eficazmente uma rede diplomática e consular em algumas capitais estrangeiras tendo em vista os custos proibitivos de gestão?Excerto de São Tomé e Principe, as ilhas do - Confins

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