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domingo, 26 de abril de 2020

Lisboa, nos versos de Pessoa - E os fadistas nas esquinas, as pombinhas da Praça da Figueira, perseguidas, têm levado sumiço

Jorge Trabulo Marques - Jornalista


Lisboa, nos versos de Pessoa  - E os fadistas nas esquinas, as pombinhas da Praça da Figueira, perseguidas, têm levado sumiço, mas ainda cantada pelos versos de Pessoa

"A Praça
A praça da Figueira de manhã,
Quando o dia é de sol (como acontece
Sempre em Lisboa), nunca em mim esquece,
Embora seja uma memória vã.

Há tanta coisa mais interessante
Que aquele lugar lógico e plebeu,
Mas amo aquilo, mesmo aqui ... Sei eu
Por que o amo? Não importa. Adiante ...

Isto de sensações só vale a pena
Se a gente se não põe a olhar para elas.
Nenhuma delas em mim serena...

De resto, nada em mim é certo e está
De acordo comigo próprio. As horas belas
São as dos outros ou as que não há.

Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa




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