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sexta-feira, 9 de outubro de 2020

S. Tomé e a vida nas Roças de agora e o meu tempo – Do tempo colonial -

Jorge Trabulo Marques - Jornalista 

O DIFÍCIL CALVÁRIO DA VIDA

Na vida, cada um leva à sua cruz: mas há cruzes na vida, que são um autêntico calvário. Que o diga a mulher de origem cabo-verdiana, que, além de ter de levar com o filho às costas, ainda tem de suportar o peso de duas grandes toras â cabeça

Esta fotografia, foi registada no mesmo dia e  quase ao lado, quando me postei junto a um velho cacaueiro, lembrando-me dos tempos em que por ali andava de machim na mão, subindo e descendo grotas mais íngremes de que as encostas ou ladeia da minha aldeia - Ouço o testemunho neste vídeo - De um antigo trabalhador na Roça Uba-Budo

 

 

 

A DIFÍCIL VIDA NAS ROÇAS – DO MEU  TEMPO E AINDA DE AGORA  -Para a maioria dos que ainda nelas resistem - sobretudo, de origem cabo-verdiana, com o coração ruído de saudades  das suas queridas ilhas, a situação, em que se encontram, atualmente, não é boa, mas  verdade é que, para quem ali trabalhou, como eu,  esses enormes feudos coloniais, trazem também lembranças de febres palustres e  rosários de humilhações, de muitos sacrifícios e  adversidades 

 
Trabalhei nesses feudos e conheci bem a dureza da vida, nessas grandes propriedades, quer para os chamados serviçais, quer para os nativos que ali iam fazer os mesmos trabalhos, mas também para os empregados de mato, que eram igualmente escravizados, mal pagos e que apenas tinham direito à chamada graciosa, de quatro em quatro anos  

No meu tempo, a vida por lá também era bem dura e penosa, tanto para os empregados de mato, tal o meu caso, como para os escravizados trabalhadores .Quer  chovesse ou fizesse sol, o trabalho não se suspendia e tinha de começar muitos antes dos seus raios raiarem por entre a floresta ou lá no horizonte do fundo do mar.  

 



 

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