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domingo, 26 de dezembro de 2021

NATAL – Pela Voz de JOÃO VILLARET -1913-1961 - Resgisto oferecido pelo autor do poema, Monsenhor Moreira das Neves

 JORGE TRABULO MARQUES - JORNALISTA




Gravação que me foi oferecida pelo autor do poema – Meu saudoso amigo, Monsenhor Moreira das Neves – Nos arquivos da RTP, também existe uma gravação - Mas esta não teve essa origem - Poema dedicado ao nascimento de Jesus Cristo, declamado na Noite de Natal de 1947, aos microfones da Emissora Nacional, no programa "A Poesia Eterna de Natal" -

Na mesma cassete, que ainda consta nas memórias do meu vasto espólito gravado de Repórter da RDP-Rádio Comercial, figura também o registo declamado do belo poema "A Sua Mãe Naquele fim de tarde dolorida", igualmente de autoria de Moreira da Neves - Mas deste não há outro registo senão o que também me confiou, que já editei neste blogue e no Youtube . Pois o poema Menino de Sua Mãe, de Fernando Pessoa, é outro. https://www.youtube.com/watch?v=h7yQu6-DhSA

De recordar que a mesma cassete, havia sido oferecida pelo pianista Carlos Villaret, a Moreira das Neves, visto ambos serem muito amigos -

Carlos Villaret, irmão de João Villaret, tocava magnificamente, pelo que, o seu talento, era muito admirado e solicitado – Além de lhe servir de apoio musical, acompanhando-o nas calorosas declamações, sim, quer nos espetáculos do teatro, quer depois quando surgiu a televisão, nos anos 50, quando passou assinar um programa semanal com o seu nome., tinha lugar cativo no salão do Hotel Avenida Palace, na época o melhor hotel da cidade , onde dava largas à sua criatividade e ao fulgor das suas extraordinárias capacidades artísticas, com um reportório diversificado, quer no domínio das improvisações, quer nos temas clássicos mais em vogas, nacionais ou estrangeiros. - Um extraordinário pianista, que infundia simpatia e simplicidade e de quem hoje não se fala, optando-se por lembrar apenas o maestro António Melo -

Também me deu a honra e o prazer de me receber em sua casa, a mesma, que chegara a ser compartilhar com João Villaret, num antigo prédio da baixa pombalina, para os lados da praça da Ribeira.

Ator, declamador e encenador de excecional talento– Nele a gordura não era mera espessura mas notável empatia, génio, sedução e formosura. Sem dúvida, uma das mais carismáticas figuras portuguesas do cinema e do teatro declamado, em comédias, revistas e nos filmes em que participava, mas, inigualável, especialmente, na arte de dizer poesia Com récitas, tanto em Portugal, como nas ex-colónias, Espanha, Brasil e Argentina

A memória de João Vilaret, ficou associada ao Teatro Villaret e na toponímia de escolas e a ruas – O auge da sua fama, surgiu com o aparecimento da televisão, nos anos 50, em Portugal, onde o ator passou a assinar um programa semanal com o seu nome, que lhe granjeou um vasto e fiel auditório, através do qual contribuiu para incentivar e popularizar o gosto pela poesia e ao mesmo tempo dar a conhecer e muitos dos nossos poetas, que,por via do analfabetismo, então reinante, escapavam ao conhecimento geral, tal como, Fernando Pessoa e Miguel Torga, que na altura apenas eram conhecidos nos grupos literários, e de lhes dar projeção ao lado de Camões, José Régio, António Botto, Augusto Gil, entre outros.

De seu nome completo João Henrique Pereira Villaret nasceu a 10 de maio de 1913, em Lisboa, faleceu, ao 48 anos, no dia 21 de Janeiro de 1961 - . "Depois de ter terminado o Liceu, dedicou-se ao teatro, tendo estado ligado à revitalização do teatro nacional. Gradualmente, ganhou fama de declamador pelo que causou algum escândalo quando decidiu, em 1941, enveredar pelo teatro de revista, provando em êxitos sucessivos que era possível conciliar o género dramático e o de revista

Monsenhor Moreira das Neves, que me deu a honra de me receber na sua residência de me conceder várias entrevistas, cujos registos ainda guardo meu arquivo de repórter da RDP-Rádio Comercial, de seu nome completo, Francisco Moreira das Neves, natural de Gandra (Paredes), 18 de novembro de 1906, falecido em - 31 de março de 1992), - Sacerdote, escritor, jornalista e poeta português.

Foi subdiretor do jornal Novidades até 1974 (colaborador do jornal desde 1934.[5]), um dos diretores da editora União Gráfica[6], cofundador da Rádio Renascença (Emissora Católica Portuguesa), havendo colaborado também na RTP.

Considerado um excelente crítico da literatura portuguesa do século XIX .”Quer como conferencista ou jornalista era sempre um padre a actuar” – avançou o director deste órgão de Comunicação Social. A sua obra poética transmitia a “sua personalidade e a seu carácter de homem religioso” Ficou célebre por um estudo das ideias de Guerra Junqueiro.

Foi um dos principais colaboradores do Cardeal Cerejeira, de quem foi biógrafo

Entre as suas realizações encontra-se o grande impulso que deu às comemorações do Duplo Centenário da Independência de Portugal, em 1940 que teve o propósito de evocar a data da Fundação do Estado Português (1140) e da Restauração da Independência (1640) , após ter escrito no final de 1939 o seu artigo «Uma Cruz basta para dizer, na História, quem é Portugal»[ campanha essa que originou grande quantidade de cruzeiros e outros pequenos monumentos existentes em todo o país sob essa égide patriótica, em particular na sua terra natal Gandra, onde foram construídos dois cruzeiros.

 

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