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sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

S. Tomé e Príncipe - NATAL NA ILHA À LUZ DA VELA OU DA LAMPARINA - Na grande maioria dos lares, a iluminação ainda é artesanal - O Governo promete prosseguir com a eletrificação em todo o país


JORGE TRABULO MARQUES - JORNALISTA



NATAL À LUZ DA VELA  - Na esmagadora maioria dos lares, a iluminação ainda é artesanal  - O Governo promete prosseguir com a eletrificação em todo o país   

É noticia de que, o Primeiro-ministro são-tomense, Jorge Bom Jesus, anunciou, em São Tom, que vai prosseguir com a política de distribuição de energia elétrica para localidades mais recônditas do país.https://www.stp-press.st/2021/12/23/governo-vai-prosseguir-com-a-eletrificacao-de-todo-o-pais/

A MINHA SAUDAÇÃO -  Ao Povo pacífico e generoso de São Tomé e Príncipe -  Ao seu Presidente, Carlos Vila Nova  e ao Primeiro-Ministro, Jorge Bom jesus, aos   antigos chefes de Estado e  Governantes, bem como aos poetas, jornalistas e homens de letras, ao "Povo Piqueno" a todos, sem exceção. aos muitos amigos que ali deixei, os meus votos de progresso, bem-estar, tranquilidade e muitas alegrias e momento felizes

Natal em São Tomé  - O “Passo” – Com Poema de Alda Graça do Espírito Santo  -  Sim, recordando o tradicional presépio  que as crianças constroem junto às suas humildes cubatas e ao longo dos caminhos e estradas  - Tecidos com esmero e carinho, pelos dedos das crianças,  com pauzinhos cortados de andalas (das folhas de palmeiras) e vergas de canas de bambu, enfeitados com algumas flores da floresta,  imitando pequenas ermidas ou a igreja da Sé,  alumiados por tochas de óleo de palma em pedaços de mamão, iluminando  a Noite de Natal  - Que se prolongavam durante a quadra natalícia

Sim, os tais presépios genuínos do Povo que eu conheci nos anos 60 e 70 e cantados por Alda da Graça Espírito Santo, - Naquele seu lindo poema, "Natal na Ilha", a par   da celebração do dia “dá chinja” da  festa da família na Quarta-feira de cinzas. Os costumes, como em qualquer lado, vão-se alterando e ajustando aos novos tempos.  



NATAL NA ILHA

Ao cair da tarde, pelas estradas da Ilha
Cabaninhas de andala
Tecidas por dedinhos de garotos,
É a nota tocante do Natal.
Uma tocha de mamão
É o luzeiro no caminho
Alumiar o “passo”.

Mas o exotismo dos trópicos
Descendo pelo calendário dos festejos
Faz do “Dá chinja” a festa da família.
Quarta-feira de cinzas
É cara ao coração da nossa gente,
Onde se sente a ausência dos finados.
Na hora do “angu”,
Do clássico calulú de Peixe
Todos se juntam,
Nas roças, nas grutas, nos ermos mais perdidos,
Em redor da mãe velhinha,
Da avó da carapinha branqueada
Na tradição festiva do “Bocado”.
P’las mãos dessa velhinha solene
todos, todos, recebem p’la mesma colher
Numa união feliz e africana
A primeira colherada
Do menú familiar.
E só então, a refeição começa.
A toda a hora pelo dia  fora.
Vem chegando gente
Pró sagrado “Bocado”
Do avô extinto do ano que passou
E da filha arrancada à vida
em plena mocidade.

Cinzas…. Natal…
Exotismo dos trópicos?
- Uma pergunta e uma resposta que pairam nos ares

Alda Graça do Espírito Santo



Alda Espírito Santo, poeta, professora e jornalista, também conhecida por Alda Graça, nasceu em 30 de abril de 1926, na cidade de São Tomé, capital do Arquipélago de São Tomé e Príncipe. Alda Neves da Graça do Espírito Santo, filha de uma professora primária e de um funcionário dos Correios, ainda nova faz seus primeiros estudos em São Tomé, Em meados de 1940, muda-se com a família para o norte de Portugal, anos depois a família muda-se para Lisboa onde Alda inicia seus estudos universitários. 1950: No início dessa década, morando em Lisboa com a família, Alda Espírito Santo faz contato com alguns dos importantes escritores e intelectuais que viriam a ser os futuros dirigentes dos movimentos de independência das colônias portuguesas de África, como Amílcar Cabral, Mário Pinto de Andrade, Agostinho Neto, Francisco José Tenreiro, entre outros. A casa de sua família, no número 37 da Rua Actor Vale, funciona como local de encontros do CEA (Centro de Estudos Africanos). Os encontros regulares na casa de Alda promoviam palestras sobre temas diversos como Linguística, História e também sobre a consciência cultural e política acerca do colonialismo, do assimilacionismo e da defesa do colonizado. Na mesma época, Alda Espírito Santo frequenta a CEI (Casa dos Estudantes do Império). Algum tempo depois, abandona o curso universitário por razões políticas e também financeiras. 1953: Em janeiro, regressa a São Tomé e Príncipe, onde atua como professora e jornalista. Nesse mesmo ano, escreve o poema “Trindade” que denuncia o massacre ocorrido em 5 de fevereiro em Trindade (São Tomé e Príncipe). 1975: Após a independência de São Tomé e Príncipe, ocorrida em 12 de junho, Alda Espírito Santo ocupa vários cargos sucessivos no governo da jovem nação, entre os quais os de Ministra da Educação e Cultura, Ministra da Informação e Cultura, Presidente da Assembleia Nacional e Secretária Geral da União Nacional de Escritores e Artistas de São Tomé e Príncipe. Nesse ano, em novembro, compõe a letra do Hino Nacional de São Tomé e Príncipe, intitulado “Independência Total”. 1976: Publica um livro de poemas intitulado O jogral das Ilhas. 1978: Publica o livro  de poemas É nosso o solo sagrado da terra, que reúne uma coletânea dos poemas produzidos por Alda entre os anos de 1950- 1970. 2010: Em 9 de março em Luanda (Angola), falece a poetisa Alda Espírito Santo por complicações na saúde. O governo santomense decreta luto oficial de 5 dias. Vidas Lusófonas - Alda Espirito Santo


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