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domingo, 26 de junho de 2022

Celebração ao Solstício do Verão, Chãs. Foz Côa – Com tempo nublado mas com momentos de muita alegria e espiritualidade

 



Video registado num dos anos anteriores

Solstício de Verão, no Hemisfério Norte, que este ano ocorreu no dia 21 às 10 14, assinala  o  início da estação mais quente do ano, pelo que, geralmente, o dia é motivo  de  celebração. E o exemplo, mais mediático, é o que ocorre ao  nascer do sol, nas históricas ruínas de Stonehenge, em Wiltshire, no Reino Unido, onde se renuem milhares de pessoas.

Solstício de Verão, o dia mais longo do ano para o Hemisfério Norte, e  que marcará o início da estação estival,  ocorreu  às 10 h 14, dia 21 de junho, em Portugal – Entrou molhado em muitos pontos do nosso país

VIDEO DAS VÁRIAS SESSÕES EVOCATIVAS 

São conhecidos por alinhamentos sagrados, ou calendários pré-históricos – Em Portugal, nos arredores da aldeia de Chãs,  concelho de V. N de Foz Côa, no chamado maciço granitico  dos Tambores, existem vários desses monumentos megalíticos alinhados com o primeiro dia das quatro estações do ano: a pequena gruta em semi-arco do  Santário rupreste ou a Pedra de Nª Srâ da Cabeleira, e travessada pelos raios solares do nascer do  sol nos equinócios . A denomidada Pedra do Sol ou Pedra  do Solsticio, está apontada com os úiltimos raios solares do maior dia di ano   - Havendo ainda mais dois desses monumentais megaliticos direcionadas com o Solsticio do Inverno e os Equinócios.   

No entanto, para que possam ser observados é fundamental que o céu esteja limpo e descoberto de nuvens - Não foi isso que sucedeu: as previsões do IPMA, dias antes e de véspera,  anunciavam para o primeiro dia de verão, períodos de céu muito nublado, aguaceiros nas regiões do Norte e Centro e Alto Alentejo e vento fraco a moderado do quadrante oeste, soprando por vezes forte nas terras altas.

Imagem do alinhamento num dos anos anteriores

Não choveu, mas o céu manteve-se muito cinzento e nublado. Apesar disso,  conquanto o astro solar não  nos revelasse  o seu nostálgico esplendor à hora do sol-posto,  com os seus raios projetando-se  alinhados sobre  a crista da esférica Pedra do Solstício, mesmo assim, dir-se-ia que S. Pedro, nos poupou das chuvas que caíram noutras bandas, senão apenas com uns leves pingos, já no regresso quando deixávamos estes belos, sagrados e amplos espaços e nos dirigíamos de novo ao adro da igreja para terminarmos as evocativas sessões solsticiais no salão da Junta de Freguesia com um recital de violino por Raquel Cravino, que, devido à instabilidade do tempo, se optou por se realizar em lugar coberto

Vereadora Ana Filipe impondo o colar dos Templos do Sol  a Mirian

Jorge Trabulo Marques - Jornalista e coordenador dos eventos  - Não perca também O SOL em Chãs - Imagens com história  - Vistas pela mestria do antigo repórter da Reuters, José Manuel Ribeiro, na sua deslocação à celebração do Solstício do verão - Clike e veja as belíssimas imagens com história  https://www.idyllmeraki.com/post/o-sol-em-ch%C3%A3s a quem se deve a divulgação das primeiras fotos e a noticia  de um destes templos solares para os mais diversos quadrantes do mundo   - E a quem renovamos daqui um grande abraço amigo 


Solstício do Verão 2013 - Pedra do Sol Chãs Véspera 


Vereadora Ana Maria Filipe - lendo um poema

Tal como estava previsto, foi prestada uma singela homenagem de reconhecimento ao Prof. Adriano Vasco Rodrigues - 94 anos, completados em Maio passado - ao distinto nativo de Longroiva, concelho de Mêda, primeiro investigador a debruçar-se sobre a importância de um dos templos solares, existentes nesta área, ou seja, o Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora no seu estudo, publicado em 1983, sobre a história remota do concelho de Mêda, ao qual, em tempos, a freguesia de Chãs., já pertenceu, sim, ao nosso prezado amigo, figura muito admirada em todo o distrito da Guarda, prestigiado Arqueólogo, Etnógrafo e Historiador, que, por motivos de saúde, dada a sua avançada idade, não pôde estar presente , como era seu desejo, mas que se fez representar por sua filha Miriam Rodrigues, acompanhada de seu querido esposo 

Prof. Adriano Vasco Rodrigues,  94 anos, natural de Longroiva. Mêda,  mas com raízes maternas nesta histórica  vila raiana  portuguesa 


Adriano V Rodrigues 2014

Personalidade  bem conhecida e muito estimada no nosso distrito, a quem se deve o primeiro estudo do mítico monumento  - Uma referência emblemática na investigação histórica, arqueológica e antropológica regional, nacional  e internacional  

Possuidor de uma notável biografia  - Sendo autor de obras e estudos de investigação histórica, artística e arqueológica, tendo contribuído para um maior conhecimento ao nível da arqueologia peninsular através de obras como “Arqueologia da Península Hispânica” ou “História Geral da Civilização”

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Adriano Vasco Rodrigues e o pastor Miguel - 1995

O trabalho de investigação desenvolvido tem sido reconhecido a nível internacional, participando em colóquios e seminários europeus. Entre 1959 e 1964, foi coordenador do curso de Arqueologia Hispânica na Universidade do Porto. É membro da união europeia de conselheiros técnico-científicos e investigador do centro de estudos africanos da Universidade do Porto. Em 1996 foi condecorado com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique, tendo recebido medalhas de mérito da cidade do Porto, da Guarda e do município de Almeida. A sua vida tem sido repartida entre a investigação e a docência, nomeadamente em Portugal, Angola e a Bélgica, onde dirigiu a Schola Europaea.


A última visita do Prof. Adriano Vasco Rodrigues,  a este local, ocorreu em 23 de Setembro de 2014, na celebração do equinócio do Outono, na homenagem que então prestamos à poetiza Maria da Assunção Carqueja,   à saudosa  e sua muito querida esposa, antiga diretora   do Centro de Docência Científica do Instituto de Investigação Científica de Angola. Metodóloga, e, posteriormente, Técnica Científica da União Europeia na área da Filosofia da Schola Europaea.

PRESENÇA ENTUSIÁSTICA  E AMÁVEL DE DOIS DEVOTADOS SACERDOTES 

Padre Diogo Martinho
Padre Adelino Ramos 


De realçar, também, as presenças dos sacerdotes, Diogo Dias Martinho, da paróquia de Foz Côa e Manuel Adelino Ramos Abrunhosa, da paróquia de Moimenta da Beira, que prometeu aqui voltar E  cujas sábias palavras solidárias, gestos e sorrisos solidários  de ambos,  muito nos estimularam e confortaram.


Não fiquem tristes por haver pouca gente das  Chãs neste acontecimento, porque, as coisas místicas, são mais valorizadas por quem é nómada! Sempre!...  Declarou o Padre Diogo Martinho, no encerramento da celebração,   nas suas reflexões, lamentando não ter podido vir mais cedo,  em virtude de compromissos pastorais, referindo que  essa busca  do misticismo  se passou com  “com o povo bíblico, no antigo testamento: um povo que não tinha terra...  Esta a minha primeira reflexão. E, nesse sentido, queria também  apresentar três pessoas da minha terra e que são nómadas e, que, por isso, estão aqui: são dois irmãos: o tio Agostinho, que namora com uma tia minha- É o Elido, que é o meu ano, e o Marcelo, que nasceu em Angola; somos da mesma turma em Castro Daire . E, portanto, estão aqui a trabalhar! São nómadas!

E, outra reflexão: talvez tenha sido um dia  em que o sol não se apresentou como estaríamos à espera! Para tirarmos aquelas fotografias, como desejaríamos! Onde não deu para nos deslumbrarmos com aquele jogo de sombra, sol, luz e treva, como já vi… Não deu para apreciar o sol, que é sempre nesse sentido

Antes de nos sentarmos, estávamos a falar com um senhor daqui, que  quem vem aqui é uma coisa muita pagã! Daqueles sacríficos!  Mas afinal é uma coisa muito espiritual que tem a ver muito com o cristianismo … E nós identificamo-nos como o sol como Jesus Cristo! Que vem do alto!... Ora, este sol que vem do alto, não nos pôde presentear hoje, mas estivemos lá ! tivemos aqui o presente da música, que também nos salva -

Foram lidos poemas de Maria da Assunção Carqueja, natural de Moncorvo, saudosa esposa do Prof. Adriano Vasco Rodrigues, que ali acompanhou o seu marido em 2006, bem como dos poetas Manuel Daniel, natural de Mêda, de Amadeu Ferreira, concelho de Miranda do Douro, Orlando Marçal, de Foz Côa, já falecidos. - - E dos poetas vivos: Manuel Alegre, natural de Águeda e de Hamilton Tavares, natural do nosso concelho

Não esteve muita gente, é certo, mas os poucos que estiveram, valeram por muitos: vibraram de entusiasmo  com o ar puríssimo que  se respira através destes, amplos e  magníficos espaços, com o pulsar das energias telúricas do elemento terra, que os peregrinos recebem da beleza destes  sagrados lugares, tão majestosamente plenos de misticismo, ancestralidade, onde a beleza agreste dos fraguedos do granito se harmoniza com a fertilidade do vale sobranceiro ou das encostas xistosas e aparentemente quase nuas da outra margem, que se abrem como um vasto e magnífico panorama bíblico

Aqui renovo, pois, o nosso mais caloroso e sincero agradecimento ao nosso município, à junta de freguesia por nos ter proporcionado o salão nobre e a todos os que nos deram o prazer, a alegria e a honra da sua presença -Além da amável e inexcedível habitual colaboração de António Lourenço, José Lebreiro, Agostinho Soares, assim como, nomeadamente, do repórter fotográfico José Ribeiro, a quem devemos a divulgação das primeiras imagens dos templos do sol para os mais diversos quadrantes do mundo, através da Reuters, e, naturalmente, de todos os demais peregrinos, designadamente Carlos Palma e Virgílio Guerreiro, que se deslocaram das proximidades da capital para ali se associarem à nossa tradicional saudação à despedida do maior dia do ano. 

Virgílio Guerreiro, é  maquinista da CP - E aproveitou para ali deixar também um gesto singular e muito caloroso da sua passagem, inscrevendo em duas cascas de árvores, dois belos poemas  inspirados na espiritualidade das energias do lugar, que haveria de encostar ao misterioso nicho   da Pedra da Cabeleira de Nª Srª e  no sopé da   Pedra do Solsticio 



Balada dos aflitos - Poema de Manuel Alegre, do livro “Nada está escrito” -Lido numa das sessões da celebração do Solstício do Verão, no passado dia 21,  Face à instabilidade das condições atmosféricas, uma parte das cerimónias teve de ser realizada no auditório da Junta de Freguesia, nomeadamente alguns dos poemas, que ali não puderam ser lidos- E que contamos vir a editar -

PEDRAS QUE NÃO SÃO APENAS PEDRAS - TÊM HISTÓRIA E TRANSMITEM ENERGIA - SITUAM-SE EM LUGARES ESPECIAIS DA TERRA, TAL COMO O TRIÂNGULO DE FÁTIMA, SÃO LOCAIS DE CURA 

Os calendários solares,  aqui existentes, fazem parte dos chamados alinhamentos sagrados, com a mesma orientação de muitas igrejas da antiguidade, ou,  recuando ainda mais no tempo, tal como outros observatórios pré-históricos, que ainda perduram em várias partes do mundo - São locais de cura, atravessados por  linhas ou energias geodésicas  especiais, que os saberes e a experiência de antigas civilizações, que viviam em estreita ligação com a Natureza, escolheram para seu benefício próprio e, ali,  se dirigirem às suas divindades. De referir que as duas vertentes do vale são atravessadas pela falha sísmica do “graben" de Longroiva, nome de antiga vila de origem celta ,a que a freguesia de Chãs, já pertenceu, e  onde existe uma das mais antigas estâncias termais do país. 

 


TOM GRAVES, AUTOR DO LIVRO AGULHAS DE PEDRA – A ACUMPUCLTURA DA TERRA – JÁ ESTEVE NOS TEMPLOS DO SOL

 Deslocou-se da Austrália, expressamente para estudar os dois alinhamentos. E concluiu que ambos os monumentos se se situam em sítios para onde convergem vários veios de água. Graves, defende que os lugares sagrados são centros para os quais muitas das linhas de água convergem umas com as outras e também com os centros padrões de linhas acima do solo, à semelhança do que acontece com as artérias do corpo humano.


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