expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass'>

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

São Tomé – Bispo D. Manuel António Mendes dos Santos, em Portugal, a partir de Sábado, dia 13, para tratar de questões da diocese, nomeadamente de apoios para a obra social e educacional da Igreja

 
Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista - Informação e análise 


Desde que se acalente um bom pensamento, às vezes, nem  há como deixar que o acaso cumpra o seu papel - Sim, fazia parte das minhas intenções, ao voltar de novo a S. Tomé, reencontrar-me com D Manuel dos Santos - E, e assim aconteceu  - Tinha acabado de sair da audiência concedida pelo Primeiro-Ministro, Patrice Trovoada, quando deparo, caminhando no mesmo passeio, mas no sentido posto ao meu,  com Dom Manuel dos Santos, com o mesmo sorriso amigo, que lhe é natural, estampado num rosto que está sempre disponível para corresponder, com a sua palavra amiga ou mesmo para ele a ir ao encontro de quem a precisa – Seja às crianças, velhos ou novos, mulheres ou homens – Ele é a imagem emblemática, admirada e respeitada da igreja católica em S. Tomé e Príncipe, que, não obstante o crescendo de outros credos, que vieram diversificar o panorama religioso nestas ilhas, sob as mais diversas e aguerridas fórmulas, ainda continua a ser a fé seguida pelo grosso da população -  Notei que ia  apressado e, pelo que me confidenciava,  com a agenda preenchida, dada a aproximação da sua viagem para Portugal.  



Mesmo assim, tomei a liberdade de o convidar para um cafezinho e dois dedos de diálogo,  tendo tido ele a gentileza de me encaminhar a uma esplanada, muito simpática, próxima do nosso casual reencontro - E, nestas coisas, como ele é um excelente comunicador,  acabou por me dar a honra e o prazer de ali nos sentarmos, ainda durante mais um bocadinho do inicialmente previsto, naquela surpreendente manhã ensolarada e brilhante  - Falámos de muitas coisas, tendo-o acompanhado até à sua residência, situada numa rua de chalés mas também de passagem para casebres mais humildes - Muito movimentada, ali muito perto da Igreja de Nossa Senhora da Conceição e dos mercados tradicionais ao ar livre.

Na  verdade, o sacerdócio da  Igreja católica, em S, Tomé e Príncipe, além de ser ainda  o principal credo abraçado pela população, em termos de espiritualidade  e de fé, continua a ter  um papel muito relevante, nestas maravilhosas ilhas do Equador,  tanto  no domínio da solidariedade e assistência social, através de jardins de infância, entre as quais a Casa dos Pequeninos, da Caritas,  como ao nível da  educação  - “os nossos missionários, já antes da independência criaram várias escolas primárias, tanto em S. Tomé como no Príncipe. Criaram a Escola de Artes e Ofícios, que teve um papel importante neste pais, e estiveram também na fundação do Liceu Nacional.

“Estamos nessa fase de transição, de passar o testemunho para o Ministério da Educação de Portugal. Para além disso, temos outras escolas e vários jardins de infância . Portanto, continuamos a ter um papel importante na educação”

Declarações de D. Manuel dos Santos, numa das entrevistas que me concedeu, em S. Tomé, em Agosto passado  – Esta é uma das questões que o leva de novo a Portugal, para encetar várias diligências, numa estadia duas semanas – Sim, porque, os fundos da igreja, são escassos e há que dar prioridade à sobrevivência dos mais carenciados  - Sem descurar  os problemas da Educação

Foi justamente, por esse facto, que foram assinados, dois protocolos de cooperação a nível da educação pelos Ministros da Educação e Ciência de Portugal Nuno Crato e o seu homólogo são-tomense Olinto Daio. – E, a avaliar pelas palavras, que agora lhe ouvimos, é provável que, durante a sua estadia, algumas das suas diligências sejam junto do Ministério da Educação, do atual governo

Isto porque, não obstante a escassez de recursos financeiros, Dom António dos Santos, não perdeu de vista um dos seus maiores sonho”, tal como no-lo afirmou na mesma entrevista, que nos concedeu. Se me pergunta: então que grande sonho é que teria com a Educação em São Tomé?

Bem. Se eu tivesse dinheiro – mas é preciso, de facto, muito dinheiro -  gostaria de ver neste pais um grande parque escolar, com escola, desde o pré-escolar, escola primária, escola secundária, um ensino técnico profissional  - Eventualmente, até, algum Instituto superior ou assim. E também, sobretudo, uma escola de formação de professores, que era  muito importante que aqui se fizesse. Estão a dar-se  passos nesse sentido – Para mim, de facto,  é algo fundamental. Já  que, se um país quer acreditar no futuro, quer construir o futuro, tem de começar pela educação


Video   Entrevista concedida em Agosto de 2015  - Dado pelo Sacerdote e Poeta 

A Casa dos Pequeninos, está a dar os primeiros passos, graças aos técnicos da Cooperação Portuguesa que acreditaram neste projeto,  porque por detrás das Obras há sempre pessoas concretas, palavras de Dom Manuel dos Santos, na altura do Natal


E, pelos vistos, a generosidade, mesmo com pouco dinheiro, pode operar verdadeiros prodígios ou milagres - Já lá vão alguns anos que  as palavras, que a seguir, vou reproduzir, foram proferias, mas continuam atuais: “Com 150 euros é possível garantir casa, alimentação, vestuário e educação a cada uma das crianças acolhidas pela instituição administrada pertencente à Cáritas de São Tomé e Príncipe

Mauro foi encontrado a gatinhar na estrada por um casal de turistas, que o levaram para a esquadra. A polícia não sabe quem são os seus pais e desconhece o dia em que nasceu.

O Quinzinho estava junto da mãe quando esta foi levada para o hospital em coma alcoólico. Hoje cresce normalmente, mas durante algum tempo recusava todos os alimentos que lhe davam.

Chamam-lhe Mantorras, mas ainda não tem nome no Registo Civil. O pai morreu e a mãe tem problemas mentais.

Estas são as histórias, breves e dramáticas, de algumas das crianças acolhidas na «Casa dos Pequeninos», administrada pela Cáritas de São Tomé e Príncipe.





   “QUEM SOU?"

“Sou da Beira, de facto: de São Joaninho de Castro Daire, distrito de Viseu. Sou o 5º de nove filhos, vivos ainda, graças a Deus.

Aos 11 anos fui para o seminário de Resende, do seminário de Lamego. Saí de lá aos 18 anos para entrar na Congregação dos Missionários Claretianos; ordenado padre, em 1985, na minha terra, por Dom António Xavier Monteiro, que era então o Bispo de Lamego,

Parou ao lado do Sr. Bispo e da sua  casa para uma fotografia
Após a minha ordenação, fiquei a trabalhar nos Carvalhos, durante 9 anos. Em Novembro de 1993, vim para África; estive um mês em Luanda e “aterrei” em 6 de Janeiro de 94 nas terras de São Tomé. Foi então que pela primeira vez pisei o território são-tomense. Impressionou-me, na altura, logo o verde desta Ilha: de facto, era um verde tão intenso, que, um ano e meio depois, quando regressei a Portugal,   vi que não havia comparação possível, com os verdes desta terra..
- Jorge Marques – E os perfumes!...

– Dom Manuel dos Santos - Bem, os perfumes... Eu, como nasci no meio da montanha, no meio do tojo, das urzes, não me impressionaram, porque, lá também há perfumes muito intensos! Eu fui criado, no meio do campo! Sempre trabalhei no meio do campo, mas, sobretudo, o verde desta terra, de facto, impressionou-me muito.

Cinco dias depois, acabei por ir para Roma, onde regressei a Portugal, tendo sido escolhido  Vigário Provincial, às comunidades claretianas:

 Nessa qualidade, continuei a visitar constantemente São Tomé, e, em 2007, vim então para aqui, como Bispo de São Tomé e Príncipe.


“São Tomé, 12 abril 2014 (Ecclesia) - O Bispo de São Tomé e Príncipe, D. Manuel António dos Santos, que assumiu como prioridade pastoral “em primeiro lugar as crianças” num país muito jovem em que 40 por cento da população tem menos de 15 anos.

“Quando me perguntam digo sempre que a prioridade são as crianças porque este país está cheio de crianças e por vezes dói muito a forma como são tratadas e o modo de vida em que vivem algumas”, conta D. Manuel António dos Santos em entrevista à Agência ECCLESIA.

O bispo de São Tomé e Príncipe, que em sua casa com a ajuda da sua irmã cria duas crianças, depara-se com “muitos casos dramáticos” e dá o exemplo de uma criança que chegou à Cáritas de São Tomé “com 9 meses e apenas 2,3 quilos de peso” Agência Ecclesia - São Tomé e Príncipe: Crianças são 
.
(…) D. Manuel António Mendes dos Santos, CMF, é o seu bispo diocesano desde 1 de Dezembro de 2006, fazendo parte da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé e Príncipe. Sacerdote claretiano desde 1985, é, de facto, um “veterano” de África. Como ele próprio nos revela, a «Diocese não é extensa territorialmente, mas é plena de desafios, não apenas pastorais, mas acima de tudo sociais e de integração». Com uma visão antropológica coerente e de largo espectro, atenta e preocupada, D. Manuel conhece bem o terreno, as suas gentes e agentes, as forças em acção, não abdicando nunca de intervir e exercer o direito de opinião, dentro da esfera das suas competências e deveres. E é uma voz ouvida. Ou não fosse, afinal, o responsável máximo da mais importante, senão única, entidade nacional com acção política e social, através principalmente da Cáritas (fundada em 1981) – o braço da Diocese neste quadro de apoio aos pobres, carenciados, órfãos, idosos, desintegrados, às vítimas das conjunturas político-económicas que devastam África, que recebe também algum apoio de ONG’s de matriz católica, bem como de outras.


Um comunicador nato  - Todos os dias no Facebook 
D. Manuel António Mendes dos Santos, CMF, é o seu bispo diocesano desde 1 de Dezembro de 2006, fazendo parte da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé e Príncipe. Sacerdote claretiano desde 1985, é, de facto, um “veterano” de África. Como ele próprio nos revela, a «Diocese não é extensa territorialmente, mas é plena de desafios, não apenas pastorais, mas acima de tudo sociais e de integração». Com uma visão antropológica coerente e de largo espectro, atenta e preocupada, D. Manuel conhece bem o terreno, as suas gentes e agentes, as forças em acção, não abdicando nunca de intervir e exercer o direito de opinião, dentro da esfera das suas competências e deveres. E é uma voz ouvida. Ou não fosse, afinal, o responsável máximo da mais importante, senão única, entidade nacional com acção política e social, através principalmente da Cáritas (fundada em 1981) – o braço da Diocese neste quadro de apoio aos pobres, carenciados, órfãos, idosos, desintegrados, às vítimas das conjunturas político-económicas que devastam África, que recebe também algum apoio de ONG’s de matriz católica, bem como de outras. – Excerto de uma interessante entrevista ao O Clarim, em 26/06/2015  - À conversa com D. Manuel António Mendes dos Santos ...



Nenhum comentário :