Reportagem de Jorge Trabulo Marques - Jornalista
O ano 2016, já vai adiantado mas, o meio do mundo fica no Equador, e aqui, os dias e as noites, são sempre iguais, o relógio nunca se atrasa nem adianta – Daí talvez a explicação para que, só em meados de Fevereiro, todos os anos, ainda se festeje o primeiro de Janeiro - Foi justamente este o espírito que presidiu. no final da manhã, desta última terça-feira, à tradicional saudação, ao Chefe de Estado Santomense, numa das salas do Palácio do Povo, pelo corpo diplomático, acreditado – Mas, neste caso, o calendário, até poderia mesmo vir a calhar - Não é o caso - As eleições presidenciais vão dar que falar, mas só lá mais para a frente. Por enquanto, ainda se pensa mais no recenseamento eleitoral, isto porque, também aqui, a abstenção, costuma ter níveis preocupantes
Seja como for, esta festinha, se bem que aparentemente protocolar, não deixa de ser bem-vinda e dar o ar da sua graça, numano de muitas expetativas, regada sumos de laranja e com um brinde de taças de champanhe em honra de todos os presentes e, segundo as palavras de Manuel Pinto da Costa, a um futuro de paz e prosperidade para os nossos povos e países.
Juntos estaremos a contribuir para um mundo melhor.
Mas, pelos vistos, um tal ambiente festivo também foi sábia e diplomaticamente vivido pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades de São Tomé e Príncipe, Manuel Salvador dos Ramos, do Governo de Patrice Trovoada, que, partilhou, com o Presidente Manuel Pinto da Costa, os apertos de mão e os abraços - Pois, tanto no início da cerimónia, como no final, nunca deixou de estar à altura das duas funções e da sua representatividade.
Os candidatos, ainda não se declaram publicamente, mas, a bem
dizer foi dado o mote -
"Estas são eleições da maior importância atendendo à natureza e
ao papel do cargo no nosso sistema político. - Palavras do Presidente Manuel
Pinto da Costa, proferias, ao fim da manhã, desta última
terça-feira, durante a cerimónia de cumprimentos do corpo diplomático,
acreditado no país, confiante de que, mais uma vez, o Povo de
São Tomé e Príncipe, vai ser capaz de "dar um exemplo de civismo, de
cidadania e de participação,
O país tem um quadro político com condições para prosseguir com um clima de
estabilidade política que lhe permita, com respeito e aproveitamento da
diversidade de ideias, desenvolver-se num quadro de coesão social que é
necessário preservar.
Com efeito, a estabilidade e a coesão social são indispensáveis para que,
com unidade, disciplina e trabalho, São Tomé e Príncipe ultrapasse os efeitos
da conjuntura internacional e regional difícil"
Coube ao Embaixador da Guiné Equatorial, em S. Tomé, António Ebale
Ayingono, decano dos diplomas, o discurso da praxe
Referindo-se à crise económica mundial, considerou que o ano
2015, foi muito difícil para as economias de todo o mundo, mas, em particular,
em África, com consequências muito negativas, afetando os países
produtores d petróleo e o seu desenvolvimento estrutural e, laboral
Ainda sobre o diplomata da Guiné Equatorial, a avaliar pelo que nos
apercebemos, somos de opinião que, quando terminar a sua comissão e o seu Governo o
destacar para outras altas funções, que vai deixar muitos amigos e muitas saudades, nestas Ilhas
Pois entende que “Os refugiados não fogem da guerra para irem ao encontro da guerra mas sim em busca da paz que perderam nos seus países de origem-– Palavras do Presidente Manuel Pinto da Costa, proferidas durante a cerimónia de apresentação de cumprimentos do Corpo Diplomático, acreditado em S. Tomé e Príncipe, que aproveitou para distinguir o trabalho realizado pelo Eng. António Guterres, como Alto Comissário das Nações Unidas Para os Refugiados, desejando-lhe as maiores felicidades pessoais e profissionais que desempenhou brilhantemente
UM PRESIDENTE SERENO E OPTIMISTA
Ao contrário de Portugal, e de muitos
outros países, os santomenses, além de pacíficos são otimistas – Os séculos
habituaram-nos às adversidades - A natureza é rica e fértil e criou-lhe um
certo espírito tranquilo de sobrevivência – Acreditam que o pior não é futuro
mas passado.
Dai esta expressão otimista
do Presidente da República Santomense – depois de agradecer as presenças do Ministro dos Negócios Estrangeiros e
Comunidades, Manuel Salvador dos Ramos, das Senhoras e Senhores embaixadores, Senhores
Chefes de missões diplomáticas, consulares e Representantes de Organizações
Internacionais acreditadas em São Tomé e Príncipe; Senhores Altos Funcionários
do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Comunidades.
Estou seguro que em 2016 será possível
continuar a contar com a vossa disponibilidade e empenhamento para aprofundar,
ainda mais as relações, entre São Tomé e Príncipe e os países e organizações
que representam.
A todos, bem como às respectivas famílias,
faço votos para que o novo ano corresponda às vossas melhores expectativas,
quer no plano pessoal quer profissional.
Gostaria que transmitissem também
felicitações aos vossos Chefes de Estado e de governo, e em nome do povo
santomense, o desejo de paz, prosperidade e progresso para os vossos povos.
Queria ainda agradecer as palavras
proferidas por Sua Excelência o Embaixador da Guiné Equatorial decano dos
embaixadores acreditados em São Tomé e Príncipe"
UM PRESIDENTE SOLIDÁRIO COM AS VITIMAS DOS TERRORISTAS
Satisfação, desde logo, por estarem aqui
presentes facto que, desde já agradeço encarecidamente.
Permitam-me que vos diga ser motivo de
grande apreço pessoal o espírito de colaboração com que sempre contei da parte
de Vossas Excelências ao longo desta presidência.
É para mim motivo de grande regozijo
sublinhar, o relacionamento franco, leal e aberto, mantido ao longo dos últimos
cinco anos o que ultrapassou, em grande parte, o mero carácter institucional
que caracteriza a diplomacia entre Estados.
Estou seguro que em 2016 será possível
continuar a contar com a vossa disponibilidade e empenhamento para aprofundar,
ainda mais as relações, entre São Tomé e Príncipe e os países e organizações
que representam.
Gostaria que transmitissem também
felicitações aos vossos Chefes de Estado e de governo, e em nome do povo
santomense, o desejo de paz, prosperidade e progresso para os vossos povos.
Queria ainda agradecer as palavras
proferidas por Sua Excelência o Embaixador da Guiné Equatorial decano dos
embaixadores acreditados em São Tomé e Príncipe."
OS DESAFIOS DO FUTURO
"Apesar da entrada no novo ano dever ser a
ocasião propícia para renovar a confiança e a esperança num futuro melhor, é
preciso não esquecer que muitos dos problemas que a comunidade internacional
enfrenta, se mantêm.
Este é um exemplo de que permanentemente
surgem novos desafios, o que demonstra bem a necessidade de ser cada vez mais
necessário reforçar a cooperação, bilateral e multilateral aumentar a
solidariedade entre governos e povos e aprofundar o papel das organizações de
âmbito global.
É o caso também do terrorismo que continua
a ceifar vidas inocentes, que São Tomé e Príncipe condena firme e convictamente
seja qual for a latitude em que aconteça e que exige mais do que nunca uma
resposta global orientada para vencer esse flagelo.
Gostaria de, em meu nome pessoal e do povo
Santomense, de manifestar solidariedade em geral aos povos e países vítimas
destes verdadeiros atentados à humanidade e, em especial, aos nossos irmãos
nigerianos e à luta que as autoridades da Nigéria travam contra o terror do
Boku Haram.
Os trágicos acontecimentos que se repetem,
devem ser motivo para redobrar a determinação no combate à barbárie e para
vencer a luta que é necessário continuar a travar sem qualquer espécie de
capitulação.
A violência nunca será uma solução e é
necessário ter esperança que a comunidade internacional saberá somar esforços
para vencer essa guerra e preservar esse direito fundamental que é o direito à
segurança de pessoas e bens.
Esta é uma atitude que merece o aplauso
generalizado e a tenacidade para saber distinguir que os refugiados não fogem
da guerra para ir ao encontro da guerra mas sim em busca da paz que perderam
nos seus países de origem.
Permitam-me distinguir, a este propósito,
o excelente trabalho realizado pelo Engenheiro António Guterres como
Alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados, desejando-lhe as maiores
felicidades pessoais e profissionais ao cessar as funções que desempenhou
brilhantemente ao longo de dez anos.
Senhoras e Senhores Embaixadores
São enormes os desafios que África
continua a enfrentar e que transitam de ano para ano.
A instabilidade, as ameaças à paz, os
conflitos, o terrorismo, as doenças, a pobreza e a fome só podem ser vencidos
se continuarmos a trilhar um caminho de desenvolvimento e de progresso.
Gostaria de saudar e felicitar o Presidente
do Chade Idriss Deby pela sua eleição para o cargo de Presidente da União
Africana, com votos dos maiores sucessos na liderança de uma organização cujo papel é fundamental para
o continente e para o mundo.
Estou seguro que as suas capacidades políticas
aliadas ao seu profundo conhecimento dos dossiers estruturantes da organização,
nomeadamente da agenda 2063, fazem augurar um mandato com avanços
significativos a nível da sua implementação.
O reforço das organizações africanas, no
renovar do espírito e dos ideais que presidiram à luta pela libertação, é a
única via para alcançar esse sonho de uma África desenvolvida, moderna e com
condições de vida digna para todos os seus filhos.
Esta é uma conjuntura que afecta
importantes parceiros de São Tomé e Príncipe e cujas consequências são ainda
imprevisíveis nomeadamente no nosso país e que importa ter internamente em
consideração.
A resposta à crise através da
diversificação económica em curso em Angola e na Guiné-Equatorial, nossos
tradicionais parceiros, deve ser sublinhada e seguida com atenção para que São
Tomé e Príncipe consiga também atenuar os efeitos na sua economia e nas
condições de vida do seu povo. Nesta difícil provação económica, São Tomé e
Príncipe deve reequacionar a organização dos sistemas produtivos, conferindo
uma maior importância à produção agrícola, ao turismo e à indústria nascente
como vectores económicos estruturantes.
CONFIANTE DE QUE AS ELEIÇÕES CONSTITUAM MAIS UM EXEMPLO DE CIVISMO E DE CIDADANIA
"Vão realizar-se eleições para o Presidente
da República.
Estas são eleições da maior importância
atendendo à natureza e ao papel do cargo no nosso sistema político.
O país tem um quadro político com
condições para prosseguir com um clima de estabilidade política que lhe
permita, com respeito e aproveitamento da diversidade de ideias,desenvolver-se
num quadro de coesão social que é necessário preservar.
Às dificuldades que temos cá dentro
juntam-se as que existem lá fora e nesta conjuntura é ainda mais necessário que
saibamos identificar e pôr de parte querelas inúteis, unindo esforços em torno
do superior interesse nacional.
Independentemente dos ciclos eleitorais a
democracia Santomense tem condições de continuar a investir nas pessoas, em especial nos jovens, que são o
seu maior capital de esperança e na melhoria das condições de vida do povo.
A educação é, como sabemos, o problema de
base do continente Africano. Trata-se do alicerce fundamental da Democracia e
do Estado de direito democrático. É sobre este alicerce que os países africanos
e o Estado Santomense, em particular, têm que fundar o presente e o futuro,
rumo ao desenvolvimento económico sustentável e ao bem-estar da população.
A nossa esperança assenta na restruturação
e consolidação de um sistema de ensino que seja verdadeiramente inclusivo,
especializado e adaptado em função das necessidades das populações e do
desenvolvimento sustentável.
Senhoras e Senhores Embaixadores,
Não pretendo alongar-me mais.
Mais uma vez, agradeço o contributo
decisivo que os vossos países e organizações internacionais têm dado a favor
deste desígnio que é a conquista do progresso ao serviço da melhoria das condições
de vida do povo e da luta contra a pobreza.
Termino renovando os votos de um bom
propondo um brinde a um futuro de paz e prosperidade para os nossos povos e
países.
Juntos estaremos a contribuir para um
mundo melhor.
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