( mais abaixo o o vídeo com as palavras de Nuno Abecassis, com imagens de namorados de Lisboa)

Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista, repórter fotográfico e investigador

Mas o destino tem
os seus caprichos, e Lisboa, acabou mesmo por deixá-lo partir – Com a saudade
de muita gente. Faleceu, aos 70 anos, em Lisboa, no dia 14 de Abril de 1999 – Não era novo mas ainda estava numa idade
para continuar a dar muito do seu esforço, do seu humanismo e generosidade, da
sua sensibilidade e inteligência, tanto na vida politica, como cívica e
cultural
Nasceu em Faro, no
dia 24 de Outubro de 1929 mas a família fixou-se em Lisboa, quando ele tinha 9
meses – Com essa idade, os olhos de uma
criança, tinham que forçosamente deixar-se iluminar e encantar pelo brilho do
Tejo e o céu azul que se abre e resplandece por todos os seus bairros. Dir-se-ia
que ele via a cidade alfacinha, como a canta o fado: a eterna“ menina e moça”, ou “ Lisboa cheira
bem, cheira a Lisboa”, entre tantas outras inspirações poéticas e musicais.

Nuno queria que Lisboa
fosse um agente ativo de transformação; queria que estivesse situada no mundo,
num lugar que lhe era devido e no tempo certo” – Palavras de Miguel Anacoreta
Correia, Presidente da União das Cidades
Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) numa cerimónia, em honra da sua memória, que decorreu no dia
26 de Outubro, na sede aquela instituição, lembrando e elogiando o seu fundador e ex-presidente da Câmara de Lisboa, Nuno Krus
Abecasis, que o classificou como um "grande visionário".
E, na verdade, entre outras
facetas, uma delas foi justamente essa: a de o homem, que, com vista ao futuro,
é ao mesmo tempo mentor de ideias e de
as materializar
“NÃO DEIXEI LISBOA E
PARECE QUE LISBOA, NÃO ME DEIXOU A MIM”
Clike e Ouça a entrevista
Na minha qualidade de jornalista, tive o prazer de acompanhar, em várias das suas iniciativas, o Eng. Nuno Krus Abecassis, e até, de, com ele poder conviver, algumas vezes, à noite, quer no Botequim da Natália Correia, no Largo da Graça, quer sentados junto ao balcão do Galeto, na Av. Da Republica, ali para os lados do Saldanha, quando deixava a Rádio Comercial - Era uma pessoa muito afável e comunicativa – Dado o convívio, que estabelecera com ele, também me chamava por tu – Era a sua forma humana, mais direta e carinhosa, mas não menos respeitosa, de ser dirigir aos seus colaboradores, aos trabalhares ou a quem o procurava. – E fazia-o de forma sentida e humana, recebendo, por esse facto, a troca do seu afecto e dedicação
Quando lhe perguntei, se, ao ter saído da
Câmara, que, Jorge Sampaio, viria a conquistar, estaria disposto a dar a sua
colaboração ao novo Presidente, ele respondeu-me: “eu
deixei a Presidência da Câmara de Lisboa mas não deixei Lisboa e parece que
Lisboa não me deixou a mim”
Referindo-se à fundação da UCCLA, de que
foi o seu fundador, disse –me que “foi uma ideia que estou muito grato a Deus
por ma ter mandado à cabeça A UCLA, a quem ninguém acreditava que fosse possível,
tornou-se uma organização com uma força espiritual e de cooperação, tão grande,
que ela tem estado a influenciar todo o desenvolvimento que se passa em todos os países de África"
Entraram depois as restantes cidades
capitais de expressão oficial portuguesa e outras cidades não capitais, como
Brasília (1986), Cacheu e Luanda (1989), Guimarães (1990), ilhas de Taipa e
Coloane (1991), Santo António do Príncipe (1993), Ilha de Moçambique (1994),
Salvador (1995), Belo Horizonte (1998), Belém (1999), Bolama, Huambo, Porto
Alegre e Mindelo (2000), Díli (2002), São Filipe e Oecusse (2004). Extraído de União das Cidades Capitais Luso-Afro-Américo-Asiáticas
Nuno Krus
Abecasis. Ex-autarca de Lisboa tinha ascendência judaica da parte do pai e
dinamarquesa da parte da mãe – Recordava o DN, em 9/04/2008
Referindo: "Quando se
comemoram 20 anos sobre o incêndio do Chiado, recordamos o engenheiro Nuno Krus
Abecasis, então presidente da Câmara Municipal de Lisboa, cujas decisões se
prolongaram para além do seu mandato, dando uma nova cara àquela parte
histórica da nossa capital.
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