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domingo, 11 de fevereiro de 2018

"Celebro-me e canto-me E aquilo que assumo tu terás de assumir, Pois cada átomo que me pertence, por assim dizer, pertence-te " Walt Whitman - .

   "Sou o poeta e o místico de todos os sentidos"




"Celebro-me e canto-me,

E aquilo que assumo tu deves assumir,
Pois cada átomo que a mim pertence a ti pertence também.

Vagueio e convido a minha alma,
À vontade vagueio e inclino-me a observar a erva do Verão.
A minha língua, cada átomo do meu sangue, composto deste solo, deste ar,
Aqui nascido de pais aqui nascidos de outros pais nascidos, e dos seus
           pais também,
Eu, aos trinta e sete anos, de perfeita saúde começo,
Esperando que só a morte me faça parar.

Suspensos os credos e as escolas,
Retiro-me por certo tempo, deles saturado mas não esquecido,
Sou o porto do bem e do mal, e seja como for falo,
Natureza sem obstáculos com a sua energia original.

As casas e os quartos  estão repletos de perfumes, as prateleiras estão repletas
             de perfumes
Eu próprio aspiro essa fragrância, conheço-a e gosto dela,
Eu próprio dela poderia embriagar-me, mas não o permitirei.

A atmosfera  não é um perfume, não sabe a imanação alguma, é inodora,
Para sempre ficará a minha  boca, por ela me apaixonei,
Irei ao rio junto ao bosque e despojar-me-ei de disfarces  e roupas,
Estou louco por  entrar em contacto com ela.
O fumo da minha própria respiração,
Ecos, ondulações, murmúrios e sussurros, raiz do amor, fio de seda,
           Forquilha e vide,
A minha respiração e inspiração, o bater do coração, o sangue e o ar que
         Passam pelos meus pulmões




O odor das folhas verdes e das folhas secas, da praia e das rochas escuras do
Mar, e do feno celeiro
O som das palavras que a minha voz atira aos remoinhos do vento,
Alguns beijos leves, alguns abraços, os abraços à volta de um corpo,
O jogo de luz e sombra nas árvores com os dóceis ramos balanceando,
O prazer de estar só ou no tumulto das ruas, ou pelos campos e colinas,
A sensação de saúde, os gorjeios do grande meio-dia, o meu canto ao
levantar-me  da cama e encontrar o sol.

Achas que mil acres são muitos? Achas que a  Terra é muita?
Praticaste o necessário para aprender a ler?
Sentiste-te orgulhoso por captar o sentido dos poemas?





Fica comigo este dia e esta noite e possuirás a origem de todos os poemas,
Possuirás o que há de bom na Terra e no sol (há milhões de sóis),
Não terás coisas  em segunda ou terceira mão, nem verás pelos olhos dos mortos,
Nem te alimentarás dos espectros do livros,
Nem através dos meus olhos verás, nem de mim terás as coisas,
Escutarás tudo e todos e tudo em ti filtrarás.


"Ouvi de que falavam, ouvi do que  diziam acerca do princípio
e do fim.

Nunca houve mais principio de que agora,
Nem mais  juventude ou velhice de que agora,
E nunca haverá mais perfeição de que agora,
Nem mais   Céu ou  Inferno de que agora.

Ímpeto, ímpeto, ímpeto,
Sempre ímpeto procriador do mundo

De Walt Whitman –  Canto de Mim Mesmo




Vida


Sempre a indesencorajada alma do homem 
resoluta indo à luta. 
(Os contingentes anteriores falharam? 
Pois mandaremos novos contingentes 
e outros mais novos.) 
Sempre o cerrado mistério 
de todas as idades deste mundo 
antigas ou recentes; 
sempre os ávidos olhos, hurras, palmas 
de boas-vindas, o ruidoso aplauso; 
sempre a alma insatisfeita, 
curiosa e por fim não convencida, 
lutando hoje como sempre, 
batalhando como sempre. 


Walt Whitman, in "Leaves of Grass" 






Walt Whitman foi um poeta, ensaísta e jornalista norte-americano, considerado por muitos como o "pai do verso livre". Paulo Leminski o considerava o grande poeta da Revolução americana, como Maiakovsky seria o grande poeta da Revolução russa. Wikipédia
Nascimento: 31 de maio de 1819, West Hills, Nova Iorque, EUA
Falecimento: 26 de março de 1892, Camden, Nova Jersey, EUA
Livros: Leaves of Grass, Canção de Mim Mesmo, Drum-Taps, MAIS
Filmes: A Marca do Zorro, Os Três Mosqueteiros, Intolerância, MAIS
Prêmios: Golden Kite Award for Picture Book Illustration







NOUTROS TEMPOS, NOSSOS CORPOS VOARAM COMO PÉTALAS AO VENTO.TODAVIA NÃO FORAM ALÉM  DO NÍVEL DAS PEDRAS

Noutros tempos, já muito afastados, longínquos,

nossos espíritos vogavam voláteis,
longe de serem suportados pelo carnal invólucro,
muito antes de haverem encarnado..
Vogavam sem lugar fixo e pouso determinado...

Andarilhos imaginários, viajantes solitários,
mas já bafejados e iluminados
pela clara luz que cintilava e refulgia
da etéreo abóbada dos maravilhosos astros

A descida ao planeta Terra,
estava reservada para mais tarde.
Ainda não passava de mero sonho
talvez meio acordado,
talvez meio adiado.

Ou não foi essa a misteriosa sensação
que pudeste sentir e pudeste experimentar
no teu coração ansioso,
quando nos beijamos e abraçamos,
em tão amoroso e sensualíssimo amplexo,
em tão inebriante e sublime realidade?!



                                            



Amada Amiga  -
Estou certo que também será
a lembrança que guardarás
para o resto da tua vida,
o fantástico elevo
a inesquecível tarde!...
Momentos etéreos, mágicos,
ali experimentados,
ali vividos, expandindo
livremente o sentir, o palpitar
suavíssimo,carinhoso, meigo e quente,
que nos inebriava o coração e a mente,
rendidos e postados ao sopé do altar
do estático mas majestoso templo granítico,
inebriados pelo cheiro dos musgos e das giestas,
unidos e iluminados pelo que de mais íntimo
e sagrado atraía e bendizia as nossas almas!

u
.                              
                                  

                                  "Toma-me, ó noite eterna, nos teus braços
E chama-me teu filho… eu sou um rei
que voluntariamente abandonei
O meu trono de sonhos e cansaços.
Minha espada, pesada a braços lassos,
Em mão viris e calmas entreguei;
E meu cetro e coroa – eu os deixei
Na antecâmara, feitos em pedaços
Minha cota de malha, tão inútil,
Minhas esporas de um tinir tão fútil,
Deixei-as pela fria escadaria.
Despi a realeza, corpo e alma,
E regressei à noite antiga e calma
Como a paisagem ao morrer do dia."

(Fernando Pessoa, 1913)



Partilha do espírito de tolerância - aplaude a visão que já foi exposta pelo Papa Bento,  que teve a humildade de pedir perdão,em nome da Igreja, das atrocidades cometidas no passado -Papa pede perdão pelos crimes cometidos pela Inquisição - E aplaude a iniciativa de juntar à sua volta os vários credos -Pena é não vermos lá representado nenhum culto pagão, que mais uma vez é tomado por herege. - Papa convoca religiões a rezar pela Paz na véspera de Assis   g


...






"O dia 31 de Outubro não é uma escolha por acaso. No calendário celta, este é um dos quatro principais dias de descanso das bruxas, os quatro dias de "meio trimestre". O primeiro, 2 de fevereiro, conhecido como Dia da Marmota, honrava a Brigite, a deusa pagã da cura. O segundo, um feriado de maio chamado Beltane, era entre os bruxos, o tempo de plantar. Neste dia os druidas executavam ritos mágicos para incentivar o crescimento das plantações. O terceiro, uma festa de colheita em Agosto, era comemorado em honra ao Deus sol, a divindade brilhante, Lugh. Esses três primeiros dias marcavam a passagem das estações, o tempo de plantar e o tempo de ceifar, bem como o tempo da morte e ressurreição da terra. O último, Samhain, marcava a entrada do inverno. Nesse tempo, os druidas executavam rituais em que um caldeirão simbolizava a abundância da deusa. Dizia-se que era tempo de "estado intermediário", uma temporada sagrada de superstição e de conjurações de espírito"



"
Para os druidas, 31 de Outubro era a noite em que Samhain voltava com os espíritos dos mortos. Eles precisavam ser apaziguados ou agradados; caso contrário, os vivos seriam ludibriados. Acendiam-se enormes fogueiras nos topos das colinas para afugentar os espíritos maus e aplacar os poderes sobrenaturais que controlavam os processos da natureza. Recentemente alguns imigrantes europeus, de um modo especial os irlandeses, introduziram o Halloween nos Estados Unidos. No final do século passado, seus costumes se haviam tornado populares. Era ocasião de infligir danos às propriedades, e consentir que se praticassem atos diabólicos não tolerados noutras épocas do ano.

A Igreja Católica celebrava originalmente o "Dia de Todos os Santos" no mês de maio e não dia 1 de Novembro como é feito actualmente. O Papa Gregorio III, em 835, tentando apaziguar a situação nos territórios pagãos recém conquistados no noroeste da Europa, permitiu-lhes combinar o antigo ritual do "Dia de Samhain" ou "Vigília de Samhain" (algo parecido com o que os católicos fizeram no Brasil com os deuses africanos e os santos da igreja no tempo da escravidão). O Panteão de Roma, templo edificado para adoração de uma multiplicidade de deuses, foi transformado em igreja. Os cristãos celebravam ali o dia dos santos falecidos no dia posterior ao que os pagãos celebravam o dia de seu Senhor dos Mortos" - Excerto de: .HALLOWEEN - Dia das bruxas


Há lugares que, conquanto se situem na Terra, não são deste Mundo - Transparecem um tal impacto, uma qualquer áurea ou força energética, sobre os quais não existe explicação. - É o caso do Solar do Vale Cheínho, também conhecido por Solar dos Ventos Uivantes do Vale Cheiroso.

Eu já me referi ao mágico lugar noutras postagens, acerca dos rituais noturnos que por lá decorriam noutros tempos - Não vou agora voltar a repetir-me  





Queria apenas aproveitar para recordar e homenagear, uma vez mais, uma das vítimas da Santa Inquisição, que ali fora barbaramente queimada na fogueira. O macabro episódio não é muito conhecido, mas eu retenho bem na memória os pormenores de quem mo contou - Era garoto. Mas não me esqueço e já lá vão uns anos!... Curiosamente, também a essa mesma pessoa amiga, lhe haviam contado o triste episódio, justamente com a minha idade. Foi durante uma daquelas noites maravilhosas, logo após ser degolado o galo e dado a beber um golo do seu sangue, por uma tigela, a todos os irmãos e irmãs. A mais velha contou aos noviços algumas passagens das perseguições que a irmandade havia sido vítima no passado. Mais de que uma forma de nos lembrarmos de que, da condição humana, da sua propensão espiritual, também faz parte o lado animal - condições unas e indissociáveis - que não devem ser reprimidas mas expandidas na sua natural plenitude e totalidade, contrariamente aos ditames da doutrina castradora - Sim, era sobretudo, um modo de reafirmarmos o pacto do profundo secretismo, que o culto exigia. Sobe pena de nos expormos às más línguas e outros reveses, que só nos complicariam a vida


O suplício ocorreu nos finais do século dezanove - A inquisição já havia sido abolida - Porém, apenas em teoria. A igreja continuava a ter muito peso e extrema influencia, junto da réis e nobres - Não se coibindo de abusar da sua autoridade eclesiástica. Mantendo quase as velhas práticas medievais de perseguição e tortura, sobre as almas que escapassem ao rebanho.

E não perdoou à nossa irmã, condenando-a à fogueira: - Uma quinta como aquela!!... Com lagar de azeite, lagar de vinho, com forno, cabanais de gado - tão farta e auto-suficiente - e não ter lá uma simples capela ou imagem cristã, mas que heresia, mas que afronta!!... Tal ausência dos ícones judaico-cristãos, foi encarada como sinal do culto do Diabo pela "madre igreja. Não tardando a que, os inquisidores, os beatos e beatas, mais fanáticos dos dogmas papais, fizessem valer a sua vingança, sobre a matriarca do solar, acusando-a de herética e de bruxa. Tendo-a queimado viva numa fogueira, com requintes do mais profano sadismo e no centro do próprio terreiro do antigo solar. O que eles não imaginavam é que, ao invés de silenciarem uma vida, criaram uma verdadeira heroína. Mantendo ainda mais aceso o mágico e mítico culto ancestral.

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De facto, em certa maneira, não estavam enganados. Lá praticava-se o culto à Estrela da Manhã. O ritual tinha lugar de noite e à hora em que aquela estrela irrompia no horizonte. Era o que se podia dizer, um genuíno culto pagão. Manteve-se até meados dos anos sessenta. A quinta, entretanto, deixou de ser habitada e foi ficando em ruínas. E hoje é quase um lugar assombrado: depois do pôr-do-sol e à noite, poucos se atrevem a passar por lá. Obviamente, quem goste da noite, não falta - Sendo esta, a mensageira e a desbravadora de todos os mistérios, que o Supremo Artífice, concebeu na Terra e em Todo o Universo - E quem o faz, quem ali vai, vêm de longe. Da aldeia e arredores, dir-se-ia ser eu praticamente o único caminheiro. Lá voltarei para recordar memórias da minha adolescência - Dos bons velhos tempos em que ali me reunia com as galhofeiras irmãs: agora para encher os pulmões dos puríssimos ares daquela aprazível canada - Enfim, purificar a mente das impurezas habituais do dia a dia, com que esta sociedade de consumo e demasiado materialista, nos agride. Divirta-se e faça da noite, um belo dia para o resto do ano e para alegria e bem-estar da sua vida

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