Jorge Trabulo Marques – Jornalista e investigador - Não matem o voo gracioso dos sonhadores e poetas e preocupem-se antes com a grave poluição das praias e dos oceanos.


No principio da década de 90, pude testemunhar um verdadeiro massacre a milhares de gaivotas nas Berlengas, através de alimentos envenenados, culpando estas belas aves as causadoras do desiquilibro da biodiversidade local, quando, a principal causa, se devia e continua a dever aos depósitos do lixo amontoados a céu aberto nas costas marítimas, onde as referidas aves vão alimentar-se, criando-lhes novos hábitos, em vez de procurarem o sustento à superfície dos estuários dos rios ou no mar, com os inerentes riscos para a saúde pública e para as próprias aves.


"Se as pessoas tivessem cuidado de colocar o lixo nos sítios em que deve ser colocado, e depois os municípios tivessem o cuidado de o recolher convenientemente, e se as pessoas não promovessem a alimentação à mão às gaivotas," era uma forma de controlar o fenómeno, acredita aquele investigador na área da saúde pública”. https://www.dn.pt/lusa/interior/reportagem-biologos-recuperam-habitats-naturais-nas-berlengas--11012742.html
A CULPA É DAS GAIVOTAS OU DA INSENSIBILIDADE HUMANA? - A TRETA DO COSTUME - "Gaivota e Chorão, duas pragas num paraíso!
"O Arquipélago das Berlengas situa-se a 5.7 milhas do Cabo Carvoeiro e é constituído por três grupos de ilhéus: Berlenga Grande e recifes adjacentes, Estelas e, um pouco mais distante, Farilhões.(…)As medidas radicais de controlo da população, passaram numa primeira fase pelo abate de gaivotas adultas através de alimento envenenado e desde há alguns anos pelo controle da natalidade da população das gaivotas na Berlenga através da destruição de ovos. A colónia, hoje com menos de 20 mil casais, necessita ainda de uma atenção especial, para que seja possível atingir a estabilidade com o habitat. https://jra.abae.pt/plataforma/artigo/gaivota-e-chorao-duas-pragas-num-paraiso/
Não é surpresa alguma, uma ave fazer um gracioso voo rasante sobre o mar e, num ápice, trazer pendurado um peixe no bico para depois o devorar de
seguida, porém, já causa espanto, quando é um peixe que faz da ave, a sua guloseima
preferida.
O vídeo da imagem, encontra-se editado em
vários linkes, mas a fonte principal parece ter sido a de um trabalho da BBC,
com esta tradução - Pássaro é comido por peixes gigantes - Blue Planet II:
Episódio 1 Preview - BBC One
Todavia, o relato, que surge noutros sites,
é nestes termos:
"O mar da República das Seychelles é calmo. De
repente, um peixe salta do mar para se alimentar com a gaivota wuyou.
Inicialmente, a história de um peixe comendo um pássaro veio apenas da
história de um pescador.
Na ausência de qualquer evidência fotográfica, o diretor
da tripulação achou que esse era um risco válido para uma carreira de 30
anos. Assim, a tripulação de quatro pessoas levou 800 kg de equipamento de
filmagem, que inclui uma câmara anti-shake, chegou a um atol
remoto na República das Seychelles, onde foi filmado. Levou várias semanas
para finalmente capturar o peixe raro"
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De volta e meia levantam-se umas certas vozes sibilinas de rostos redondos e barrigas fartas e avantajadas, a vociferarem contra o que consideram a praga das gaivotas, como se estas aves não tivessem direito à vida e à liberdade de procriarem – e até aumentarem a sua população – Ou será que o número de seres humanos no planeta Terra, da atualidade, é o mesmo que a um ou dois séculos?
É evidente que, muitas das nossas aldeias, estão a ficar desertas. ´´É verdade que, a população portuguesa está a regredir – E porquê? Porque o liberalismo selvagem, que odeia o voo poético das gaivotas, promoveu a precaridade no trabalho, aprovou leis que favorecem os despedimentos e a liberalização das rendas de casa, dando azo à ganaãncia desmedida de usurários senhorios, ao mesmo tempo que reduz os ordenados ao nível da malga de arroz asiático – Por isso mesmo, quem é que pode casar e ter filhos? Os ricos, que cada vez são mais ricos e pobres mais pobres. –Sim, só a extravagância dos milionários é que pode dar-se ao luxo de comprar quadros de Picasso por valores astronómicos, ao mesmo tempo que a esmagadora maioria dos artistas não consegue vender um único quadro, já que, quem lhos podia comprar, era a classe média e esta está a desaparecer.
IMPOSSÍVEIS DE CONTROLAR SÃO OS ESCRIBAS DESTES TEXTOS
Inteiramente de acordo – Dos Açores chegam porém estas vozes sensatas, a quem fora pedida a opinião : “Associar “oficialmente” o controlo populacional de uma espécie, através do abate, a um produto turístico “ex-líbris” de uma ilha, que deve ter uma conotação o mais ecológica e “limpa” possível, é contraproducente ética, social, turística e economicamente. É colocar uma “sombra negra” sobre um dos produtos que mais “dá brilho” a Sta Maria e que alguns agricultores levaram vários anos a “construir”. Daí que, sabendo o que está em causa, alguns desses agricultores já tenham expressado a sua discordância".
"Quem não se lembra da grande polémica que se gerou à volta do abate de gaivotas nas Berlengas em 1994, com várias reclamações de ONGAS nacionais e internacionais; escritos condenatórios na comunicação social; contestação das comunidades e de operadores turísticos? Aqui houve aprendizagem e, desde então, o efetivo populacional das gaivotas é feito controlando-se a sua natalidade, através da destruição de ovos. – Excerto NATURMARIENSE: Agosto 2014
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