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sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Morreu Diogo Freitas do Amaral – “Crise no Partido?" “Não posso prever! Não sou adivinho!”... Respondia-me, em Agosto 1990, o fundador e Presidente do CDS : “Penso que não vamos ter crise! A guerra é do Golfo, não será aqui…..Eu estou esperançado de que, tanto a reunião desta noite como a reunião da amanhã, decorram em termos cordatos e em paz!... Vamos tentar que assim seja!

Jorge Trabulo Marques - Jornalista e Investigador - Imagens da Web - Ouça o que me declarou há 29 anos 


 Morreu Freitas do Amaral –  “Crise no  Partido?" “Não posso prever! Não sou adivinho!”... Respondia-me, em Agosto 1990, o fundador e Presidente do CDS : “Penso que não vamos ter crise! A guerra é do Golfo, não será aqui…..Eu estou esperançado de que, tanto a reunião desta noite como a reunião da amanhã, decorram em termos cordatos e em paz!... Vamos tentar que assim seja!

O antigo presidente e fundador do CDS Diogo Freitas do Amaral morreu,  ontem,  quinta-feira, dia 3, aos 78 anos, vítima de uma doença oncológica. Estava internado desde dia 16 de Setembro nos cuidados intermédios no Hospital da CUF, em Cascais.
O Governo de António Costa,  anunciou, em Conselho de Ministros, luto nacional  no dia a que se realizará o funeral,  sábado dia 5 de Outubro, para o cemitério da Guia, em Cascais, após missa de  corpo presente no Mosteiro dos Jerónimos.

“O comunicado do Partido,  é crítico em relação a Basílio Horta? – Perguntava-lhe à saída de uma reunião do Conselho Nacional do CDS, tendo-me, então, respondido:   “Não! Não é!... Penso que não vamos ter crise! A guerra é do Golfo, não será aqui. Neste momento, o único ponto que está agendado é a análise dos resultados das eleições presidenciais  e da situação política

De facto, na mesma altura em que, Fernando Nogueira,  Ministro da Defesa de Cavaco Silva, falava do apoio de Portugal à Nato e do envio de navios para o Iraque ( de que também ainda guardo o registo gravado) decorria no CDS, uma certa agitação interna.

A entrevista, embora breve,  revela-nos alguns aspetos curiosos da forma cautelosa e ponderada, como  respondia  às perguntas que lhe colocava para a então RDP-Rádio Comercial




JTM – Disse que pretende ver um comunicado aprovado para amanhã ao conselho nacional do Partido!
DFA – Exatamente! Esse comunicado foi preparado esta semana em concertação com vários dirigentes do partido e foi já aprovado na reunião diretiva desta tarde. E vai agora ser submetido à Comissão Política! E depois será submetido, amanhã,  ao Conselho Nacional: será um comunicado do Conselho nacional
JTM – Já, agora, o teor do comunicado
DFA – Por enquanto, não posso! Não seria correto estar a divulga-lo.
JTM – É crítico em relação a Basílio Horta?
DFA – Não! Não é!... Penso que não vamos ter crise! A guerra é do Golfo, não será aqui..
JTM – Critico, mas não em  termos de crise!... Há quem diga que a reunião não vai ser pacífica! – Pelo menos é que diz  um artigo no Jornal Independente!
DFA – Não posso prever! Não sou adivinho!... Vamos ver! Eu estou esperançado de que, tanto a reunião desta noite como a reunião da amanhã, decorram em termos cordatos e em paz!... Vamos tentar que assim seja!
JTM – Reafirmar a identidade do Partido e a sua estratégia! Acho que são os pontos a discutir nessa reunião!
DFA – Esse ponto está incluído nestas propostas!... Não se houvesse dúvidas entre nós! Pois, do ponto ideológico, fui a primeira pessoa a declarar que não punha, minimamente em causa, a identidade do Partido nem a estratégia aprovada no Congresso de Março, do ano passado, mas, uma vez que isso foi especulado, nomeadamente na comunicação social, pareceu-nos que tínhamos que fazer uma reunião  de reafirmação de posições e de princípios.

Refere a imprensa, que também o Presidente da República manifestou no site da presidência “o mais fundo pesar”, salientando a “rica experiência parlamentar e governativa” e a “excelência cívica” do ex-ministro. Marcelo Rebelo de Sousa diz que “perdeu um grande amigo pessoal de meio século”. da democracia-cristã.



Foi o primeiro presidente do CDS, mas também passou pelo governo de Sócrates. Morreu Freitas do Amaral.

 TSF  - Nascido na Póvoa de Varzim, de família vimaranense, em 21 de julho de 1941, doutorou-se em 1967 e ascendeu a catedrático em 1984. Foi conselheiro de Estado, Vice-Primeiro-Ministro, Primeiro-Ministro interino, duas vezes Ministro dos Negócios Estrangeiros e Ministro da Defesa Nacional.
No plano internacional, foi presidente da UEDC - União Europeia das Democracias Cristãs (1981-83) e presidente da Assembleia Geral da ONU (1995-96). De regresso a Portugal, foi cofundador e primeiro diretor da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa.

Em 1986, Freitas do Amaral correu o país em campanha para as eleições presidenciais sob o slogan "prá frente Portugal", cantado, entre outros, pelo Coro de Santo Amaro de Oeiras e por Nicolau Breyner.

Foi a eleição para a Presidência da República mais concorrida de sempre. Depois do afastamento de Salgado Zenha e Maria de Lourdes Pintassilgo (respetivamente, com 20,88% e 7,38% dos votos), disputou-se pela primeira vez em Portugal uma segunda volta.

Amaral alcançou então 48,8% dos votos, não os suficientes para derrotar o socialista. Com 51,2% da votação, Mário Soares acabaria por tornar-se o 16.º chefe de Estado português, sendo depois reeleito em 1991 para um segundo mandato.

"Foi, de todas as campanhas eleitorais, a mais importante da democracia portuguesa", destacou Marcelo Rebelo de Sousa em junho deste ano. Dificilmente se voltará "a encontrar uma campanha tão importante para a vitalidade da democracia como aquela."

Por ocasião do lançamento do terceiro livro de memórias políticas de Freitas do Amaral, intitulado "Mais 35 anos de democracia - um percurso singular", que abrange o período entre 1982 e 2017, o Presidente da República recordou o seu "percurso singular" de intervenção política, afirmando que acentuou valores, ora de direita ora de esquerda, face às conjunturas, mas sempre "no quadro amplo" da democracia-cristã. https://www.tsf.pt/portugal/politica/freitas-do-amaral-o-fundador-do-cds-que-quase-chegou-a-presidente-da-republica-11312090.html



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