Jorge
Trabulo Marques - Jornalista



Com 8 anos a família levou-o a Greenwich, num passeio de fim de semana. A ideia era mostrar-lhe a “Cutty Sark”, um navio que décadas antes ostentara a bandeira de Portugal. Mas o jovem Ricardo não ligou muito àquela embarcação, preferindo a “Gipsy Moth IV”, ali mesmo ao lado, um pequeno veleiro com quem essa lenda da vela, Sir Francis Chichester, realizou – sozinho a bordo – a volta ao mundo à vela sozinho nos anos 60. Com a curiosidade própria de uma criança, o Ricardo quis saber tudo sobre aquele homem e seu veleiro. Enquanto regressavam para casa, o Ricardo afirmou, firme, que “um dia também vou ser navegador solitário!” - Pormenores mais à frente
Não se compreende a razão pela qual se terá perdido a paixão pela aventura
marítima – E tantos foram aqueles
tragados pela fúria das vagas! - Se bem que voltássemos a ser pioneiros nos ares.

No entanto, o
facto de não constar qualquer nome, na
lista dos pioneiros solitários,na navegação solitária, tal não significa que não tenha havido
portugueses, nomeadamente pescadores,
que, em pequenas embarcações e tendo-se afastado da costa, por força de
tempestades ou mesmo do barco para onde recolhiam o pescado, não acabassem
por fazer longas travessias.Pois, como reconhece ainda o autor de “Os Navegadores Solitários”, “ninguém se pode vangloriar de ter sido o primeiro
navegador solitário: desde que existem embarcações – de pesca ou de salvamento
– têm existido marinheiro que ou sem querer, partiram ou se acharam sozinhos.
Na idade média, em Espanha, chegou uma dia à costa um
“homem vermelho e estranho” num tronco
de árvore”. Segundo a descrição, que esclarece não ser um homem negro, trata-se
de um americano numa piroga. Como teria chegado ali? Desviado por alguma tempestade?
Como tinha subsistido? Conheceria o meio descoberto pelo Dr. Alaim Bombard de
extrair água dos peixes? Esse conhecimento explicaria a descoberta e o
povoamento das ilhas perdidas no pacífico, como a Ilha de Paques.
FOI UM CAPITÃO ALEMÃO QUE QUIS SERVIR-SE DA COSTA PORTUGUESA PARA A PRIMEIRA
TRAVESSIA VOLUNTÁRIA NUM PEQUENO
CAIAQUE. – Em 1952




Em 19 de outubro de 1952, Bombard iniciou sua viagem solitária, depois de visitar sua filha recém-nascida na França, através do Atlântico, para as Índias Ocidentais . Bombard navegou em um barco inflável do Zodiac chamado l'Hérétique, que tinha apenas 4,5 metros de comprimento, exigia apenas um sextante e quase nenhuma provisão.. https://en.wikipedia.org/wiki/Alain_Bombard

Este foi também um dos meus objetivos, em Outubro de 1975, quando fui largado numa frágil
piroga, apenas munido de uma simples bússola,
um pouco a Norte da ilha de Ano Bom, localizada no Atlântico Sul, a 350 km
da costa oeste do continente africano e 180 km a sudoeste da ilha de São
Tomé e Príncipe, que me levaria a uma
dificil luta de sobrevivência, ao longo de 38 dias, a que já me referi no meu site, “Odisseias nos mar”, que é
justamente onde agora desejo destacar as proezas do navegador português, Ricardo Dinis.
RICARDO
DINIS - O SONHADOR QUE DESEJA SER
EMBALADO PELA DANÇA E SONORIDADE DAS ONDAS


Para o navegador Ricardo Dinis, «Aquilo
que me moveu sempre foi uma enorme paixão ao mar e a Portugal. Foi isso que me
levou a encontrar formas de juntar as duas paixões de maneira útil, sempre
com o objetivo de alcançar a excelência em nome de Portugal».https://tvi24.iol.pt/mais-longe-e-mais-alto/reportagem/um-miudo-sonhador-a-rescrever-a-historia-de-magalhaes-contra-ventos-e-mares
SULCANDO A VASTIDÃO DOS GRANDES OCEANOS

Todos
os seus projectos têm como objectivo celebrar, promover e honrar algo de muito
Português. Para mencionar alguns, em 2005, fez o Lisboa-Dakar à vela, ao mesmo
tempo que o famoso rally, para reforçar a importância das energias renováveies
e de como Portugal precisava investir mais nesta área. Em 2006, navegou entre
Portimão e Londres com uma garrafa de Vinho do Porto (Taylor’s, obviamente)
para oferecer à Rainha Isabel II, para sublinhar os seus 80 anos de vida,
quando se assinalavam os 250 anos da criação da Região Demarcada do Douro e
para celebrar a Aliançã Mais Antiga Da História. Em 2012 circum-navegou a Zona
Económica Exclusiva de Portugal, a maior da Europa e uma das maiores do mundo,
estando no mar 24 dias sem nunca ver terra, para chamar a atenção para o imenso
potencial daquele Mar, tão Português. Mais recentemente, em 2014, navegou
sozinho entre Lisboa a Salvador da Bahia num tributo à Selecção Nacional,
presente no Mundial de Futebol, a quem ofertou uma Bandeira de Portugal e uma
enorme garrafa de vidro feita na http://ricardodiniz.com/bio/
DAR VOLTA AO
MUNDO EM CATAMARÃ AO MUNDO COMO MAGALHÃES –RICARDO DINIS NA PEUGADA DE UM SONHO
– QUE DURARÁ TRÊS ANOS
O projeto foi anunciado, em Fevereiro do ano passado,
pelo que é natural que, Ricardo Dinis, já tenha zarpado com proa à sua arrojada
aventura


Em
entrevista ao jornal “Diário de Notícias”, Diniz explica que o objetivo desta
viagem em redor do Mundo tem como objetivos “dar a conhecer a história de
Magalhães, promover Portugal e alertar para a importância de cuidar do mar”. A
viagem vai ter início em Sevilha, ao contrário da de Magalhães que se iniciou
em Sanlúcar de Barrameda, em Cádis.
A
evolução dos tempos faz com que os meios sejam bem distintos da altura. Ricardo
Diniz fazer esta viagem a bordo de um catamaran moderno. A viagem deverá durar
cerca de três anos e será vegana, ecológica, terá yoga a bordo. O velejador
português vai contar com uma tripulação internacional e com convés aberto à
entrada de convidados que vão poder cumprir etapas da viagem.
![]() |
Ricardo Dinis com o seu único companheiro |
Ricardo
Diniz deseja igualmente dar a conhecer melhor a história de Fernão de Magalhães
ou, pelo menos, não a deixar cair em esquecimento, atirando que Portugal vive
“obcecado” com Vasco da Gama. Sinto que ele é uma espécie de herói esquecido em
Portugal. O mundo reconhece-o e aprecia-o muito mais. Magalhães é nome de
marcas de roupa, de fundos de investimentos, de inúmeros barcos, de marcas de
GPS e até de crateras na Lua e programas espaciais da NASA”, afirmou ao DN.
“Nós,
em Portugal, vivemos muito obcecados com Vasco da Gama. Só em Lisboa tem o
seu nome numa ponte, num centro comercial, num aquário, num jardim... Claro que
o que ele conseguiu [descoberta da rota marítima para a Índia] foi muito
importante e trouxe imensa riqueza ao país, mas por outro lado Magalhães provou
muita coisa, abrindo novos caminhos, e mostrou coragem, liderança, visão e
determinação até ao final da sua vida. Esses são valores essenciais ao mundo de
hoje. E o exemplo de Magalhães ajuda a transmiti-los”, defendeu. https://beachcam.meo.pt/newsroom/2019/02/portugues-da-volta-ao-mundo-500-anos-depois-de-magalhaes/
COM UM
APOIO DE PESO - “3,5 milhões de euros para replicar
circum-navegação de Magalhães” -
Desejo-lhe que seja bem sucedido

O mais recente almoço-debate do International Club of
Portugal (ICPT) foi o palco escolhido por Ricardo Dinis, jornalista mas sobretudo
navegador, que ao longo dos últimos 20 anos representou marcas que querem
afirmar-se no mundo. https://www.vidaeconomica.pt/vida-economica-1/publicacoes/edicao-num-1776-do-vida-economica-de-04032019/negocios-e-empresas/135-milhoes-de-euros-para-replicar-circum-navegacao-de-magalhaes
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