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terça-feira, 28 de julho de 2020

Benfica - Glórias e Legenda dos anos 40 e 50 - Francisco Moreira - 29-04-1915 – 11-11-1991 –“O Pai Natal” - Figura de proa e das mais velhas das hostes benfiquistas “Eu ganhava dois contos e quinhentos; agora estão a ganhar 700, 800 e mais contos. Deixei de ver a bola, não me interessa a bola – Declarava-me, desapontado, em 1986, numa rara entrevista, que hoje aqui recordo, concedida num café do Barreiro, donde era natural e onde iniciara a brilhante carreira, ao mesmo tempo que trabalhava na Lisnave como operário

13 anos a médio de defesa central -  Jogou na seleção Nacional e participou na conquista  seis campeonatos e uma Taça Latina para o Benfica

Foi uma das principais figuras  no ciclo dourado de 1947, quando Portugal bateu a Espanha pela primeira vez e se estreou a vencer na condição de visitante, na República da Irlanda. Reconhecido como um “Médio com enorme disponibilidade para a luta, fazia tudo em esforço sem preocupações de ordem estética. Em nome da paixão pelo jogo e do amor pelo Benfica.

Começou a jogar aos 14 anos no futebol de praia. E, mesmo quando jogava, no Barreirense,  trabalhava na Lisnave, “com um “revolver” nas mãos ( máquina de cravar rebites nos barcos)
Tinha 71 anos quando o entrevistei – Confessou-me que ainda podia até ter jogado mais tempo mas os adversários, nomeadamente do lado dos Sportinguistas, apodavam-no do Pai Natal, pois o que desejavam era vê-lo fora das quatro linhas: não tanto pelo seu desmérito ou redução das suas capacidades físicas mas por ser um dos mais talentosos jogadores, a meio-campo, um dos mais categorizados distribuidores de jogo, que mais contribuía para as vitórias benfiquistas
“Lá vai cavilha nas pernas” .- Era este, de algum modo, o lema dos pioneiros tempos do futebol, naquela altura, em que valia tudo; o que contava não eram as técnicas, as fintas ou os dribles artísticos , a disciplina mas marcar golos: De uma vez levou oito pontos.

Apelidado  também de "Chico da Badana"  e pelo alcunha de Pai Natal – Por ser o jogador mais velho na equipa da luz - Quando deixou o Benfica, aos 37 anos, fizeram-lhe uma festa  de solidariedade – Com os fundos angariados  pôde então comprar uma casa.


Eu jogava “choco a choco” com a bola – Mas o jogo era aduro e, num jogo, em Coimbra -   Académica – Benfica , levou uma valente biqueirada, que lhe deixou maracas numa das pernas para o resto da vida

 Numa final da Taça de Portugal, Benfica- Sporting, o jogo terminou empatado a 4x4 – Dizia que “era bola para lá bola para cá. Nas penalidades, a equipa da Luz teve mais sorte, ganhou por 5x4

Depois de abandonar o futebol emigrou para a Holanda trabalhando para a KLM no aeroporto de Amesterdão.

Regressado a Portugal foi contínuo num Grémio onde se reformou.
Faleceu em Novembro de 1991,sendo sepultado em Vila Chã.
Nasceu no Barreiro Velho em 29 de Abril de 1915. E faleceu aos 76 anos, em 11 de Novembro de 1976

O QUE É DITO DA HISTORIA DO  BARREIRENSE – “No início do século XX, um grupo de aprendizes das oficinas dos Caminhos de Ferro do Sul e Sueste fundaram uma agremiação a que deram o nome de Sport Recreativo Operário Barreirense, que foi crescendo e beneficiando da extinção de outras coletividades para aumentar o número de sócios. No entanto, dificuldades financeiras levaram o clube a proceder a uma profunda reorganização interna e, em assembleia geral realizada a 11 de abril de 1911, foi decidido que tendo como base esse clube nascesse o Foot-Ball Club Barreirense.

Hoje nos campeonatos distritais, o Barreirense já foi um dos clubes mais importantes do futebol nacional. Na década de 1930, foi duas vezes finalista do Campeonato de Portugal, perdendo em 1930 para o Benfica no prolongamento e em 1934 para o Sporting.

Na I Divisão também foi presença assídua nos anos 1950, 1960 e 1970, tendo como melhor classificação o quarto lugar obtido em 1969-70, que valeu a qualificação para a Taça das Cidades com Feiras, precursora da antiga Taça UEFA e atualmente Liga Europa, em que defrontou o Dínamo Zagreb: 2-0 no Barreiro, 1-6 na Croácia.

Se olharmos aos craques que se formaram e passaram pelo Barreirense, dava para construir um plantel histórico de fazer inveja a muitos clubes portugueses. As faces mais visíveis foram o guarda-redes Bento, o médio Carlos Manuel, os extremos José Augusto e Fernando Chalana e mais recentemente o lateral direito João Cancelo. Mas há mais: Adolfo Calisto, Carlos Gomes, Frederico, Nelinho, Neno ou Arsénio. O treinador Paulo Fonseca também fez grande parte da formação e da carreira de futebolista profissional no clube, assim como o atual capitão do Belenenses SAD, Gonçalo Silva.

Em 24 presenças na I Divisão, foram mais de duas centenas os futebolistas que jogaram pelo Barreirense no primeiro escalão. Vale por isso a pena recordar os dez que o fizeram por mais vezes. https://davidjosepereira.blogspot.com/2020/04/barreirense-jogadores-faneca-bandeira-silvino-mira-vasques-jose-joao-faia-correia-pinto-ricardo-vale.html?spref=fb


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