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quinta-feira, 16 de julho de 2020

“NO TEMPLO DAS SOMBRAS LUMINOSAS – Do livro RAIZ DE LADO NENHUM



A faceta poética que eu conheci de José Mendes Bota, do politico, algarvio, há 26 anos, através do livro RAIZ DE LADO NENHUM”, que teve amabilidade de me autografar e do qual tomo a liberdade transcrever estes seus versos, com os votos de que continue a brindar-nos com a sua bela poesia

Deixa! 
Esta é só, apenas, mais uma noite vazia.
Igual a tantas outras,
de becos vazios e escuros sem eco,
tosse convulsa de um vulcão,
entre a garganta e o coração.


Deixa!
Esta é só, apenas, mais urna noite surda.
Cópia de tantas outras noites,
de diálogos numa só boca,
de perguntas condenadas e respostas fatais,
via obrigatória da minha sacra vertigem.


Deixa!
Esta é só, apenas, mais uma noite de deitar fora.
Daquelas que não se chegam a usar
e se desperdiçam,
que jazem no lixo das inutilidades,
de uma estranha abundância de desesperos.


Deixa!
Esta noite é, apenas, o corolário de mais um dia.
O paraíso dos telefones mudos
e dos carteiros paralíticos
do meu imaginário,
e lá fora, nada
nem ninguém, tem a ver comigo.


Esta noite,
é apenas a antecâmara
de tantas noites que estão para vir.
E serão vazias. E serão surdas, e iguais, e inútil
A escoar-se lentamente por entre os dedos,
num rasto de resignação e cobardia.



José Mendes Bota – Autor de vários livros de poesia - Estas palavras foram escritas em 1992 - Nasceu a 4 de agosto de 1955 em Loulé, Personalidade multifacetada, cedo se revelou no campo da música, da rádio e do jornalismo. A vocação poética, essa, uma licenciatura em Economia e uma carreira política de 2 anos não parecem ter afectado,

“Raiz de lado nenhum” é ,depois, de “Triângulos do Desespero (publicada em 1987) uma fascinante colectânea de poemas escritos com o coração, a confirmação da maturidade de um porta tão surpreendente como inesperado. -

«Corolário comovente deste sentir-se «a tripulação amotinada de uma caravela sem vento• é, no poema Estrela Inacessível o verso: «quem me dera poder trocar cada aplauso por um afago».
Respeitável confissão da dilacerante ambiguidade de quem, vivendo cercado de multidões ululantes que lhe exigem a palavra que conduz ao redil do entorpecimento do não pensar, engole o som que trai a estrela propiciadora dos afectos.»
- Natália Correia
«Livro intimista, tocante e profundo, esta é uma obra articulada pela mão de quem sabe, por tanto a ter sentido no seu âmago. «Raiz de lado nenhum» tem o aspecto de pedra preciosa que, quer desbastemos de um lado ou de outro, por se lhe ser tão inerente, sempre o seu brilho se mantém,

Estamos sem sombra de dúvida, perante mais uma prova concludente da força poética inerente ao povo algarvio.» 

Manuel Neto dos Santos.


José Mendes Bota, com uma juventude bastante activa, cedo se dedicou ao escutismo, música, teatro, poesia, rádio, jornalismo e desporto[6]. . Excerto de https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Mendes_Bota


Resumo Biográfico -  José Mendes Bota -  com uma juventude bastante activa, cedo se dedicou ao escutismo, música, teatro, poesia, rádio, jornalismo e desporto

24 anos de actividade parlamentar entre 1983 e 2014 como Deputado à Assembleia da República (III, IV, V, VI, VII, X, XI e XII Legislaturas) e ao Parlamento Europeu (III e IV Legislaturas). Defensor da descentralização política e administrativa[13][14], foi eleito em 2006 Presidente do Movimento Cívico "Regiões, Sim!"[15]. Publicou 17 livros[7][16][17][8][18], a maioria sobre temas políticos[19], alguns deles sobre a Europa, sendo dois dos livros de natureza poética. Editou 3 obras discográficas[8] e produziu 13 programas televisivos para a série “Jamboree”[8] transmitida pela RTP. Editou ainda a Coleção “Cadernos PoesiAlgarve”, divulgando obras de poetas algarvios como Fátima Murta, Manuel Neto dos Santos e Fernando Cabrita. https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Mendes_Bota



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