Jorge Trabulo Marques - Jornalista
Ali Bongo, numa primeira aparição pública após tentativa de tomada de poder, .pede aos gaboneses para se manifestarem contra golpe de Estado,
O canal de televisão estatal, Gabon 24, divulgou entretanto imagens de Brice Oligui Nguema, comandante da Guarda Republicana -- que garantia até agora a segurança do próprio chefe de Estado -- a ser transportado em ombros por um grupo de soldados que gritavam "presidente, presidente
São Tomé e Príncipe tem uma grande comunidade radicada no Gabão. O país vizinho foi nas décadas de 60 e 70 do século XX, a principal base política do movimento de libertação de São Tomé e Príncipe Há 14 anos no poder, depois de suceder o seu pai, Omar Bongo, o actual Presidente Ali Bongo foi proclamado vencedor das eleições presidenciais de 26 de agosto.
África subsaariana sofre sete golpes de Estado em três anos – E dois no espaço de pouco mais de um mês - É constatado que os militares têm inflado sentimentos dos povos da região contra os antigos colonizadores europeus em favor de outras potências.
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Depois do Golpe no Níger, vão já para sete governos derrubados por militares na África subsaariana desde 2020: nos últimos três anos foram registados iniciativas desse tipo no Mali, na Guiné e em Burkina Faso, além de uma tentativa de golpe na Guiné-Bissau
Conhecida como Sahel, a região empobrecida é localizada entre o deserto do Saara, ao norte, e a savana do Sudão, ao sul, e sofre desde 2011 com a violência de grupos jihadistas como o Estado Islâmico e organizações ligadas à al-Qaeda.
DOIS GOLPES MILITARES NO ESPAÇO DE DOIS MESES COM O MESMO ARGUMENTO -- No golpe militar do Níger usaram a rede nacional de TV para anunciar um golpe de Estado. Dissolveram a Constituição, suspenderam todas as instituições e fecharam as fronteiras do país da África Ocidental.
AGORA SUCEDE-SE O DO GABÃO . O Presidente Ali Bongo Ondimba, há 14 anos no poder, depois de suceder o seu pai, Omar Bongo, foi proclamado vencedor das eleições presidenciais de 26 de agosto - Mas, na madrugada desta sexta-feira, numa declaração na televisão, um grupo de uma dezena de militares gaboneses anunciou, num comunicado de imprensa lido no canal de televisão estatal Gabão 24, o cancelamento das eleições e a dissolução de “todas as instituições da República”. Estes militares, entre os quais membros da Guarda Republicana, disseram falar em nome de uma “Comissão de Transição e Restauração de Instituições”.
REAÇÃO DE ALI BONGO - Colocado em prisão domiciliária por soldados que o demitiram na sequência de um golpe de Estado, divulgou um vídeo nas redes sociais. “Rodeado pela sua família e pelos seus médicos”, e um dos seus filhos foi preso, apelando para se manifestarem contra os militares golpistas.
Condenação francesa. A França “condena o golpe militar em curso”, declarou o porta-voz do governo, Olivier Véran, após o Conselho de Ministros. A Embaixada Francesa recomenda cautela. A embaixada francesa no país recomenda “observar a maior vigilância”, nomeadamente na capital, Libreville. “Recomenda-se ficar em casa, manter-se informado da situação e respeitar as instruções de segurança dadas pela embaixada”, escreve ainda a embaixada no seu site. Um número de emergência está disponível para cidadãos franceses: 0033 1 43 17 51 00.
O Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros afirmou hoje que a eventual confirmação do golpe de Estado no Gabão "aumentará a instabilidade em toda a região" central de África.
"Se isto se confirmar, é mais um golpe militar que aumenta a instabilidade em toda a região", declarou Josep Borrell, ao chegar à reunião de ministros da Defesa da UE, que se realiza em Toledo, em Espanha.
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