Domingo, dia 14, o Parque da Quinta das Conchas, no Lumiar,
em Lisboa, não era a Praia das Conchas, em S. Tomé, nem nenhuma das florestas
tropicais da roça do mesmo nome, contudo, dado tratar-se de um espaço amplo e
arborizado, não ficou muito longe dos antigos fundões naquelas ilhas. Até
porque, o tempo quente e húmido, que se fez sentir, com um céu cinzento, cor do
chumbo, quase em nada ficava a dever-se a muitos dos dias em que sol do equador
se esconde acima de um teto nublado, antes ou depois das chuvas.
Estávamos
um bocado pessimista, que a crise que tem afetado a sociedade portuguesa, por
via da austeridade e dos erros dos políticos (que, aliás, não tem sido
poucos, tanto lá como cá), pudesse desmotivar os são-tomenses, que não puderam
comemorar na Sexta-feira, por ser dia de trabalho (embora não faltassem alguns
eventos), a participarem na efeméride, alusiva ao acontecimento
mais especial do seu país - Pelo contrário, a tarde foi mesmo de arromba
- Santomenses consideram que a Independência e a liberdade conquistada é ainda
um dos maiores valores que não podem deixar de celebrar.
Música,
muitos sorrisos, muita diversão e alegria, convívio fraterno, muita juventude,
muitos são-tomenses de todas as idades. Criancinhas ao colo das mães, nos
carrinhos ou atrás das costas à boa maneira africana. Tendas com pratos típicos
para quem não levasse farnel mas também muitos piqueniques, aqui e além,
sentados na relva ou junto a uma qualquer árvore, em torno de um palco, a
lembrar o coreto do Parque do Água Grande (1º de Maio) ou mesmo as diversões de um qualquer fundão, quixipá ou
terraço.
Sim, milhares de pessoas e nem um único
incidente – Se fosse noutra capital europeia,
era impossível conceber uma festa africana, sem um único agente
policial. Mas estávamos em Portugal e a festa era dos são-tomenses, gente
pacífica, que não tem hábitos de conflitualidade
O 38º aniversário de S. Tomé e Príncipe,
ocorreu no dia 12, na passada Sexta-Feira. com
uma cerimónia solene no Palácio dos Congressos, com discursos do
Presidente da República Manuel Pinto da Costa e do presidente da
Assembleia Nacional Alcino Pinto. Houve ainda outros eventos, desportivos
e culturais, nesse mesmo dia e fim-de-semana.. Em Portugal, tão importante
efeméride, foi igualmente assinalada com várias iniciativas, levadas a cabo, em
conjunto pelas principais associações são-tomenses, designadamente a
Associação das Mulheres
de São Tomé e Príncipe –Men Non; ACOSP - Associação da Comunidade
de S.Tomé e Príncipe em Portugal
O fim da festa não podia ser mais feliz para Madide, que, por um euro, ganhou uma viagem de avião para S. Tomé – No sorteiro de rifas, foi a feliz contemplada. Deixou S. Tomé há 3 anos. onde foi secretária, durante 10 anos. Veio tentar a sua chance em Lisboa, onde é empregada de café. Tem uma filha - Agora vai poder matar saudades da sua terra, em Agosto. Até porque, embora ganhe mais de que na sua ilha distante, a vida aqui também não é fácil na restauração.
NÃO HÁ POVO TÃO AMÁVEL
Não é só nas aldeias portuguesas que ainda persiste o hábito se de
cumprimentarem as pessoas com as quais se cruza: os santomenses ainda não
perderam esse costume na sua terra. Mesmo em Portugal – Um dia, encontramos um
santomense, que nos desabafou, muito desapontado: “sabe, Sr. Jorge, eu
cumprimento as pessoas mas não me cumprimentam”. Como não há reciprocidade, lá
terão que se adaptar à indiferença da sociedade de consumo. Todavia, a
amabilidade dos santomenses, está-lhes nas veias, talvez única no mundo. Não há povo tão
amável como este.
É natural que, em todas as comunidades africanas, residentes em Portugal, os seus filhos, aqueles que aqui nascem, percam alguns traços das raízes que tiveram os seus pais. O mesmo acontece aos filhos dos portugueses, nascidos em África, na Europa, na América ou noutra parte do mundo – Gerando, por vezes, conflitos quer com a sua própria família, quer com o meio onde nasceram. São os chamados inadaptados: que nem se identificam com o país de origem dos seus progenitores, nem com aquele podiam sentir como sendo a sua pátria – Em todo o caso, no que respeita aos são-tomenses, nascidos em Portugal, as estatísticas define-os como sendo os mais adaptados e pacíficos.
É natural que, em todas as comunidades africanas, residentes em Portugal, os seus filhos, aqueles que aqui nascem, percam alguns traços das raízes que tiveram os seus pais. O mesmo acontece aos filhos dos portugueses, nascidos em África, na Europa, na América ou noutra parte do mundo – Gerando, por vezes, conflitos quer com a sua própria família, quer com o meio onde nasceram. São os chamados inadaptados: que nem se identificam com o país de origem dos seus progenitores, nem com aquele podiam sentir como sendo a sua pátria – Em todo o caso, no que respeita aos são-tomenses, nascidos em Portugal, as estatísticas define-os como sendo os mais adaptados e pacíficos.
.
Sim, é realidade, não é ficção - Os são-tomenses (e o termo aplica-se também aos habitantes da ilha do Príncipe) fazem parte de um povo gentil - com uma longa herança de sacrificios e adversidades mas amável e optimista. Podem barafustar, criticar, maldizer (é com que mimam os seus políticos, quando se sentem desapontados, e têm tido bastas razões para o fazer), mas não costumam ir a vias de facto.
Carlos Nobre, da organização do Mega-Piquenique, no Parque das Quinta das Conchas, no Lumiar, nas palavras que proferiu, no encerramento da festeja comemorativa dos 38 anos, sobre a independência, lembrou que “Criticar é bom mas criticar com positivo e não negativo. Embora positivo e negativo estejam sempre juntos mas puxando sempre pelos dois para podermos equilibrar as coisas. Por isso, eu gostaria de ressaltar que é sempre bom quando nós nos encontramos, seja com quem for, que nós nos aproximemos e falemos uns com outros, livremente sem qualquer tipo de problemas – E, de facto, foi o que ali sucedeu – Cada um viveu a festa à sua maneira e no maior espírito de conivência e fraternidade.
Sim, é realidade, não é ficção - Os são-tomenses (e o termo aplica-se também aos habitantes da ilha do Príncipe) fazem parte de um povo gentil - com uma longa herança de sacrificios e adversidades mas amável e optimista. Podem barafustar, criticar, maldizer (é com que mimam os seus políticos, quando se sentem desapontados, e têm tido bastas razões para o fazer), mas não costumam ir a vias de facto.
Carlos Nobre, da organização do Mega-Piquenique, no Parque das Quinta das Conchas, no Lumiar, nas palavras que proferiu, no encerramento da festeja comemorativa dos 38 anos, sobre a independência, lembrou que “Criticar é bom mas criticar com positivo e não negativo. Embora positivo e negativo estejam sempre juntos mas puxando sempre pelos dois para podermos equilibrar as coisas. Por isso, eu gostaria de ressaltar que é sempre bom quando nós nos encontramos, seja com quem for, que nós nos aproximemos e falemos uns com outros, livremente sem qualquer tipo de problemas – E, de facto, foi o que ali sucedeu – Cada um viveu a festa à sua maneira e no maior espírito de conivência e fraternidade.
EM
S.TOMÉ (ONDE OS POLITICOS TEM TIDO ALGUMA DIFICULDADE EM DAR CUMPRIMENTO ÀS
SUAS PROMESSAS) A MENSAGEM DO PRESIDENTE PINTO DA COSTA, TAMBÉM FOI NO SENTIDO
CONCILIADOR DE AMOR AO SEU PAÍS, DE SE UNIREM ESFORÇOS
(...)”Nesta
data solene, de mais um aniversário da independência, saibamos
todos, com dignidade, honrar esta terra mãe que nos viu lutar por um ideal.
Um ideal de
progresso, concórdia e paz entre todos os Santomenses. Um ideal de
liberdade, fraternidade e igualdade e solidariedade, valores que estiveram na
génese da nossa luta pela independência.São ideais
que persistem até aos nossos dias e que a todos devem comprometer.
Ideais em que se funda “o amor à nossa pátria” em nome dos quais vos interpelo como Presidente da República, apelando a que saibamos dar de novo as mãos uns aos outros. Unidade é mensagem que ecoou no seio da sociedade são-tomense no dia da independência...
Depois de uma noite de festa, assinalando
os 38 anos da independência, permitindo a possibilidade da aterragem
dos voos noturnos, ao devolver a iluminação ao Aeroporto
Internacional de S. Tomé
POR CÁ, QUEM TERIA SIDO O ARTISTA DE MAU
GOSTO QUE DESLIGOU O FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA AO PALCO? – PRIVANDO OS
MILHARES SANTOMENSE DE SE DIVERTIREM
Situações destas não surgem por acaso -
Por cá, curiosamente, também parece ter havido um qualquer habilidoso (mal
intencionado) que provocou um problema na ligação elétrica ao palco, tendo
impedido que os seus compatriotas pudessem desfrutar de um excelente espetáculo
mais amplo e divertido - Já que, devido a essa estranha anomalia, só bastante mais tarde foi
possível repará-la e possibilitar a atuação da banda musical.
Nenhum comentário :
Postar um comentário