Domingo, dia 14, o Parque da Quinta das Conchas, no Lumiar,
em Lisboa, não era a Praia das Conchas, em S. Tomé, nem nenhuma das florestas
tropicais da roça do mesmo nome, contudo, dado tratar-se de um espaço amplo e
arborizado, não ficou muito longe dos antigos fundões naquelas ilhas. Até
porque, o tempo quente e húmido, que se fez sentir, com um céu cinzento, cor do
chumbo, quase em nada ficava a dever-se a muitos dos dias em que sol do equador
se esconde acima de um teto nublado, antes ou depois das chuvas.
Estávamos
um bocado pessimista, que a crise que tem afetado a sociedade portuguesa, por
via da austeridade e dos erros dos políticos (que, aliás, não tem sido
poucos, tanto lá como cá), pudesse desmotivar os são-tomenses, que não puderam
comemorar na Sexta-feira, por ser dia de trabalho (embora não faltassem alguns
eventos), a participarem na efeméride, alusiva ao acontecimento
mais especial do seu país - Pelo contrário, a tarde foi mesmo de arromba
- Santomenses consideram que a Independência e a liberdade conquistada é ainda
um dos maiores valores que não podem deixar de celebrar.
NÃO HÁ POVO TÃO AMÁVEL
Sim, é realidade, não é ficção - Os são-tomenses (e o termo aplica-se também aos habitantes da ilha do Príncipe) fazem parte de um povo gentil - com uma longa herança de sacrificios e adversidades mas amável e optimista. Podem barafustar, criticar, maldizer (é com que mimam os seus políticos, quando se sentem desapontados, e têm tido bastas razões para o fazer), mas não costumam ir a vias de facto.
Carlos Nobre, da organização do Mega-Piquenique, no Parque das Quinta das Conchas, no Lumiar, nas palavras que proferiu, no encerramento da festeja comemorativa dos 38 anos, sobre a independência, lembrou que “Criticar é bom mas criticar com positivo e não negativo. Embora positivo e negativo estejam sempre juntos mas puxando sempre pelos dois para podermos equilibrar as coisas. Por isso, eu gostaria de ressaltar que é sempre bom quando nós nos encontramos, seja com quem for, que nós nos aproximemos e falemos uns com outros, livremente sem qualquer tipo de problemas – E, de facto, foi o que ali sucedeu – Cada um viveu a festa à sua maneira e no maior espírito de conivência e fraternidade.
Um ideal de
progresso, concórdia e paz entre todos os Santomenses. Um ideal de
liberdade, fraternidade e igualdade e solidariedade, valores que estiveram na
génese da nossa luta pela independência.São ideais
que persistem até aos nossos dias e que a todos devem comprometer.

Ideais em que se funda “o amor à nossa pátria” em nome dos quais vos
interpelo como Presidente da República, apelando a que saibamos dar de novo as
mãos uns aos outros. Unidade é mensagem que ecoou no seio da sociedade
são-tomense no dia da independência...
Depois de uma noite de festa, assinalando
os 38 anos da independência, permitindo a possibilidade da aterragem
dos voos noturnos, ao devolver a iluminação ao Aeroporto
Internacional de S. Tomé
Situações destas não surgem por acaso -
Por cá, curiosamente, também parece ter havido um qualquer habilidoso (mal
intencionado) que provocou um problema na ligação elétrica ao palco, tendo
impedido que os seus compatriotas pudessem desfrutar de um excelente espetáculo
mais amplo e divertido - Já que, devido a essa estranha anomalia, só bastante mais tarde foi
possível repará-la e possibilitar a atuação da banda musical.
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