Infelizmente
é quase do que vive: da dependência, quase total, das ajudas externas - Todavia, é bom não esquecer:
Alcançou-se
a liberdade, deram-se importantes passos na irradiação do analfabetismo,
houve significativas reformas na urbanização e turismo, alguma
industrialização, se bem que ainda insipiente, combateu-se o índice mortalidade
infantil, que no tempo colonial atingia dramaticamente todas as famílias,
deu-se um grande salto no combate às doenças endémicas, houve realmente grandes
progressos em múltiplos aspetos e sectores da vida, económica, politica e
social de São Tomé e Príncipe - A população, quase triplicou e, e se tal
aconteceu foi por alguma razão e, os filhos destas Ilhas, deixaram de ser
colonizados, podem orgulhar-se de têm uma pátria e uma bandeira

Já lá vão 39 anos, em que, o Povo de S. Tomé e Príncipe pedia a independência total e acalentava um futuro risonho e mais justo.
Os mesmos 39 anos sobre a entrevista que me concedeu o Dr. Victor Correia e o Dr. Celestino da Costa – Este que, entre outros cargos ministeriais, haveria de ser primeiro-ministro e chefe do Governo de São Tomé e Príncipe entre fevereiro de 1988 e o mesmo mês de 1991. . Faleceu em 24/12/2010. hospital de Santa Maria, em Lisboa, vitima de doença prolongada.
Recordo aqui algumas das suas declarações, que então me
concedeu, uns meses depois do 25 de Abril, para a revista Semana Ilustrada, de Luanda:
acerca do maior problema de ontem e de hoje: o da perversidade do boato:

(imagem oferecida por Renato Sena Santos )
Não há violência mas há má-língua. E desse fenómeno se queixam os políticos nesta última campanha. Por exemplo, de "contaminar a opinião pública"
Seja ou não verdade, o boato foi e continuará sendo, em toda parte, uma arma
política. Tem autor mas é sempre anónimo e de origem desconhecida.
Dessa perversidade e maledicência, também não escapa um certo linguarejar
nestas Ilhas.
O FACTO DE S. TOMÉ SER PEQUENO NÃO SIGNIFICA QUE
LHE SEJA IMPOSSÍVEL ASPIRAR AOS MESMOS SONHOS DOS GRANDES PAÍSES

Sem
dúvida, era perfeitamente compreensível a explicação do Dr. Victor Correia, proferida há 40 anos - Pois é do que praticamente vive – De uma quase
absoluta dependência externa.
Dizia ele que,“Pelo facto de S. Tomé ser
pequeno, isto não quer dizer que vá precisar de esmolas; nós temos casos de
países pequenos que não carecem de terem um exercito, ou mantêm uma pequena força simbólica e esses países,
também pequenos, não tem Universidade. E o caso de S. Tomé, pois não poderá aspirar a ter uma Universidade. S. Tomé, após
a sua independência, estabelecerá acordos com quem entender, a fim de assegurar
todos esses aspectos que por si só n:ío poderá; acordos que poderá salvaguardar
a sua defesa, sem efectivamente ter um grande exército; acordos que poderão
assegurar a formação dos elementos de S. Tomé
mais capazes queiram prosseguir
cursos superiores".
JÁ ERA TEMPO DE SE PASSAR À AÇÃO…




O entendimento, entre eles tem sido conflituoso, porque, quer o líder histórico do MLST-PSD, quer o fundador da MDFM/PL, são pesos demasiado pesados na politica destas pequenas ilhas; personalidades de um perfil muito forte, cada um arvorando os seus pergaminhos, pelo que, cada um, não admite que o vizinho lhe passe em cima.
Fradique Menezes já
disse: "que vai correr com o Presidente da Republica no Palácio do
Povo, caso ganhe as eleições com maioria absoluta" -Ora, estas
afirmações não anteveem grandes plataformas de estabilidade - E
então se tiver mesmo que negociar com o partido do Chefe de Estado?...
Quanto a Patrice Trovoada, filho de outro líder histórico, Miguel
Trovoada, que as sondagens apontam como provável vencedor e
que se fez acompanhar de deputados portugueses, depois de dois anos com
residência em Portugal -.Sondagem dá vitória ao
ADI e a Patrice Trovoada - , tal facto
gerou alguma controvérsia pelos opositores mas há que reconhecer que é
uma prática corrente nos países democráticos: o convite de personalidades
estrangeiras nos comícios políticos - A questão poderia colocar-se era de outro
modo, com a seguinte pergunta: o que faz levar deputados a "voarem"
tão longe?... Para mostrarem o seu apoio e solidariedade a um projeto de
reconhecido mérito ou na mira de se colarem a eventuais projetos de cobiça
estrangeira neocolonial? É que isto de política, também tem que lhe diga. E,
pelos vistos, há mais quem faça política a pensar no seu umbigo de que no
interesse coletivo


CALILÚ PARA TODOS OS PALADARES

Há vozes que vieram publicamente afirmar que a campanha decorreu calma e sem perturbações, outras, pelo contrário, falam em ações de violência, de uma “campanha entre os apelos à festa e denúncias de emboscadas”.
Não acredito em nenhuma destas versões.
O santomense é um povo pacífico e calmo. É certo que gosta de fazer as coisas leve e leve, moli e moli, contudo, onde há dois santomenses, não há silêncio, porque o santomense é extrovertido por natureza, gosta de extravasar, alto e em bom som, o que lhe vem na alma: discute, discorde, critica, berra, comenta, entra facilmente em polémicas, afasta governos através da verborreia como quem dá palmadas nos mosquitos.
ERA ALTURA DOS ERROS SERVIREM DE LIÇÃO
Já lá vão 23 governos, com
18 primeiros-ministros, nos 39 anos de independência. É obra! Era altura de se passar mais ação de que
ao palavreado. O colonialismo não deixou
bons exemplos e os movimento do 25 de Abril, também mais não deixou que o pão já desmiolado,
mas, como é sabido, a melhor escola é a da
vida: aquela que se aprende com os próprios erros. Errar é próprio do
homem.

Na verdade, o povo de S. Tomé é único no seu género – Não deve haver nos oceanos outras ilhas em que as pessoas sejam tão hospitaleiras e pacíficas para com elas próprias e para com os estrangeiros que as visitam
Pois quem é capaz de afirmar que, nestas ilhas, alguma vez alguém foi morto ou espancado por razões de natureza política?
Isso é quando há coeca metida em sarilho ou ciumeira grossa - Só assim é que pode dar pró torto. Geralmente a vítima é a mulher.
Mesmo assim, como há muita fruta por onde escolher, pelo que dificilmente o homem de S. Tomé e Príncipe, perde as estribeiras. Há muita mulher bonita e muita beleza nestas Ilhas à mão de semear.
É certo que a maioria esmagadora da população, vive no limiar da pobreza, e dificilmente pode dar-se ao luxo de consumir produtos importados. No entanto, não morre de fome. Mesmo com as roças completamente desfiguradas, reina ainda muito mato, na floresta não faltam frutos e porcos , Além disso, o mar é imenso e cerca as ilhas para qualquer ponto para onde se estenda o olhar.
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