“
Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investigador
Punhal encontrado submerso - Ag.2015 |
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Fra Mauro - 1459 |

(Actualização - depois não deixe de consultar a descoberta de um machado do neolítico, referido na obra "A Ilha de São Tomé - Sob o Ponto de Vista Histórico-Natural e Agrícola", de
autoria de Júlio A. Henriques https://canoasdomar.blogspot.com/2016/01/tome-descoberta-de-machado-do-neolitico.html
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Machado Neolítico - - Júlio A. Henriques |
A admitir-se a existência de gravuras rupestres no litoral da ilha de São Tomé não deixaria de ser um achado deveras significativo e surpreendente, o qual, de facto, a confirmar-se poderá contribuir para o relançamento do estudo do povoamento da Ilha de São Tomé (a que me referi neste site, em ilhas asben e sanam, povoadas por canoas africanas -), entre os que defendem a tese colonial de que as ilhas, ao tempo da descoberta pelos navegadores portugueses, se encontravam desabitadas e aqueles que, como o autor deste site, entendem que havia fortes probabilidades de ali se haverem fixado alguns povos vindos da costa africana, através das suas pirogas - Travessias perfeitamente possíveis, tal como demonstrei nas várias ligações que efetuei entre as lhas e o continente . De resto, extensões oceânicas essas, já percorridas por escravos, como atestam documentos históricos, ao procurarem libertar-se da dureza e desumana humilhação, a que eram submetidos pelo domínio colonial
No final poderá ver mais informação atualizada em - Descoberta uma antiga espada, entre outros objetos http://www.odisseiasnosmares.com/2015/08/em-sao-tome-descoberta-de-uma-antiga.html E um antigo punhal http://www.odisseiasnosmares.com/2015/08/ministro-da-educacao-cultura-e-ciencia.html
Ag 2015 espada descoberta submersa |
Pesquisas - Agosto 2015 |
NAQUELA ÉPOCA A PALAVRA DESCOBRIR, SIGNIFICAVA EXPLORAR O QUE JÁ ERA CONHECIDO
“Convém
notar”- refere o mesmo investigador - “ que desde já e sempre que se
aborde tão delicado e controverso assunto, qual o significado a dar à palavra
descobrimento, quando se trata de novas terras e em especial no século XV. Já
vários historiadores se têm referido ao problema e dele me ocupo mais de espaço
no vol. III da minha História da Cartografia Portuguesa, que estou a escrever e
cujo vol. II (…)”
De tudo ou quase tudo o que foi descoberto, isto é, descoberto oficialmente, se pode dizer que foi redescoberto. João de Barros, cronista sério e quase sempre fidedigno, diz «terem os nossos mais terras descobertas no tempo de D. Afonso V do que achamos na escritura de Gomes Eanes de Zurara», e que quando os nossos primeiros navegadores chegavam a terra até então desconhecida costumavam gravar nalguma grande árvore «este motto do Infante, Talem de Bie11 Faire», por outros navegadores depois encontrado ao longo da costa africana, que julgavam atingir pela primeira vez. Depois de ter mencionado os descobrimentos das ilhas de S. Tomé, Ano Bom e Príncipe, refere-se o cronista a propósito a uma ilha que em 1438 havia sido descoberta pelos Portugueses e de que se perdeu memória



Padrões, datando de 70.000 aC.
Um dos primeiros exemplos de
arte pré-histórica da África.
De facto, é de todo conveniente aprofundar a pesquisa, a que me refiro, bem como de eventuais vestígios dos desembarques das primeiras caravelas. Pois é suposto que, os navegadores portugueses, ao desembarcarem nas baías mais abrigadas e tranquilas - esta é uma delas - ali instalassem seus acampamentos, dada a impossibilidade de poderem entrar de imediato floresta adentro, aliás, tal como ainda hoje sucede em muitas áreas do litoral. O mesmo sucedendo com os primeiros navegadores que demandaram as Ilhas
AS CANOAS SÃO AS EMBARCAÇÕES MAIS
ANTIGAS DA HUMANIDADE E JÁ DERAM BASTAS PROVAS DE SULCAREM RIOS E MARES
8000 anos atrás, "barco
mais antigo conhecido da África" Nigéria. Canoa
foi descoberta perto da região do rio Yobe, pelo pastor Fulani,
maio 1987, em Vila Dufuna ao escavar um poço. "Madeira quase
negra" da canoa, que dizem ser de mogno Africano, com"inteiramente de material orgânico". Vários testes de rádio-carbono realizados em
laboratórios de universidades de renome na Europa e América indicam que a canoa
tem mais de 8.000 anos de idade, tornando-se assim a embarcação mais antiga na África e a
terceira mais antiga do mundo. 8000
years ago africans
invented a dufuna canoe in nigeria

Na imagem à esquerda, chegou-nos a sugerir
tratar-se, simultaneamente, de um misto de gravuras e pinturas - De resto, no
tocante à pintura, muito parecida com a da imagem à direita, considerada a
pintura mais antiga da humanidade -Cave Painting,
São Tomé, 30 de Outubro 2014
Existem gravuras rupestres na Ilha de S. Tomé, a curta distância do Padrão dos Descobrimentos, na Praia de Anambô . Não se forneceu, por agora, a indicação precisa do sítio, sem primeiro as autoridades se deslocarem ao local e garantirem a sua proteção.
Curiosamente, algo parecidas com algumas gravuras do Vale do Côa. No tocante às da imagem à direita, conquanto as formas nos levem admitir desenhos gravados, só uma análise mais aprofundado poderá definir se são veios naturais da pedra (que é realmente para onde nos inclinamos) ou formas propositadamente gravadas.
Embora, historicamente, não haja a certeza se foi nesta ou noutra praia, a verdade é que, além da praia Rosema, Lagoa Azul, Tamarinos, Micoló, trata-se realmente de uma das baías mais tranquilas, propícias para acostagem, no litoral nordeste de São Tomé - E, para quem demanda a Ilha, vindo do Norte, este é realmente um dos locais mais tentadores ao desembarque e não os das áreas costeiras de abrupa escarpa - A praia é de cascalho mas oferece boas profundidades, relativamente próximo à margem e uma área de rebentação, relativamente acolhedora - Foi a sensação com que fiquei quando fiz a ligação de canoa, desde a Baía Ana de Chaves, até esta praia e, no dia sguinte, dali retornei.
O achado foi descoberto na tarde
em que me desloquei com uma equipa dois jornalistas santomenses (Adilson
Castro do Jornal Transparência e João Soares da Rádio Jubilar, bem como do empresário Manuel Gonçalves, natural de Chaves, afim de ali me
acompanharem numa breve homenagem aos bravos marinheiros de 1470, 39 anos
depois de ter deixado esta ilha, numa tentativa de travessia de canoa, S. Tomé-Brasil,
que acabaria num longa e dramática deriva de 38 dias, de Ano Bom a Fernando Pó.

Passo de seguida a transcrever a notícia,
divulgada pelo Jornal Transparência.
Inédito:
Descoberta
de gravuras
pré-históricas
no litoral
de São Tomé
JT:28.10.2014
-
São Tomé e
Príncipe –
Gravuras
rupestres
encontradas
junto ao
litoral -
Relançam a
origem do
povoamento
histórico
antes da
colonização.
As gravuras
rupestres
fazem parte
das
expressões
artísticas
mais antigas
da história
da
humanidade –
Através da
sua análise
e datação é
possível
fazer
estudos mais
aprofundados
sobre a
presença
humana nos
locais onde
foram
gravadas
pelo que se
defende uma
investigação
ampla na
área.


De resto, frisa o
investigador
- não será
por mero
acaso que as
canoas
surgem nas
cartas do
século XVII,
com idêntico
destaque ao
das
caravelas.
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Em minha
modesta
opinião –
diz Jorge
Marques,
que, desde
há mais de
40 anos se
debruça
sobre a
origem do
povoamento
das Ilhas do
Golfo da
Guiné - a
história das
descobertas
prima mais
pela ficção
e efabulação
de que em
dar-nos
conta do que
se
verdadeiramente
se passou”
reconhecendo
que o
fenómeno da
sublimação
foi
transversal
a outras
potências
coloniais.
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O
estudioso,
que viveu 12
anos em São
Tomé, é
ainda o
autor da
descoberta
dos
observatórios
astronómicos
pré-históricos,
situados nos
arredores da
sua aldeia,
em Chãs, de
Vila Nova de
Foz Côa,
conhecidos
por Templos
do Sol. - Jornal Transparência - Diário de São Tomé e Príncipe
Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investigador das Origens dos
Povos das Ilhas do Golfo da Guiné - Coordenador das celebrações nos
calendários solares, por si descobertos, no maciço dos Tambores, Chãs.
Foz Côa -Celebração do Solstício do ... ......Ficção – “arte abstratacta” “neandertal em Gibraltar ..
Um comentário :
Interessante toda esta explicação da descoberta de sinais pré históricos na Ilha de São Tomé.
Sou um daqueles que, não acredito que, em qualquer um dos locais onde os portugueses disseram ter descoberto uma ilha ou qualquer um lugar, não existisse já seres humanos.
Boa viagem e obrigado por esses esclarecimentos.
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