No mesmo dia em que, o Tribunal constitucional de São Tomé e Príncipe anunciou os resultados definitivos das eleições legislativas de 12 de Outubro, confirmando a maioria absoluta da ADI, ,por 33 deputados, contra os 16 do MLSTP-PSD, PCD 5 e UDD, um deputado, o líder da ADI aproveitou para afirmar, publicamente, que vai formar Governo sem coligações - Ciente de que, Manuel Pinto da Costa, deverá pedir ao partido mais votado para formar governo, apelou para a suspensão de todas as ações governativas, à exceção dos mais urgentes
O tempo
de flogá das eleições, já lá vai. A vida santomense regressou ao seu ritmo
normal. Por agora ainda não é fácil perceber o ressentimento ou as
mossas que a desforra do ex primeiro-ministro são-tomense,
terá provocado nos seus opositores, contudo, para quem aqui volta 39 anos depois, como é o
meu caso, o que eu mais tenho notado é que todo o visitante é tratado por
“amigo”.
Naturalmente
que esta palavra, além da expressão amável de um sorriso, subentende algo mais:
umas dobrazinhas (moeda oficial), já que o ordenado mínimo não chega aos 40
euros. Ora bem, este é um desafio que a formação do novo governo, deveria ter
entre mãos. Certo que o povo não morre de fome, pois é uma terra onde a
natureza é francamente generosa e profícua, porém, já era tempo dos
políticos - sem excepçao - se compenetrarem de que nem só de banana vive o homem.
A QUESTÃO É QUE
O PEREGRINO É TAMBÉM JORNALISTA
– E é por isso que, tendo tantas coisas para contar, tendo sido tocado por tão comoventes como magníficas impressões, e não sabendo por onde começar, opta pelo relato mais simples: deixar que os olhos e o coração se expandam para que a memória os registe e mais mais tarde os divulgar -
Foram momentos muito humanos e sensibilizadores. Deram-me a possibilidade de testar as minhas capacidades da arte de navegar nas suas canoas, prova esta que me levou a convencer-me, que, não obstante a minha idade, creio que era capaz de voltar ao mar mas não vim com essa intenção: apenas com o objetivo de matar saudades e de me reencontrar com uma ilha que me é profundamente querida, e, cujos 12 anos, aqui vividos, me marcariam para sempre.
Depois
pude ainda passar pela Praia do Moro Peixe para ir dar um abraço de muita
estima e admiração, ao Sr. Hipólito, pelo seu notável trabalho em defesa das
tartarugas - Nessa mesma tarde visitei a Roça Agostinho Neto, antiga roça
Rio do Ouro, da Sociedade Agrícola Vale Flor, onde trabalhei alguns
meses, como empregado de mato, depois de me ter despedido da Roça Uba Budo –
Aqui, pude encontrar-me com o "Ganga",que era o moleque do
patrão, quando para ali fui em Novembro de 1963 para fazer o estágio de Técnico
Agrícola, que ali não cheguei a concluir por não me enquadrar no sistema
repressivo colonial. De tarde desloquei-me ao Batepá, aldeia mártir desta
maravilhosa Ilha.
(mais tarde, em postagens posteriores, serão editados outros vídeos e imagens)
Entretanto,
recebi uma amável mensagem da poeta Olinda Beja, sugerindo-me para que, quando
passasse pelo Batepá , chamasse o seu irmão António
Figueiredo e aproveitasse para li comer um calúlú. Pois, nem a propósito, esta
visita fez parte de um dos itinerários que já percorri, que igualmente bastante
me comoveram.
Curiosamente,
foi no interior de um pequeno mercado, que eu e o Manuel Gonçalves, um amigo
que veio comigo de Lisboa e alugou um jipe, que ambos ali almoçamos, num
convívio, tão carinhoso e alegre, que só em S. Tomé é possível
encontrar. Sim, vim a pensar tomar uns banhos nas águas quentes e límpidas das
belas praias equatoriais destas ilhas, porém, tal tem sido o desejo de
peregrinar que nem sequer ainda houve tempo para poder fruir desse
prazer, salvo um pequeno banho em Micondó, quando já me preparava para embicar
com a proa da canoa na areia brilhante e macia daquela praia
Um comentário :
Fico muito feliz por teres regressado às ilhas que encantaram a tua vida!...
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