A amável e honrosa recepção que, o ex-presidente Fradique Menezes, me proporcionou, nesta última sexta-feira, na sua Quinta da Favorita, com a presença do empresário Leonel Fernandes e o Diretor de Gestão de Infraestruturas Desportivas, Joaquim Dias (antigos membros da extinta Comuna de Estudantes - 1974-1979) e, posteriormente, na sua mansão da Praia das Conchas, não foi propriamente uma audiência mas o reencontro cordial e amistoso, que remonta a uns meses após o 25 de Abril e que haveria de se reforçar na altura da minha partida para a grande travessia oceânica de canoa – Pois, também, a irreverência do então jovem professor de francês, pelas questões políticas e sociais do seu país, não passara despercebida à minha curiosidade e observação jornalística, vindo a estabelecer com ele, por várias vezes, frequentes trocas de impressões e até calorosos diálogos.
Por esse facto, também ele haveria de constituir-se,
mais tarde, como um dos entusiastas patrocinadores da minha temerária
aventura, que acabaria por resultar numa penosa e dramática odisseia de 38 dias
à deriva nas águas do grande Golfo da Guiné, com partida de São Tomé, em meados
de Outubro de 1975.
Assim
sendo, regressado a esta ilha, 39 anos depois, o reencontro com Fradique de
Menezes, após a audiência especial concedida por atual Presidente Manuel Pinto
da Costa, ambos apoiantes da temerária empresa marítima, bem como o então Primeiro-Ministro, Leonel D´Alva, Miguel Trovoada, José Freth, Filinto Costa Alegre, Carlos Graça (já falecido), Albertino Bragança, Alda Espírito Santo (falecida), entre outros dirigentes históricos do MLSTP, bem como pequenos e médios comerciantes, impunha-se, naturalmente,
nos meus desejos como um dever de amizade e de reconhecimento – Honrosa e
cordial recepção que acabaria por me ser concedida, uma vez mais graças aos bons
ofícios do Coronel Victor Monteiro, Diretor do Gabinete da Presidência da
República, ao qual, aqui manifesto o meu profundo apreço e alta estima.
“Caro
Presidente: tenho uma surpresa para lhe fazer” – Foi deste
modo que o Coronel Victor Monteiro, na tarde de quinta-feira, me anunciava pelo
seu telemóvel ao anterior Presidente da República, Fradique Bandeira Melo de
Menezes, dinâmico e prestigiado empresário e fundador e presidente do MDFM-PL
– E a agradável surpresa era para lhe comunicar que me encontrava na sua
viatura, próximo de umas das suas maravilhosas propriedades agrícolas, creio
que da Praia das Conchas, quando nos dirigíamos a
caminho da cidade das Neves, dizendo-lhe que, eu, Jorge Trabulo Marques, o
gostaria de cumprimentar.
Foi, então, que, ao passar-me o mesmo telemóvel, num breve mas amistoso diálogo, ficou acordado que tinha muito gosto em me receber por volta do meio-dia da passada Sexta. – E, no seguimento deste convite, o de uma visita à sua mansão numa das mais belas praias das Ilhas Verdes - Agora na companhia de seus amigos e familiares.
Este, pois, mais um gesto de simpatia, entre
muitos outros, que tenho recebido, quer de personalidades conhecidas, quer anónimas,
agora por parte de outra importante figura histórica do processo
democrático de São Tomé e Príncipe -.
Sim, já lá vão 39 anos, em que, o Povo de S. Tomé e Príncipe pedia a independência total e acalentava um futuro risonho e mais justo.
Os mesmos 39 anos sobre a entrevista que me concedeu o Dr. Victor Correia e o Dr. Celestino da Costa – Este que, entre outros cargos ministeriais, haveria de ser primeiro-ministro e chefe do Governo de São Tomé e Príncipe entre fevereiro de 1988 e o mesmo mês de 1991. . Faleceu em 24/12/2010. Hospital de Santa Maria, em Lisboa, vítima de doença prolongada~
Dizia ele que,“Pelo facto de S. Tomé ser pequeno, isto não quer dizer que vá precisar de esmolas; nós temos casos de países pequenos que não carecem de terem um exercito, ou mantêm uma pequena força simbólica e esses países, também pequenos, não tem Universidade. E o caso de S. Tomé, pois não poderá aspirar a ter uma Universidade. S. Tomé, após a sua independência, estabelecerá acordos com quem entender, a fim de assegurar todos esses aspectos que por si só não poderá; acordos que poderá salvaguardar a sua defesa, sem efectivamente ter um grande exército; acordos que poderão assegurar a formação dos elementos de S. Tomé mais capazes queiram prosseguir cursos superiores"
Muitos foram os meus artigos censurados, devolvidos ao autor, mesmo tendo em conta as loas que obrigatoriamente tinha de dedicar à propaganda colonial, pois de outro modo era impensável escrever uma linha. Contudo, nem assim logrei captar a confiança do regime colonial, ao ponto de me ter sido instaurado um inquérito, que obstou a minha admissão nos quadros do então Emissor Regional de STP, da EN, onde trabalhava como ténico-operador, devido a um artigo por mim publicado na revista Semana Ilustrada. Tenho ainda o documento dessa iníquia represália. Cheguei a São Tomé, tal como saí: sem nada nos bolsos.Todavia, possuidor de uma experiência de vida, que não há dinheiro algum que ma pague.
Recordo o dia em que, o dono do restaurante Palmar, prostrando-se à frente da porta da sala, me impedia de entrar, devido a um artigo a quem chamava de exploradores aos donos dos bares.
Naquele momento, encontrava-se no seu interior, sentado numa das mesas, o Dom Duarte Pio de Bragança, que teve um gesto à altura dos pergaminhos da sua nobreza: "deixe entrar esse senhor, que é meu convidado" - e lá me fui sentar à mesa do corajoso Príncipe, para minha reconfortante supressa e satisfação. Gesto este que acabaria por consolidar um relacionamento muito cordial e honroso, que se prolonga até aos dias de hoje
Foi, então, que, ao passar-me o mesmo telemóvel, num breve mas amistoso diálogo, ficou acordado que tinha muito gosto em me receber por volta do meio-dia da passada Sexta. – E, no seguimento deste convite, o de uma visita à sua mansão numa das mais belas praias das Ilhas Verdes - Agora na companhia de seus amigos e familiares.
O FACTO DE S. TOMÉ SER PEQUENO NÃO SIGNIFICA QUE LHE SEJA IMPOSSÍVEL ASPIRAR AOS MESMOS SONHOS DOS GRANDES PAÍSES
Sim, já lá vão 39 anos, em que, o Povo de S. Tomé e Príncipe pedia a independência total e acalentava um futuro risonho e mais justo.
Os mesmos 39 anos sobre a entrevista que me concedeu o Dr. Victor Correia e o Dr. Celestino da Costa – Este que, entre outros cargos ministeriais, haveria de ser primeiro-ministro e chefe do Governo de São Tomé e Príncipe entre fevereiro de 1988 e o mesmo mês de 1991. . Faleceu em 24/12/2010. Hospital de Santa Maria, em Lisboa, vítima de doença prolongada~
FAZER
JORNALISMO EM SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - NO ANTES E PÓS 25 DE ABRIL - MISSÃO DE ALTO RISCO- - O DIA EM QUE DOM DUARTE PIO DE BRAGANÇA INTERVEIO
Muitos foram os meus artigos censurados, devolvidos ao autor, mesmo tendo em conta as loas que obrigatoriamente tinha de dedicar à propaganda colonial, pois de outro modo era impensável escrever uma linha. Contudo, nem assim logrei captar a confiança do regime colonial, ao ponto de me ter sido instaurado um inquérito, que obstou a minha admissão nos quadros do então Emissor Regional de STP, da EN, onde trabalhava como ténico-operador, devido a um artigo por mim publicado na revista Semana Ilustrada. Tenho ainda o documento dessa iníquia represália. Cheguei a São Tomé, tal como saí: sem nada nos bolsos.Todavia, possuidor de uma experiência de vida, que não há dinheiro algum que ma pague.
Recordo o dia em que, o dono do restaurante Palmar, prostrando-se à frente da porta da sala, me impedia de entrar, devido a um artigo a quem chamava de exploradores aos donos dos bares.
Naquele momento, encontrava-se no seu interior, sentado numa das mesas, o Dom Duarte Pio de Bragança, que teve um gesto à altura dos pergaminhos da sua nobreza: "deixe entrar esse senhor, que é meu convidado" - e lá me fui sentar à mesa do corajoso Príncipe, para minha reconfortante supressa e satisfação. Gesto este que acabaria por consolidar um relacionamento muito cordial e honroso, que se prolonga até aos dias de hoje
De recordar que, Duarte Pio, aquando da sua
visita a S. Tomé, no âmbito da peregrinação da imagem da nossa senhora de Fátima a estas ilhas, ofereceu ao então Presidente da
República de São Tomé e Príncipe, Fradique de Menezes, algumas armas
"históricas" da sua família.
O então Chefe de Estado
são-tomense é originário de família nobre de Portugal. As armas de família de
Fradique de Menezes, estão depositadas na terra dos seus ancestrais em
Portugal, mais concretamente Vouzela distrito de Viseu. «Estas armas já estão no edifício da família onde de vez enquanto
eu costumo a ir que é perto de Viseu-Vozela», declarou o Presidente
da República quando recebeu o brasão das mãos do Duque de Bragança. Fradique de
Menezes tem brasão e o Duque português, disse que é um gesto bonito oferecer ao
Chefe de Estado São-tomense as suas armas de família http://www.telanon.info/politica/2011/05/11/7091/fradique-de-menezes-tem-brasao/
Todavia, mesmo quando as liberdades democráticas foram
instauradas, havia muito quem desejasse remar contra a maré e tivesse a
ousadia de agir de forma violenta e cobarde - Aqueles que não compreendiam que
os novos ventos não sopravam em sentido contrário.
Quem é Fradique de Menezes:
Licenciado em psicologia aplicada
na Bélgica, exerceu funções relevantes neste país afro – lusófono/insular de
África Central, com destaque para Embaixador para Europa Ocidental e
ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e de 2000 à 2010, Chefe de Estado de São
Tomé e PríncipeRei
Philipe da Bélgica homenageou Fradique..
Filho de pai português de origem
nobre e mãe santomense
Diz quem conheceu,
Fradique, em criança, que ele " era um rapazinho muito simples, calado, pouco
falador, com um grande sentido de justiça, atento às questões sociais, apaixonava-se
de uma forma louca pelas moças e apaixonou-se por uma rapariga branca muito bem
posicionada em Viseu. E apesar de ele ser de uma família com aspirações
monárquicas, da nobreza, o facto de ser diminuía-o um bocado.
“Nascido numa família de ascendência
nobre, o Presidente de São Tomé e Príncipe mantém a ligação à terra do pai e
aos amigos que fez durante o liceu. Retalhos da vida de um menino da avó"
“Seria o pai de Fradique, que
vivia em São Tomé, para onde tinha ido trabalhar como contabilista e onde
conhecera a mãe do actual presidente, a pagar os estudos do filho, nascido em
1942, na "metrópole". "Nem sei se haveria liceu lá nas ilhas na
altura, mas o pai dele quis dar os melhores estudos aos filhos", comenta
Pedro de Menezes. Além de Fradique, viriam para Fataúnços, Vouzela, também a
irmã Maria Helena e o irmão Aires, hoje a viver em Lisboa”.
“A família, dita "de
pergaminhos" e segundo Pedro de Menezes remontando a Leonor Telles, mulher
do rei D. Fernando - aliás, este mês Duarte Pio de Bragança deslocou-se a São
Tomé para entregar a Fradique de Menezes as "armas" respectivas -
estaria já à época do nascimento do actual presidente da antiga colónia
portuguesa em alguma decadência económica. "Passaram por períodos muito
difíceis no século XX, e nos anos 60, quando a conheci, a avó de Fradique já só
tinha uma empregada em casa”
(…) “Jaime Gralheiro, um advogado
e dramaturgo da terra dez anos mais velho que conheceu Fradique no grupo de
teatro em que este e Florido militavam, tem algo a dizer sobre o assunto.
"Conheci o Fradique salvo erro em 1961/62, quando o grupo de teatro
dirigido por um padre progressista, Augusto Carvalho [mais tarde jornalista do
Expresso], pegou numa peça que eu tinha escrito. (…) escolhi o rapazinho
mulato, o Fradique, que então estava no Colégio de Santo Agostinho.
Quando foram os dois para
Moçambique iam muito a casa de uma irmã minha que lá vivia, casada com um
funcionário público. Foi um período muito doloroso para eles. Depois foi para a
Bélgica acabar os estudos e foi seguindo a sua vida e quando dei por mim ele
era primeiro-ministro de São Tomé e quando dei por mim era presidente A
adolescência portuguesa de um presidente africano
EMPRESÁRIO E POLÍTICO
“Quando o presidente Fradique de Menezes chegou, ele impressionou tanto os especialistas quanto o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. A revista "New Yorker" escreveu: "Quem precisa da Arábia Saudita quando se tem São Tomé? São Tomé e Príncipe: como roubar uma nação africana -
“Quando o presidente Fradique de Menezes chegou, ele impressionou tanto os especialistas quanto o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. A revista "New Yorker" escreveu: "Quem precisa da Arábia Saudita quando se tem São Tomé? São Tomé e Príncipe: como roubar uma nação africana -
“Filho de Água Telha, freguesia
da Vila da Madalena, Fradique de Menezes, realçou as grandes conquistas do país
nos últimos 10 anos, fruto da magistratura de influência por si exercida como
Presidente da República"
“Introdução da rede de telemóveis
no país, foi apontado como uma das conquistas, assim como a abertura de mais
uma companhia aérea para ligação entre o país e a Europa. Uma conquista que
segundo Fradique de Menezes, permitiu o crescimento do turismo, graças a sua
influência também junto ao grupo empresarial português Pestana, que entrou no
mercado nacional. Amigo das crianças, Fradique de Menezes, confessou que só foi
reconhecido pelo seu país quando tinha 8 anos de idade”.
“Por isso promoveu desde o ano
2002, a campanha de registo de crianças, que prossegue até os dias de hoje.
Construção de uma nova central eléctrica e do segundo liceu do país na zona de
Batepá, permitem ao Chefe de Estado cessante fazer balanço positivo dos 10 anos
de mandato, a que se junta o combate contra o paludismo que permitiu salvar
centenas de vidas humanas. «É o projecto maior que se pode ter. Lembro-me
ainda ir a pediatria do hospital e ver 4 crianças na mesma cama. E hoje vá lá
ao serviço de pediatria e veja», declarou.
“Mesmo assim reconheceu que muito
ficou por fazer, devido a conjuntura internacional desfavorável, pouca
capacidade de trabalho a nível nacional, e também pelo fracasso na execução de
alguns projetos, nomeadamente o dossier petróleo. Segundo o Presidente da
República Cessante, o dossier petróleo é atualmente uma iincógnita Emocionado
Fradique de Menezes despediu-se da nação Fradique de Menezes tem brasão
(1) Jorge Trabulo Marques - então correspondente da semana Ilustrada, de Luanda,cuja carreira jornalística, viria definitivamente a abraçar.
4 comentários :
"PELO QUE LI; TAMBÉM FIQUEI IMOCIONADO,SÓ RESTA DIZER: O MEU MUITO OBRIGADO AO COMPATRIOTA FRADIQUE E A TÔDOS INTERVINIENTES NESTA PUBLICAÇÃO; UM ABRAÇO; QUANDO EU FÔR A S.TOMÉ; FAREI QUESTÃO DE O FELICITAR.
SEM MAIS DE MOMENTO,
OS MELHORES CUMPRIMENTOS.
ANADIA,10 DE NOVEMBRO DE 2014
MARCELINO JOAQUIM DOS SANTOS"
Caro Marcelinoo Joaquim dos Santos: Obrigado pelas amáveis palavras - E os desejos das maiores felicidades
Estimado Sr. Jorge,
Vejo que voltou à terra amada de S. Tomé! Não sei se ainda aí se encontra. No caso de aí estar desejo-lhe uma bela estadia nessas belas ilhas que ainda não conheço pessoalmente mas espero um dia conseguir esse desejo. Muito obrigado pelos seus belos artigos onde fala das coisas que "realmente" acontecem. O Senhor tem honrado a sua profissão. Obrigado.
Caro João Sousa - Obrigado pelas amáveis palavras. Já não me encontro em S. Tomé, mas depois de ali ter estado em Outubro e Novembro do ano passado, já lá voltei em Junho e Agosto - E espero voltar lá mais vezes, dentro do possível. Pois foi-me oferecida estadia gratuita. De outro modo. era-me difícil. Não é que a vida em S. Tomé seja cara, pelo contrário, é a reforma que é modesta. Por isso, há que viver com o que temos. Fico contente em saber que apreciou os meus artigos - São relatos de situações vividas e com muitos riscos - Mas creio que valeu a pena - Um grande abraço amigo
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