expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass'>

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

São Tomé -39 anos depois: imagens históricas nas vésperas da tomada de posse dos novos deputados da Assembleia Nacional, eleitos nas legislativas de 12 de Outubro 2014

Deputados tomam posse este sábado e não devem jurar falsamente


Finalmente, o 22 de Novembro, está à porta, e, nesse dia, a  tomada de posse dos novos deputados da Assembleia Nacional, saídos das eleições legislativas do passado dia 12 de Outubro, cerimónia que decorrerá  no auditório do Palácio dos Congressos , com a presença de cerca de duas centenas de convidados, entre os quais representantes diplomáticos das Embaixadas de Estados estrangeiros e parceiros internacionais acreditados em São Tomé e Príncipe. 

Depois de um compasso de espera, mais longo que o habitual, espera-se que a capital de São Tomé e Príncipe, volte a conhecer um dia especialmente movimentado e a despertar as atenções da curiosidade internacional – Sim, já  vão longe os ecos dos dias agitados dos comícios e da festiva propaganda eleitoral, agora é a vez dos deputados eleitos tomarem posse das suas altas funções e de se ouvir o discurso ponderado e conciliador do Presidente da República Santomense, Manuel Pinto da Costa.

Segundo noticias  divulgados, «Trata-se de uma cerimónia que vai testemunhar perante o mundo e África a vitalidade da democracia e do Estado de Direito, onde a alternância se faz sem perturbações e respeitando as Leis da República»

Como é do conhecimento público, as eleições simultâneas com as Autárquicas foram ganhas pelo partido Acção Democrática Independente (ADI) com quatro das seis Câmaras Municipais. Na Regional da ilha do Príncipe, o ADI alcançou maioria absoluta com 33 dos 55 deputados do Parlamento

Realizada a  tomada de posse dos novos deputados, que decorrerá, naturalmente,  no espaço nobre da Assembleia Nacional,  segue-se a cerimónia da nomeação do Presidente, vice-Presidente, Conselho de Administração e do Secretário-geral, que culminará com o discursos oficiais das duas figuras maiores da Nação: com as palavras do Presidente da Assembleia Nacional, bem assim   do Chefe de Estado, Manuel Pinto da Costa, que  encerrarão o importante acontecimento democrático.

Estes os primeiros passos, com os quais se abrirão os caminho para a cerimónia do empossamento do XVI Governo constitucional, liderado por Patrice Trovoada – Só depois desse ato é que então se dará inicio a um novo ciclo governativo, que se deseja estável e  pugne pelo bem-estar e progresso do Povo de São Tomé e Príncipe, já que, até hoje, nenhum governo logrou chegar ao fim da legislatura. 

RECORDANDO OS ACALORADOS DIAS DA DINÂMICA ASSOCIAÇÃO CÍVICA, PRÓ-MLSTP

Os dias que antecederam a proclamação da independência de São Tomé e Príncipe, já quase se vão esfumando com o imparável calendário  do tempo, todavia, merecem ser recordados, e é  também  o propósito desta postagem, com algumas fotos e textos, de minha autoria, publicados, na Revista Semana Ilustrada, acerca das primeiras manifestações públicas  do movimento pró-independentista,  em vésperas de mais um dia histórico na consolidação da democracia e do multipartidarismo das Ilhas Verdes do Equador -



   Imagens e palavras históricas – Comício Público

São Tomé – Julho 1974 

“Independência Total de S. Tomé e Príncipe é o que o Povo quer. Era o grito, vibrado em uníssono, por largos milhares de santomenses, no seu dialecto, numa grandiosa manifestação organizada pela Associação Cívica Pró-Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe.





A  referida manifestação teve lugar num sábado à tarde. Principiou no Riboque, sede daquela Associação Cívica, foi engrossando à medida  que ia percorrendo as principais ruas e avenidas da cidade de S. Tomé,  e terminou mais tarde no mesmo local, num verdadeiro mar de gente, em calorosa exaltação de confiança e de apoio ao novo destino político que o Movimento de Libertação de S. Tomé e Príncipe, com sede em Libreville, Gabão, pretende dar a estas terras e às suas populações.


Dirigiam o prolongado e grosso cortejo de manifestantes, os irmãos, Costa Alegre, que, sobre o tejadilho de um carro, proferiram frases de apoio não só ao Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe, como aos mais representativos Movimentos dos outros territórios, sob domínio portugês, cujos nomes, seguidamente, eram repetidos em coro pela multidão



Registaram-se algumas paragens, durante as quais os dois irmãos Costa Alegre chamaram a atenção do Povo para a necessidade imediata da independência total e das vicissitudes que o colonialismo lhes havia imposto ao longo de séculos. Fez-se ainda a leitura de alguns panfletos, que no final foram distribuídos a todos os manifestantes,  e nos quais se referia que “só com a independência total  as riquezas que o Povo de S. Tomé e Príncipe produz servirão Povo. E ainda: “A instrução, a assistência médica para servir o Povo de S. Tomé e Príncipe, só com a independência total, pois com ela haverá o controlo da riqueza pelo Povo para satisfação das necessidades do Povo” e noutro passo a seguinte frase: “Enquanto a riqueza continuar a sair para o estrangeiro, para servir alguns, o Povo de s. Tomé e Príncipe não será verdadeiramente livre”


A dita manifestação, a primeira até agora levada a cabo, decorreu, embora calorosa, como o maior aprumo, ordem e civismo.
 
Julho – 1974 - A associação Cívica pró-Movimento Libertação de São Tomé e Príncipe promoveu há dias  o seu primeiro Comício.

Teve lugar frente ao  largo do mercado Municipal, e congregou enorme multidão de simpatizantes daquela Associação Cívica.

Nos panfletos distribuídos a toda a assistência podia ler-se: "O M.L.S.T.P. (Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe) definiu sempre como único meio para a satisfação das necessidades do povo de São Tomé e Príncipe, a independência total, o que significa o fim da exploração, o combate à fome, à miséria, ao analfabetismo, à doença crónica, que o colonialismo nos deixa, depois de 500 anos de dominação. A nossa causa é justa e para a sua total realização, o Povo de São Tomé e Príncipe precisa de conhecer quem são os seus inimigos.
Lotamos contra a exploração que nos brutaliza e oprime. Os inimigos são, portanto, os exploradores, os colonialistas"

Nenhum comentário :