Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investigador das Origens dos Povos das Ilhas do Golfo da Guiné - Coordenador das celebrações nos calendários solares, por si descobertos, no maciço dos Tambores, Chãs. Foz Côa -Celebração do Solstício do ...
SÃO TOMÉ - A ILHA VERDE EMOLDURADA POR UM AZUL DE PÉROLA LUMINOSO
E TRANSPARENTE, ONDE OS SORRISOS SE ABREM ESCANCARADOS OLHOS NOS OLHOS - Sim, na sua população,
não há os sinais de uma África faminta, há muitos frutos e riqueza natural ao
alcance de todos, mas há muitas outras carências a necessitarem de apoio
da Comunidade Internacional num país que está mobilizando enormes esforços e
abrir caminhos de progresso, bem-estar social e económico - Mesmo assim,
ante as duras dificuldades, o visitante pode encontrar, em cada rosto, um
sorriso e um olhar de calorosa simpatia e de boas-vindas, gestos de
natural cortesia e afabilidade que não são fáceis de encontrar em parte alguma
Mais uma vez, cá vou continuando com o desfilar das muitas imagens e recordações que trouxe da maravilhosa Ilha de São Tomé - Não o posso fazer de uma vez, nem de uma assentada. O que é bom é para ser vivido com intensidade mas “moli e moli, leve leve”, tal como se diz nesta paradisíaca Ilha - E também partilhado, é o meu maior desejo. Tal como se lê e folheia um bom livro, página a página: é o que vou procurando fazer na medida do possível.
Hoje venho aqui reproduzir o registo, em vídeo, de um casual encontro com João Santiago, graças ao meu amigo Gilberto Umbelina, que naquela dia me acompanhou por vários pontos da cidade e me apresentou a velhos amigos, alguns deles ainda muito jovens, quando os deixei, mas que não me esqueceram, sim, nem eu os esqueci.
João
Santiago, uma das figuras históricas santomenses, desde o desporto à diplomacia
- É o que se pode dizer um homem de sete ofícios: cedo despertou para o
futebol, depois foi empresário, adido cultural em Lisboa, chefe da casa civil
do presidente da República Democrática de São Tomé e Príncipe, durante 4
mandatos: dois na presidência de Miguel Trovoada e dois na de Fradique
Menezes.
- De recordar,
que foi, João Santiago, que, em 19 de Maio de 2008, esteve no
aeroporto para apresentar, pessoalmente, cumprimentos à comitiva do Benfica,
quando, a caminho de Angola, depois de três dias em Cabo Verde, fez
escala em São Tomé e Príncipe. Benfica recebido em apoteose em São Tomé - - Sim, porque, ele também teve uma brilhante careira no futebol,
nomeadamente no Sporting, Victória de Guimarães, União de Coimbra e Rio Pele
Fez muita coisa na vida mas confessa que não tem queda para a escrita. Mas, em jeito de humor - pois a boa disposição é indissociável da sua maneira de viver – sempre me foi confessando – ou antes, desafiando, que se lhe mandar de Lisboa uns pincéis e uma tela, num dias destes, talvez comece “a pintar umas coisas da minha infância”. O que não seria de surpreender, dado o seu talento multifacetado. Entretanto, e como as reformas em São Tomé, são modestas, diz que lá se vai entretendo, “arranjando qualquer coisa para a 3ª idade".
Santiago, é, de facto, um dos intelectuais santomenses, que conheceu a dureza colonial, reconhece que há ainda muito por fazer mas está otimista quanto ao futuro da sua terra. E dá vivas à Revolução de Abril, que trouxe a liberdade e a independência ao Povo de São Tomé e Príncipe - “Digam lá o que disserem, valeu a pena o 25 de Abril! – Só quem não conheceu a era colonial é que pode dizer o contrário. Temos é de arranjar maneira de produzir mais mas também arranjar maneira de escoar os nossos produtos” Acredita que “vamos ter que vencer!”.
O PAPEL DA
HISTÓRIA É O DE FAZER LUZ PARA QUE AS
TREVAS NÃO A ENSOMBREM OU A IGNOREM -
De modo que as futuras gerações conheçam
as vicissitudes e as raízes dos seus antepassados – julgo que tem sido esta a
preocupação dos intelectuais santomenses e não com o propósito de alimentar ódios
ou trazer à tona humilhações e ressentimentos recalcados.
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