Por Jorge Trabulo Marques
Há vídeos de lindos cânticos por editar da celebração - Mas agora a velocidade onde me encontro está muito lenta
O Povo de São Tomé e Príncipe tem profundas ligações com a igreja católica, cuja influência vem desde os primórdios da colonização. Atualmente as novas igrejas encontram-se espalhadas por todo o lado: desde a cubata de madeira à construída em tijolo e cimento armado. – Vão aos lugares mais recônditos do mato a ver qual delas arrebanha mais fiéis para o seu rebanho: a facilidade como prometem resolver as curas milagrosas e dão respostas para tudo, continua a ser a chave do seu êxito. Contudo, estou em crer que, a procura das antigas igrejas católicas, ainda não perdeu terreno.
A diocese de São Tomé comemorou hoje 480 anos de existência, ao mesmo tempo que dá início aos preparativos do Jubileu dos 500 anos. A missa comemorativa foi celebrada pouco depois do pôr-do-sol, que aqui ocorre às 17.30 – Soube, ontem, da efeméride através do Padre José Alves, de nacionalidade portuguesa, que veio de Angola para se associar à celebração. Por volta dessa hora, dirige-me à igreja da Sé para me ajoelhar perante o São Tomé, que não esperava voltar a ver naqueles 38 longos dias à deriva numa piroga. A igreja estava repleta de fiéis, com a presença do Bispo D. Manuel António, acolitado por outros sacerdotes - Saí de lá a chorar . Não sei porquê tenho andado um contemplativo choramingas, emociono-me facilmente -
D. Manuel António, recordou os
trâmites pelos quais, a Ilha de São Tomé e Príncipe, passou a ter uma diocese,
que teve a intervenção de dois Papas – “A
instâncias de Dom João III, vendo a expansão dos descobrimentos, o papa
Clemente VII decidiu erigir várias dioceses nos Açores, Cabo Verde e nas Ilhas
do Equador. Não Chegou a expedir as respectivas bulas por ter falecido. Com a
eleição do papa Paulo III, o rei conseguiu a ereção de uma diocese em São Tomé.
A mesma é criada pela bula Aequum reputamus, de 3 de Novembro de 1534,3 e
abrangia a ilha do mesmo nome, a do Príncipe (então denominada Santo Antão),
Fernão Pó, Ano Bom e Santa Helena, e a costa de África, desde o Cabo das
Palmas, até ao Cabo das Agulhas, passando pelo Cabo da Boa Esperança”.
"Jorge Marques 39 anos depois de
regresso a São Tomé"
Está em
São Tomé o antigo jornalista da “Semana Ilustrada” Jorge Trabulo Marques,
regressa depois de uma ausência de 39 anos, para agradecer o Padroeiro Santo
Tomé por ter saído com vida deste arquipélago.
Jorge
Marques, cidadão português veio a São Tomé na era colonial para trabalhar na
famosa Roça de Amorim de Uba-Budo. Por ter solidarizado com os trabalhadores da
roça, foi castigado e enviado para outra roça, no caso a Ribeira Peixe,
localizada a 53 quilómetros da cidade de São Tomé.
Jorge
Marques, foi na Roça Ribeira Peixe onde conheceu o ex-Presidente Fradique de
Menezes. Mais tarde abandonou a roça e tornou-se correspondente da revista semanal
de Angola; “ “Semana Ilustrada”. Através da revista começou a movimentar o
dossier da era colonial despertando a consciência do país e de outras nações
para a escravidão que ocorria nas ilhas, assim como os episódios do massacre de
1953
.
Encostou-se
ao lado dos santomenses para apoiar a luta pela independência nacional. Os
relatos dos acontecimentos de 1953, através da “Semana Ilustrada” permitiram
identificar os portugueses que participaram no massacre de 1953, na zona da
Trindade e Fernão Dias. Os artigos da “Semana Ilustrada”, levaram muitos
colonos a fugirem para Portugal devido o medo da vingança dos santomenses.
Relatos
de Jorge Marques, eram sustentados por fotografias do já falecido senhor
Alcântara. Jorge Marques, automaticamente foi conectado como inimigo dos
portugueses, os brancos vandalizaram a sua residência na rua atras do Parque
Popular e destruíram o seu automóvel verde Mina Austin. Teve que refugiar-se no
Bairro Alto do Riboque para defender a sua pele.
O
Jornalista agora aposentado, tem outra história importante em São Tomé porque
foi a primeira pessoa que escalou o Pico Cão Grande, no distrito de Caué e fez
uma aventura marítima em canoa
de São Tomé passando por Ano-bom e terminou em Malabo capital da Guiné Equatorial. Na ilha de Malabo entrou na zona de Luba, recebeu assistência e depois foi preso no regime do antigo Presidente, Massias Nguema.
Com
apoio do cidadão são-tomense residente na Guiné Equatorial e actualmente cônsul
de São Tomé e Príncipe, o senhor Freitas, conseguiu sair da cadeia de alta
segurança de Blabech, na Guiné Equatorial, por ordem do novo Presidente Obiang
Guema.
Inter
Mamata" - Publicado no Téla Nón Jorge Marques 39 anos depois de regresso a São Tomé
Publicado em 29 Out 2014
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