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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

São Tomé 39 anos depois - Recebido pelo Presidente Manuel Pinto da Costa - Ao qual foi sugerida a realização de uma regata de canoas no Golfo da Guiné sob o seu alto patrocínio: grande figura carismática de São Tomé e Príncipe - O pequeno país que, nas duas Ilhas, logrou aproximar a China de Taiwan com a de Pequim.




Num pequeno país, de cerca de 200 mil habitantes, dos mais pacíficos do mundo, onde o visitante é recebido como “amigo”, com palavras de simpatia acompanhadas de francos e  abertos sorrisos e não como o intruso ou estrangeiro, contudo, não há bela sem senão: sim, nestas duas pequenas ilhas do meio do Mundo, onde  os partidos aparecem e desparecem como nuvens voltáteis (embora tal facto seja também visto como consolidação do pluralismo democrático) é um facto, indubitável, que, Manuel Pinto da Costa, ainda continua a ser, na atualidade, não apenas o Chefe Supremo da Nação Santomense, o garante dos poderes constitucionais,  como a figura charneira e moralizadora do próprio regime democrático.  – Foi realmente esta a convicção com que fiquei, depois de u ma amável e honrosa audiência, que me concedeu  no Palácio do Morro da Trindade por iniciativa do Diretor do seu Gabinete de Imprensa, Coronel Victor Monteiro Manuel Pinto da Costa – Wikipédia,

  



Pouco passava das 11 da manhã, quando, Manuel Pinto da Costa, acompanhado pelos seus assessores, descia as curtas escadas da sua residência, e vinha ao meu encontro, num dos mais belos e aprazíveis mirantes ajardinados do referido Palácio, no qual se desfruta uma impressionante panorâmica sobre a ilha – Cumprimentando-me, de forma afetuosa e  cordial, numa saudação comum de quem há muito não se via mas cujas boas memórias não esquecem facilmente  – Aproveitava a oportunidade para lhe fazer a entrega  da camisola do MLSTP, que me acompanhara na longa odisseia dos 38 dias à deriva numa piroga, a mensagem que não chegara ao destino e  voltava ao ponto de partida, bem como para lhe sugerir a realização de uma regata bianual de canoas, tripuladas por pescadores dos diversos países do Golfo da Guiné, http://canoasdomar.blogspot.com/2013/08/regata-remos-e-vela-gabao-s-tome.html assim para lhe comunicar a intenção de vir a doar o espólio fotográfico da exposição que apresentei no Padrão dos Descobrimentos, por ocasião da Expo98, "Sobrevier no  Mar dos Tornados e Tubarões, 38 dias à deriva numa piroga". afim de que, por seu intermédio, fosse entregue no Museu Nacional de S. T. P.





"MENSAGEM DO POVO DA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE, PARA O POVO BRASILEIRO" - Que não chegou ao destino  mas continua perfeitamente actualizada.


Em meados de Outubro,  pouco tempo   depois da Independência e após a escalada do Pico Cão Grande, deixaria São Tomé a bordo do pesqueiro Hornet para ser largado numa piroga na Ilha de Ano Bom, 180 Km a sul da linha do Equador, a fim de tentar a travessia atlântica - com uma mensagem redigida por José Fret Lau Chong que então desempenhava as funções de ministro da Informação, Justiça e Trabalho – cargo que ocupou entre 1975 e 1976 – a qual dizia, entre outras palavras, o seguinte:



"A recente independência  nacional de S. Tomé e Príncipe, e a consequente libertação do nosso povo do domínio colonial português, reforça a afinidade dum passado histórico comum com o Povo Brasileiro, e daí, a razão de ser de uma irmandade que importa  reviver, sempre que possível, para se reforçar. 



Assim, aproveitando a travessia  atlântica do camarada Jorge Trabulo Marques, que servindo-se de uma simples canoa, vai percorrer  o mar, de S. Tomé ao Brasil, evocando a rota por que, na era retrógrada, os escravos eram conduzidos  para as plantações  da cana do açúcar, o povo de S. Tomé e Príncipe, representado pela sua vanguarda revolucionária,  o MOVIMENTO DE LIBERTAÇÃO DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE (MLSTP), saúda fraternal e calorosamente, o povo irmão do Brasil" - Excerto




Não era ficção mas surpreendente realidade: ver à minha frente o mesmo homem, com o mesmo perfil, a mesma determinação, bonomia, o mesmo entusiasmo e seriedade, e até ainda exteriorizando  uma grande juventude,  que aceitara a duríssima  tarefa de conduzir os destinos do seu jovem país entregue à sua sorte, levar por diante a pesadíssima herança colonial, com apenas quatro licenciados, roças abandonadas,  com índice de  mortalidade infantil das mais elevadas de áfrica, um único liceu para os mais afortunados e três ou quatro escolas primárias.

Atualmente, em São Tomé existem muitas carências, é verdade,  mas não há sinais de fome. Peixe abunda e das mais diversas espécies. Não se vêem as imagens de uma áfrica faminta. O mar é de um madrepérola quente e acariciador a convidar os olhos e o corpo. Não faltam frutos na floresta e aninais domésticos, desde o porco, à galinha ou ao cabrito, em estreita simbiose e harmonia com as pessoas e o ambiente paradisíaco envolvente. 

As instalações das roças já não são o que foram mas, afinal, o que deram ao Povo destas Ilhas, senão escravidão e extrema pobreza.. Surgiu uma classe empresarial dos filhos da terra, que não existia no período colonial, desenvolvida e competitiva. O índice de albabatização é dos mais elevados de África. Irradicou-se o paludismo e  combateu-se de forma significativa  o aumento da mortalidade infantil.   Na pequena capital, na qual  apenas os colonos tinham direito a chalés mas onde a vida ganhou outra cor, outra alegria  e prosperidade. O desenvolvimento ecómico e social, conquistou nova vida e  força.

Pois, só este ano, segundo palavras do Primeiro-ministro, cessante, Gabriel Costa, “A economia conheceu um crescimento em torno de 4 porcento que correspondem o mesmo registado nos últimos cinco anos. A taxa de inflação conheceu uma forte contração, tendo atingido 7,1 porcento no final de 2013 contra 11,9 porcento e  10,4 porcento em 2011-2012”, afirmou.

O FACTO DE S. TOMÉ SER PEQUENO NÃO SIGNIFICA QUE LHE SEJA IMPOSSÍVEL ASPIRAR AOS MESMOS SONHOS DOS  GRANDES PAÍSES 


Sem dúvida, perfeitamente compreensível e atual  explicação do Dr. Victor Correia, proferida há 39 anos 

Dizia ele que,“Pelo facto de S. Tomé ser pequeno, isto não quer dizer que vá precisar de esmolas; nós temos casos de países pequenos que não carecem de terem um exercito, ou mantêm  uma pequena força simbólica e esses países, também pequenos, não tem Universidade. E o caso de S. Tomé, pois não poderá  aspirar a ter uma Universidade. S. Tomé, após a sua independência, estabelecerá acordos com quem entender, a fim de assegurar todos esses aspectos que por si só n:ío poderá; acordos que poderá salvaguardar a sua defesa, sem  efectivamente  ter um grande exército; acordos que poderão assegurar  a formação dos elementos  de S. Tomé  mais capazes  queiram prosseguir cursos superiores". 

DOAÇÃO DO ESPÓLIO DA EXPOSIÇÃO "ODISSEIAS NOS MARES DO GOLFO DA GUINÉ", APRESENTADA NO PADRÃO DOS DESCOBRIMENTOS, EM LISBOA, EM 1999, AO MUSEU NACIONAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE



Registo, em vídeo, de algumas passagens da audiência que me fora concedia, a mim, Jorge Trabulo Marques, no dia 4 de Outubro de 2014,  na qualidade de Jornalista,  investigador e navegador solitário, pelo Sr. Presidente da República de S. Tomé e Príncipe, Dr. Manuel Pinto da Costa  - Durante a honrosa e gratificante audiência, que se prolongaria por mais de duas horas, muitos foram os assuntos abordados, desde a narrativa das minhas aventuras solitárias, em canoas, aos  tempos atribulados da descolonização, até  outras questões da atualidade, cuja explanação se tornaria demasiado longa, oportunidade esta também aproveitada para a oferta de algumas fotografias da tentativa da travessia de S. Tomé ao Brasil, que se saldaria por 38 longos e penosos dias à deriva no Golfo da Guiné, assim como de uma t-shirt, usada na referida  odisseia  marítima, com o símbolo do MLSTP, ao mesmo tempo que lhe comunicava  o desejo de doar ao Museu Nacional de STP, o espólio da minha exposição fotográfica e documental, inaugurada no Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, por ocasião da Expo99 – Por outro lado, aproveitei ainda para lhe apresentar um projeto de minha autoria, com vista à organização de uma Regata de  Canoas, no Golfo da Guiné, com pescadores dos diversos países da costa africana, organizada pelo Governo em exercício e sob a égide presidencial

REGATA A REMOS E À VELA GABÃO, S. TOMÉ, PRÍNCIPE, BIOKO  E NIGÉRIA - - RUMO ÀS ILHAS DO CORAÇÃO DE ÁFRICA

Neste golfo, encontram-se as ilhas de: Bioko e Ano Bom (Guiné equatorial) e as Ilhas da República Democrática de S. Tomé e Príncipe -  Países convidados: Libéria, Congo e Angola
 
Objetivo da regata com pescadores dos países do Golfo da Guiné :   demonstrar a possibilidade das canoas terem feito ligações anteriores à colonização, entre o continente  e as ilhas, desde os tempos mais recuados, muito antes da escravatura ali ter imposto as suas leis

Regata de Canoas do Golfo da Guiné – Com a participação: Libéria, Costa do Marfim, Gana, Benim, Nigéria, Guiné Equatorial, S. Tomé e Príncipe, Camarões, Gabão, Congo e Angola

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AS CANOAS SÃO AS EMBARCAÇÕES MAIS ANTIGAS DA HUMANIDADE E JÁ DERAM BASTAS PROVAS DE SULCAREM RIOS E MARES

8000 anos atrás, "barco mais antigo conhecido da África" ​​Nigéria. Canoa foi descoberta perto da região do rio Yobe, pelo pastor Fulani,  maio 1987, em Vila Dufuna ao escavar um poço. "Madeira quase negra" da canoa, que dizem ser de mogno Africano, com "inteiramente de material orgânico". Vários testes de rádio-carbono realizados em laboratórios de universidades de renome na Europa e América indicam que a canoa tem mais de 8.000 anos de idade, tornando-se assim a embarcação mais antiga na África e a terceira mais antiga do mundo. 8000 years ago africans invented a dufuna canoe in nigeria



A FUGA DE ESCRAVOS NAS CANOAS –  Referida por Gerhard
Seibert, numa conferência, em 2009

(tradução) …..escravos fugidos de São Tomé ou do Príncipe, realizaram em suas  canoas pelas correntes marinhas ligações à ilha de Fernando Pó. Em 1778,  o ano da transição do domínio Português ao da Espanha, um grupo de  ex-escravos de São Tomé e Príncipe viveu no sul de Fernando Pó.  (..)Após a abolição da escravatura em 1875, trabalhadores contratados africanos fugidos respetivamente, foram frequentemente devolvidos  pelas Autoridades espanholas para os seus senhores em São Tomé e Príncipe. Outros foram simplesmente entregues aos empregadores locais.

Um século mais tarde, em 1975, Jorge Trabulo Marques, partiu sozinho desta ilha numa canoa em uma tentativa de atravessar a Atlântico. Em vez disso, depois de uma odisseia de 38 dias, ele desembarcou em Fernando Pó. Ele era detido e interrogado pelas autoridades locais e depois repatriado  - Excertos de ]Equatorial Guinea's External Relations: São Tomé e ..















 
Realização de uma regata bianual, envolvendo, numa primeira fase, canoas primitivas à vela e a remos, tripuladas por 4 a seis pescadores. Inicialmente, sem caráter competitivo - Apenas por razões de evocação e demonstração histórica - De que a fixação, dos primeiros povos nas Ilhas do Golfo da Guiné, não fora apenas obra da colonização mas tendo início em períodos históricos bastante anteriores,  através de travessias em pirogas.

Nesta primeira demonstração, cada país participaria com quatro canoas O apoio no mar, este conviria que fosse coadjuvado . No entanto, além da frota de apoio,  mesmo nesta primeira regata de canoas, nada impediria que, veleiros ou outros barcos de recreio, se associassem, com rotas paralelas,  à odisseia histórica, desportiva e festiva, conquanto não perturbassem a sua navegação

Qualquer baía tranquila está em condições de receber a frota das canoas "Coração d'África" - Naturalmente, que, querendo dar-lhe uma amplitude maior nos anos seguintes,  tornar-se-ia necessário prover as baías de acesso ou de partida com as indispensáveis marinas ou infraestruturas de aportagem  - Investimento, de resto, perfeitamente justificável, num tempo em que a navegação  à vela, se universaliza. 






EXPEDIÇÃO CANOAS DO GOLFO DA GUINÉ - RUMO ÀS ILHAS DO CORAÇÃO DE ÁFRICA - EVENTO COM REPERCUSSÕES MEDIÁTICAS DE GRANDE ALCANCE INTERNACIONAL







 Tratando-se de uma regata inédita,  mesmo sem caráter competitivo,  estamos certo de que, uma tal expedição, poderia ser  suscetível de mobilizar não apenas a imprensa africana, como a mundial - Constituindo-se, também, como oportunidade de debate  e reflexão - Sobretudo, numa altura em que, os países do Golfo da Guiné, se deparam com um inimigo comum, a pirataria - Se promovem conferências e organizam comissões, ao mais alto nível-  Em evento apoiado pela ONU, países africanos buscam combater a pirataria do Golfo da Guiné  .....Comissão do Golfo da Guiné preocupada com actos de pirataria...Mil marinheiros foram em 2012 vítimas da pirataria no Golfo da Guiné

War canoes were used in Africa to transport troops and supplies, and engage targets onshore. While documentation of canoe versus canoe battles on the open ocean is rare, records from the 14th century mention various tribal peoples of West Africa using huge fighting canoes in inland waters, some up to 80 feet (24 m) and carrying over 100 men.  War canoe 





 
Tal como escrevemos, em 11/08/2013, a ideia não é disparatada ou impossível de concretizar - A nossa experiência, nas várias travessias que realizámos – em canoas solitárias, de S. Tomé ao Príncipe; S. Tomé à Nigéria; Ano Bom a Bioko  - autoriza-nos a acreditar e a colaborar para a promoção de  uma regata, envolvendo representações dos vários países do Golfo da Guiné, com grandes laços históricos e culturais comuns.



Tal como disse, Thor Heyerdahl, no seu famoso livro Expedição Kon-Tiki sobre a travessia numa jangada do Perú às ilhas da Polinésia, para “provar a teoria de  que as ilhas dos mares do sul foram povoadas por gente do Perú,  “ sim dizendo que  “é mais fácil demonstrar o interesse dos outros com uma expedição de com um manuscrito que ninguém lé” – Acrescentaríamos, de que com mil conferências que apenas servem para cumprir  meros protocolos.

ÉPOCA DO GRAVANITO - TEMPO DE MAIOR ACALMIA E MENOS  VENTOSO E SEM O PERIGO DOS TORNADOS



A época das chuvas estende-se quase por 9 meses e é caracterizada por uma enorme instabilidade e turbulência nas ilhas e nos mares do Golfo da Guiné - Daí sugerir-se  nem neste período, nem no da  Gravana (altura em que, embora   não havendo ameaças de tornados, em que os ventos alísios do sul, sopram regularmente com um dos braços da corrente de Benguela, que vai perder-se a Norte do Golfo, ao mesmo tempo que outro braço se estende pela linha do equador, todavia com forte ondulação - mas a do chamadp gravanito -  ou seja, Dezembro ou Janeiro.
 

 O evento, de âmbito cultural e desportivo, em fase embrionária, que foi dado a conhecer informalmente ao embaixador de S. Tomé  em Lisboa, aquando das Comemorações do 38º aniversário da Independência de S.Tomé e Príncipe em Portugal, organizadas  pela ACOSP, nas Portas de Benfica, em Lisboa,  já conta com vários entusiastas (mais de duas dezenas de personalidades de várias áreas)  para a formação da Associação Amigos do Golfo da Guiné, Association Friends of the Gulf of Guinea, com delegações internacionais, a qual, entre outros objetivos  serviria de elo de ligação com as autoridades santomenses, nomeadamente, ministérios do desporto,  cultura e do mar e  outras entidades e instituições - Designadamente, associações existentes

A ÁFRICA CONTA COM OS MELHORES  RECORDES MUNDIAIS DE ATLETISMO - POR QUE NÃO HÁ-DE CONTAR COM OS MELHORES REMADORES E VELEJADORES, SENDO A PIROGA A EMBARCAÇÃO MAIS PRIMITIVA? - Já temos quem esteja encetando diligências junto de alguns países africanos.
Morreu o Paris Dakar, com veículos de todo o terreno, renasça e viva a regata RUMO ÀS ILHAS DO CORAÇÃO DE ÁFRICA  - Organização a cargo da   Associação Amigos do Golfo da Guiné - Association Friends of the Gulf of Guinea, em estreita ligação com as autoridades santomenses e dos vários países envolvidos







Com rumo determinado e sempre a navegar, dia e noite, tempo provável para dez a doze dias

 Gabão (Porto Gentil) a S. Tomé (Baía Ana Chaves) - Sem interrupções  à vela ou a remos na falta de vento - 3 a 4 dias - Com uma paragem de três dias em cada acostagem - Com visitas guiadas, festivais de folclore e gastronomia.

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