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domingo, 27 de setembro de 2020

S. Tomé e Príncipe - Escassez de água potável num pais Equatorial?!... – Não é de estranhar, com as alterações climáticas - Mas para quando o arranque da apregoada água engarrafada “Bom Sucesso“ por várias vezes anunciado


“Queixa-se com muita frequência da falta de água potável nas torneiras. Realmente é um grande problema que afeta quase todas as zonas residenciais das cidades bem como das comunidades rurais, porque de facto a água é vida”

Esta a questão levantada no Téla Nón, por Fernando Simões, em Julho passado, sob o título “A problemática da escassez de água em STP, quase na mesma altura em que se anunciava, neste mesmo jornal, de que “Finalmente STP vai produzir e exportar “Águas Bom Sucesso” tratamento, engarrafamento e comercialização de água. projecto que começou a ser lançado no país no ano 2009, com financiamento do governo da Líbia liderado na altura por Muhamar Kadaffi, 

Referia a noticia de  que “o primeiro-ministro Jorge Bom Jesus visitou a fábrica, realçando  a pressão exercida sobre o grupo líbio. - «Nós ao entrarmos na governação colocamos muita pressão, ao ponto de termos dado um ultimato a empresa no mês de Fevereiro. Trabalharam e hoje 90% da obra está feita», afirmou o Chefe do Governo.

Os responsáveis pela fábrica de água, explicaram ao Governo que tudo está pronto para o início do engarrafamento e comercialização da “Águas Bom Sucesso”.

Os responsáveis pela fábrica de água, explicaram ao Governo que tudo está pronto para o início do engarrafamento e comercialização da “Águas Bom Sucesso”.

Com capacidade de produção máxima de 12 mil litros de água por dia, a unidade de tratamento e processamento recebe o líquido precioso de uma distância de cerca de 5 quilómetros.
  https://www.telanon.info/economia/2020/06/25/31977/finalmente-stp-vai-produzir-e-exportar-aguas-bom-sucesso/

 JORGE TRABULO MARQUES - JORNALISTA 


Fábrica Flêbê -  Princípios da década 70 - Durante a visita de um grupo de estudantes de Angola

Nos anos 60, e princípios da década de 70, foram desenvolvidos projetos para uma central hidroeléctrica no Rio Contador, bem como a instalação de uma fábrica de engarrafamento  e comercialização da chamada água flêbê, que, posteriormente, acabou por ser anexada à  gestão da fábrica de cervejas CETO 

-  Pena que, as suas modernas instalações,  consideradas na época, como as mais avançadas de África, viessem a conhecer  - após a independência  - as mais atribuladas  e controversas gestões. 
 
 
Finais dos anos 60

Diz ainda, no citado artigo, Fernando Simões: “Há coisa que não consigo entender. Como é possível que um país como São Tomé e Príncipe com tanta água, 45 anos depois da independência ainda não tem a funcionar uma fábrica de engarrafamento de água? Diz-se que já existe uma fábrica nova há muito tempo e por causa de alguns detalhes ainda não entrou em funcionamento.

Enquanto isso, gastamos rios de divisas com a importação de águas engarrafadas. Sinceramente, se um fosse um governante deste Pais nesses últimos 45 anos, teria vergonha dessa situação que espero venha a ser resolvida com sucesso, com a inauguração e entrada em funcionamento da nova fábrica.

Importa referir, sobretudo para os mais novos, que o Pais já teve uma fábrica de água gasificada e sumos, a famosa “fabrica Flêbê”, cujos produtos tinham muita aceitação no mercado local.

Por isso é que se deve conciliar todas essas necessidades, considerando que é um recurso que está a diminuir em todo mundo e São Tomé e Príncipe não tem escapado essa tendência.

São Tomé e Príncipe têm chovido muito menos do que antigamente e os caudais dos nossos rios tem diminuído significativamente. Apesar disso, grande parte das águas dos rios vão parar ao mar porque não são bem aproveitadas.- Excerto de https://www.telanon.info/suplemento/opiniao/2020/08/04/32292/a-problematica-da-escassez-de-agua-em-stp/s..


Reconhecem estudos  que "são abundantes os recursos hídricos de STP alimentados por chuvas copiosas e frequentes, avaliados em “cerca de 2 biliões de m³/ano o que representa 12.000 m³ por ano/habitante, mas são aproveitados apenas em 0,045%. Parte destes recursos correspondem às cheias dos rios e são totalmente inexploráveis”

Pela situação geográfica, em que se encontram, as Ilhas de São Tomé e Principe, assim como as demais ilhas e costas do Golfo da Guiné, em plena região equatorial, são caracterizadas por um intensa queda pluviométrica, se bem que, por via de um desmedido desbaste  florestal, sobretudo ao sul de São Tomé, se tenham vindo acentuar  períodos de alguma seca com perturbações climáticas, pois, como é sabido, “ a floresta tem acção preponderante sobre o clima, sobre a temperatura, sobre o grau de humidade e ate sobre a fertilidade da terra. (…) regulariza a queda das chuvas, modera a corrente das torrentes impedindo o efeito desastroso das inundações” – Este o  alerta, que já fora lançado, em 1917,  por Júlio Henriques,  professor da Universidade de Coimbra e director do Jardim Botânico, tendo frisado que,   “Em toda a parte onde as florestas teem sido destruídas as condições da vida teem sido profundamente modificadas” (Henriques, 1917, p.134).

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