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sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Tempo de Natal é Tempo de Convívio Familiar e de Reflexão Espiritual - Que a paz seja extensiva a toda a Humanidade - Sobretudo nos países onde impera a instabilidade

 Jorge Trabulo Marques Meus votos de que estes dias sejam vividos com redobrada alegria, tranquilidade e  felicidade  - E que, o Natal,  não seja apenas a felicidade de um dia

Boas Festas_Euclides Cavaco

Ó morada celestial dos altos e difusos céus!
Sob o alvor que transparece e se adivinha
E num tempo de Natal mais de lava e de agonia!
Que percorre a Terra, a inquieta e a confina
Permitai - ó Luz divina! -Ó Menino de Deus!
Em mensagem de paz e de harmonia,
Nas arcadas desta pedra, vos saúde e vos habite!


Dia de Natal -  O dia de ser bom. Em que até as oferendas magnânimas dos corruptos passam por meras lembranças do menino jesus.  -É dia de passar a mão pelo rosto das crianças, de falar e de ouvir com mavioso tom, de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças". - Diz o poeta António Gedeão 

Dia de Natal

Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.

É dia de pensar nos outros— coitadinhos— nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.

Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
Entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.

De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)

Torna-se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente se acotovela, se multiplica em gestos, esfuziante.
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeuses enluvados aos bons amigos que passam mais distante.

Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.

Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
É como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.

A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha-se uma roupagem diáfana a desembrulhar-se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra— louvado seja o Senhor!— o que nunca tinha pensado comprado.

Excerto de: Dia de Natal (António Gedeão)..

 

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