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segunda-feira, 12 de junho de 2023

Celebração do Solstício do Verão 2023 – Dia 21 de Junho no Maciço dos Tambores, aldeia de Chãs, de Vila Nova de Foz Côa. Com o tradicional cortejo celta e momentos de poesia, ramos de flores e muito brilho e alegria – Desde o adro da igreja, às 18.30 até ao pôr do Sol junto ao alinhamento sagrada da esférica pedra do solstício.

 Jorge Trabulo Matrques - Jornalista e coordenador das celebrações - Veja os videos

O Verão está a chegar! É já o dia 21 - Venha celebrar connosco o solstício do Verão – O pôr do sol do dia maior do ano - No dia em que o Sol atinge a maior declinação em latitude, medida a partir da linha do Equador. Assinala o começo do Estio, que termina a 23 de Setembro

De manhã, ao nascer do sol, é celebrado em Stonehenge, no condado de Wilshire, Inglaterra, e,  ao pôr do sol, desde 2003, nos Tambores-Mancheia - aldeia de Chãs, concelho de V. N de Foz Côa,  abrilhantado pelo grupo de Gaiteiros  Tok d'gaita de Miranda do Douro.



O cortejo em direção do majestoso megálito pré-histórico,  parte do adro da aldeia, às 18.30. Os participantes  da celebração  podem testemunhar a passagem dos raios solares sobre o eixo da Pedra do Solstício, numa imagem de grande simbolismo histórico e místico, às 20.45, monumento sobranceiro ao maravilhoso vale da Ribeira Centeeira  

Trata-se de um imponente bloco granítico de forma arredondada, com três metros de diâmetro e a configuração do globo solar e da esfera celeste, que se supõe ter sido posto de observação astronómico e local de culto por antigos povos que habitaram a área -Desde o neolítico e calcolítico, civilizações de que existem abundantes vestígios - Porém, observado de perfil voltado a ponte, o referido monumento assume a estranha forma de um curioso busto humano.


Este é o dia mais longo do ano do hemisfério norte. Vai ser festejado, ao pôr-do-sol, com música celta, louvores e rituais às forças da natureza, numa zona castreja, com a já tradicional cerimónia mística, junto a um dos calendários pré-históricos, que estão alinhados com o inicio das estações do ano 

 "Eu sou a Luz do Mundo, diz o Senhor"   

Desde a antiguidade que os povos atribuíam ao sol um poder mágico e terapêutico e lhes votavam os seus cultos. Alguns desses rituais e festividades coincidiam com as mudanças ocorridas na natureza, especialmente nos solstícios e nos equinócios, e revestiam-se de uma forte ligação à agricultura e à fertilidade. Além disso acreditava-se que nesses dias sagrados os seus deuses lhes conferiam proteção e benesses especiais, a troco de oferendas e sacrifícios. Para os adoradores do sol da atualidade estas celebrações são a busca de uma fonte de equilíbrios e de harmonia com a Natura, em perfeita comunhão com as transformações dos ciclos energéticos das estações do ano.

O sol, ao pôr-se a vários quilómetros no horizonte - na margem oposta ao vale, sobranceiro ao monte dos Tambores, estende os seus raios em perfeito alinhamento com a crista de uma gigantesca estrutura megalítica e no mesmo enfiamento de um pequeno círculo cavaco na rocha, proporcionando uma imagem de raro esplendor e significado.

Ergue-se sobranceiro ao Vale da Ribeira Centieira, em cujo curso, a jusante, se situam as gravuras dos Piscos, um dos principais núcleos da arte rupestre paleolítica, Património da Humanidade.

 O Evento tem contado com a presença de vários estudiosos e personalidades e o apoio do Município Foz-coense e a Junta de Freguesia local, a cujas entidades, desde já agradecemos o renovado patrocínio. -Nomeadamente ao  Presidente João Paulo Lucas Donas Botto Sousa, um entusiasta destas celebrações - tal como o seu antecessor, Gustavo Sousa Duarte,  ao qual também devemos vários apoios- Além da Junta de Freguesia,  bem como do amável e da inexcedível e habitual colaboração de António Lourenço, José Lebreiro, Agostinho Soares, Carlos Palma, assim como da excelente colaboração fotográfica de Adriano Ferreira e de Pedro Daniel. 

Só quem se encontre no local,  e nos momentos em que os raios solares atravessarem de extremo a extremo o eixo da curiosa câmara, poderá ter a plena consciência de estar perante a revelação de uma fabulosa visão, de um verdadeiro hino à Natureza! – à Terra, aos Céus, ao Cosmos

 Na celebração do solstício do Verão, do passado dia 21 de Junho, prestamos homenagem ao Prof. Adriano Vasco Rodrigues – Arqueólogo, Etnógrafo e Historiador, 94 anos, que, por motivos de saúde e da sua avançada idade, se fez representar por sua filha e esposo -  

Adriano V Rodrigues 2014

Foi este prestigiado investigador, o primeiro  a debruçar-se sobre o estudo  da Pedra da Cabeleira, nos anos 50, que classificou  como local de culto ou de sacrifícios -  Referência emblemática no distrito da Guarda, que, por motivos de saúde, se fez representar pela sua filha Miriam Rodrigues, na companhia de seu amado esposo

Foi ele quem trouxe à luz do conhecimento científico os primeiros contributos do Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora, a que já nos referimos em postagens anteriores - Sem os quais, dificilmente teríamos sido entusiasmados a desvendar os segredos, que a dita pedra ainda guardava

TOM GRAVES, AUTOR DO LIVRO AGULHAS DE PEDRA – A ACUMPUCLTURA DA TERRA – JÁ ESTEVE NOS TEMPLOS DO SOL

VÁRIOS INVESTIGADORES TÊM-SE DESLOCADO PROPOSITADAMENTE AO LOCAL, ASSISTIDO ÀS CELEBRAÇÕES E PRESTADO OS SEUS CONTRIBUTOS CIENTÍFICOS

Tom Graves, o autor “Agulhas de Pedra, A Acupunctura, da Terra”, que se tem notabilizado pela publicação de obras que procuram dar respostas e abrir novos caminhos para a investigação no campo da radiestesia aplicada à arqueologia, veio da Austrália para ali fazer os seus estudos - O conceituado escritor inglês defende que os lugares sagrados não foram escolhidos, pelos antigos povos, por obra do acaso. Concluiu que são centros para os quais muitas das linhas de água convergem umas com as outras e também com os centros padrões de linhas acima do solo, à semelhança do que acontece com as artérias do corpo humano.

Graves considera que só é possível ir ao encontro das verdadeiras raízes da história e da compreensão dos fenómenos naturais através da chamada linguagem vibratória dos sentidos. “Em toda a parte” - diz o conhecido rediestesista - existe uma interacção entre as pessoas e o lugar – e o lugar também tem as suas escolhas.»

De igual modo, assim terá pensado, o Prof. Moisés Espírito Santo - uma das figuras mais prestigiadas no estudo da sociologia das religiões e de levantamentos toponímicos. O Professor Catedrático e Jubilado da Universidade Nova de Lisboa, já por duas vezes, se deslocou ao Monte dos Tambores. No estudo que ofereceu à Comissão das Celebrações nos Templos do Sol, disse, nomeadamente, o seguinte: 

“Visitei o monte dos Tambores para observar o calendário rupestre e dei particular atenção aos nomes dos sítios e das pedras que constituíram o calendário” E fez esta curiosa interpretação:

“O que vou expor não consta nos livros de História de Portugal onde notamos uma crassa ignorância e uma verdadeira fobia quanto à cultura dos nossos antepassados lusitanos
 Os historiadores e arqueólogos procuram fazer-nos crer que os lusitanos eram uma horde de selvagens, atrasados e ignorantes, quando foram o povo que «durante mais tempo se opôs aos romanos», segundo Estrabão” - E coloca esta pergunta: “Porquê são assim ignorados pelos historiadores os nossos antepassados? Porque eram libertários e ciosos da sua independência e cultura, e porque se opuseram aos colonizadores”.Ver mais pormenores em DO PROF.MOISÉS ESPÍRITO SANTO, ASSOCIA NOMES SOLARES À TOPONÍMIA DOS DOS TAMBORES,

António Sá Coixão, Lima Garcia, Albano Chaves,  astrónomo Máximo Ferreira  e o Bispo da Diocese de S. Tomé e Principe, Manuel António Mendes dos Santos, natural de São Joaninho, Distrito de Viseu–  entre outras das personalidades que estiveram presentes nas nossas festividades e nos prestaram os seus contributos científicos

AS IMPORTANTES DESCOBERTAS DE ALBANO CHAVES



Não usa a técnica da varinha do vedor mas um apuradíssimo sentido de observação. E o mais curioso é que, mesmo sem se conhecerem, analisando os estudos de um e do outro, até parece que andaram por lá juntos – Já que, as pedras que chamaram atenção de Albano Chaves, também  haviam despertado idêntica curiosidade de Tom Graves – Simples coincidências?... Nada disso, estas coisas vão ao encontro de quem as procura: de quem anda neste mundo com olhares de ver, de sentir e observar, profunda e atentamente, o que o rodeia: de quem se interroga: sobre donde vimos e para onde vamos.

“No fundo, com tudo isto, nós queremos interrogar o Universo para saber quem somos e o que fazemos aqui. Em todo este esforço à volta da contemplação do sol, do fenómeno da vida e dos movimentos dos astros, em tudo isto há uma interrogação latente: que é o homem que se está a perguntar a si mesmo, quem é ele e o que faz sobre a terra. Queremos saber através destas celebrações, ainda que o não pensemos, a nossa total identidade” Palavras do Dr. Manuel Daniel, atentamente escutadas, na abertura do colóquio “Os Templos do Sol “ - visando abranger “ O Lugar do Sol nas Cosmogonias da Pré-história ao Ocidente Peninsular” – E, na verdade, acabaria por ser esse o mote, que marcaria uma belíssima jornada cultural, principiando com uma visita guiada ao Museu do Vale do Côa, seguida do referido colóquio no auditório do Centro Cultural, e, por fim, culminando o dia, com outros momentos, maravilhosos, igualmente interessantíssimos: na aldeia de Chãs.

“A ITERAÇÃO ENTRE AS PESSOAS E OS LUGARES” -

“Se na parte antropológica já éramos conhecedores de alguma coisa, a vertente cosmológica vem aqui lapidar este diamante por lapidar que nós temos no concelho de Vila Nova de Foz Côa” - Foi deste modo que o então vereador, Dr. Paulo Donas Botto, atual Presidente do Muncipio Fozcoense,  referindo-se aos Templos do Sol, e pegando numa frase do Dr. Manuel Daniel, justificava a realização no colóquio, integrado na celebração do Solstício do Verão, que decorreu há uns anos. Após o que, citando o investigador inglês Tom Graves, que, há dois anos, se deslocara da Austrália para estudar os calendários Pré-históricos, em Chãs, frisava o seguinte: “Existe uma interacção entre as pessoas e os lugares; só é possível conhecer essa interacção através de uma linguagem vibratória dos sentidos.

É evidente que, para conhecermos os lugares, para conhecermos as pessoas que estão em interacção com esses lugares, é preciso sentir os lugares, sentir qual é o papel do ser humano, do homem, dentro do universo que nós ocupamos” (...) E , portanto, nesse sentido, a Fozcoactiva, enquanto empresa que promove cultura, tem uma enorme responsabilidade e tem um grande objectivo: que é divulgar este evento. E, quando não tem a possibilidade de os divulgar, cria-os! Nem que fosse para uma pessoa – mas é pena que esta plateia não esteja cheia” – É verdade, dizemos nós: pena que as pessoas não saibam o que perderam. Porém, não é pela quantidade que se mede a qualidade: sim, poucos mas muito atentos. E foi o que sucedeu – Pena, que, das Chãs, e a festa, em boa parte pertencia-lhe, apenas estivesse o ex-presidente da Junta de Freguesia, António Lourenço, que, de resto, nos acompanharia ao longo de toda a jornada – Continua a ser o mais dedicado colaborador. Na véspera andou por lá a cortar as silvas, a tirar pedras do caminho e empenhou-se em que tudo corresse bem. Não nos admira que o seu espírito voluntarioso, esteja a ser apreciado nos Bombeiros. A Junta, sob a presidência de Teresa Marques, que ainda deu um saltinho à Pedra do Solstício, realizou o convívio à noite: foi participado, fez uma óptima ceia, depois de tão longa maratona, cultural e festiva, caiu bem, era merecida.

 

 

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