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terça-feira, 6 de junho de 2023

Festa das Rosas da Escola Profissional Agrícola Conde São Bento – Santo Tirso - De 3 e 4 de Junho - Convívio de calorosa e animada festividade do ano letivo 2022-2023.


Jorge Trabulo Marques - Jornalista e antigo aluno da Escola  Profissional Agrícola Conde São Bento, em Santo Tirso - Três videos nesta postagem - Não deixe de ver - Um dos quais das minhas aventuras maritimas no Golfo da Guiné numa piroga- Tudo por ter ido estudar para uma escola sobranceira ao Rio Ave onde aprendi a dar as primeiras remadas e a ficar fascinado com a arte de marear

 

Associe-se à celebração do Solstício do Verão, no próximo dia 21, num dos calendários solares pré-históricos alinhado com o pôr do sol do dia maior do ano. Que se ergue na vertente do maciço dos Tambores, margem direita do fertilíssimo e maravilhoso vale da Ribeira Centeeira, aldeia de Chãs, Vila N. de Foz Côa.  https://templosdosol-chas-fozcoa.blogspot.com/2023/05/o-solsticio-do-verao-2023-e-celebrado.html   ......Lugar mítico  que vale a pena conhecer  https://canoasdomar.blogspot.com/2023/05/macico-dos-tambores-aldeia-de-chas-foz.html


A tradicional Festa das Rosas da Escola Profissional Agrícola Conde São Bento, em Santo Tirso, que, devido aos  constrangimentos da pandemia,  havia sido suspensa pela Direção da EPACSB, voltou de novo animar esta centenária instituição  de ensino  com a participação ativa de toda a comunidade escolar, com o maior empenho de professores e alunos para mostrarem os trabalhos do ano-letivo e o melhor que a quinta produziu, onde se destacavam  os mais belos ramos e raminhos de rosas colhidas no horto dos campos da escola, sobranceiros à margem esquerda do rio Ave. 


A abertura dos festejos, teve inicio  às 21h00 de 3 de junho, com o Grupo de Bombos de Santiago da Carreira, Sons dos Claustros e Mridangam Band.

No dia seguinte, domingo, foi celebrada missa solene na capela da escola, às 11h00,  após o que se seguiu o almoço de convívio, no seguimento do qual, já no período da tarde, além da animação pelo Grupo Folclórico de S. Martinho do Campo, teve ainda lugar a sessão  da entrega dos  premiados do Concurso de Arranjos Florais e atuação musical de José Morais Silva.


O Grupo Folclórico de S. Martinho do Campo, foi fundado em Abril de 1957, é membro da Federação de Folclore Português. Pertence a  S. Martinho do Campo a 14 Km da cidade de Santo Tirso, e a 14 Km da Cidade de Guimarães, tem medalha de ouro das Festas de Traje de Entre Douro e Minho em 1961, 1º Classificado no 2º Festival de Folclore da Província do Douro-Litoral em 1964, deslocações a Espanha, França e Bélgica; com classificações honrosas, organizador todos os anos de Grandes Festivais Luso-Espanhol de Folclore, participante em vários Festivais Nacionais e Internacionais de Norte a Sul do País.


Com muita pena minha, residindo em Lisboa, não me foi possível ter estado presente em todo o tão interessante programa que voltou a proporcionar, nos dias 3 e 4 de junho. um caloroso convívio de atuais e antigos alunos, bem como da presença do seu novo diretor, José Santos, além de  professores e auxiliares,  

Sim, na Escola da minha saudade que também frequentei e que me catapultou para a vida – Sem o curso que ali frequentei e terminei, com o diploma de 15, 3 valores, de Agente Rural, da então Escola Prática de Agricultura, Conde de S. Bento, dificilmente teria vivido a vida enriquecedora que vivi e o que hoje sou.Não teria vivido tantas e tão emocionantes experiências.

Quero, pois, aqui congratular-me por tão festivo evento  e prestar a minha singela homenagem ao seu corpo docente e partilhar do mesmo sentimento de orgulho e de alegria com atuais e antigos alunos 

Entrei para a Escola Agrícola, em 1959. . Conclui o segundo ciclo em 1963. Em Dezembro de 1963, partiria para S. Tomé para estagiar numa roça – Não fui além de empregado de mato – Mas , depois, abrir-me-ia as portas para as aventuras nos mar, para o alpinismo e várias atividades, designadamente a de jornalismo

Sendo eu natural de uma aldeia do interior, donde me viria a paixão pelo mar?.. Creio que, em boa parte,  do  Rio Ave que corre ao lado dos belos  jardins e dos magníficos campos  da Escola  Agrícola, que  tantas vezes contemplei!.. Em cujo açude, aos domingos, ensaiara as primeiras remadas. 

Nunca desista de lutar mesmo que à sua volta só haja céu e mar https://canoasdomar.blogspot.com/2019/11/perdido-no-golfo-da-guine-37-dia-estou.html   
À minha frente havia uma grande pedra que um dia eu tive de escalar https://canoasdomar.blogspot.com/2012/02/cao-grande-em-sao-tome-grande-escalada.html

VÍDEO  - A GRANDE ODISSEIA SOLITÁRIA



Três aventuras de canoa - A primeira de S. Tomé ao Príncipe, 3 dias; a segunda de S. Tomé à Nigéria,13 dias e, por último, a tentativa de travessia oceânica que se haveria de saldar em 38 longos e dramáticos dias 

Oh!...Tantas vezes me haveria de lembrar das  tranquilas águas do TRio Ave que um dia- infelizmente -  haveriam de afogar,  em plena flor da vida, um nosso querido colega, mas, por outro lado,  também, mais tarde, haveriam de  constituir o espelho de tantas e tão gratas recordações desta mesma Escola para os demais alunos!  

Quando, em pleno alto mar, longe de tudo, das vistas de toda a gente - por três vezes - , em frágeis canoas, navegava ou andava à deriva na imensidão do conturbado Golfo da Guiné, sem quaisquer meios de orientação ou comunicação que não fosse uma simples bússola – Nos tais mares a que, já Camões, nos seus cantos, se referia nestes versos :«Sempre, enfim, para o Austro a aguda proa, /No grandíssimo golfão nos metemos” – Oh quantas provações!... Quantos perigos enfrentados!.. – Desprovido dos remos e de outros apetrechos, devido a violento tornado, sem alimentos, bebendo água das chuvas e água salgada!   - Mas essa  história não cabe nestas linhas

São Jerónimo era geralmente a baliza de chegada e de retorno ... E, também, muitas vezes ao fim da tarde e pela noite adentro, era o meu local preferido (até por ficar um pouco isolado e retirado da cidade) para me familiarizar profundamente com o mar.


Do alto das velhas muralhas do Fortim de São Jerónimoonde tantas vezes olhava a espuma que ali ia rebentar nas rochas negras e contemplava o mar ao largo, sim, muitas vezes ali me envolvi em prolongadas cogitações. E só via o mar... Só pensava, obsessivamente, nas distâncias e nas entranhas do mar.!.. Olhava-o com pasmo e respeito, mas queria sentir-me também parte dele! Ser mais um elemento do mítico e misterioso oceano! Ir por ali a fora numa das ágeis pirogas.! Desvendar segredos esquecidos no tempo!..
Oh, e quantas vezes ali mesmo, não experimentei as estreitíssimas cascas de noz, navegando em frente ou embicando na areia da pequena praia ao lado, naqueles meus habituais treinos, ao Domingo, vindo da Praia Lagarto (ao fundo da descida a caminho do aeroporto), passando em frente da Baía Ana Chaves, Fortaleza de São Sebastião, costa da marginal, Praia Pequena e ponta do Forte de São Jerónimo -e, por vezes, ainda um pouco mais a sul, à Praia do Pantufo.

Sabia dos muitos perigos que me podiam esperar - não os desdenhava! - mas entregava-me ao oceano de coração aberto, possuído de uma enorme paixão, em demanda dos grandes espaços e de uma infinita liberdade, tal qual as aves migradoras! Olhava-o como se fosse já meu familiar e meu amigo. Embora sabendo que a sua face, quando acometida de irascível crueldade, havia sido palco de muitas tragédias, havia engolido muitos barcos e tragado muitas vidas. Contudo, eu não ia ali apenas movido pelo prazer da aventura: só por isso, não sei se compensaria... Mas orientado por razões mais fortes

Havia algo, no fundo de mim,  impelido como que por um pendor sobrenatural inexplicável que me fazia acreditar que, mesmo que apanhasse alguns sustos, tal como já havia acontecido em anteriores viagens, lá haveria de sobreviver e de me safar!...

 


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