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quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Embaixada da Guiné Equatorial, em Portugal promove campanha de Recolha de Livros em Português - de 14 Nov a 29 de Fev - para as bibliotecas públicas da Guiné Equatorial, sob o tema “Olhar, saber e sentir a língua portuguesa” – Diz que é intenção do seu país organizar uma feira do livro no próximo ano, bem como incentivar encontros de escritores com os da comunidade da CPLP, assim como outras interações escolares e profissionais


Jorge Trabulo Marques - Jornalista 

 O lançamento  da campanha,  decorreu na manhã desta terça-feira 14 de novembro de 2023, no auditório da Sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa,  com alguns discursos, a intervenção musical da cantora Piruchi Apo, da Guiné Equatorial, terminando num caloroso convívio, a que foi servido um Porto de Honra.

Num dos videos excertos das intervenções

Trata-se de uma iniciativa da Representação Permanente da Guiné Equatorial junto da CPLP, em articulação com o Secretariado Executivo da CPLP, que tem como objetivo garantir o acesso a livros em Língua Portuguesa para a melhor, correta e racional utilização dos acervos bibliográficos em português.  

A sessão de abertura foi assinalada com intervenções de alguns dos  membros do secretariado executivo da CPLP, que elogiaram e incentivaram a referida campanha, além da  Intervenção do Embaixador Tito Mba Ada, que já havia, antecipadamente,  declarado à Lusa que "o objetivo é colmatar a escassez de livros em língua portuguesa nas bibliotecas" da Gda Guiné Equatorial, mas também "criar um ambiente propício para promover a aprendizagem e o desenvolvimento da língua portuguesa" e "incentivar o gosto pela leitura" de autores de países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), da qual o seu país é Estado-membro, nos equato-guineenses.

Coube abrir  a sessão ao Diretor-geral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Embaixador Armindo de Brito Fernandes,  tendo declarado que “ levar livros da língua portuguesa à Guiné Equatorial,  significa o nosso interesse comum de partilhar a nossa história, a história dos nossos povos! A história do nosso património material e imaterial! Representa partilhar a cultura em crescente expansão  com mais de 200 milhões de falantes espalhados pelos quatro continentes

Apelando  aos Estados Membros da CPLP, aos observadores associados e consultivo, às associações da sociedade civil, às bibliotecas públicas e universitárias, bem como cidadãos anónimos, para que se juntem a esta causa solidária.

Seguiu-se, no uso da palavra, o Embaixador António Quintas do Espírito Santo, Representante Permanente de São Tomé e Príncipe junto da CPLP, que  sublinhou que  esta campanha tem uma importância capital, justificando que  ela vai permitir o enriquecimento do conteúdo bibliográfico das bibliotecas públicas na Guiné Equatorial

Frisando que a biblioteca é o espaço propício para promover a proximidade dos cidadãos com a língua portuguesa. E, para a Guiné Equatorial, é muito bom que queira colaborar com as bibliotecas públicas

Referindo, que, o único apelo que gostaria de deixar à Guiné Equatorial é que repita esta tentativa nos outros países da CPLP, porque acredito que todos os países, desde o Brasil até Timor,  criem condições para participar numa campanha deste género.


“Apoiar a língua portuguesa no contexto da CPLP é uma obrigação e um dever de todos os estados membros. E é garantir aos cidadãos da CPLP é um cordão de participação na vida social e na vida pública”, foram expressões que ali também se ouviram por outro dos membros do secretariado executivo.

Tito Mba Ada. embaixador representante permanente da Guiné Equatorial junto da CPLP .declarou que  Língua Portuguesa desempenha um papel fundamental em diversos aspectos, tanto culturalmente quanto globalmente.

Depois das palavras de agradecimento  começou por enaltecer a importância da “quinta língua mais falada no mundo, com mais de 260 milhões de falantes.

"Agora, a Guiné Equatorial, com os seus habitantes, orgulha-se de fazer parte dessa estatística.

No meu País, reivindicamos a pertença da Língua Portuguesa como Nossa língua.

 Nascemos lusófonos, o nosso vínculo com Portugal data de há seis séculos. Foram os Portugueses os primeiros europeus a chegar ao território que é, actualmente, a Guiné Equatorial.

Houve uma pausa – no século Dezoito, Portugal trocou aqueles territórios com a Coroa Espanhola, que os administrou até 1968. Passámos três séculos a falar castelhano;

Como compreenderão, não é de um dia para o outro que se retoma a língua portuguesa.

Mas a Guiné Equatorial reivindicou, continuou, procurou, e encontrou, em Díli, em Julho de 2014, o reconhecimento oficial, pelos Estados-Membros da CPLP, da sua pertença ao mundo lusófono.

Regressámos a casa.

O processo de integração da Guiné Equatorial na CPLP teve início em 2006, quando o país solicitou o estatuto de Membro Observador.

Em 2010, o meu País apresentou a sua candidatura a membro de pleno direito, que foi condicionada ao cumprimento de vários requisitos, entre os quais a abolição da pena de morte e a adopção do Português como língua oficial.

Foi um grande desafio, assumimos compromissos que, felizmente, o País tem vindo a cumprir.

O Governo adoptou a moratória sobre a pena de morte, que foi abolida com a revisão do Código Penal. Hoje, a pena de morte é uma história do passado na Guiné Equatorial.

Por outro lado, em 2010 o Governo decretou o Português como terceira língua oficial do País. Hoje, estamos dando forma ao ensino da Língua Portuguesa.

Foi criada uma Licenciatura na Universidade Nacional – UNGE, feitas várias acções pontuais de formação de formadores, de funcionários, do pessoal do sector do  ~5~ turismo e hotelaria, e está prevista, a curto prazo, a elaboração de uma estratégia com o Instituto Internacional da Língua Portuguesa.

Recentemente, foram revistos os currículos do sistema educativo do País para adaptar a introdução da Língua Portuguesa nos diferentes níveis de ensino.

 Igualmente, na Cimeira de Chefes de Estado e de Governo, em São Tomé e Príncipe, em Agosto passado, o Programa de Apoio à Integração do País, cujas actividades decorreram entre 2021 e 2022, ficou concluído, com resultados positivos, e com a recomendação ao Secretariado Executivo e ao Instituto Internacional da Língua Portuguesa de continuar a apoiar a disseminação da Língua Portuguesa no País.

Por isso, na actual agenda de cooperação da CPLP com a Guiné Equatorial há duas palavras-chave: Língua Portuguesa.

Excelências, Distintos Convidados.

Sabemos que um ensino sem leitura cai pela base – os livros são fundamentais.

Por isso, a Guiné Equatorial lança esta iniciativa, com o acompanhamento dos Estados-Membros, e com o apoio de parceiros privilegiados, com a Confederação Empresarial da CPLP, com as editoras, com as bibliotecas, com as universidades e, também, com os meios de comunicação aqui presentes.

A Campanha consiste na recolha, a nível nacional, em pontos-chave disponibilizados para o efeito, através de contactos previamente estabelecidos, de livros e manuais escolares e, também, literatura em Língua Portuguesa.

Os livros serão posteriormente seleccionados, catalogados e distribuídos pelas instituições de educação da Guiné Equatorial, escolas, bibliotecas, universidades, centros culturais.

Este trabalho, não podemos fazê-lo sozinhos, contamos com o apoio de todos. Contamos com a vossa generosidade e solidariedade para o sucesso desta Campanha.

 Campanha esta que não se limita à recolha de livros; trata-se de fomentar um sentido de comunidade, solidariedade e sustentabilidade.

Encorajo-vos a participar de todas as formas possíveis.

Quer possam doar livros, oferecer o vosso tempo ou divulgar a nossa missão, o vosso envolvimento é importante. Juntos, podemos fazer a diferença que se irá propagar através de gerações.

Um povo culto é um povo rico.

Para terminar, reitero o nosso agradecimento aos presentes, e queria agradecer, de maneira especial, às Instituições que já se disponibilizaram a fazer doações.

Finalmente, uma palavra especial de agradecimento e reconhecimento pela actuação da nossa cantora Piruchi Apo, que interpretou “O Sonho de um País” – o sonho da Guiné Equatorial de promover o Português.






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