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sábado, 25 de novembro de 2023

Lisboa e o Tejo - Recordando os 30 navios que foram afundados e reduzidos a destroços por via de uma inesperada tempestade

Jorge Trabulo Marques


 Recordando o dia em que 30 NAVIOS SE PERDERAM NO TEJO -- Estas duas imagens foram recolhidas da minha biblioteca -

A barra do Estuário do Tejo, chegou a ser um sorvedouro de navios. Além dos que perdiam, sobretudo na carreira da Índia, por via das tempestades, dos muitos naufrágios, existia também o encalhamento de muitos deles por causa do assoreamento, da subida das areias e outros detritos, que reduzia a profundidade da água ,e ,naturalmente, também do mau tempo, que, naqueles dias, não era possível prever-se.

Este foi um dos trágicos episódios recordado pela revista “Novo Almanaque De Lembranças, - Luso Brasileiro de 1892, que faz parte do meu vasto arquivo bibliotecário

Diz o seguinte: “ Estava no porto de lisboa, pronta para sair, uma armada, composta por 30 navios artilhados e guarnecidos, que o nosso Rei D. Sebastião, havia arranjado, com grande sacrifício, a convite de Pio V, para entrar numa liga contra os turcos, pois, no sábado, 13 de Setembro de 1572, ao dar a meia noite, começou a soprar , vento sul com tal violência, que as ondas em rolo; subiram acima dos. edifícios, fazendo voar os telhados de muitas casas, e arrancando arvores, de que resultaram muitas desgraças.

Dos 30 navios da esquadra que estavam no Tejo nenhum escapou: Partidas as amarras, começaram a chocar uns contra os outros, despedaçando-se, indo os seus fragmentos espalhar-se pelas praias do Corpo Santo, Caes (cais) da Rainha, (cais) Caes da Pedra e Alfandega. Foi uma noite de lucto, e quando pela manhã raiava o dia é que se fez ideia dos destroços:

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa - In Mensagem. Poema Mar Português

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