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segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Ilha do Príncipe - Conta com o dicionário “LUNG’IE, LUNGE NO” – Depois da publicação do dicionário santome- português, do linguista Tjerk Hagemeijer, em coautoria com Gabriel Antunes de Araújo, da Universidade de São Paulo. apresentado na ASCOSP, em Lisboa, em 2013

                                                 Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investigador


Depois da publicação do “Dicionário Santome – Português” -  cujo lançamento constituiu  um  dos vários eventos  com que a  diáspora, em julho daquele ano,   assinalou os 38 anos sobre a  proclamação da independência  na sede ACOSP -  Associação da Comunidade de S.Tomé e Príncipe em Portugal, tendo contado com a presença do Prof. Tjerk Hagemeijer, do Centro linguístico da Universidade Nova de Lisboa, responsável do  livlu-nglandji, “santome-portugêji,  em coautoria  com Gabriel Antunes de Araújo, da Universidade de São Paulo., surge agora  um novo estudo.

Refere a STP-Press, que, o Presidente do Governo da Região Autónoma do Príncipe, Filipe Nascimento presidiu esta sexta-feira a cerimonia de lançamento do Livro “Lung’ie, Lunge No”, o primeiro dicionário do crioulo da ilha do príncipe, que resulta da investigação de vários anos dos académicos Ana Lívia Agostinho e Gabriel Araújo.

Na sua intervenção, Filipe Nascimento realçou o empenho do Governo Regional no resgate, preservação e promoção da nossa Cultura, relembrando o historial de programas radiofónicos em Lung’ie, introdução do Lung’ie nas escolas, sendo que neste ano letivo estendeu-se para o curso noturno, e que agora passamos a contar com mais esta ferramenta didática para acelerar a aprendizagem.

Além do líder do governo regional, a cerimónia contou com a presença de várias personalidades da sociedade, autoridades regionais, grupos culturais, professores, alunos, fazedores da Cultura, Ministro Conselheiro da Embaixada do Brasil.

Sendo uma língua crioula de base portuguesa, o lung’Ie é falado na Ilha do Príncipe, enquanto outros dois crioulos são-tomenses, designadamente, santomé e angolar, são falados na ilha de São Tomé, neste arquipélago de língua oficial portuguesa.

 SÃO OS MAIS VELHOS QUE FALAM FLUENTEMENTE O SANTOMENSE  MAS HÁ GENTE NOVA E SIMPÁTICA QUE DÁ CARTAS E NÃO LHES FICA ATRÁS - Tal como entã nos reportámos em https://canoasdomar.blogspot.com/2013/07/auto-floripes-e-tchiloli-patrimonio.html





Falou-se da referida obra, como surgiu e dos vários contributos e colaboradores, assim como da  importância que assumem os 8500 vocábulos  (verbetes) para “os falantes nativos, estudantes e interessados nas línguas crioulas  de base portuguesa.” – Considerada a mais completa obra de referência  da principal língua autóctene  da República de São Tomé e Príncipe. Produzido a partir de fontes orais e escritas, cada verbete em santome traz a transcrição fonética e a equivalência em português, incluindo nomes científicos de plantas e animais. O leitor encontrará também uma lista de palavras correspondentes em Português..


 


VEJA AS SEMELHANÇAS ORAIS DO Fá d'Ambô com o Santome




OPORTUNIDADE 
PRESENÇA DO PROF.FRANCISCO ZAMORA SEGORBE,  DE ANO BOM, SURPREENDEU A ASSISTÊNCIA PELA SEMELHANÇA DO SANTOME  COM O FALAR DE ANO BOM

“Fá d'Ambô, Fla d'Ambu, annabonense, annobonés ou annobonense (em lingua portuguesa)  chamado falar de Ano Bom e língua anobonenseou anobonesa) é um crioulo Portugu~es falado na Ilha de   Ano BomGuiné Equatorial, estima-se que existam até 9 mil falantes deste dialeto.

Segundo estudiosos, o crioulo de Ano Bom, é  baseado em   82%,  do forrro, enquanto que uns 10% de seu léxico se baseia no castelhano. É falado por descendentes de mestiços entre africanos, portugueses e espanhóis; devido à similaridade entre o português e o castelhano não se sabe que origem têm certas palavras. Fá d'Ambô – Wikipédia, a enciclopédia livr


Livlu-Nglandji é como se chama o primeiro dicionário do crioulo 


Lê-se na apresentação do dicionário santome-putugêli, que “O santome, também conhecido como forro, fôlô, lungwa santome, dialeto ou são-tomense, é uma língua crioula de base lexical portuguesa que surgiu no século XVI, na ilha de S. Tomé, fruto do contacto entre o português  e diversas línguas do continente africano. Depois do português, língua oficial, o santome é a segunda língua mais falada na República de s. Tomé e Príncipe, mas não goza, actualmente, de estatuto oficial, embora tenha sido declarada uma das línguas nacionais, ao lado do angolar (ngola) e do principense (lung’ie).

A primeira referência histórica ao santome data de 1627, altura em que o Padre Alonso de Sandoval, a partir de Cartagena,  (Colômbia), menciona a existência de  da lengua de  San Thomé. Já  o século XVIII, mais precisamente em 1766, Gaspar Pinheiro da Câmara também faz alusão a esta língua ao escrever  que he de saber que a gente natural destas ilhas tem língua sua e completa, com pronúncia labeal, mas de que não consta  haver inscrição alguma (...) (apud Espírito Santo 1998:59, nota 1). a língua escrita só apareceria pela primeira vez  na segunda metade do século XIX, quando autores como Francisco Stockeler e António Lobo de Almada Negreiros, bem como os pioneiros dos estudos crioulos , Hugo Schuchardt e Adolpho Coelho, nos dão a conhecer os primeiros fragmentos da língua” - excerto

 

 
Jerk Hagemerijer – Um investigador dedicado aos vários crioulos do Golfo da Guiné – Com Nélia Alexandre é coautor de  um estudo bastante aprofundado, publicado na Internet, subordinado ao título “ Os crioulos da Alta Guiné e do Golfo da Guiné: uma comparação sintáctica”, do qual  - seguidamente - tomamos a liberdade de  transcrever um excerto, dada a sua importância  para melhor compreensão do dicionário santome-putugêji





Os crioulos de base lexical portuguesa da Alta Guiné (CAG) e do Golfo da Guiné (CGG) constituem duas famílias linguísticas independentes cuja formação remonta aos séculos XV  e XVI, num contexto de escravatura, tendo resultado do contacto entre o Português (arcaico  e regional) e diferentes línguas africanas de diversas famílias do Níger-Congo. Os CAG incluem o Kabuverdianu (CCV), o Kriyol (CGB) e o crioulo de Casamansa1; os CGG  abrangem o Santome (ST), o Angolar (ANG), o Principense (PR) e o Fa d’Ambô (FA).  Não obstante os progressos alcançados na crioulística ao longo das últimas  décadas, continua aceso o debate sobre a formação destas línguas e sobre a sua afiliação  genética e tipológica. Em particular, diversos autores têm proposto que os crioulos formam  uma classe de línguas tipologicamente distinta de outras línguas. A mais antiga hipótese de  que os crioulos constituiriam uma classe genética (ou uma família linguística) devido a um  conjunto aparente de semelhanças traduz-se na chamada monogénese, uma teoria que  advogava que todos os crioulos teriam na sua origem um único pidgin Português (Sabir ou  West-African Pidgin Portuguese), que foi relexificado por outras línguas. Esta hipótese foi  entretanto refutada, mas dela reteve-se, até hoje, a ideia bastante difundida de que os  crioulos descendem de pidgins diversos que, no curso do tempo, se transformaram em  línguas naturais (nativização), através de um processo de aquisição de L2 com restrições de  acesso à Língua-Alvo (o Português, nos contextos em questão). O facto de se ter  abandonado a monogénese não significa que não exista uma relação genética entre  subconjuntos de crioulos, de que os CAG e os CGG são exemplos, mas também os crioulos  de base lexical francesa das Caraíbas ou os crioulos de base lexical portuguesa na Índia – Excerto Os crioulos da Alta Guiné e do Golfo da Guiné.p


Investigador do Centro de Linguística da Universidade de Lisboa, desde 2008 e colaborador do Atlas of Pidgin and Creole Structures, Max Planck Institute, Leipzig, desde 20

Do seu currículo fazem parte numerosos trabalhos

Output - The Origins and Development of Creole Societies in the


Tjerk Hagemeijer - Books and Journals

As línguas de STomé e Príncipe

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