Jorge Trabulo Marques - Jornalista e líder da escalada ao pico Cão Grande, em S. Tomé
Imagem de José Diogo - Pormenores da escalada ao Pico Cão Grande, em
https://canoasdomar.blogspot.com/2012/02/cao-grande-em-sao-tome-grande-escalada.html
- E também https://canoasdomar.blogspot.com/2020/08/pico-cao-grande-em-s-tome-epica.html
Texto
parcialmente reeditado do dia 09/02/2016 – sob o título. - Pico
Cão Pequeno - Rumo ao sul e
à latitude zero - Dos sorrisos ao pesadelo: as Bandeiras Nacionais de S. Tomé e
Príncipe e de Portugal, .. https://canoasdomar.blogspot.com/2016/02/pico-cao-pequeno-rumo-ao-sul-e-latitude.html Mas agora com video - Que pude editar após o meu regresso a Portugal



Desta vez o destino ia-me pregando uma partida mas, pelos vistos, estava escrito nos astros que apenas seria mais um episódio da minha vida - As Bandeiras Nacionais de S. Tomé e Príncipe e de Portugal, não puderam ser desfraldadas no topo mas espero - Rogério, Paula e Catherine - que um dia o possais fazer: ou de volta ao Cão Pequeno ou ao Cão Grande - Só a caminhada pela floresta, vale a pena a intensa e emocionante descoberta
Primeiro-Ministro, Patrice Trovoada, encontro informal |
A bandeira portuguesa, trouxeram-na de avião;
A de S.T.P, foi oferecida pelo Coronel Victor Monteiro, Diretor do Gabinete do Presidente da República.
Por seu turno, e uma vez que a referida equipa se propunha colaborar com as pesquisas históricas de Jorge Trabulo Marques, que, desde há dois anos, tem sido realizadas, por este investigador e jornalista, nomeadamente em Anambô, onde é suposto ter começado a colonização portuguesa , a sua estadia acabou por acolher o apoio, tanto da Presidência da República de Manuel Pinto da Costa, disponibilizando uma das vivendas de passagem, do Palácio do Povo, como do Governo de Patrice Trovoada, tendo-se dado até a coincidência de os cumprimentar, num encontro casual, em Fernão Dias, no passado dia 3 de Fevereiro, assim como também do apoio da Embaixada Portuguesa, quando tomou conhecimento do seu projeto, manifestando a sua disponibilidade para uma palestra, no final da sua estadia, no Centro Cultural Português - Infelizmente, uma violenta queda de Jorge Trabulo Marques, quando procedia à recolha de imagens, momentos depois em que a referida equipa, empreendia a sua ascensão, veio gorar todos estes propósitos.
UM DESEJO ESBOÇADO EM 25 DE NOVEMBRO PASSADO - NA PALESTRA DA ESCALDA DO PICO CÃO GRANDE, PROMOVIDA PELA ASSOCIAÇÃO DESNÍVEL- Acerca dos 40 anos sobre a a escalada do Pico Cão Grande https://canoasdomar.blogspot.com/2015/11/casa-da-gruta-em-cascais-encheu-para.html

Corajoso Constantino Bragança |

MAU PRESSÁGIO
Rogério Alpine, líder da equipa - quem sabe se por um pressentimento premonitório - e, pelos vistos, até acertou - telefonara-me na véspera, à noite, a sugerir para que eu ficasse na cidade, tranquilamente agarrado ao meu computador, que deixasse inteiramente à sua equipa, a expedição ao Sul e ao Cão Pequeno. O mesmo me voltou a sugerir, quando chegámos de jipe à antiga dependência de Santa Josefina, Roça Porto Alegre - que ali ficasse
Obviamente, que, tal como ficara acordado em Lisboa, a minha intenção era realmente fazer o registo fotográfico dessa sua expedição, assim como da visita de reconhecimento que a equipa pretendia fazer ao Cão Grande.
HESITAÇÕES INICIAIS RESOLVIDAS PELO PRÓPRIO GUIA
Realmente, a noite fora muito chuvosa e a rocha basáltica das paredes do Pico Cão Pequeno, que é coberta de vegetação, encontrava-se muito húmida e escorregadia - Havia muitos arbustos, mas hesitava-se em fazer uso seguro deles - Pelo que me apercebi, o entusiasmo parecia arrefecer e adiar a tentativa para outra oportunidade. .
No entanto, eu que já conhecia bem esse tipo de vegetação no Cão Grande e dela me havia servido, tanto para iniciar a escalada, como em várias fases do percurso, sabia que, com algum cuidado, podia ajudar a resolver as dificuldades iniciais, nomeadamente onde a pedra está menos enxuta e se cobre de vegetação, agarrada aos milenares sedimentos da erosão
Sim, ele que tão útil fora a desbravar caminho até ao local: - um jovem e atlético santomense, de origem cabo-verdiana, que já evidenciara as suas capacidades quando cumpriu serviço militar e que agora trabalha com o seu pai, mãe e demais irmãos, na dependência de Santa Josefina, da antiga Roça Porto Alegre, sim, sugeri para que o deixassem mostrar as suas habilidade e trepar pelos arbustos, levando consigo a corda da escalada, de modo a prendê-la a uns arbustos, aí a uns 20 ou 30 metros acima, ou seja, junto à parte da rocha, que passava a encontra-se livre de vegetação e seca - Numa área já mais exposta ao ar, logo menos escorregadia e mais adequada à fixação de pitões e das tradicionais técnicas alpinísticas
Quando deixei de os ver, descalcei os sapatos e tentei a minha chance para fazer umas imagens à equipa, que, do ponto onde me encontrava, não podia registar
Não podendo trepar o mesmo arbusto que o jovem, tentei fazê-lo de outra forma, ou seja, agradando-me a outro arbusto, justamente onde os elementos da equipa se haviam agarrado à corda inicial - Ao testar puxá-lo. mesmo antes de trepar, como estava em meias - e não descalço - escorrego com o arbusto atrás de mim - Rolando desamparado ravina abaixo, batendo com as costas e a cabeça de pedra em pedra-
Mas os meus companheiros - muito experimentados nos perigos da escalada - lá tinham as suas razões - Se bem que eu também a tivesse nos cinco anos a caminho do Pico Cão Grande - Mas agora a idade era diferente
FAÇANHA DAS ARÁBIAS CHEGAR AO SOPÉ DO PICO CÃO PEQUENO E ESCALÁ- LO É TAMBÉM UM GRANDE DESAFIO
A minha tenda na Praia Jalé |
Em todo o caso, este pico, que mais lembra um enorme falo de que um simples bloco maciço, ia-me pregando uma grande partida e devorando-me a vida, justamente onde começa a libertar-se dos restos da última mancha verde da brenha densa arbustiva e arbórica, que o envolve desde as mais fundas grotas – Mas a culpa nem é dele mas minha: porque, eu não ia com o intuito de o escalar mas tão somente de o fotografar -Essa proeza, que tem outra história, pertence-me a mim e a mais três valorosos santomenses - E já lá vão quarenta anos; é muito tempo na vida humana https://canoasdomar.blogspot.com/2016/01/escalada-do-pico-cao-grande-em-s-tome.html
REPORTAGEM PUBLICADA PELO JORNALISTA ADILSON CASTRO
Primeiros socorros |
O jornalista e investigador português, Jorge Trabulo Marques sofreu na manhã do passado Sábado, uma violenta queda junto ao sopé do Pico Cão Pequeno, com vários ferimentos na cabeça, nos braços e violentas pancadas nas costelas, no momento que se preparava para escalar mais uns metros deste pico, de forma a melhor poder acompanhar fotograficamente a equipa profissional de alpinistas (Paula Ferreira, portuguesa; Catherine De Freitas, Cadadiana; Rogério Alpine Morais português), que se prepunha hastear as bandeiras nacionais de São Tomé e Príncipe e de Portugal.

Não obstante a violência da queda e o derrame do sangue provocado, o jornalista e antigo escalador do Pico Cão Grande, não perde tempo e serenidade, e, receando que pudesse vir a desmaiar e a constituir um problema acrescido aos seus companheiros, resolve descer a íngreme e dificílima vertente com o seu próprio pé, amparado e ajudado pelo guia, de forma a encontrar o trilho de regresso a Praia Jalé, onde se encontrava o acampamento, ao mesmo tempo contacta o coronel Victor Monteiro, Diretor da Presidência da República, a quem relata o sucedido; o qual prontamente lhe diz ir proceder a todas as diligências necessárias, para que lhe fossem prestados os primeiros socorros o mais rapidamente possível (enviando um maqueiro ao seu encontro do posto de Porto Alegre), e seguidamente conduzido ao Hospital Central Ayres de Menezes na Cidade de São Tomé, onde foi dada a assistência médica e cirurgiã nos serviços de urgência, que decidiram pelo seu internamento temporário.
Ao lado do maqueiro |
Ao lado do jovem guia |
Com a sua mota levou o maqueiro |
Por: Adilson Castro
DEUS ESTEVE AO MEU LADO - GRAÇAS TAMBÉM AOS BONS AMIGOS E A PRONTA E EFICIENTE ASSISTÊNCIA MÉDICA

Caro amigo Jorge Trabulo Marques.
Gostava de aproveitar agora, depois do alívio, porque o susto já passou, de desejar-te rápidas melhoras.
Os meus agradecimentos, por isso, devem ser extensivos a todos quantos espontaneamente acudiram ao meu grito de socorro e colaboraram incondicionalmente para que tudo andasse bem:
De entre tanta gente, gostava de destacar as seguintes pessoas:PRIMEIROS SOCORROS NA FLORESTA
+Enfermeiro de Porto Alegre- Juceley (estancou a hemorragia no crânio, com uma sutura de 3 pontos)
+Motorista-Manuel
EQUIPA DA AMBULÂNCIA
+Enfermeiro-Germias
+Maqueiro-Antonai
+Motorista-Cunha
HOSPITAL Dr.Ayres de Menezes
+Administrador-Dr.Carlos Neves
+Dr. Lima
+Dr. Pascoal
+Dr. Gian (Costa-marfinense)
+Dr. Guilherme
+Enfermeira-Cipriana
- Enfermeira Elka da Cruz
.-Enfermeiro Jerceley
+Maqueiro-Ângelo
- Maqueiro Antunay
ECO-RESORT JALÉ
+Coordenadora-Evarilde
+Gerente do Restaurante-Manuel.
Um grande Bem-haja a todas as pessoas que tiveste a gentileza de enunciar; ao seu espírito de bem servir e de abnegação - Sem o teu grito de alarme e a sua generosidade, dificilmente teria resistido.
Salvaste-me a vida - Quem saiu aos seus não degenera e tu tens a quem sair: a uma querida e corajosa mãe e a um pai extremoso e corajoso que também salvou muitas vidas de serem atiradas ao mar. Conheci-o quando era empregado de mato na antiga Roça Rio do Ouro e quando tu ainda eras um adolescente - Lembro-me bem do teu rosto. porque o teu pai era um cabo-verdiano muito estimado e comunicativo naquela roça e tu quase não o largava de mão, agarrado às suas calças, descalço e de calção Mal te pus ao corrente do meu acidente ( e ainda bem que àquela altura o telemóvel funcionou) sei que nem mais um instante teu coração descansou: foi um dia arrasador para ti - Fazendo diligências várias para ser prontamente socorrido - E assim aconteceu - Graças à tua generosidade e o teu abnegado esforço - Que rapidamente puseste em movimento um grande abraço de solidariedade - Operaste um autêntico milagre - E também porque as pessoas que contactaste, compreenderam que o momento não era de esperas mas de acção: desde o maqueiro que prontamente me saturou dos grandes golpes na cabeça, que não paravam de jorrar sangue - Mais uns minutos, dificilmente podia manter-me em pé, pois já começava a sentir fortes tonturas - Depois, foi a pronta evacuação na ambulância que me transportou para o hospital. E, ao chegar ali, tanto carinho, tanta disponibilidade, que,a bem dizer, nem sei onde hei-de começar a agradecer - Sim, a todos os rostos que me acarinharam e me assistiram , aos meus companheiros que também tanto se esforçaram por me salvar - Um grande abraço amigo - De ti, já tinha as melhores recordações, mas com esta grandeza, penso que é inigualável
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