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domingo, 17 de fevereiro de 2019

A criminalidade violenta faz a Universidade nas Cadeias - Comprova-o assalto à mão armada ao Carro do Estabelecimento Prisional de Lisboa - E já lá vão uns anos - Entrevistei a nata do crime portuguesa, além de um elemento da ETA, em Las Palmas: Manuel Alentejano, Muleta Negra, Dragão, Zé da Tarada e muitos outros tarados

JORGE TRABULO MARQUES - JORNALISTA  - C

Com entrevistas de minha autoria mas não aquela que AQUI revelo pela primeira vez


Título: Cadernos de Reportagem Fevereiro/ Março 1984
"Quando mato alguém fico um bocado deprimido"
Criminosos entrevistados na cadeia por Jorge Trabulo Marques
Direcção Fernando Dacosta
Relógio D'Água Editores Lda

Dir-se-ia que entrevistei a nata do crime portuguesa, além de um elemento da ETA, em Las Palmas : Desse lote destaco as que fiz a Manuel Alentejano, Muleta Negra, Dragão,  Zé da Tarada e muitos outros tarados - Um dos quais me encostou o cano da pistola à garganta  à saída do metro dos Restauradores: "eu sou o pai do rapaz que tu entrevistaste quando foi apanhado a roubar numa montra" - Sim, era verdade, numa rusga à civil que acompanhei com a PSP)  - "Perdoo-te porque gostei da entrevista que me fizeste num dia de Natal" 

  Mas não só entrevistei cadastrados; no meu arquivo ainda guardo o registo de  centenas de entrevistas a pessoas anónimas, sob os mais variados pretextos  e às mais diferentes  personalidades . Incluindo as mais altas patentes militares - num convívio da Academia Militar

A  entrevista que  aqui também divulgo, num dos meus sites,  era para ser incluída no apontamento que ontem dediquei ao dia mundial da Rádio, tendo optado por  editar a a que fiz ao Rui Veloso, nos anos 80




A CRIMINALIDADE VIOLENTA BAIXOU EM PORTUGAL - Ainda bem

Referem noticias de que a "Criminalidade em Portugal baixou "significativamente" – Mas nos anos 80, a violência criminosa, deixou rastos das piores memórias, notabilizou-se pelos episódios mais graves e insólitos: desde fugas maciças das cadeias a  assaltos armados e mortíferos a carros celulares – Entrevistei alguns desses perigosos figurantes: entre os quais um dos cúmplices do assalto à carrinha celular  e   o autor da fuga de Alcoentre  - DN A última evasão prisional, de dois presos de Leiria, parece uma brincadeira quando comparada com a maior fuga coletiva, de 124 presos, em 1978, ou a dos Cavacos de Pinheiro da Cruz, em 1986” - . – E é  verdade

CONFISSÕES DE UM DOS  AUTORES DA FUGA E MORTE   NO ASSALTO AO CARRO CELULAR , REVELA OS DETALHES  DO PLANO QUE ACABARIA POR PROVOCAR  A MORTE DE UM GUARDA PRISIONAL E VÁRIOS FERIDOS COM GRAVIDADE  - Entrevista divulgada pela primeira vez 

A ENTREVISTA, não  chegou a ser transmitida na extinta Rádio Comercial-RDP, onde era repórter, em virtude de, uns dias depois, ter  sido procurado pela mesma pessoa, com ameaças de morte, para não o fazer.   

Houve ali dinheiro, pá! Umas massas e coisa e tal! E um planeamento!.. O Garrido, o guarda, não era para ser morto! Não era para ser morto ninguém! É pá! Lamento!!.. Nunca matei ninguém! Nunca roubei ninguém! Passei uns cheques sem cobertura, sim senhor! É pá! Mas a coisa tinha que se dar!... Porque havia alguém internacional! Neste caso era o Kadir!... O Kadir era um rapaz com quem eu me dava bem dentro da cadeia! Magnificamente Era um gaijo simpático! Toda a malta sabe como é que isso se processa!.. Os estrangeiros são totalmente diferentes dos Portugueses! Não compreendem a nossa língua! Abanam a cabeça,  como o chinês

Enquanto o guarda dorme, o marginal imagina na cabeça para ver qual é o programa fuga e a coisa realmente realiza-se! Isto não quer dizer que os guardas são otários! É tão otário o preso, como é otário o guarda!... É assim mesmo! Mas, de qualquer das maneiras, a coisa realizou-se! Houve mortes, realmente! Eu ainda tratei o motorista! Que levou duas balas!

Mas você creia numa coisa! É que, os Serviços prisionais, não vivem só de palavras! Não vivem só de irem à TV  a dizer meia dúzia de larachas, como eu já assisti ao Sr. Dr. Fernando Duarte, que é uma pessoa que eu considero muito!, - parece-me a mim que está  afastado do serviço – para irem lá falar  da escola de Leiria, pá! Isso não interessa!

O que interessa é que, os serviços, quando ponham um recluso   em liberdade! Ponham-no mesmo a sério com garantias! Para um quarto e com alimentação e que o trabalho seja mesmo a sério! Não é só aquele papel de trabalho fuleiro! – Como a gente diz: que é da padaria do sr. fulano tal!.

A malta passa fome! A malta não tem dinheiro e é necessário voltar a roubar para comer e para beber

Mas o que lhe digo uma coisa! É que, o Diretor que a Penitenciária tem, que a malta chama na gíria, o Leão da Estrela!...não é gajos para essas, pá!

Também há lá muita gente que  não prejudicou a sociedade e há muita gente cá fora, que anda a passear de autocarro

É um problema muito grande quando os reclusos sabem o dia das consultas! E a partir daí começaram a fazer o plano!  E transmitiram para as pessoas o dia, que o carro celular saía.. Então eles, através daquelas gradezinhas, introduziam um papelzinho ! Punham uma indicação no carro em que eles iam

Eu acho que os serviços prisionais nunca devem indicar a ninguém qual é o trajeto do carro celular! Eu vou-lhe explicar porquê?  É necessário falar com os médicos para que as consultas não sejam marcadas nos mesmos dias: cirurgia à terça!  Oftalmologia! Porque a malta cá fora sabe! 



Ainda bem que, a criminalidade violenta diminuiu, porém, há outro fenómeno que recrudesceu: o extremismo racial e religioso, em toda a parte:  e sem distinção de cor.  

Recentemente, o Ministro da Administração anunciou, no Parlamento, uma descida considerável no número de crimes violentos e graves
Portugal tem vindo a ser reconhecido como um dos países mais seguros do mundo e 2018 reforçou essa tendência com uma nova baixa muito significativa, perto de 9%, dos últimos valores ainda não finais disponíveis, da criminalidade violenta e grave”, disse Eduardo Cabrita. https://tvi24.iol.pt/sociedade/crime/criminalidade-em-portugal-baixou-significativamente

Guarda prisional “conheceu os piores criminosos de Vale de Judeus – Eu entrevistei alguns deles em várias cadeias.

Real Soares foi guarda prisional durante 30 anos. Testemunhou uma grande fuga, privou com homicidas e tentou controlar traficantes de droga. Vive perto da cadeia, mas não quer abandonar Alcoentre. “Esta já é a minha casa”, confessou a O MIRANTE

(…) Está reformado há dez anos, mas Tina, a esposa, ainda trabalha no refeitório daquele que já foi considerado o estabelecimento prisional mais seguro do país.

´”E verdade que lidou com os reclusos mais perigosos, mas gosta de recordar os “bons rapazes”: muitos deles criminosos condenados a penas pesadas, mas que as cumpriam sem tiques de submissão. “Ainda tinham vida dentro deles e refilavam...”. Mas Real Soares não era o guarda “bacano”: “Verbalmente eu podia ser bastante duro, mas não gostava de complicar. Havia quem gostasse de o fazer”. 

Por isso, aconteciam os motins... “Há muita tensão dentro das cadeias. Lembro-me que existia um chefe que obrigava os reclusos a andarem com o colarinho apertado mesmo em dias de muito calor, quando isso nem sequer estava no regulamento”. 

(…)  violência sempre existiu, assim como a violação dos novos que chegavam: “Não havia muito que pudéssemos fazer. A não ser que eles se queixassem e, claro, eles não se queixavam, com medo de represálias”. Os dramas e os terríveis episódios da vida dentro da cadeia, Real Soares sempre deixou do lado de fora de casa. “Não eram coisas que eu gostasse de contar à mesa de família”. Contou-as num livro que chamou “30 anos de vida nas prisões e outras estórias”, uma edição de autor, que ofereceu aos amigos. 
Em três décadas, conheceu a “pior geração de bandidos”, ali a meio dos anos 80, mas também a passagem para outra realidade - a do tráfico de drogas. “Conheci homicidas, mas estes geralmente cumprem as regras da prisão. Os traficantes são um conflito em si mesmos”.

Fugitivos foram beber café e regressaram à cadeia - Dos 124 reclusos que escaparam pelo túnel, a grande maioria foi capturada nos dias que se seguiram à fuga. “As pessoas de Alcoentre garantem que alguns deles até foram tomar café e regressaram, pelo túnel, à prisão”. Um dos locais por onde um dos fugitivos terá passado foi precisamente o Café Ponderosa, ao km 57, na EN1. “Só os cabecilhas da fuga é que tinham tudo planeado e meios para desaparecerem, uma vez cá fora. Alguns, ainda hoje, não se sabe para onde foram nem o que lhes aconteceu”, conta Real Soares.https://omirante.pt/semanario/2016-09-15/sociedade/2016-09-15-Ele-conheceu-os-piores-criminosos-de-Vale-de-Judeus


A maior fuga de sempre envolveu 124 presos e um túnel de 35 metros
A última evasão prisional, de dois presos de Leiria, parece uma brincadeira quando comparada com a maior fuga coletiva, de 124 presos, em 1978, ou a dos Cavacos de Pinheiro da Cruz, em 1986.  https://www.dn.pt/portugal/interior/a-maior-fuga-de-sempre-envolveu-124-presos-e-um-tunel-de-35-metros-4229652.html

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