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segunda-feira, 13 de maio de 2019

EM SÁO TOMÉ E PRINCIPE - O ESPÍRITO SAGRADO DA ALDA GRAÇA ESPÍRITO SANTO, CONTINUA VIVO - Levo comigo um mundo de imagens e de impressões para recordar desta minha breve mas intensa romagem de saudade -




Já me encontro longe fisicamente das Ilhas Maravilha do Equador com  um mundo de imagens para recordar  - Grato pelas muitas provas de carinho e amizade - E também das que me têm manifestado no Facebook, difícil de a todos responder  Mas com o pensamento e o meu coração mergulhado no desfile das belezas e dos bons amigos que ali pude reencontrar 

Esperançado que este belo país - das ruínas em que o haviam deixado nestes últimos 4 anos  - se vai  "Construir
Construir sobre a fachada do luar das nossas terras
Um mundo novo onde o amor campeia, unindo os homens
de todas as terra
 

Por sobre os recalques, os ódios e as incompreensões,
as torturas de todas as eras.
É um longo caminho a percorrer no mundo dos homens.
É difícil sim, percorrer este longo caminho

De longe de toda a África martirizada.
Crucificada todos os dias na alma dos seus filhos.
É difícil sim, recordar o pai esbofeteado
pelo despotismo dum tirano qualquer,
a irmã violada pelo mais forte, os irmãos morrendo nas minas
Enquanto os argentários amontoam o oiro.
É difícil sim percorrer esse longo caminho
Contemplando o cemitério dos mortos lançados ao mar
 
Na demência dum louco do poder, caminhando impune
para a frente, sem temer a justiça dos homens
É difícil sim, perdoar os carrascos
Esquecer as terras donde nos escorraçaram


As galeras transportando nossas avós para outros continentes
Lançando no mar as cargas humanas
Se os navios negreiros têm lastro em demasia, é difícil sim,
Esquecer todos esses anos de torturas e inundar o mundo


De luz, de paz e de amor, na hora fatal do ajuste de contas.
É difícil sim, mas um erro não justifica outro erro igual.
Na construção de um mundo novo à sombra das nossas
Terras maravilhosas, juramos não sofrer uma afronta igual
Mas receber conscientes o amor onde há fraternidade

Espalhando assim o grito potente da nossa apregoada selvajaria
Mas essa hora tarde e os gritos do deserto espreitam
Por sobre as nossas cabeças encanecidas da longa espera
Mas os nossos sonhos hão-de abrir clareiras nos eternos luares
Dos nossos desertos assombrados. 
- Alda do Espírito Santo, em "É nosso o solo sagrado da terra". Lisboa: Ulmeiro, 1978.

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