| | Jorge Trabulo Marques, jornalista e investigador Os Marçais e os Massacre dos Judeus, em Foz Côa, em 1808, acusados de colaboracionistas nas Invasões Francesas: 
FOZ CÔA - ATUAL CAPITAL DE DOIS PATRIMÓNIOS DA HUANIDADE - Mas, até aos anos 70, era mais conhecida como a Vila dos Judeus -
A perseguição e morte aos Judeus, em Portugal, que culminou com a sua expulsão, é ensombrada por vários episódios negros ao longo dos tempos. - Desde as crianças que foram arrancadas ao colo das mães e enviadas para S. Tomé, passando pela matança da Páscoa, em Lisboa, em 1506, no Largo da Igreja de S. Domingos, em Lisboa, quando uma multidão perseguiu e matou milhares de judeus (mais de 4 000, segundo o relato contemporâneo de Garcia de Resende[, acusados de serem a causa de uma seca, fome e peste que assolavam o país a outro não menor morticínio, em Vila Nova de Foz Côa, em 1808. A MATANÇA DA PÁSCOA E A MATANÇA DE FOZ COA -- A mesma intolerância religiosa – Em ambos os casos , na origem os mesmos boatos propalados por exacerbado fanatismo - O que aconteceu com a Matança dos Judeus em Lisboa de 1506, é quase a cópia tirada a papel químico, do que, três séculos depois, viria a suceder com a Masaacre dos Judeus em Vila Nova de Foz Côa - Apenas com a diferença de que, desta feita, o ódio era também associado ao invasor francês.

"Cerca de 93 mil judeus refugiaram-se em Portugal nos anos que se seguiram à sua expulsão de Espanha em 1492 pelos réis católicos. D. Manuel I mostrou-se mais tolerante com a comunidade judaica, mas, sob a pressão de Espanha, também em Portugal, a partir de 1497, os judeus foram forçados a converter-se para não serem mais humilhados e mortos em praças públicas".
E, todavia, foram os judeus, desde cartógrafos, cosmógrafos a banqueiros, os principais impulsionadores e financiadores das chamadas descobertas marítimas - Portugal superou as demais nações europeias - Num tempo em que os ingleses se debatiam em lutas internas, matando-se à machadada, quase como na pré-história, os navios portugueses eram já considerados os mais rápidos e melhor apetrechados, que até os da vizinha Espanha - Refugiados na Holanda, seria este país a tirar partido - na sua expansão colonial - através da capacidade de engenho e de ousadia dos cérebros que acolheu.

Capela de Santa Quitéria, no centro Histórico de Vila Nova de Foz Côa - ´Antiga Sinagoga
  Felizmente que os tempos agora não são os de Lisboa do século XVI - Contudo, dir-se-ia que não eram assim tão diferentes do século IXX - Já que, o massacre dos judeus de Foz Côa, em 1808, foi quase pelas mesmas razões heréticas ou blasfémicas: fanatismo e intolerância -
Rafael Marçal, no seu livro "Os Marçais e Foz Côa, alega que, em 1808, o então pároco "José Maria Leite, convenceu a plebe a exterminar os jacobinos ou pedreiros-livres", sob o pretexto de que "tinham, como soldados de Junot, ofendido a religião - E depois eis o que sucedeu : Desenvolveu-se, então, durante dias, uma formidável perseguição, que encontrou campo asado nas doutrinas religiosas de que aquele infeliz e inculto povo estava eivado. Os populares, transformados em ferinos vândalos, arremeteram selvaticamente contra os indicados como culpados e, assim, arrombaram as portas das habitações, espancaram e trucidaram homens, mulheres e crianças, roubando e incendiando algumas casas"
A PERSEGUIÇÃO E A MATANÇA DOS JUDEUS EM FOZ CÔA EM 1808 E AS PERPETRADAS PELA INQUISIÇÃO,

Para quem venha de V. Nova de Foz Côa, pela EN 102,, ao deixar o cruzamento do Parque das Merendas, indo e viatura de todo terreno,
pode encontrar um acesso fácil, se bem que, parte dele de terra batida, que o poderá levar ou a contornar o Monte do Fariseu, tanto do lado Norte, como do voltado a sul, ou mesmo a levar por uma rodeira, quase ao cume. Trajeto, muito apreciado sobretudo pelos amantes da Natureza, mas quem queira trepar pelas suas vertentes, é obra de grande esforço e equilibro - Então, imagine-se as dificuldades nos tempos em que apenas por lá podiam nadar os rebanhos das ovelhas e das cabras!  Sim, não é fácil subir as encostas do Monte Fariseu, é o que pode dizer-se um autêntico e penoso calvário bíblico. Mas vale a pena, a magnífica panorâmica compensa todos os esforços. A face voltada a poente é a mais suave - e vai lá qualquer pessoa - as voltadas para os Piscos e Côa, são a pique, caracterizadas por acastelamentos xistosos, formando uma autêntica barreira acastelada
- Basta lá ir para ver o grau de dificuldade que é o de trepar as suas íngremes vertentes - De facto, naquela zona, não há melhor castelo natural que aquele: quem lá estiver em cima, até à pedrada se defende de uma arma. Ainda hoje existem por lá alguns vestígios de cabanas, bem como, no interior das cavernas, onde se extraía o poio, gravados desenhos fazendo lembrar a estrela de David. Este monte, foi palco da heroica resistência dos "filhos de Israel", que viviam em Vila Nova de Foz Côa, no principio do século IXX onde se situam dois dos mais importantes núcleos das gravuras do Côa, o núcleo do Fariseu (Muxagata.) e o da Ribeira de Piscos 
 | Vestígios de lume |
 | Um dos canais da gruta |
ESPISÓDIOS TRÁGICOS E BEM REAIS -"Coitadinhos!... Quando lá iam levar-lhe alguma comidinha, às escondidas, pareciam coelhos numa coelheira!...Estavam metidos nos buracos, cheios de fome!.. Contava-me, na minha adolescência, uma parente minha, em V.N de Foz Côa - Repetindo-me o que já ouvira contar em garota da sua bisavó -
Episódios que recordo do dia em que, pela primeira vez, fui de macho, como meu pai a Vila Nova de Foz Côa, a vender dois cestos pêssegos, colhidos na nossa courela do vale da Ribeira Centeeira, no tempo que éramos caseiros na Quinta do Muro, sobranceira ao vale - Os frutos eram bem bons e amarelinhos mas o dinheiro que recebemos, mal deu para comprar dois cornelhos de trigo, com duas sardinhas e dois copos de vinho
O MITICO MONTE DO FARISEU - SEMPRE ME FASCINARA COM ALGO MISTERIOSO - Era a imagem que mais se destacava, aos meus olhos, quando, em criança, começava a descer a ampla e belíssima concha do vale do Côa para a Quinta de Santa Maria (atual Ervamoira - sim, quando ali ia com o meu meu pai a crestar o mel das colmeias que herdou do meu avô - Pois ele nasceu ali e quem ficou a tomar conta da quinta, foi o filho mais velho, o meu Tio Antonhino da Quinta. - O meu pai, o Manuel da Quinta, era o mais novo. - Também nunca mais me esqueço do dia em que andou a lavrar aquela íngreme encosta , junto ao antigo moinho da Ribeira dos Picos, pois, não é que, às tantas, o macho, se desequilibrou e acabou morto num canavial de silvados, junto à ribeira, Assim como do dia em que andámos ali a ceifar o centeio num verão infernal.
 Nesse dia (oh mas que penosa estafa aquela, em que mal no segurávamos para não resvalar!) contou-me a minha falecida mãe, que os pais dos seus bisavós, e todos aqueles que não lograram barricar-se e refugiar-se no cume e nas cavernas do Monte do "Fariseu" e noutros buracos das ladeiras do Côa e do Douro, foram simplesmente massacrados e mortos – Versão esta, que, atrás referi, me havia também sido contada em Foz Côa, onde nascera o meu avô Veredas xistosas do Fariseu, um vertiginoso monte que se ergue na foz da Ribeira dos Piscos e ainda faz confronto com a margem esquerda do Rio Côa., onde se refugiram e formaram o seu reduto de residência os judeus que puderam escapar-se ao selvático massacre de 1808, que se saldou por centenas de mortes. De referir que, a origem do nome Monte do Fariseu, não surge por mero acaso: "Fariseu (do hebraico פרושים) é o nome dado a um grupo de judeus devotos à Torá, surgidos no século II a.C" ".A palavra Fariseus está relacionada com os judeus que obedeciam estritamente às leis de Moisés e evitavam relações com gentios, com os não-crentes ou com os judeus estranhos ao seu próprio grupo.
Assim, o nome prushim ou perushim é normalmente interpretado como "aqueles que se separaram" do resto da população comum para se consagrar ao estudo da Torá e das suas tradições. Todavia, sua separação não envolvia um ascetismo, já que julgavam ser importante o ensino à população das escrituras e das tradições dos pais "In Fariseus – Fariseus era também a forma pejorativa como eram chamados os judeus em Foz Côa (mesmo já cristianizados); pois assim o traduz esta quadra (mais tarde) na guerra civil entre Liberais e absolutistas - "Os Marçais andam na guerra,/ Revoltaram-se os judeus,/ Deitaram-lhe fogo às casas,/ Renegados fariseus!"
MONTE FARISEU SOBRE O CÔA - REFÚGIO DOS JUDEUS Acusados de colaboracionistas nas Invasões Francesas - "Arrombaram as portas das suas habitações, espancaram e trucidaram homens, mulheres e crianças, roubando e incendiando algumas casas, obrigando os que tiveram a sorte de escapar à chacina a refugiarem-se em terras distantes - Diz Rafael Marçal, no Livro OS MARÇAIS DE FOZ CÔA, de cuja obra vou tomar a liberdade de transcrever alguns excertos Alguns dos que sobreviveram, refugiaram-se no cume do Monte do Fariseu, onde subsistem vestígios de cabanas de pedra e também nas grutas deste maciço xistoso, no interior das quais ainda perduram sinais de fogueiras, bem como inscrições, parecidas com a Estrela de David, uma aparentemente datada de 1860
Nas várias peregrinações que fiz ao majestoso e mítico maciço xistoso e às suas íngremes ladeiras, uma das quais lavrada pelo meu saudoso pai, que se ergue sobranceiro à Ribeira dos Picos e ao Rio Côa, em cujas margens foram encontradas painéis de belíssimas gravuras paleolíticas, sim, pude recolher vários desses documentos fotográficos - Até porque, a designação de Monte Fariseu, não foi dada por obra do acaso: A palavra Fariseus está relacionada com os judeus que obedeciam estritamente às leis de Moisés e evitavam relações com gentios, com os não-crentes ou com os judeus estranhos ao seu próprio grupo.https://pt.wikipedia.org/wiki/Fariseus
PESSOAS DO MEU RAMO FAMILIAR, RESIDENTES EM V.N DE FOZ CÔA, PERSEGUIDAS E CONDENADAS PELA SANTA INQUISIÇAO - E, os que sobreviveram, tal como outras famílias, que ali residiam, foram os que lograram refugiar-se fora da área urbana da vila.  
É recordado por estudiosos oque, o apelido Trabulo, provém "de uma família de origens judaicas. Parece que o primeiro foi um Francisco Fernandes "Trabulo", almocreve, filho de António Fernandes, de Vila Nova de Foz Côa. Este Francisco teve processo em 1729 na Inquisição. - IN GeneAll.net - RE: Família Trabulo - Trabulo: "Este antropónimo provém da antiga alcunha Trabulo, proveniente do substantivo masculino trabulo, «cana do milho depois de se ter tirado a espiga».In Ciberdúvidas
 Minha raiz materna provém de origem judaica de V. N de Foz Côa, do lado Trabulo, tendo alguns dos meus antepassados, levado com o ferrete da "Santa Inquisição" - Do meu lado paterno, os Marques, têm origem na aldeia do Colmeal, onde nasceu o meu bisavô, tendo dali ido, para caseiro da Quinta de Santa Maria, atual Quinta Ervamoira, onde viria a nascer os meu avó e os seus filhos e alguns netos. Aldeia do Colmeal, conhecida como aldeia fantasma, outro dos exemplos da intolerância e prepotência - As imagens do vídeo, foram por mim registadas mas já as não poderá contemplar, tal como aqui lhas amostro – "De fundação remota - Até 1895 pertenceu ao concelho de Pinhel e foi anexada ao concelho de Figueira de Castelo Rodrigo em 12 de Junho desse ano. Foi seu donatário o fidalgo de Belmonte, Pedro Álvares Cabral, - também conhecido por Pedro Álvares Gouveia-, o grande descobridor do Brasil, que ali fez residência de família. Desabitada, desde que os seus habitantes, foram escorraçados, no regime fascista, sob a ponta das baionetas por uma força repressiva da GNR, em 1957 Um despejo levado a cabo em Junho de 1957 fez com que essa quinta/lugar ficasse totalmente abandonado e nunca mais alguém ali quis voltar a fixar-se. Passou a ser conhecida por «Aldeia Fantasma», e, posteriormente, a projeto turístico. que não respeitou, minimamente, a singularidade da sua memória, O MITICO MONTE DO FARISEU - SEMPRE ME FASCINARA COM ALGO MISTERIOSO - Era a imagem que mais se destacava, aos meus olhos, quando, em criança, começava a descer a ampla e belíssima concha do vale do Côa para a Quinta de Santa Maria (atual Ervamoira - sim, quando ali ia com o meu meu pai a crestar o mel das colmeias que herdou do meu avô - Pois ele nasceu ali e quem ficou a tomar conta da quinta, foi o filho mais velho, o meu Tio Antonhino da Quinta. - O meu pai, o Manuel da Quinta, era o mais novo. - Também nunca mais me esqueço do dia em que andou a lavrar aquela íngreme encosta , junto ao antigo moinho da Ribeira dos Picos, pois, não é que, às tantas, o macho, se desequilibrou e acabou morto num canavial de silvados, junto à ribeira, Assim como do dia em que andámos ali a ceifar o centeio num verão infernal.
 GRAVURAS NA MESMA GRUTA QUE PODERÃO INDICIAR TEREM SIDO DESENHADAS POR JUDEUS QUE SE REFUGIARAM NO FARISEU PARA ESCAPAREM AO MASSACRE DE 1808
Referia eu, ao editar este post, que numa das grutas, do Monte do Fariseu, e onde é quase necessário fazer escalada, existe a Estrela de David gravada, que fotografara, há uns anos, conjuntamente com Adriano Ferreira, na sequência das pesquisas que fizemos em conjunto nas veredas deste monte.

Publicada a imagem, o Rabino Eliezer Shai Di Martino, teve a amabilidade de me comunicar por e-mail de que “A única imagem que vejo na tal gruta é a dum Pentáculo e não dum Maguen David que tem seis pontas.” Sim, numa análise mais atenta, também constato tratar-se de um pentáculo - Todavia, a questão não pode ficar por esta interpretação - Pois, quem fez os desenhos, poderia não ser nenhum artista de desenho, e, certamente que não estaria a pensar em colocar ali uma cruz ou desenhar uma cabra, veado ou auroque, como fizeram os homens do paleolítico ao fundo das duas vertentes do Monte Fariseu, quer na foz da Ribeira dos Picos, quer no Rio Côa, no sopé da margem esquerda.
DESCOBERTA NOVA GRAVURA NA MESMA GRUTA
Estive lá, na gruta o ano passado, por altura do Verão, juntamente com o jovem Dr. Luís Pereira, filho do meu amigo, Abílio Pereira, ambos entusiastas pelo estudo das origens judaicas em Foz Côa, constatei que o chão (onde eu supunha estar a referida gravura)se encontrava coberto de pedras.
Ao voltar lá de novo (21-04/2014), além da gravura (acima editada) acabei por localizar outra gravura, que, de facto, não é no chão: - ambas se encontram igualmente nas faces da mesma gruta. O desenho desta última gravura, agora por mim descoberta, é mais difícil de analisar - Parece-me que não é fácil de saber se se trata também de um pentagrama ou de um hexagrama - Conto voltar ao assunto, numa das próximas postagens e com novas fotografias. Seja como for, há que admitir que, a maioria das pessoas que se refugiaram no cume e grutas do Monte do Fariseu, em 1808, eram homens simples, iletrados, ainda com o anátema da origem judaica mas já cristãos-novos, forçados há muito assumir o cristianismo, tendo talvez apenas uma noção vaga do símbolo judaico. Desenhar a estrela com cinco ou com seis pontas, não é a mesma coisa e têm hoje simbologias muito especificas mas quase se confundem - Em qualquer dos casos, é uma estrela: uma é a de Salomão e a outra de David
 "O MILAGRE DO SOL" - Uma questão de fé? - QUE LHE DIZEM ESTAS DUAS IMAGENS SEPARADAS 67 ANOS: Deixo a resposta à sua livre interpretação - Uma das quais fotografadas e presenciadas pelo autor deste post: A 13 de Outubro de 1917 ocorreu o fenómeno que ficou conhecido pelo Milagre do Sol, no qual mais de 50 mil pessoas dizem ter visto o sol dançar.
No dia 13 de Junho de 1984, após o andor de Santo António recolher da procissão, várias centenas de pessoas especavam-se frente à porta principal da Sé Patriarcal de Lisboa, fixando o sol, gritavam: “Milagre de Santo António" !. "O Sol está a dançar!!!" "É milagre!!!...É milagre!!!... O Sol está a dançar!!!!... É milagre!!!.... É milagre!!!..."Gosto de encarar o sol a entrar, em cada equinócio, através do portal (pequena gruta semi-circular) no santuário pré-histórico da Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora, no Monte dos Tambores, mas, ali, olhando e não vendo nada de especial, que apenas o sol faiscando, como noutro qualquer momento do dia, unicamente fui tentado a fotografar os rostos das pessoas
Pois bem - e sem com isto pretender confrontar questões tão delicadas e que entram no domínio da fé - não deixarei de dizer que foi por causa de alguém duvidar de um milagre desta natureza é que se deu a matança dos judeus no Largo da Igreja de S. Domingos, no dia 19 de Abril de 1506
«No mosteiro de São Domingos existe uma capela, chamada de Jesus, e nela há um Crucifixo, em que foi então visto um sinal, a que deram foros de milagre, embora os que se encontravam na igreja julgassem o contrário. Destes, um Cristão-novo (julgou ver, somente), uma candeia acesa ao lado da imagem de Jesus. Ouvindo isto, alguns homens de baixa condição arrastaram-no pelos cabelos, para fora da igreja, e mataram-no e queimaram logo o corpo no Rossio. Ao alvoroço acudiu muito povo a quem um frade dirigiu uma pregação incitando contra os Cristãos-novos, após o que saíram dois frades do mosteiro com um crucifixo nas mãos e gritando: “Heresia! Heresia! A partir daí, os judeus da cidade que anteriormente já eram vistos com desconfiança tornaram-se o bode expiatório da seca, da fome e da peste: três dias de massacre se sucederam, incitados por frades dominicanos que prometiam absolvição dos pecados dos últimos 100 dias para quem matasse os "hereges", e que juntaram uma turba de mais de quinhentas pessoas incluindo muitos marinheiros da Holanda, da Zelândia e de outras terras com as suas promessas." - Excertos do Massacre de Lisboa de 1506
Se bem que os antagonismos ancestrais, entre judeus e católicos, estejam aparentemente ultrapassados, pois até, o mais alto vigário da igreja, já cumpriu os seus deveres de Pastor: Papa João Paulo II pede o perdão pelos erros da Igreja merecem no entanto ser recordados e vistos com atenta reflexão. Veja ainda outras imagens e outros pormenores mais à frente.
 Eles eram os principais artesãos, os homens que conheciam os segredos da indústria da cordoaria, resultantes das plantações do cânhamo, com que se aparelhavam as naus nos estaleiros da Ribeira das Naus, em Lisboa. Eram também eles que os melhores mestres do artesanato, dominavam a indústria dos curtumes e do sumagre, da olaria, em Santa Comba, freguesia de Foz Côa, além de serem os principais canteiros - A geração da família Trabulo, até aos país do meu avô materno, nascido em Foz Côa no último quartel do século IXX (mas descente da Diáspora judaica), ocupava-se, exclusivamente, na cantaria: lousa e granito - Todas essas qualidades, de labor espírito artístico e empreendedor, caracterizavam a diáspora Judaica e a sua participação na sociedade não era difícil de reconhecer, no entanto, como professavam outra religião, eram simultaneamente olhados com ódio e suspeição.
 Muitos dos judeus, vindos de Espanha, fixaram-se no Norte de Portugal, a que, mais tarde vieram juntar-se outros grupos de famílias judaicas, expulsos pelo decreto régio de 1497 - Não querendo renegar as suas crenças, e por questões de salvaguarda das suas vidas, demandaram os lugares mais ignorados ou inóspitos do interior do nosso país - Os Judeus que se fixaram no concelho de Vila Nova de Foz Côa, terão conhecidos, certamente, as duas proveniências: uns, vindos diretamente de Espanha, outros, aproveitando-se a sua interioridade, em consequência do referido decreto-régio. Sinais da sua presença, ´são atestados, ainda hoje, pelo "edifício correspondente à antiga sinagoga (assim transmitido pela voz do povo) e que há séculos foi transformado na Capela de St. Quitéria (planta quadrada).
Em Freixo de Numão, outra antiga vila (desde 1372) e sede de concelho, a população judaica aumentou muito quando da expulsão de Espanha (1492). Perto do largo do Pelourinho pode ver-se a Casa Judaica, típica das construções dessa época" - Outra das menções citadas no site do nosso município.
“A VIDA JUDAICA NA EUROPA ANTES DO HOLOCAUSTO”
“Em 1933, quando os nazistas assumiram o poder na Alemanha, havia judeus vivendo em todos os países da Europa. Cerca de nove milhões de israelitas viviam nos países que viriam a ser ocupados pela Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial. No final da Guerra, dois terços dos judeus europeus haviam sido assassinados e a vida judaica na Europa alterada para sempre.” (…”Os judeus podiam ser encontrados em todas as áreas profissionais: eram fazendeiros, alfaiates, costureiras, operários de fábricas, contadores, médicos, professores e proprietários de pequenos negócios entre outras atividades. Algumas famílias eram ricas, mas a grande maioria era pobre. A maior parte das crianças interrompia seus estudos cedo para trabalhar e ajudar a família a sobreviver, enquanto poucos outros conseguiam continuar sua educação até o nível universitário. Com todas as diferenças sociais e econômicas entre si, ainda assim todos os judeus tinham algo em comum: por volta de 1930, com a chegada dos nazistas ao poder na Alemanha, todos eles se tornaram vítimas em potencial e tiveram sua vida mudada para sempre”. A vida judaica na Europa antes do Holocausto Referem os estudiosos que “Pertence ao século III da nossa era, o mais antigo documento escrito relativamente aos judeus na Península Ibérica, e é do século VI, o mais antigo vestígio que nos fala deles, no nosso território. Trata-se de uma lápide funerária, encontrada em Espiche, perto de Lagos” (..) “Toda a mancha fronteiriça do nosso território foi zona eleita pelos judeus para a sua fixação, intensificando-se ainda mais quando os ventos persecutórios da Inquisição Castelhana os empurraram para Portugal, nos finais do século XV. É certamente, a partir desta época que a diáspora judaica, no nordeste transmontano, se reforça, já que a notícia da sua presença nestas paragens se perde no tempo. FARRAPOS DE MEMÓRIA:
MONTE FARISEU - O ÚNICO REDUTO QUE DEFENDEU OS JUDEUS DE FOZ CÔA DA BARBÁRIE TOTAL - AINDA HOJE HÁ LÁ SINAIS DA ESTRELA DE DAVID – A par das gravuras que existem no sopé, devia ser lembrado como autêntico monte sagrado pela comunidade hebraica e local de peregrinação.
E ASSIM NASCEU O ÓDIO AOS JUDEUS – INCENTIVADO ATÉ POR ALGUMAS PARÁBOLAS BÍBLICAS
 
Dizem os especialistas em religiões, que “Os fariseus eram referência moral, ética e religiosa para o povo de Israel à época de Jesus. Aos olhos do povo os fariseus eram tidos por justos – Porém, Cristo tinha outro entendimento: "Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade" ( Mt 23:28 )
Não há religiões, sem mácula de pecado, todas elas, concebidas pelo ser humano – se bem que fazendo alarde de inspiração divina - interpretam a verdade do sobrenatural à sua maneira, julgam-se omniscientes e detentoras da “verdade absoluta” – Daí ao despoletar do fanatismo, vai um passo . Tal como hoje os “ortodoxos” judaicos, para já não falar de algumas correntes do Islão ou mesmo entre os atuais católicos e protestantes irlandeses.
Ainda nos dias de hoje “ a palavra fariseu é utilizada de modo pejorativo, sinonimo de hipocrisia, mas à época de Cristo nomeava um grupo específico de seguidores do judaísmo”.
 .”Esse comportamento deu origem à ofensa "fariseu", comummente dado às pessoas dentro e fora do Cristianismo, que são julgados como religiosos aparentes" – O próprio Cristo, também ele Judeu, que teve, em Paulo, um dos seus discípulos, não hesitou em clamar“ Diante de uma multidão sequiosa de milagres e pão, Jesus alertou:
“... se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus" ( Mt 5:20 O Povo - “...se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus" ( Mt 5:20 );A Justiça que excede a dos Escribas e Fariseus
"OS MILAGRES DO SOL" - É A FÉ QUE ILUMINA A ALMA OU OS OLHOS QUE AO FIXAREM-SE NA SUA LUZ, CINTILAM COMO O SOL?
Fátima - 13 de Outubro de 1917
   Nos anos 80 (mais precisamente no dia 13 de Junho de 1984) ao assistir à procissão de Santo António, em Lisboa, junto à igreja da Sé, eis o episódio que se me depara, justamente quando terminavam as referidas cerimónias religiosas:
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