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terça-feira, 30 de julho de 2024

PLANETA TERRA EM PERIGO - Meu alerta há 15 anos - INVERNOS MAIS GÉLIDOS - VERÕES MAIS SECOS E TÓRRIDOS - Incêndios devastadores - Chuvas diluvianas - Grande é a ameaça que paira sobre o nosso planeta - - Quem nos acode?! - Quem é capaz de pôr termo ao feroz egoísmo que prevalece na atual sociedade?! - António Guterres - Apela a que "É preciso acabar com o vício das energias fósseis"- Recente alerta do Secretário-geral das Nações Unidas -

                                    Jorge Trabulo Marques - Jornalista




O Secretário-geral da ONU alerta para a dependência das energias fósseis e pede uma liderança mais eficaz aos países mais ricos, na semana em que foram atingidos novos recordes de temperatura.

António Guterres deu um grito de alerta: o secretário-geral das Nações Unidas, numa conferência de imprensa, afirmou que os eventos de calor extremo estão a aumentar em escala, intensidade, frequência e duração. Avisa que a Terra está a ficar mais quente e mais perigosa para todos, em todo o lado.

A TERRA - NOSSO PLANETA MÃE


Eu peregrino da luz, aqui me desnudo, puro
e despojado sozinho de tudo!
Abraçado à eterna luz solar, a pino
e antes do dia vir a entardecer!
Percorrendo descalço estas pedras,
escutando seu etéreo sussurro!
Indo atrás da curva do sol, de mais um dia
que aqui eu quero viver!

Grande é a ameaça que paira sobre o nosso planeta

-E, todavia, parece que, dos milhões que o habitam, poucos são aqueles que tomam consciência das ameaças que prevalecem sobre a sua ( nossa) existência - Invernos mais rigorosos e gélidos, com enormes inundações e quedas de neves! Verões mais secos e tórridos, com grandes devastações de incêndios! - Gelos polares que se derretem, colocando em perigo muitas ilhas e grandes superfícies terrenas

Enquanto isso, o deserto do Sahara, vai galopando - a Norte e a Sul - na sua marcha inexorável! - Quem nos acode?! - Quem é capaz de pôr termo ao feroz egoísmo que prevalece na actual sociedade?! - Consequência de um sistema capitalista que já não conhece fronteiras! - Começa a ser tarde demais! - Os efeitos estão à vista dos nossos olhos!





O teu fulgor soa alto sobre o pulso do silêncio.
És uma palavra, uma única palavra
ardentíssima no centro do espaço.
É por ti que não cedo sob as sombras 
e cresço para devolver à água o bosque
do teu nome de fogo e de veludo.
Fora do íman da névoa,em grandes blocos de ar,
estendes a tua dança incandescente
e as tuas veias vibram entreabrindo a noite.
Leve e musical no teu barco redondo, 
crias a ordem livre das constelações
e, gracioso veleiro, adormeces nas ondas
do teu peito de estrelas cintilantes "

Do poeta António Ramos Rosa
com a devida vénia

 PORTUGAL QUEIMADO DEPOIS DE VENDIDO A SALDO – “A LIMPEZA DOS TERRENOS JUNTO ÀS HABITAÇÕES É OBRIGATÓRIA” - Há coimas de 200 euros – Cumpram-se as leis -

O que esperam os donos das casas que nem sequer limpam o mato em redor das suas casas? – Que sejam os bombeiros a ocuparem-se dessa elementar obrigação?.... Basta transpor a fronteira de Portugal para Espanha, ou vice-versa, por via área ou terrestre, para constatar que o dito jardim à beira-mar plantado, dominado pelo caciquismo parasita, tem mais semelhanças com a negligência dos países africanos ou do terceiro mundo, que com o resto da Europa  - Descendentes de selvagens  pastores de Viriato,  que os romanos se viram gregos para domesticar, tendência agravada mais tarde com a expansão colonial, assim parece persistir a mentalidade ancestral dos chamados lusitanos. 

limpeza de terrenos junto de habitações é obrigatória

A lei determina que os proprietários de terrenos florestais devem manter limpa uma área de 50 metros em redor de qualquer construção, mas, apesar da multa mínima ser de 200 euros, ainda é difícil convencer muita gente a cumprir.Estes casos típicos ocorrem um pouco por todo o país e, segundo cartas que nos chegam, muitos, largas centenas, senão milhares, possuem casas rodeada de árvores por todos os lados e debatem-se com a indiferença dos vizinhos. Multa para quem não limpar os terrenos florestais :: 






domingo, 28 de julho de 2024

Exposição em S. Tomé - No Centro Cultural Português - "Sobreviver no Mar dos Tornados - 38 dias à deriva - Ocorreu em 2015 - de 28 a 30 de Julho -“Experiência de vida única” que é “também a demonstração do querer humano sobre as adversidades” “davam um filme” – Palavras de Olinto Daio”, Ministro Educação, Cultura e Ciência,

                                                                 Jorge Trabulo Marques


                                 Em Março de 1999 foi exposta no Padrão dos Descobrimentos


Acontecimento cultural, que contou com a presença do Ministro da Educação, Cultura e Ciência, Olinto Daio, Presidente do Tribunal de Contas José António Monte Cristo, da Ministra da Saúde, Maria dos Santos Trovoada e o Secretário do Gabinete do Sr. Primeiro-Ministro, Mário Gomes Bandeira, do Bispo de S.T.P., Dom António Manuel dos Santos, acompanhado pelo Rev. Padre Fausto, - Presidente da Comissão Eleitoral, Alberto Pereira,  vários membros do Gabinete da Presidência da República, nomeadamente, Coronel Victor Monteiro e  Amaro Pereira de Couto,  Chefe da Casa Civil;  Embaixador do Brasil,  José Carlos de Araújo Leitão; ex-primeiro Ministro Leonel D’Alva;  Adido da Defesa da Embaixada de Portugal, Sr. Coronel Lourenço Saúde; Diretora do Centro Cultural Português, Margarida Mendes; os excelentíssimos representantes das embaixadas da Guiné Equatorial e da Nigéria, respetivamente, Teodoro Elangui e Aburime Kenneth, assim como  da poetiza e escritora, Conceição Lima, o historiador e escritor Albertino Bragança, Maria Alves, Luís Beirão, Ambrósio Quaresma, Ana Ribeiro e Nuno Bruno, Cláudio Coralle, Manuel da Trindade Costa, artistas  da Associação Pica Pau, entre outras personalidades, empresários, muitos santomenses anónimos ou dos mais diversos setores de atividades  (a que conto vir ainda a referir-me) e alguns meus compatriotas, residentes ou em gozo de férias

Jornal Novo – 25.9.1976 “Ele correu perigos que assustariam o mais corajoso, incorreu em temeridades que não visavam o lucro mas uma meta mais longínqua. Um insatisfeito desejo de se afirmar e de demonstrar que moram no homem, e com ele vivem , recursos insuspeitados e adormecidos. Não se pense que se referimos a um aventureiro gratuito, que apenas pretende chamar sobre si as atenções, sem objectivos louváveis. Nada disso.(...) "

"As gravações a que procedeu no mar são empolgantes e transmitem o estado de espírito do homem que se encontra só e não conta senão com ele e com Deus. A resistência do homem á fome, à sede e ao desespero, constituem uma constante do seu relato. É comovente a transcrição do feito de Jorge Marques, o qual justificava a publicação de um livro, contendo, em pormenor, o que a escassez do espaço de um jornal não comporta."

A descrição que passou á deriva numa piroga no Golfo da Guiné, se levada ao cinema, daria um filme memorável, principalmente se o realizador extrair da odisseia a espantosa variedade de facetas que ela oferece.” Excertos do Jornal Novo





Na verdade, há momentos que, por tão tormentosos e solitários na vasta imensidão oceânica,  são verdadeiras eternidades – Que o digam todos aqueles que passaram pela dramática e dificílima situação de náufragos. Outros, nunca o terão podido expressar, visto terem ficado sepultados para sempre no silêncio eterno do fundo dos  abismos submarinos. Pessoalmente, quis Deus ou o destino que fosse um dos  sobreviventes, de entre os milhares de vitimas, que, por esta ou por aquela razão,  anualmente, são tragados pela voragem dos oceanos e  pudesse transmitir o testemunho daquilo  que o engenho, a força de vontade e o querer humano, poderão lograr, face às maiores provações.

Não vês, como está o mar?!... Vais morrer!!.. Fica connosco!..

A canoa "Yon Gato" foi carregada a bordo do pesqueiro Hornet, em meados de Outubro,  de 1975, ao largo da Baía Ana de Chaves para ser largada na corrente equatorial - Porém, contrariamente ao prometido, ao fundear junto à Ilha de Ano Bom (Guiné Equatorial) com o pesqueiro envolvido por enorme agitação noturna, varrido de  proa à popa,  pelas já habituais  tempestades da época das chuvas, que o assolaram nas anteriores noites, o comandante chama-me à câmara de comando para desistir  do meu propósito e coloca-me num dilema:  ou fico a trabalhar a bordo ou tenho que ser largado com a canoa. De resto, este era também  o aviso e a  vontade expressa da  tripulação: "Jorge! Não vês, como está o mar?!... Vais morrer!!.. Fica connosco!.." Não tendo aceite a sua proposta, obriga-me assinar um termo de responsabilidade, antes de arrear a canoa ao mar.

Face à impossibilidade de tomar a rota para oeste, tento o regresso a S. Tomé - Depois de um dia de navegação rumo a Norte, perfeitamente normal, à noite um violento tornado faz-me perder a maior parte dos apetrechos, incluindo o remo e os  mantimentos. 

 DEPOIS DE 38 DIAS DE  NAUFRÁGIO, NOS CORREDORES DA MORTE

 
Ao cabo de 38 penosos dias, ao sabor das vagas, num simples madeiro escavado, acabo por acostar à Ilha de Bioko (ex-Fernando Pó), onde sou tomado por espião e encarcerado numa cela da Cadeia Central para ser executado, já que este era o destino de quem ali era condenado: entrar vivo e sair cadáver.

  Felizmente, é a mensagem, autenticada pelo MLSTP, que havia sido escrita para saudar o Povo Brasileiro - admitindo que pudesse fazer a travessia até ao Brasil - que    me vai salvar a vida. Mesmo assim, dada a  persistente desconfiança do então Presidente Macias, que nem depois de  enviar o seu barbeiro pessoal (o santomense, Sr. Bandeira) se convencera, nem da veracidade da referida mensagem, nem dos meus argumentos,   quem  acaba por ordenar a minha soltura é o seu sobrinho, o então comandante das Policias e das Forças Armadas, o atual Presidente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, a quem fico a dever a vida

Sporting 3 Athletic Bilbao 0 – Leões vencem troféu cinco violinos - Orquestra afinada de Rúben Amorim, fez soar bem alto o coro leonino por todas as bancadas do monumental Estádio de Alvalade ao fim do dia deste último sábado 27 de Julho - Sinais encorajadores para o início da nova época que se avizinha .

Jorge Trabulo Marques 


Orquestra bem afinada em noite gloriosa! - Os acordes, que nunca se deixaram silenciar e tiveram os seus epílogos, por Pedro Gonçalves, aos 10 minutos, , com o inglês Marcus Edwards, aos 80, e,  quase de enfiada, por  Francisco Trincão, aos 83,  numa noite em que os 'leões' apresentaram um plantel de  29 jogadores.  Pedro Gonçalves, aos 10 minutos, inaugurou o marcador, com o inglês Marcus Edwards, aos 80, e Francisco Trincão, aos 83, a ampliarem a vantagem, num dia em que os 'leões' apresentam 29 jogadores.


O treinador Rúben Amorim gostou do jogo – Tendo reconhecido que é um .Bom teste de pré-época

"Sim, contra uma excelente equipa. O jogo teve muito ritmo e isso é sempre importante. Vamos ter a Supertaça com um jogo dividido de início de época e a parte física é sempre importante. Quem entrou mostrou vontade de jogar. Perdemos algumas bolas, mas depois reagimos bem, tivemos mais oportunidades e controlámos o jogo. Estamos num bom caminho"

 Sem dúvida, um bom teste para o jogo  da Supertaça - Sporting -  FC Porto  no próximo dia 3 de agosto, a partir das 20h15, em Aveiro


 A homenagem a Sebastián Coates, que deixa o Clube ao fim de oito anos e meio, foi antecedida  pela exibição de  um quinteto de violinistas, que interpretou a 'Marcha do Sporting' no momento da entrada das equipas . O uruguaio recebeu duas lembranças das mãos de Frederico Varandas e Hugo Viana e foi aplaudido e ovacionado de pé pelas bancadas. Morten Hjulmand entregou ao defesa-central uma camisola assinada por todo o plantel e, em troca, recebeu a braçadeira de capitão num grande momento recheado de simbolismo.



A surpresa da noite para o repórter fotográfico, além do belo desafio futebolístico a que acabava de assistir e de fotografar  , sim, foi o de um inesperado diálogo,  à saída do Estádio José Alvalade..

Pois. além de gostar de fotografar os artistas no relvado, também tenho tido muito gosto  em fixar imagens dos mais variados rostos nas bancadas ou junto ao relvado. Ou mesmo  juntos dos Estádios.



E o encontro, casual, com o Sr. Lemos Figueiredo, um  apaixonado sportinguista, que também estava a deixar o estádio, acompanhado pela filha e duas netas, infundindo  natural simpatia e comunicabilidade - aspetos que prenderam atenção do repórter atento e observador - acabou por ter um ricochete ou gesto amável muito especial.   Pois, logo de seguida, após o ter fotografado, teve amabilidade de me oferecer uma garrafa da famosa Ginjinha de Alcobaça. 

Conquanto não seja um bebedor habitual  de álcool, aceitei com renovado prazer, tão curioso e inesperado brinde, com um rótulo muito arístico e bonito. Confessou-me que é produzido pela sua empresa, com a qual tem apoiado, vários eventos e iniciativas, desportivas e culturais, que, aliás, pude comprovar através de uma mostra no seu telemóvel, cujo cartaz teria também a gentileza de me enviar

 E um dos próximos eventos é  o ter como covidado de Honra,  Fernando Correia, Jornalistacomentador, figura popular da rádio e televisão, na esplanada do Bibi, em Alçobaça, Praça de João de Deus Ramos,  com  a transmissão televisiva   do Jogo Sporting- FC Porto 

. O meu bem-haja e votos de que continue a somar os mais aprazíveis êxitos na sua vida profissional e a desfrutar das melhores alegrias junto  dos que lhe são tão queridos

   


Outra surpresa em Alvalade    - esta começou na carruagem do metro - foi a do reencontro com o poeta e devotado autarca em Lisboa, Manuel dos Santos Ferreira, estimado amigo, natual de Freixo de Numão, uma das freguesias de V. N de Foz Côa, a que também pertence a minha aldeia 





 

sábado, 27 de julho de 2024

Há 50 anos Portugal iniciou o processo de descolonização - Estive envolvido na sua divulgação e implantação em S. Tomé e Príncipe - E sofri fortes represálias por alguns colonos

                                                         Jorge Trabulo Marques - Jornalista

Em 27 de julho de 1974, o então presidente da República António de Spínola promulgou a Lei n.º 7/74 para o direito dos povos dos territórios ultramarinos à autodeterminação. Foi um reflexo das transformações políticas iniciadas pela Revolução do 25 de Abril e abriu o processo de descolonização.


Há 50 anos Portugal iniciou o processo de descolonização - Estive envolvido pela sua divulgação e implantação em S. Tomé e Príncipe - Em 27 de julho de 1974, o então presidente da República António de Spínola promulgou a Lei n.º 7/74 para o direito dos povos dos territórios ultramarinos à autodeterminação. Foi um reflexo das transformações políticas iniciadas pela Revolução do 25 de Abril e abriu o processo de descolonização.


Iniciaram-se as negociações com os movimentos de libertação na Guiné-Bissau e Moçambique, lideradas por Mário Soares. ministro dos Negócios Estrangeiros. Em Angola, apesar de mais complexas, negociações similares começaram com a UNITA.

No discurso de promulgação de lei, Spínola reafirmou o compromisso de Portugal com a descolonização, sugerindo a implementação da democracia nos territórios. O presidente reconheceu a capacidade dos povos africanos de se autogovernarem e destacou a necessidade de remover as últimas barreiras legais à descolonização.

"O momento de reconhecer às populações dos nossos territórios ultramarinos o direito de tomarem em suas mãos os próprios destinos, concretizando-se desse modo o desenvolvimento da política de autenticidade que sempre defendemos", disse António de Spínola no discurso no dia 27 de julho de 1974.

Cinco dias após a promulgação da lei, o secretário-geral da ONU, Kurt Waldheim, viajou até Lisboa para discutir este processo. Portugal comprometeu-se a respeitar as obrigações da Carta das Nações Unidas que defendia a independência das colónias. In Jornal de Noticias



INDEPENDÊNCIA TOTAL, CÁ CU PÔVÔ MECÊ”

Esta a expressão ostentada, num enorme cartaz,  com que foram dadas as boas vindas ao então Tenente Coronel Pires Veloso - O Primeiro e o último governador pós 25 de Abril - Este o aviso de que a vontade do povo santomense era soberana e imparável, por mais obstáculos que existissem.

 Os ativistas – pró-independência - não enveredaram pela luta armada mas causaram forte contestação e instabilidade, não dando tréguas a qualquer ideia ou projeto que não visasse a total libertação do povo oprimido do arquipélago. Promovendo uma constante onda de agitação política e social. Não deram hipóteses a que os movimentos federalistas ou neocoloniais, conquistassem adeptos e se implantassem. 




Independência” era a palavra de ordem mais ouvida nos comícios e manifestações de rua. E, nos cartazes, os slogans mobilizadores pautavam-se, sobretudo, por um claro e único objetivo, expresso em linguagem popular : “Independência total, çà cu pôvô  mecê ”  -  Independência total é  tudo o que povo quer. Os jovens ativistas da Associação Cívica, foram a principal força interventiva e conciencializadora durante o processo de descolonização –. Sem a sua coragem e o seu dinamismo, porventura, ainda hoje as duas ilhas, eram colónias, tal como sucede a outros territórios que estão nas mãos de 61 países.

INVADIRAM O PALÁCIO, INSULTARAM O GOVERNADOR – E NO FINAL – QUANDO ME VIRAM ALI PRÓXIMO – CORRERAM ATRÁS DE MIM PARA ME LINCHAREM 


Uma manhã, ao saírem do palácio, depois de insultarem, o Governador, Pires Veloso – mal me viram sentado na esplanada do Restaurante Palmar, – onde pretendia inteirar-se daquela estranha ocorrência -, imediatamente correram furiosos atrás de mim!  E eram umas largas centenas. Se me apanhassem, naquele momento, estou convencido que me  tinham esmagado e linchado. - Mesmo assim ainda levei com uma pedra na cabeça. E o que me valeu foi ter subido por umas escadas e me ter  refugiado num telhado. À noite foi socorrido por um santomense que me levou para sua casa, onde estive escondido  quase duas semanas.

sexta-feira, 26 de julho de 2024

S. Tomé e Príncipe - Dia Mundial dos Avós e Idosos. – Recordando Avó Alegria avó de 30 netos e vários bisnetos -No dia em que completava 82 anos - Com um poema da poetiza Alda Graça Espírito Santo - Video com os rostos de avós e netos santomenses

Jorge Trabulo Marques - Jornalista



Margarida Lázaro dos Ramos, mais conhecida pela Avó Alegria, nasceu, em S.Tomé, no dia 4 de Agosto de 1933 – Conhecemo-la no dia do seu aniversário rodeada dos filhos e filhas, netos e bisnetos com muitos sorrisos, muitas provas de afeto e de carinho  – Um dos filhos, chegaria justamente no momento em que me preparava para deixar o “quinté da familia  Quaresma  - Foi em 4 de Agoto   2015  -


EM SÃO TOMÉ E PRINCIPE, OS IDOSOS AINDA SÃO ACARINHADOS NO SEIO DA FAMÍLIA E NÃO DESPACHADOS  PARA OS LARES


Na verdade, o sentimento de generosidade e de solidariedade, ainda está profundamente enraizado na sociedade santomense, tanto a nível familiar, como coletivo. Mas é sobretudo no seio da família, que esse sentimento encontra mais profunda expressão: o gosto, o prazer de compartilhar os bons momentos, as horas de alegria, mas também de se expressar nas horas de dor ou de tristeza – Dai, que os idosos, sejam sempre acarinhados, continuem a viver rodeados dos afetos, dos muitos carinhos,  dos filhos, netos, bisnetos, tidos, primos, dos restantes membros da família. 




Foi justamente esse exemplo que se me deparou, ao passar na rua do Bairro 
Quilombo: a Prof. Aida, que se encontrava à entrada do “quintê” Quaresma, onde as bananeiras se misturam com um pequeno aglomerado de casas de madeira, habitadas todas pela mesma família, me  pergunta, se eu sou o Jorge Marques,  – o que, de resto,  é frequente, pois, em S. Tomé, toda a gente ouviu falar das minhas aventuras marítimas e da escalda ao Pico Cão Grande.  Dois dedos de amável diálogo, e eis que fico a saber que estava ali à espera de outras pessoas da família e amigas para festejar o aniversário de sua mãe. Perguntei-lhe se não se importava que lhe fosse dar os parabéns. E assim aconteceu o apontamento fotográfico, que pude registar, rodeada de uma imensa ternura, de muito amor e  carinho, por parte dos familiares, que ali se encontravam.



Avó Mariana, lavadeira
dos brancos lá da Fazenda
chegou um dia de terras distantes
com seu pedaço de pano na cintura
e ficou.
Ficou a Avó Mariana
lavando, lavando, lá na roça
pitando seu jessu (*)
à porta da sanzala
lembrando a viagem dos seus campos de sisal.
Num dia sinistro
p'ra ilha distante
onde a faina de trabalho
apagou a lembrança
dos bois, nos óbitos
lá no Cubal distante.
Avó Mariana chegou
e sentou-se à porta da sanzala
e pitou seu jessu
lavando, lavando
numa barreira de silêncio.
Os anos escoaram
lá na terra calcinante.
- "Avó Mariana, Avó Mariana
é a hora de partir.
Vai rever teus campos extensos
de plantações sem fim".
- "Onde é terra di gente?
Velha vem, não volta mais...
Cheguei de muito longe,
anos e mais anos aqui no terreiro...
Velha tonta, já não tem terra
Vou ficar aqui, minino tonto".
Avó Mariana, pitando seu jessu
na soleira do seu beco escuro,
conta Avó Velhinha
teu fado inglório.
Viver, vegetar
à sombra dum terreiro
tu mesmo Avó minha
não contarás a tua história.
Avó Mariana, velhinha minha,
pitando seu jessu
na soleira da senzala
nada dirás do teu destino...
Porque cruzaste mares, avó velhinha,
e te quedaste sozinha
pitando teu jessu?
(É nosso o solo sagrado da terra)
Alda Neves da Graça do Espírito Santo, nasceu a 30 de abril de 1926, faleceu a 9 de Março de 2010), conhecida como Alda do Espírito Santo, um dos grandes Ídolos das Ilhas Verdes do Equador
Após a revolução portuguesa de 25 de abril de 1974, tornou-se uma das lideranças da Associação Cívica pró-MLSTP, que organizou ações políticas em São Tomé enquanto os líderes do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP) permaneceram em Libreville, Gabão .
Desde 1975, ano em que São Tomé e Príncipe conquistou a independência de Portugal, exerceu vários cargos de alto escalão no governo, nomeadamente como Ministra da Educação e Cultura, Ministra da Informação e Cultura e Presidente da Assembleia Nacional. Alda do Espírito Santo é a autora da letra do hino nacional de São Tomé e Príncipe, "Independência total". Desde a sua fundação em 1987 até à sua morte, foi presidente do sindicato dos escritores e artistas do seu país: União Nacional de Escritores e Artistas de São Tomé e Príncipe (UNEAS).

também conhecida por Alda Graça, teve a sua educação em Portugal, onde chegou a frequentar a Universidade.
O seu discurso descreve-se entre o relato quotidiano da ilha, impregnado de alusões simbólicas de esperança, ou do registo de anseios de transparência política: «uma história bela para os homens de todas as terras/ciciando em coro, canções