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quarta-feira, 24 de julho de 2024

Artista Carlos Henriques – Exposição “FORMLESS” na Casa da Imprensa, em lisboa – Brilhante mostra da transposição da irreverência do multifacetado pintor português na senda artística dos mistérios da arte do expressionismo abstrato. – Já por natureza pessoal – de foro psicológico - mais talhado às reações espontâneas livres e descomplexadas de que a formalismos convencionais. Dando mais liberdade às texturas de que às formas. À essência inata artística de que às aparências.

                                             

                                      Patente na Casa da Imprensa desde o passado dia 18 e por mais 4 semana 
                                                             Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista 


Carlos Henriques, confesso admirador do consagrado artista Hans Hofmann” – Que dão ao pintor mais a liberdade de obedecer às reações humanas intuitivas e  do inconsciente, de que ao calculismo das formas e  das cores.  

De facto, as suas reações instintivas são geralmente animadas  de imprevista alegria e  calor humano – Seja na  festa de um aniversário ou da inauguração das suas exposições- Tem sempre junto dele, muitos amigos, alunos actuais ou antigos, que não deixam de marcar a sua amável presença.  


Conhecemos o percurso artístico de Carlos Henrique, desde meados dos anos 90., a sua  excecional capacidade multifacetada, sim, nas mais variadas expressões artísticas – Por natureza desprendido, generoso, humorista  e despreconceituado . E, como não faz parte de certos grupos privilegiados,  tem passado percebido nos media. O mesmo já não sucede com os amigos ou alunos, nas mais diferentes idades, nos vários cursos de artes, que tem organizado ou é convidado a dirigir, que acabam por ficar seus amigos e admiradores.

Na verdade foi o que já constatamos, quer numa festa de um seu aniversário, quer agora na inauguração da sua exposição, no passado dia 18 do corrente mês, onde se viu envolvido por um animado e caloroso grupo de amigos, seus admiradores

“Não tenho medo de fazer alterações, destruir a imagem, etc, porque a pintura tem vida própria” - Palavras do grande pintor Jackson  Pallock, citadas no cartaz da sua exposição, intitulada FORMLESS




É uma longa história. A minha pintura mudou muito de modo inexplicável. Esta exposição celebra essa grande mudança. Esta nova consciência artística é extremamente interessante . Ela traz em si uma visão amplamente critica da arte e do modo geral

Procurei alcançar durante muito tempo o mistério da arte que sempre me fascinou: As suas valências como projeto artístico e a sua lógica estrutural

A arte vive a sua vida concreta e articula-se, movimenta-se na liberdade, não numa liberdade vazia e abstrata mas numa liberdade concreta nas escolhas mesmo que essas escolhas não estejam sob controlo .


Pois bem, a pintura que exponho segue o trilho dessa liberdade concreta inserindo-se na linguagem artística do expressionismo abstrato. É uma auto descoberta, um auto exame, uma auto afirmação, uma auto expressão e pode ser vista como a crise do homem moderno, da sua existência?


Nestas obras apresentadas há uma  grande viragem na perspetiva da minha criação artística.


A Textura surge como protagonista: Textura feita com densas camadas de tinta, superfícies visivelmente e fisicamente pesadas remetem para o artista americano, expressionista abstrato, Hans Hofmann. 



Sendo mais concreto a minha criação artística apresenta pintura sem forma”Formaless”, conceito que deu título a esta exposição, tendo como escolha a renúncia todo o tipo de formas.


Hans Hofmann (nascido a 21 de março de 1880, Weissenberg, Alemanha - falecido a 17 de fevereiro de 1966, Nova Iorque, NY, EUA) foi um pintor alemão que foi um dos professores de arte mais influentes do século XX.

Foi pioneiro na experimentação do uso de técnicas de improvisação; seu trabalho abriu caminho para que a primeira geração de pintores americanos do pós-Segunda Guerra Mundial desenvolvesse o Expressionismo Abstrato. Hofmann começou a estudar arte em Munique em 1898, mas em 1904 mudou-se para Paris, onde foi profundamente afetado pelo uso expressivo da cor que distinguiu as pinturas de Henri Matisse e Robert Delaunay. Abriu a sua primeira escola de pintura em Munique em 1915



Carlos Manuel Henriques – O Artista português, que não esquece a sua dura infância nos tempos de Salazar:
 “a minha triste sorte de ir para um colégio de órfãos aos três anos de idade, afastado do afeto da minha família, os meus olhos de criança fixaram-se na arte do desenho logo muito cedo

Numa entrevista ao Goethe-Institut, declarou: “Eu consigo viver com a minha arte. Com muito jogo de cintura, mas sem atropelar ninguém. Dou aulas de pintura para idosos e no meu tempo livre, quando tenho encomendas, faço pintura de retratos comerciais. Quando me sinto um pouco seguro vou pintar para uma exposição, aquilo que realmente mais amo nesta vida

 


QUADRO A ÓLEO INÉDITO DE COLUMBANO BORDALO PINHEIRO

Retrato de Maria Cristina Bordalo Pinheiro. ,
Verso da tela sobre cartão e carimbada
Belíssimo quadro de Columbano Bordalo Pinheiro,  que mostrámos ao pintor Carlos Manuel Henriques, um dos mais exímios e talentosos  retratistas portugueses da atualidade, deixou-o encantado,  contemplativo e quase sem palavras, na breve entrevista que nos concedeu no seu estúdio, no bairro da Quinta das Conchas, em Lisboa, a quem mostrámos um retrato feminino, provavelmente de  Maria Cristina Bordalo Pinheiro.

Entrevistado no seu estúdio, com o quadro em suas mãos, Isto é maravilhoso! Uma obra esplêndida! Sente-se o traço da pincelada! A rapidez da execução! A segurança!.. De uma pessoa que domina tranquilamente o retrato, que já é quase como  a respiração! Como quem respira e não sabe que respira!... É de uma beleza, de uma delicadeza!... As nuances!... Podia-se estar-se horas a contemplar esta obra!...Esta mistura de cores!... Esta expressão silenciosa!... É magistral!... É uma pessoa que executou centenas de retratos!



"Isto é um jogo de cores que sai fora da roda cromática!... No meu saber, pelo que eu estudei nas faculdades e nos livros que tenho lido, isto é tons quebrados mas não há sujidade quanto à pintura, quando está tudo em harmonia: é um jogo de cores que sai fora da roda cromática, mas muitas elas harmoniosamente conjugadas !... É divino!... Quem me dera!... Isto é para perder o olhar numa beleza infinita!... Uma obra deste encanto, nunca cansa!... E depois não é pretenciosa!... É uma obra que ele pinta, que não tem que ser a mestria das mestrias!... Sai tão, naturalmente, que isto até faz impressão!...


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