"A Guerra Civil da Nigéria, também conhecida como Guerra Civil Nigeriana, Guerra Nigéria-Biafra ou ainda Guerra do Biafra que durou de 6 de julho de 1967 a 13 de janeiro de 1970, foi um conflito político causado pela tentativa de separação das províncias ao Sudeste da Nigéria, como a República autoproclamada do Biafra. T
eve início após uma desavença entre os povos Hauçás e Ibos. Hauçás eram muçulmanos originários do norte do país e viviam em um sistema semifeudal. Os Ibos eram considerados a elite nigeriana, possuíam melhores cargos no governo central e melhores salários, e provinham das tribos ao leste. Em 1966, soldados da etnia Ibo tomaram o poder no país em um golpe de estado. No entanto, os Hauçás tomaram o poder seis meses depois em um contragolpe e iniciaram um massacre aos Ibos em todo país. Estima-se que cerca de 30 000 Ibos tenham sofrido nesse primeiro ataque. - Excerto de https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_Civil_da_Nigéria
"Para o número x de anos atrás, eu tinha acabado de apresentar o meu ensaio na história , liguei para o elevador(memória) Biafra. Foi sobre a ponte aérea para o Biafra separatista 1967-1970 e a pergunta era, se os pilotos, que em muitos olhos foram classificados como mercenários, deliberadamente prolongaram a guerra entre a Nigéria e Biafra. Não posso dizer que há um trabalho científico radiante direto ao olhar para o jornal de hoje - dificilmente era melhor, então - mas foi aprovado" Texto traduzido. Biafra
"A Guerra Civil da Nigéria, também conhecida como Guerra Civil Nigeriana, Guerra Nigéria-Biafra ou ainda Guerra do Biafra que durou de 6 de Julho de 1967 a 13 de Janeiro de 1970, foi um conflito político causado pela tentativa de separação das províncias ao Sudeste da Nigéria, como a República autoproclamada do Biafra. O governo federal nigeriano opôs-se e começou a Guerra do Biafra (1967-70)" In InGuerra Civil da Nigéria
Do lado do Governo Federal da Nigéria – mantiveram-se fiéis os ingleses, que, no início dos anos 60 haviam reconhecido a independência à sua antiga colónia, a que veio juntar-se o apoio dos Americanos (que fizeram o jogo duplo) e, por último, os caças Mig da União Soviética - intervenção esta crucial: os russos, sempre de olho no melhor furo, não quiseram ficar de fora, mesmo ao lado dos maiores inimigos.
Por sua vez o governo rebelde do "Biafra foi reconhecido pelo Gabão, Haiti, Costa do Marfim, Tanzânia e Zâmbia. Outras nações não deram reconhecimento oficial, mas providenciaram assistência ao Biafra: Israel, França, Portugal, a Rodésia, a África do Sul e o Vaticano providenciaram esse apoio. O Biafra também recebeu ajuda de organizações não governamentais como a Joint Church Aid, a Holy Ghost Fathers of Ireland, a Caritas Internacional, a MarkPress e a U.S. Catholic Relief Service In Biafra – Wikipédia
.
MAS ENQUANTO O APOIO AO LEGÍTIMO GOVERNO NIGERIANO, ERA PUBLICAMENTE DECLARADO - O CONCEDIDO AO ESTADO DA AUTO-PROCLAMADA INDEPENDÊNCIA DO BIAFRA ERA MAIS DISFARÇADO E INDIRECTO - ATRAVÉS DE VÁRIAS ORGANIZAÇÕES HUMANITÁRIAS, PELAS QUAIS SE FAZIAM PASSAR ARMAS E MERCENÁRIOS - O QUE ORIGINOU VÁRIOS ACTOS DE SABOTAGEM E OS EPISÓDIOS MAIS INCRÍVEIS À VOLTA DOS VOOS QUE PARA LÁ SE DIRIGIAM...VOO 1501 O AVIÃO DO BIAFRA ..
"T-6s para Biafra - Doze aviões North American T-6 (ex-franceses) comprados e entregues em viagem de barco para Lisboa, a partir de Março de 1968": - Traduzido ..MFI och Biafra - Mas - segundo soubemos por Carlos Oliveira - "não foram para o Biafra por barco mas só tendo chegado 2 dos 4 que partiram de Tires"
A guerra civil Nigéria-Biafra era simplesmente uma guerra movida por um conflito de interesses, entre as diversas potências ocidentais, sobre os recursos naturais deste jovem país - Houve quem apostasse na democracia do jovem pais nigeriano e houve os que apostaram no lado errado. Até a nível das igrejas - Mas houve quem o fizesse da forma mais inteligente:– a Igreja Presbiteriana – nem se passou nem para um lado nem para o outro: apoiou ambos os lados: procurando “ promover uma solução pacífica através da manutenção de contactos e conversações com ambas as parte do conflito"Hugh McCullum
Conflito este que viria a culminar com o bloqueio e o isolamento do estado rebelde, custando a ambas as parte mais de um milhão e meio de vidas - A ilha de S. Tomé, vindo a revelar-se a mais importante plataforma de auxilio humanitário, no fundo só contribuiria para adiar o fim do conflito e prolongar ainda mais o sofrimento da população biafrense. Pois, nos aviões, não partiam apenas alimentos e medicamentos, mas mercenários e a circulação de material de guerra. Daí o seu aspecto controverso e hipócrita. Até porque, os países que fomentaram o separatismo, eram, afinal, donde provinha agora o apoio às principais instituições humanitárias
The churches were accused of manufacturing these horrific images to raise money to keep Ojukwu in power. The brutal fact, Johnson told me, was that these children and millions more were innocent victims of an international power game of political influence in Africa and one of a struggle for control of oil reserves in the big world.
C-97, estacionado no hangar do Aeródromo de S. Tomé - Foto recolhida de WID Planes of the Biafran Airlift - Wik.
Imagem de Don McCullin In 100 Photographs that Changed the World by Life
.
ESTE VÍDEO NÃO FOI REGISTADO NO BIAFRA! - INFELIZMENTE, HOJE SÃO BANAIS IMAGENS EM VÁRIAS REGIÕES DE ÁFRICA
Poder-se-á argumentar (e com justificada razão) que, a memória herdada da ponte aérea humanitária São Tomé-Biafra, sob o ponto de vista sentimental, talvez seja mais negativa de que positiva, todavia, o mesmo não poderá dizer-se como testemunhos de um determinado momento histórico, que levou o nome de S. Tomé para os principais jornais e televisões mundiais.
On the island of Sao Tome, chartered planes were loaded with beans, sugar, and rice for Biafra, mainly on aging Lockheed Super Connies. So many lives were saved thanks to the work of a small group of charities and dedicated volunteers. In Remember Biafra
Todos os aviões que participaram na ponte aérea humanitária São Tomé- Biáfra, são mencionados no historial de cada um dos vários tipos e modelos de aeronaves –Isso está patente na Internet – Uma consulta mais aprofundada, pelo leitor, dar-lhe-á conta desses registos.
SÃO TOMÉ - CENTRO DE MERCENÁRIOS E DE ESPIONAGEM INTERNACIONAL Passavam por ali mercenários, vindos de toda a parte. Afluíam a São Tomé espiões para as mais diversas tarefas e missões. Disfarçados de turistas ou de repórteres que passavam relatórios dos horários do voos e os denunciavam aos ingleses (a BBC transmitiu várias noticias desse género) e também ao governo federal nigeriano ou então queriam recolher informações do terreno através de pilotos e mercenários, que frequentemente ali regressavam para se estenderam ao sol nas praias, a própria contra-espionagem francesa e alemã, americana e russa, que procurava baralhar e contraditar essas informações, negociantes de armas, jornalistas que chegavam de toda a parte(fotógrafos e operadores de imagem de cinema e televisão)contrabandistas de dólares, proxenetas – e talvez até sabotadores: então como se explica que dois "aviões de treino/ataque ligeiro, Fouga Magisters" não chegassem a a ser enviados para o Biafra, por falta das asas?!... Vi-os, mais tarde, depois do conflito, no Hangar do aeroporto. Vi gente dessa - e conheci pessoalmente duas personagens da multifacetada fauna que então proliferava na pequena cidade. Vi, por várias vezes, um tal alemão Rolf Steiner, mercenaire (sempre de camuflado e de boné na cabeça) com fama de ter atrás de si um currículo diabólico: militou na juventude hitleriana, ex-sargento da Legião Estrangeira na Argélia, com missões na Correia , Sudão - onde houvesse necessidade de recrutamento de mercenários, lá estava ele à cabeça. E foi o que aconteceu também no Biafra. Tendo feito da Ilha de São Tomé, o lugar de eleição para vários fins de semana e ou períodos mais prolongados para descanso e lazer - retemperar forças. . Toda a espécie de acólitos das igrejas, com a sua já tradicional ostentação de salvadores das almas através de uma caridade ineficaz e hipócrita, sem dúvida, um maná para o mais descarado mercenarismo e oportunismo - São Tomé era o centro do mundo, geograficamente, mas também o centro do disfarce e da maior hipocrisia da Terra. Para muitos colonos foi como que a descoberta de um Novo Brasil. Nunca lhes entrou tanto dinheiro nos bolsos e duma assentada. Não havia o menor pudor nem a a menor vergonha. Qualquer serviço prestado aos estrangeiros, era uma exorbitância. Aliás, eles também eram principescamente pagos! - Não faziam mais de que lhe sacar algum dos chorudos cashets que facturavam. O pretexto era a fome dos biafrenses, mas a mola real girava toda à volta do mesmo: - dos cifrões! E o governo colonial não ficava atrás! - as taxas aduaneiras eram pagas pela hora da morte! - Encheu os cofres! |
Era a corrida aos dólares!... Quem não lucrou, minimamente, com a tragédia biafrense – não tenho a menor dúvida - foram os santomenses. - E sou eu apenas a dizê-lo - São-tomenses pouco beneficiaram com a ponte aérea com o Biafra
PREFERIAM DEIXAR ESTRAGAR OS ALIMENTOS A DISTRIBUIR UMAS MÍSERAS MIGALHAS AOS SANTOMENSES - NO FIM DE CONTAS, NÃO SE RESOLVEU O PROBLEMA DA FOME NO BIAFRA NEM SE PRESTOU QUALQUER AJUDA PRÁTICA ÀS CRIANÇAS E À POPULAÇÃO DAS ILHAS
Havia crianças muito carentes, que bem precisavam de alguns desses alimentos! - Vi mães a chorar ao lado dos pequeninos caixões (ou simplesmente com o cadáver embrulhado num modesto cobertor) a derramarem-se em lágrimas de dor e sofrimento, porque, o estado de fraqueza e a falta de medicamentos do menino ou da sua menina, lhe havia tornando a vida mais frágil à disenteria, à tuberculose e à malária - Quem se importava?!... Alguns daqueles pastores ou padres, se interessou pelas crianças santomenses?!... Não proporcionavam imagens nas primeiras páginas da imprensa internacional - E também sabiam que não podiam arriscar romper a cumplicidade mantida com o governo colonial.
Aos adultos restava-lhe o cheiro intenso desses produtos à mistura com os do cacau e do café, quando passavam à frente dos armazéns – E também os próprios miúdos, que não deixaram de parar, espreitar e “farejar” o que havia ensacado ou nas inúmeras caixas de cartão ou em paletes de madeira, no interior desses mesmos armazéns, ironicamente espalhados em vários pontos da cidade, pagando alugueres milionários aos roceiros - onde costumavam armazenar o cacau e o café para embarque, e que agora, só a cedência de uma parte do espaço, lhes iria trazer lucros bem mais avultados de que as colheitas desses produtos tropicais.
Grandes felizardos! Porém, os sacrificados carregadores negros, cujos modestos salários nem por isso haviam beneficiado um centavo, carregando às costas pesados sacos e acarretando pesadíssimas contendores, para eles a vida continuava como dantes: tudo lhes passava ou às costas ou pelas mãos, mas ao lado: muitos deles, esfomeados e com a barriga a dar horas, verem tanta comida, tantos alimentos e alguns já prontos a serem consumidos (o queijo enlatado, por exemplo) e não lhe poderem tocar!!... Calculo!... Pior que o suplício do Tântalo
PARA OS SANTOMENSES, A GUERRA DO BIAFRA ERA APENAS SINÓNIMO. DOS QUE SE ENCHERAM DE DINHEIRO E A IMAGEM DE CRIANÇAS MAGRAS, SUBNUTRIDAS, ESQUELÉTICAS
– "Oh! Parece criança Biafra!" - Esta a expressão que se popularizou, quando alguém via uma criança mais débil ou fraca.
Quase já na fase final do conflito, começaram a chegar à Quinta de Santo António as primeiras crianças, que ali iam ser assistidas e acarinhadas. Quem as podia visitar eram apenas as organizações humanitárias. A maioria dos santomenses não as viu. Mas ficaram a saber, através das noticias ou quando eram desembarcadas no aeroporto. O sentimento que então se propalou e generalizou, foi o de que havia guerra e fome num país de África e que, muitos brancos, se enchiam de dólares à custa dessa mesma guerra.
Também por lá se viam a circular notas do Biafra, mas ninguém as aceitava ou trocava por dinheiro algum. Se os biafrenses (que eram quem mais as trazia), não tivessem dólares na carteira, estavam desgraçados!... Ninguém lhes dava dormida.
Mãe santomense - Foto do autor deste blogue
COM AS GUERRAS, HÁ SEMPRE QUEM ENRIQUEÇA
Os avultados lucros passaram completamente à margem das gente da terra
Só de algum modo os taxistas. Mas de forma muito vaga. Como os preços eram tabelados, certo que houve mais corridas e deslocações ao aeroporto e a outros pontos da ilha, porém, como aos negros estava vedado poderem especular e praticarem tarifas livres, os ganhos ficavam sempre muito aquém do esforço do seu trabalho – Tiveram mais clientes, é certo – e talvez algumas magras gorjetas – mas nem por isso deixaram de ser pobres. E de enfrentar as dificuldades do costume.
Houve também quem vendesse o corpo - . Mas quem comia a fatia maior eram os angariadores, os proxeneta – Que não se coibiam de ir ao mato buscar as suas presas - mais delas ainda menores. Aliás, o abuso de jovens adolescentes - a vilania dos cabaços - era uma prática há muito seguida por alguns feitores gerais e administradores das roças
Como as dormidas nas pensões eram insuficientes, muitos foram os que se aproveitaram, quer na cidade, quer nas roças, para hospedar um ou mais estrangeiros – e até alguns dos pobres biafrenses, em trânsito ou para ficarem por ali algum tempo. Coitados, sabe deus as dificuldades!... Mais deles não se importavam de vender alguns dos poucos bens que lograram trazer consigo, sacrificando-os para pagar as despesas das refeições e hospedagem.
Entre as organizações humanitárias, dir-se-ia prevalecer a hipocrisia sob o manto diáfono da religiosa caridade. .- Então donde vinha tanta massa para pagarem os transportes dos aviões, aos pilotos (mercenários) despesas de milhões?!... Não era das petrolíferas que pretendiam instalar-se naquele estado nigeriano?!..
A temível PIDE-DGS, não largava os estrangeiros de vista: seguiam-lhes os passos, receosos de que pudessem introduzir conceitos "subversivos" e incentivassem a descolonização. E acho que alguns ainda lá foram chamados e convidados a abandonar a ilha.
As organizações humanitárias (que se haviam retirado do aeroporto internacional de Bioko, na altura sob o comando de Francisco Macias, e optado por S. Tomé e Gabão, assumiam o papel de frota avançada dos novos neo-colonizadores ocidentais, aos quais interessava a independência do Biafra, unicamente para se apoderarem das suas riquezas naturais - Não tenho a menor dúvida que era mais as armas, transportadas, na dita ponta aérea, que propriamente cargas de mantimentos - Ainda me apercebi de alguns obuses numas caixas - De resto,na Internet, abundam testemunhos desse procedimento.
Não tenho a menor dúvida do pesadelo que assolou a vida pacata dos pescadores que habitavam as modestas casas de madeira, cobertas de ramos de andalas, nas aldeias pegadas à pista, ali junto ao mar, habituados apenas ao marulho das ondas, à maresia, e, de um dia para o outro, verem-se confrontados, todas as noites, com o barulho ensurdecedor dos motores: primeiro a aquecerem, depois já com os quatro a funcionar, e, por fim, a descolarem ou a fazerem-se à pequena pista – Hoje mesmo, quem viva junto ao aeroporto da Portela, em Lisboa, e numa altura em que o ruído dos aviões, está mais controlado, é algo perturbador, quanto mais naquele tempo!
De facto, não há guerras limpas: todas as guerras têm o seu lado cruel e em permeio com os gestos da maior coragem e abnegação humana. A Guerra do Biafra, também conhecida por Guerra Civil Nigeriana(1967-70) é talvez, até hoje, dos conflitos africanos, um dos exemplos mais paradigmáticos, aquele onde se cruzaram os mais diferentes e contraditórios interesses e objectivos, incluindo as próprias organizações humanitárias – tendo, porém, como dominador comum as riquezas petrolíferas (jogos económicos e coloniais entre as várias potências, explorando crenças religiosas, muçulmanos, a norte - e cristãos, a sul) diferenças étnicas (Yoruba, na de Sudeste os Ibo e na do Norte os Hausa. )
............................
Nenhum comentário :
Postar um comentário