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segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Livro MASOXI “Lágrimas” - Narrativas poéticas e testemunhos de memórias dos musseques de Luanda, do escritor António de Brito Soares – Obra oferecida a Xanana Gusmão, na 8º Gala da Lusofonia, por “Nelito Kuanza”, antigo craque do futebol angolano, atual empresário Lourenço da Silva, grande amigo e apoiante do autor, que diz escrever ao jeito dos padres Franciscanos, “onde houver ódio eu levo amor” –



                                                     Jorge Trabulo Marques - Jornalista


Brito Soares, confessou-nos que despertou para a literatura no período em que foi forçado a ficar em casa por causa do Covid - Assistimos à oferta do livro ao PM de Timor Leste, no Casino Estoril no passado dia12,, evento que celebrou a união dos países de língua portuguesa sob a liderança da CPLP,.



E dias depois, num jantar  na Amadora, pudemos recolher, além das palavras do poeta e escritor,  testemunhos de outros grandes amigos, entre os quais  a de Manuel Lourenço da Silva, o antigo extremo esquerdo que se notabilizou ao serviço do 1º de Agosto, clube pelo qual conquistou títulos do Girabola, Taça de Angola e Supertaça, bem como de seu irmão, mais novo, que tem sido, igualmente, um entusiástico promotor  das obras do  escritor , que foi motivado a escrever - esta e as anteriores obras -  em função da necessidade de sementar a história do seu bairro e transmitir o percurso às novas gerações, de    modo a preservar a essência  do distrito e a essência do seu passado.




António de Brito Soares, que se intitula, escriba Francisco, associando os seus sentimentos aos dos padres capuchinhos franciscanos, nasceu a 20 de Julho de 1971, em Luanda, no bairro Nelito Soares, distrito urbano do Rangel. Frequentou até ao 2º ano o curso de Comunicação Social pela Universidade de Nova Lisboa, em Portugal, na década de 90

Trabalhou nas edições Novembro, Rádio Luanda, Rádio Renascença, em Lisboa, Sonair e Vip Aero

Na indtrodução deste seu mais recente livro,  de 355 páginas, António de Brito Soares, confessa o seu agradecimento, com palavras de sentida emoção, às personagens que marcaram uma época nos Musseques de Luanda  

AGRADECIMENTOS

As Lágrimas no meu rosto não passam despercebidas por serem reflexo do silêncio da minha voz diante da verdade, mas a hipocrisia fala mais alto por falta de humildade e amor próprio. Alguns fazem de tudo “para destruir a semente do bem, têm medo da força misteriosa do amor que derrama em Lágrimas, Masoxi. 

Nossa Senhora de Fátima, espaço sagrado das minhas Lágrimas, quantas vezes chorei no Rosário em busca de paz, sossego para o meu coração e aconchego para a minha alma, que nunca perdeu a fé porque os Padres Franciscanos Capuchinhos sempre souberam guardar a sorte que Deus me deu, por meio do colo da minha Mãe e do olhar protector do meu rico Pai. Masoxi, as Lágrimas são testemunhas e cada gota de Lágrimas é uma lição de vida que fez nascer os meus cabelos brancos, e agradecer com um abraço sincero a fórmula mais linda de limpar as Lágrimas no meu rosto.  António de Brito Soares Escriba Franciscano  Masoxi “Lagrimas

António de Brito Soares

PREFÁCIO

Os Musseques de Luanda são espaços socio- culturais densamente habitados por gente prove\niente de vários pontos de Angola e do Mundo. No caso em consideração, o Rangel, pelas suas múltiplas idiossincrasias, constitui o cenário de vivências, falas, narrativas e reminiscências, que marcam uma época com os actores aqui eternizados nesta obra literária de António de Brito Soares, com o sugestivo título “MASOXTP”.


Em Masoxi a Ngandu aya ni menha - “As lá- grimas do crocodilo, arrastadas pela corrente da água”, a temática de Masoxi está presente na tradição cultural dos Ambundu (falantes de kim- bundu) de Angola e toma variadas formas, em função do contexto, como em choro de Oliveira, musicado pelos Jovens do Prenda, ou em Angélica, um lamento de David Zé. Com a presente abordagem poética de Masoxi, no género popular, António de Brito conseguiu, com sucesso, 
colocar-se ao lado de Boaventura Cardoso em “Dizanga dya Muenhu” e outros escritores, que, com a força da escrita, retrataram € imortalizaram épocas e momentos históricos significativos da nossa existência, enquanto povo com idiossincrasias específicas no mundo globalizado dos nossos dias, que teima em confundir-nos.

O Rangel é o Rangel e sempre será, porque um dia o foi! A nostalgia transversal de Brito na obra desemboca em Masoxi (lágrimas), com que recorda amores, sons, aromas, gestos momentos, cores e vivências do Rangel nos bairros Indígena, Nelito Soares ou nos Blocos, nas B e  C.  Como poder da escrita, na prosa ou no poema,  o autor arrola é eterniza entidades do mundo do desporto (basquete e futebol), da política e da ciência (Carlos Feijó), só para citar esses. É uma lista interminável de entidades e pessoas que marcarem o seu quotidiano rangelino, nas décadas de 80 e 90 e no limiar do Séc. XXI. Este é simplesmente um fragmento do retrato vivo das memórias do escritor. E porque parte significativa das personagens evocadas é bem conhecida, aproveito o ensejo para as felicitar, desejando-lhe sucesso nos seus afazeres.

Considero, finalmente, a presente obra literária, onde a proza e o poema se cruzam em harmonia, um valioso  contributo à literatura  angolana e recomendo a sua leitura à juventude, e aos Kotas da banda, para/ como incentivo ao resgate do género popular da  Literatura Angolana.

 



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