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segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Lídia Jorge distinguida com o Prémio Pessoa 2025- Meus Parabéns. Conheço o seu belo percurso literário desde os anos 80.

               Jorge Trabulo Marques - Jornalista-Foto-Jornalista e Investigador 


Lídia Jorge distinguida com o Prémio Pessoa 2025- Meus Parabéns. Conheço o seu belo percurso desde os anos 80. Lídia Jorge, uma das figuras centrais da literatura portuguesa contemporânea e Doutora Honoris Causa pela Universidade de Aveiro, é a vencedora do Prémio Pessoa 2025. Considerado a mais importante distinção atribuída em Portugal, o Prémio Pessoa reconhece anualmente personalidades portuguesas que se tenham destacado na vida científica, artística ou literária.

Na edição deste ano, o Júri destacou a “escrita criativa” de Lídia Jorge, capaz de evocar “momentos históricos decisivos da vida portuguesa do último século”, reafirmando o papel da autora como uma das vozes mais influentes da cultura portuguesa contemporânea.

Segundo o júri, trata-se de um romance de uma rara maturidade discursiva, um hino à leitura, à literatura e ao poder transformador de ambas na vida do humano.

Em 2022, Lídia Jorge venceu por unanimidade o Grande Prémio de Romance e Novela 2022 da Associação Portuguesa de Escritores (APE), com a obra “Misericórdia”.

Segundo o júri, trata-se de um romance de uma rara maturidade discursiva, um hino à leitura, à literatura e ao poder transformador de ambas na vida do humano.

De recordar, que, Lídia Jorge, em junho de 2022, também recebeu o Prémio Vida Literária Vítor Aguiar e Silva, como reconhecimento de “personalidade de invulgares méritos e reconhecimento na atividade cultural” – A cerimónia da entrega decorreu, em Braga, segundo foi então anunciado pelo município.

Em declarações ao DN, sublinhou: “Esqueçam a ideia de que um romance sobre a velhice é um deserto narrativo, em que apenas se conjuga o verbo esperar. Ou de que aos seus protagonistas só resta despertar a compaixão do leitor. Em Misericórdia, de Lídia Jorge, Maria Alberta é uma das residentes no lar Hotel Paraíso, mas se a noite a assusta e o corpo lhe fraqueja, nem por isso a abandonam o prazer, o sonho, a curiosidade e até um certo tom despótico que usa na relação com a filha. Sobre si mesma, ela dirá: "Mas eu tenho este feitio, quero demais, mando demais, amo demais alguma coisa que não alcanço, e quando não a atinjo, procuro desesperadamente transformar o que existe de modo o objeto defeituoso da realidade inalcançável." Acompanham-na um leque de personagens, entre pessoas cuidadas e seus cuidadores, que desfazem qualquer ideia maniqueísta que se possa ter sobre estes espaços. São pessoas reais, contraditórias nas suas pulsões, vivências, medos e anseios. Como Lídia Jorge há muito nos habituou nos seus livros, também Misericórdia suscita a reflexão sobre o momento que vivemos e o modo como a condição humana a ele reage. E como acontece às personagens deste romance, também desta conversa em torno dum livro se partiu para a vida toda

Misericórdia, de Lídia Jorge: o livro dos sentimentos, confessou, em várias entrevistas, que a escrita do seu mais recente romance, Misericórdia, lhe foi inspirada pelo acontecimento da morte da mãe — faleceu no Lar da Santa Casa da Misericórdia de Boliqueime no começo da pandemia; pelo menos numa das entrevistas adianta que o próprio título lhe foi pedido pela mãe, para que as pessoas ao lê-lo "tivessem mais compaixão umas pelas outras". Lídia Jorge assim fez, escreveu um livro bondoso, amável, como quem luta por aperfeiçoar um mundo onde a esperança parece muitas vezes andar desencaminhada. E como que para sublinhar esta ideia, a personagem afirma numa frase de efeito: "Eu sou uma daquelas pessoas que não pensa que a esperança é a última a morrer. Eu penso que a esperança é simplesmente imortal. https://www.publico.pt/2022/12/28/culturaipsilon/critica/livro-sentimentos-2032726

              Misericórdia,  de Lídia Jorge sobre a imortalidade da esperança

Misericórdia, romance de Lídia Jorge, nasceu como uma "encomenda" de sua mãe nos últimos meses de vida. Mas, como a autora conta nesta entrevista, do jogo entre o testemunho e a ficção nasce uma reflexão sobre a condição humana em tempos incertos

Em declarações ao DN, sublinhou:  “Esqueçam a ideia de que um romance sobre a velhice é um deserto narrativo, em que apenas se conjuga o verbo esperar. Ou de que aos seus protagonistas só resta despertar a compaixão do leitor. Em Misericórdia, de Lídia Jorge, Maria Alberta é uma das residentes no lar Hotel Paraíso, mas se a noite a assusta e o corpo lhe fraqueja, nem por isso a abandonam o prazer, o sonho, a curiosidade e até um certo tom despótico que usa na relação com a filha. Sobre si mesma, ela dirá: "Mas eu tenho este feitio, quero demais, mando demais, amo demais alguma coisa que não alcanço, e quando não a atinjo, procuro desesperadamente transformar o que existe de modo o objeto defeituoso da realidade inalcançável." Acompanham-na um leque de personagens, entre pessoas cuidadas e seus cuidadores, que desfazem qualquer ideia maniqueísta que se possa ter sobre estes espaços. São pessoas reais, contraditórias nas suas pulsões, vivências, medos e anseios. Como Lídia Jorge há muito nos habituou nos seus livros, também Misericórdia suscita a reflexão sobre o momento que vivemos e o modo como a condição humana a ele reage. E como acontece às personagens deste romance, também desta conversa em torno dum livro se partiu para a vida toda. https://www.dn.pt/cultura/lidia-jorgea-imortalidade-da-esperanca-15368934.html

 

 Nascida em 1946, no Algarve, Lídia Jorge estreou-se com a publicação de “O Dia dos Prodígios”, em 1980, um dos livros mais emblemáticos da literatura portuguesa pós-revolução.

Em 1988, “A Costa dos Murmúrios” abriu-lhe as portas para o reconhecimento internacional, tendo sido posteriormente adaptado ao cinema por Margarida Cardoso.

“O Vento Assobiando nas Gruas” (2002) aborda a relação entre uma mulher branca com um homem africano e o seu comportamento perante uma sociedade de contrastes. A obra venceu o Grande Prémio de Romance e Novela da APE em 2003.

Entre muitas outras, Lídia Jorge escreveu ainda obras como “O Vale da Paixão”, “Combateremos a Sombra”, “Os Memoráveis” ou “O Livro das Tréguas”, a sua estreia na poesia.

À autora foram atribuídos alguns dos principais prémios nacionais, alguns deles pelo conjunto da obra, como o Prémio da Latinidade, o Grande Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores ou o Prémio Vergílio Ferreira.

No estrangeiro, venceu a primeira edição do prémio Albatross da Fundação Günter Grass, o Grande Prémio Luso-Espanhol de Cultura e o Prémio FIL de Literatura em Línguas Românicas de Guadalajara, entre outros. https://observador.pt/2023/04/28/lidia-jorge-vence-premio-vida-literaria-vitor-aguiar-e-silva/

 

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