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sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Tchiloli de São Tomé e Príncipe na lista de Património Cultural Imaterial da Humanidade

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Jorge Trabulo Marques - Jornalista


Tchiloli de São Tomé e Príncipe inscrito na lista de Património Cultural Imaterial da Humanidade O Tchiloli, teatro de São Tomé e Príncipe foi inscrito na lista de Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO durante na 20.ª Sessão do Comité Intergovernamental para a Salvaguarda, a decorrer até sábado em Nova Deli, Índia.  ´´

   Finalmente, concretizou-se um grande desejo de poetas, escritores, jornalistas  e musicólogos santomenses  A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO, na sigla inglesa) felicitou o Estado Parte pela sua primeira inscrição, reconhecendo a "perseverança e empenho em complementar o processo de candidatura", um percurso que havia sido iniciado em 2015.     O tchiloli baseia-se num texto escrito por volta de 1540 por Baltazar Dias, um dramaturgo cego, madeirense da escola de Gil Vicente (1465-1536). Atualmente existem mais grupos de tchiloli em São Tomé do que antes da independência. 

Em 1969, havia cinco tragédias *3, em 1991 existiam nove grupos *4, entre 1995 e 1998 atuaram 15 grupos *5 e, segundo informações da Direção Nacional da Cultura, em 2007 permaneciam 12 tragédias.  Geralmente um espetáculo tem a duração de cerca de seis horas e é apresentado em terra batida num quintal ou numa praça pública, ao ar livre, durante a gravana (estação seca), sobretudo por ocasião das festas anuais dos santos católicos das vilas e de outras festividades. A influência africana, em termos da noção de tempo, estendeu as poucas páginas do texto original para representações bem mais longas.        

O seu drama inspira-se em seis romances castelhanos que, por sua vez, derivam do ciclo carolíngio do século XI. Este teatro medieval conta a história de Dom Carloto, filho e herdeiro do imperador Carlos Magno que assassina o seu melhor amigo, Valdevinos, sobrinho do marquês de Mântua, durante uma caçada, porque se apaixonou por Sibila, a esposa de Valdevinos. O crime leva as duas famílias e os seus representantes a debaterem questões de lei, de justiça e de governação. Os temas chave desse drama são a traição e a igualdade perante a lei. O imperador é confrontado com o dilema de escolher entre a raison d’État, o interesse nacional, e o seu amor paternal. Finalmente, o seu filho é condenado à morte e executado na fortaleza imperial.   



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